Índice
- Demissão relâmpago de Sam Altman e retorno a OpenAI
- DOJ x Google: o maior julgamento antitruste de tecnologia em 20 anos
- Demissões em massa na Amazon
- Adobe cancela compra de Figma por US$ 20 bilhões
- Conflito Israel-Hamas no ciberespaço
- EUA em guerra de chips contra a China
- Lançamento do Vision Pro da Apple
- Zoom abandona trabalho remoto
- IA pode causar a extinção humana, segundo líderes de tecnologia
- Com IAs, NVIDIA chega a US$ 1 trilhão de valor de mercado
As notícias de tecnologia mais proeminentes de 2023 destacam mudanças significativas na cultura, geopolítica e, é claro, na própria tecnologia. O ano de 2023 testemunhou transformações marcantes, impulsionadas por avanços notáveis em inteligência artificial. As inovações nesse campo estão moldando não apenas a indústria tecnológica, mas também influenciando a sociedade em geral. Ao mesmo tempo, as notícias sobre tecnologia apontam como as complexidades geopolíticas têm contribuído para uma série de desafios em termos de segurança cibernética em todo o mundo.
No entanto, o que se destaca de maneira notável é a inquietação generalizada em relação ao domínio exercido pelas grandes empresas de tecnologia. Este desconforto está gerando pressões sobre os reguladores para adotarem uma postura mais rígida em relação às práticas monopolistas e às fusões multibilionárias das gigantes do setor. A necessidade de equilibrar o poder e garantir uma concorrência justa tem sido um tema central nas discussões sobre o futuro da indústria tecnológica.
Ao longo de 2023, fatos e notícias de tecnologia destacaram não apenas os avanços impressionantes em inteligência artificial, mas também as complexas interações entre a inovação tecnológica e as Big Techs, que continuam a exercer influência sobre diversos aspectos da vida cotidiana. Por isso, a sociedade está chamando a atenção para a importância de regulamentações eficazes e éticas para moldar o cenário tecnológico futuro.
Confira abaixo essa retrospectiva de tecnologia que elenca 10 das principais notícias de tecnologia em 2023 e que ajudam a entender o cenário tecnológico atual.
Demissão relâmpago de Sam Altman e retorno a OpenAI
A demissão surpreendente de Sam Altman do cargo de CEO da OpenAI, que liderou o lançamento do ChatGPT um ano antes, foi um dos eventos mais impactante na indústria de tecnologia em 2023. Após o conselho demiti-lo em 17 de novembro, funcionários foram às redes sociais prestar apoio a Altman, e a Microsoft expressou interesse em contratar Altman e outros funcionários da OpenAI. O que levou à saída de quase toda a equipe, fazendo com que a OpenAI reconsiderasse a situação e readmitisse Altman.
A controvérsia no caso envolveu a crença do conselho de que Altman, pressionado por investidores e pela necessidade de financiar poder computacional, estava apressando o lançamento de produtos, comprometendo a missão original da empresa. Isso levantou questões éticas e de segurança em torno de um algoritmo de IA chamado Q-Star.
Altman agora está de volta à liderança da OpenAI, enfrentando um conselho quase totalmente novo, evidenciando os desafios entre interesses comerciais e a busca pela vanguarda tecnológica, muitas vezes sobrepondo tentativas de limitar o desenvolvimento.
DOJ x Google: o maior julgamento antitruste de tecnologia em 20 anos
Marcando um dos casos judiciários mais relevantes da história, o Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos moveu, em setembro, um processo judicial contra o Google, alegando monopólio e abuso de posição dominante. Este processo marca o primeiro exame minucioso das práticas comerciais de uma grande empresa de tecnologia desde o processo movido contra a Microsoft há 25 anos.
O impacto potencial desse processo é significativo, podendo influenciar diretamente o futuro da internet e trazer mudanças substanciais para o Google, especialmente no que diz respeito ao futuro da pesquisa online. O julgamento antitruste acusa o Google de manter ilegalmente o monopólio de busca por meio de acordos que estabelecem sua tecnologia como padrão em diversos dispositivos, como os da Apple.
Em meio ao crescente desconforto público em relação ao domínio das grandes empresas de tecnologia, este processo é apenas um entre uma série de casos em andamento. Isso inclui o processo antitruste da Comissão Federal de Comércio dos EUA sobre as atividades de comércio eletrônico da Amazon, iniciado também em setembro, e outro caso antitruste contra o Google, centrado na publicidade, que está programado para julgamento em 2024. Esses casos têm o potencial de remodelar o cenário do mercado de tecnologia, à medida que os reguladores demonstram uma determinação renovada em combater práticas anticompetitivas.
Demissões em massa na Amazon
Em 4 de janeiro de 2023, a Amazon oficializou a demissão de 18 mil funcionários, representando 1,1% de sua força de trabalho. Essa que foi uma das principais notícias de tecnologia em 2023, foi anunciada pelo CEO da empresa, Andy Jassy, que justificou as demissões devido à incerteza econômica e ao fato de a Amazon ter realizado contratações expressivas durante a pandemia de Covid-19.
A magnitude desses cortes supera os realizados por outras Big Techs, como Meta, Twitter e outras do setor de tecnologia. O cerne do problema, segundo muitas empresas de tecnologia, reside no fato de que houve fase intensa de contratações durante a pandemia, impulsionadas pelos confinamentos que geraram uma demanda significativa por tecnologia para sustentar o trabalho remoto e o comércio eletrônico. Contudo, em 2023, essas empresas se depararam com quedas de receitas, levando a decisões drásticas de reestruturação de suas forças de trabalho.
Adobe cancela compra de Figma por US$ 20 bilhões
Em 18 de dezembro de 2023, a Adobe e a Figma anunciaram a rescisão do acordo de fusão, inicialmente avaliado em 20 bilhões de dólares, devido a desafios regulatórios impostos pelas agências antitruste dos Estados Unidos e da Europa. O pacto de fusão entre a Adobe e a Figma foi revelado em setembro de 2022. Entretanto, a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) do Reino Unido optou por vetar a aquisição, argumentando que a fusão poderia ter efeitos prejudiciais no mercado de softwares de design.
Num comunicado conjunto, a Adobe e a Figma declararam que não receberiam aprovação para a transação por parte da Comissão Europeia e da Autoridade de Competição e Mercado do Reino Unido (CMA), optando pelo cancelamento do acordo de US$ 20 bilhões.
Conflito Israel-Hamas no ciberespaço
A guerra entre Israel e o Hamas também se desenrola no domínio virtual, com o aumento dos ciberataques. Esses ataques costumam ocorrer no ciberespaço, caracterizando-se por sua natureza mais discreta, com grupos ameaçadores de estados-nação de ambos os lados lançando ataques DDOS e desfiguração de sites.
O conflito entre Israel e o Hamas tem raízes na disputa por territórios historicamente ocupados por diferentes povos, incluindo hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos. As crescentes tensões geopolíticas mantêm os CISOs (Diretores de Segurança da Informação) em estado de alerta máximo, pois é provável que a tendência de envolver entidades do setor privado e organizações da sociedade civil em crises de segurança cibernética continue.
EUA em guerra de chips contra a China
Em outubro, os Estados Unidos implementaram restrições adicionais às exportações, buscando limitar o acesso da China a chips avançados destinados à inteligência artificial e supercomputadores. Essa medida ampliou a escalada na guerra comercial tecnológica que se desenrolou ao longo do último ano, tendo amplos impactos na cadeia global de fornecimento de semicondutores. As novas diretrizes estabelecem a necessidade de licenciamento mundial para qualquer empresa estabelecida na China, Macau ou em destinos sujeitos ao embargo de armas dos EUA.
Embora as restrições tenham como objetivo declarado negar à China o acesso a tecnologia avançada para inteligência artificial, modernização militar e violações dos direitos humanos, a guerra comercial de chips está provocando perturbações significativas na cadeia de abastecimento global de produtos dependentes de chips avançados. Além disso, afeta os equipamentos utilizados em sua fabricação, à medida que os Estados Unidos instam seus aliados a impor restrições às exportações de chips para a China.
Lançamento do Vision Pro da Apple
No decorrer do ano, a Apple apresentou seu aguardado headset de realidade mista, o Vision Pro (previsto para lançamento em 2024), marcando o início de uma nova era na tecnologia, conforme declarado pelo CEO Tim Cook. Essa era busca integrar o ambiente físico com informações digitais. Embora o dispositivo de US$ 3.499 da Apple incorpore tecnologia sofisticada, fruto de décadas de pesquisa e desenvolvimento em sensores, ciência de materiais, monitores e processadores, é inegável que variações de headsets de realidade virtual já estão disponíveis há anos. O
CEO da Meta, Mark Zuckerberg, aposta no futuro da empresa na realidade mista, mas os gadgets vestíveis, em geral, têm enfrentado uma recepção morna do público, com as vendas de headsets recentemente em declínio. Apesar das expectativas em torno do Vision Pro da Apple e do alvoroço relacionado ao novo fone de ouvido Quest 3 da Meta, indicando uma possível recuperação do mercado no próximo ano, diversos desafios persistem. Problemas como preços elevados, conteúdo limitado, complexidade e falta de aplicações práticas no cotidiano provavelmente adiarão a adoção generalizada da realidade mista por parte da maioria dos usuários, mesmo que haja indícios de melhoria.
Zoom abandona trabalho remoto
Ironicamente, a Zoom, empresa de videoconferência que se tornou símbolo do trabalho em casa durante a pandemia, em agosto, a Zoom emitiu um mandato de retorno ao escritório para a maioria de seus colaboradores. Essa reviravolta não foi exclusiva da Zoom, pois várias gigantes de tecnologia também implementaram políticas de retorno ao escritório. A unidade de software da IBM, por exemplo, anunciou um mandato global nesse sentido, enquanto a Meta advertiu seus funcionários de possíveis demissões caso desrespeitassem as regras de retorno ao trabalho.
A Amazon também anunciou medidas disciplinares para o pessoal que não cumprisse o mandato de trabalho no escritório. Entrentanto, quando uma empresa cujo modelo de negócio é centrado no trabalho remoto, como a Zoom, chama seus colaboradores de volta ao escritório, fica claro que os líderes corporativos estão realmente repensando toda a ideia do local de trabalho virtual.
IA pode causar a extinção humana, segundo líderes de tecnologia
Líderes de tecnologia alertam para a ameaça de extinção humana pela inteligência artificial (IA), em uma carta impactante. A ironia e o temor decorrentes dessa afirmação são intensificados pelo fato de que a carta, divulgada em maio, conta com a assinatura de centenas de acadêmicos, figuras públicas e, notavelmente, pelos próprios líderes da indústria tecnológica, que estão na corrida para desenvolver os sistemas generativos de IA mais avançados do mundo.
As palavras “Mitigar o risco de extinção da IA deve ser uma prioridade global, juntamente com outros riscos em escala social, como pandemias e guerra nuclear” são proferidas por executivos de tecnologia que, paradoxalmente, competem para disponibilizar ao público aplicações de IA generativa que, por vezes, apresentam falhas evidentes.
Diante desse cenário, os governos começam a responder ao chamado. A União Europeia está prestes a ratificar sua Lei da IA, que regulamenta o uso comercial e governamental da IA. Por meio de uma abrangente ordem executiva, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estabeleceu medidas de supervisão para o desenvolvimento da IA. Embora as previsões mais extremas e as maiores expectativas em relação a qualquer tecnologia geralmente não se confirmem, há consenso entre observadores da indústria, economistas e historiadores sociais de que a IA generativa terá, de uma forma ou de outra, um impacto profundo na maneira como os humanos vivem e trabalham.
Com IAs, NVIDIA chega a US$ 1 trilhão de valor de mercado
A NVIDIA conquistou o feito notável de se tornar a primeira fabricante de chips a alcançar uma capitalização de mercado de US$ 1 trilhão. Esse marco significativo foi alcançado em 30 de maio de 2023, impulsionado por uma projeção de receita que enfatizou o sólido potencial de crescimento no campo da inteligência artificial.
A NVIDIA atraiu investimentos substanciais devido ao reconhecimento da essencialidade de seus semicondutores na construção dos sistemas de IA mais robustos e avançados. Ao atingir a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado, a fabricante de chips agora se junta ao seleto grupo de gigantes tecnológicas, como Apple, Microsoft, Alphabet e Amazon.
A valorização da NVIDIA registra um impressionante aumento de 180% ao longo do ano. O entusiasmo do mercado em relação à inteligência artificial, aliado aos recentes anúncios promissores da empresa, tem impulsionado significativamente o valor das ações da empresa.
Veja também:
Fontes: ComputerWorld, InfoMoney e The Drum
Revisado por Glauco Vital em 26/12/23.
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