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A Motorola, agora sob posse da Lenovo, parece ter adotado novos caminhos. A aposta pelo Android puro quase que sem nenhuma modificação continua; já a proposta de preços agressivos e altamente competitivos não. Com a chegada da segunda geração do Moto E, já estava ficando claro que a fabricante iria mantê-lo como um modelo de entrada e elevar o patamar de suas outras linhas. Com o lançamento da terceira geração do Moto G o cenário se confirmou e o aparelho subiu de nível, pelo menos no preço. Será que nos outros aspectos, o celular acompanhou o crescimento? A resposta está nesse review:
Layout e Acabamento
Junto com a elevação do preço veio a cara de um celular com melhor acabamento. Na parte da frente, algumas poucas melhorias: continuam os dois alto falantes, mas eles ficaram mais discretos, principalmente na versão preta do smartphone. O novo Moto G está maior: são 141.5 x 70.7 x 11 mm do segundo modelo, contra 142.1 x 72.4 x 11.6 mm do modelo atual, isso deixou as bordas mais aparentes e mexer com apenas uma mão já não é tão fácil.
As capinhas agora possuem uma textura na diagonal, que combinado com o novo acabamento na lateral, dão uma pegada legal ao celular. A principal alteração está justamente na parte traseira, a câmera, o flash e a marca Motorola ganharam um detalhe interessante, se destacando do restante da construção do aparelho. Apesar de ter crescido, ele continua firme e se encaixa bem nas mãos.
Esse acabamento na lateral fica mais visível dependendo de como você escolher seu aparelho no Moto Maker; na versão prateada, ficam muito claras as semelhanças com a segunda geração do Moto X.
A Motorola manteve a ótima sacada na textura do botão power, enquanto os botões de volume são lisos; dessa forma é fácil identificar qual é qual. Eles ficam na parte direita do aparelho, enquanto na parte de baixo está a entrada microSD e, na parte de cima, a entrada para o fone de ouvido ou a antena da TV. Do lado está o microfone secundário, que é o responsável por eliminar ruídos quando você estiver em uma ligação; ele funciona muito bem, inclusive.
Em chamadas que fiz em lugares muito movimentados e barulhentos, a pessoa que estava ouvindo disse que estava escutando apenas a minha voz, como se estivesse em um local silencioso.
Por baixo, a bateria ainda continua selada e as entradas para os cartões SIM e cartão de memória estão bem organizadas nas partes superiores. O aparelho ainda ganhou resistência à água e respingos, com certificação IPX7, que garante até uma hora e meia submerso em até 1 metro do profundidade.
Tela
A Motorola decidiu manter o tamanho e a resolução da tela… e acabou pecando. Elevar o patamar do celular, mas não aprimorar um dos principais destaques do smartphone foi um erro.
Colocando o Moto G 3ª geração ao lado do LG Prime Plus, aparelho mais barato, com display do mesmo tamanho e mesma resolução, conseguimos perceber diferenças impactantes. O branco da tela do Moto G é mais amarelado, e é mais fácil de perceber os pixels. Curiosamente, ambos aparelhos utilizam a tecnologia IPS LCD. Em compensação, o restante das cores são muito mais vivas.
A gama de brilho é muito boa, tornando a tela escura em ambientes com nenhuma luz e permite visualizar o conteúdo mesmo de baixo do sol forte. O ângulo de visão também não deixa a desejar. A experiência com a tela é bem semelhante a que tive com o Moto G 2ª geração, mas para um aparelho que custa a partir de R$ 850,00, eu esperava um pouco mais.
Velocidade e desempenho
O novo Moto G conta com um processador quad-core Qualcomm Snapdragon 410 de 1.4 GHz, um chip mais recente e que se mostrou competente durante o uso. Duas versões do aparelho possuem apenas 1GB de memória RAM, há também uma versão com 2GB.
Testei a versão com TV Digital, que possui 1GB de RAM. O multitarefa não é um dos pontos altos, como era de se imaginar; ao alternar entre os aplicativos é normal precisar esperar de 1 a 2 segundos para que a tela em branco seja deixada de lado e o conteúdo do aplicativo apareça de fato.
Se esse é um aspecto importante no seu uso corrente, é uma boa ideia considerar a versão com 2GB de RAM, que certamente irá melhorar esse cenário.
Deixando o aspecto do multitarefa de lado, o aparelho faz um bom trabalho quando se trata de desempenho. As animações do Lollipop correm bem, graças ao conjunto da GPU Adreno 306 (que também evoluiu) e do processador Snapdragon 410 da Qualcomm, bem como a velocidade de navegação geral no celular. O aparelho também roda games com tranquilidade, sem engasgos.
Ao contrário da segunda geração, ele não possui alto falante estéreo. Também senti falta da adição do suporte ao NFC, que só aparece da linha Moto X em diante.
Sistema
A Motorola continua adotando a filosofia do Android o mais puro possível. Não há bloatware no celular; os únicos aplicativos pré-instalados são muito úteis: o Migração Motorola para te ajudar na hora de transferir todos os dados do seu celular antigo e o aplicativo Moto, que reúne as principais características de software do smartphone.
A partir do “Moto” você pode configurar o Assist, que automatiza funções no aparelho de acordo com os cenários que ele é inserido. Por exemplo, você determina quais são as horas que você costuma dormir e acordar e então o aparelho se encarrega de deixar no silencioso, com a opção de notificações apenas para os contatos favoritos.
Nesse mesmo app você pode definir se quer que os gestos funcionem: existe a função de agitá-lo rapidamente duas vezes para ativar a lanterna e o já conhecido gesto de girar em torno do pulso para ativar a câmera. Por fim, é possível configurar também os detalhes do Moto Tela, que exibe as horas quando você tira o celular do bolso e mostra as notificações rapidamente.
Dual SIM + 4G/LTE:
Todos os modelos do Moto G agora são dual SIM e possuem 4G. A Motorola consegue oferecer a melhor experiência para aparelhos com dois chips, identificando a operadora do número para o qual você está prestes a ligar e mandar mensagens, indicando qual é a melhor escolha de uso. Além disso, alternar entre a conexão móvel entre uma e outra operadora e redefinir as opções de operadora favorita é muito fácil. Em outros aparelhos, como no Zenfone 5, realizar essas tarefas é mais complicado do que deveria.
Fora esses truques, o Android é o mesmo que encontramos nos aparelhos da linha Nexus: o Google Now está facilmente acessível, a barra de notificações pode ser expandida exibindo configurações rápidas, o útil Smart Lock, entre os outros recursos originais do robô.
Câmera
O novo Moto G possui câmera de 13 megapixels com abertura f/2.0 e flash duplo de LED. A interface do aplicativo continua minimalista e como dissemos antes, a câmera pode ser ativada girando o pulso duas vezes. Há dois pequenos botões, um para alternar entre a câmera principal e a frontal e o outro para iniciar uma gravação. Arrastando o dedo da esquerda para a direita são exibidos as opções avançadas. Para tirar uma foto, basta apertar sobre qualquer lugar da tela.
Uma das opções interessantes é a de alterar o foco e a exposição manualmente, permitindo maior controle sobre a iluminação da foto. Há também um recurso para “melhorar a qualidade das fotos em ambientes escuros” e HDR automático.
As fotos tiradas em condições de iluminação ideais são boas e se apresentam muito bem na própria tela do celular. Já as fotos tiradas em ambientes com iluminação artificial costumam ficar com cores mais lavadas. A qualidade pode variar muito, dependendo das condições. Para um usuário que quer registrar momentos para postar no Instagram ou Facebook, a câmera cumpre bem o papel, mas não espere fotografias fantásticas.
A câmera frontal de 5 megapixels faz um bom trabalho para as selfies. A fabricante trouxe um recurso de flash frontal, que acende a tela do celular para dar uma força quando a iluminação estiver mais baixa. Não consegui perceber muitas diferenças quando a função estava ativada.
Por fim, o celular é capaz de gravar em 1080p ou 720p em câmera lenta, a qualidade do som capturado me surpreendeu, inclusive.
Duração da Bateria
A nova geração ganhou um upgrade na bateria. Agora ela tem 2470 mAh, contra os 2.070 mAh do modelo anterior. A autonomia continua sendo um dos pontos altos do aparelho, permitindo praticamente um dia de uso intenso longe da tomada.
Em um dos dias, utilizei o aparelho na maior parte do tempo em conexão 4G, naveguei por várias horas, tirei muitas fotos, troquei mensagens constantemente e reproduzi música no Spotify praticamente o tempo todo; alcancei 10 horas de uso, com 20% da bateria restante. Num dia comum, onde o Wi-Fi é mais constante, ele chegou ao fim do dia com 40% da carga restante.
Preço e disponibilidade
O Moto G 3ª geração foi apresentado e chegou ao mercado brasileiro na última semana de julho. Um dos destaques foi a chegada do Moto Maker, que permite personalizar vários aspectos do celular: você pode escolher as cores da parte frontal, da capinha traseira e do detalhe na parte da câmera.
- O modelo mais básico, com 8GB espaço interno e 1GB de RAM, custa R$ 849,00 em até 10x (ou R$ 806,55 à vista).
- A opção com 16 GB espaço interno e 1GB de RAM sai por R$ 889,00 em até 10x (ou R$ 844,55 à vista).
- A versão com 16 GB espaço interno, 1GB de RAM e TV Digital custa R$ 929,00 em até 10x (ou R$ 882,55 à vista).
- O modelo com 16 GB espaço interno e 2GB de RAM custa R$ 979,00 em até 10x (ou R$ 930,05 à vista).
O valor sobre, se você incluir mais capinhas e a personalização com gravação de texto.
Conclusão
O Moto G 3ª geração assume um novo patamar devido ao seu preço, mas nem todas as características acompanharam essa evolução. A principal delas é a tela, que poderia ter ganhado mais atenção.
A adição de um modelo com 2GB de memória RAM também foi muito bem vinda, mas o ideal seria que essa fosse a opção já a partir do modelo básico. A câmera obteve melhorias interessantes, o processador recebeu upgrade, ele ficou com uma construção melhor acabada e as opções de personalização do Moto Maker são muito interessantes.
A autonomia de bateria é um dos pontos mais altos e o Android puro com alguns truques úteis completam a ótima experiência de uso com o aparelho.
O novo Moto G reúne características importantes para os diversos perfis de usuários: todos os modelos são dual SIM, possuem 4G, entrada para cartão microSD e há um modelo com suporte a TV digital.
É um dispositivo muito competente na sua proposta, que agora se posiciona de forma mais clara entre o Moto E e o Moto X.
O preço subiu mais do que o esperado e o custo benefício já não é mais o mesmo dos anos anteriores. Ainda assim, é um celular que vale o investimento pelas características abrangentes que atende muito bem o usuário que quer um celular com dois chips, conexão 4G e uma bateria que aguenta um dia inteiro.
Galeria de Imagens
Especificações Técnicas
- Processador: Qualcomm MSM8916 Snapdragon 410 (Quad-core 1.4 GHz Cortex-A53);
- Memória RAM: 1 ou 2 GB;
- Tela: IPS LCD de 5 polegadas com resolução de 720 x 1280 (294 ppi) pixels e proteção Gorilla Glass 3;
- Câmera: 13 megapixels, autofoco, flash duplo de LED com tecnologia CCT;
- Câmera frontal: 5 megapixels;
- Bateria: 2470 mAh;
- Conectividade: 3G, 4G LTE, Wi-Fi 802.11 b/g/n, A-GPS, GLONASS, Bluetooth 4.0, Micro USB 2.0;
- GPU: Adreno 306;
- Memória externa: suporte para cartão microSD de até 32 GB;
- Memória interna: 8 ou 16 GB;
- Dimensões: 142.1 x 72.4 x 11.6 mm;
- Peso: 155 g;
- Plataforma: Android 5.1.1 Lollipop puro;
- Sensores: 2 acelerômetros, proximidade, sensor hub e sensor de luz ambiente.
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