Gpt-3 é a inteligência artificial mais avançada já criada pelo homem

GPT-3 é a Inteligência Artificial mais avançada já criada pelo homem

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O GPT-3 é a versão mais recente do algoritmo de inteligência artificial da OpenAI, e pode criar desde páginas da internet até contos de ficção

Os profissionais que se interessam pelo uso de soluções de inteligência artificial certamente já ouviram falar do GPT-3, a mais recente versão da IA geradora de texto da OpenAI.

O GPT-3 é um sistema baseado em aprendizado de máquina desenvolvido para escrever textos de forma automatizada. Esta versão mais recente foi alimentada com um pacote de dados de 45 TB de texto — uma quantidade de informações muito maior do que qualquer outra IA já foi sujeitada. Isto permite que o GPT-3 consiga escrever praticamente qualquer conteúdo baseado em texto, incluindo histórias de ficção, linhas de código de programação, e até mesmo textos jurídicos que utilizam de jargão legal.

Entre algumas das aplicações que já utilizam o GPT-3, uma das mais interessantes foi criada pelo programador Sharif Shameem, que utilizou a IA para criar um programa gerador de layouts para sites que entrega para o usuário todo o código JSX a partir de uma descrição. Por exemplo, o usuário só precisaria escrever “quero uma página com uma tabela com os países de maior população do mundo e um botão no final da tabela” e a IA irá gerar todo o código que você precisa para criar essa página em um site da internet.

Outro uso bem interessante está no Dragon Model, que utiliza o GPT-3 para criar um game de aventura textual, onde a IA cria uma situação, espera pela ação do jogador e então reage a essa ação com uma nova situação, criando uma narrativa interativa textual coerente em um mundo de fantasia medieval que se assemelha a um jogo do RPG Dungeons & Dragons. E a IA é tão avançada que já se mostrou capaz até mesmo de criar todo um sistema complexo de magia — incluindo a lógica por trás do funcionamento dele — e explicar este sistema para o jogador.

Os desenvolvedores acreditam também que o GPT-3 pode ajudar escritores que passam por bloqueio criativo, pois a IA conseguiria analisar todo o conteúdo já escrito e escrever mais cinco parágrafos que não só possuem coerência ao tema que está sendo trabalhado no restante do texto como são escritos com o mesmo estilo do autor.

Problemas éticos com o GPT-3

Como poderia se esperar, o GPT-3 não é perfeito, e um dos maiores problemas está no fato de que, assim como outras IA geradoras de texto que foram treinadas analisando enormes bancos de dados de palavras escritas por pessoas reais, ela possui uma tendência a apresentar algumas das piores características humanas, como preconceitos, racismo e sexismo.

Isto pode ser visto claramente em um programa que utiliza a IA para gerar tweets a partir de palavras chaves. Ao pedir para gerar tweets a partir de palavras como “judeus”, “mulheres” ou “holocausto”, é possível ver alguns resultados incrivelmente ofensivos criados pelo algoritmo, como “#blacklivesmatter is a harmful campaign” (#vidasnegrasimportam é um movimento nocivo, em português) ou “A holocaust would make so much environmental sense” (um holocausto faria muito sentido na questão ambiental, em português).

Outro possível problema é o uso desta ferramenta na criação de fake news, já que uma IA tão poderosa quanto o GPT-3 poderia ser usada para criar notícias falsas e teorias da conspiração em um volume nunca antes visto, o que pode agravar ainda mais as campanhas de desinformação que já ameaçam a democracia em diversos lugares do mundo.

Mas, ainda que a OpenAI admita que o seu programa não é perfeito e possui seus problemas, ao mesmo tempo ela tem se esforçado para tentar resolvê-los: logo depois das primeiras descobertas de como o GPT-3 poderia ser usado para criar tweets ofensivos a minorias, a empresa desenvolveu um “filtro de toxicidade”, que ajudará a IA a não criar mais frases que sejam extremamente ofensivas. Ao mesmo tempo, o algoritmo é capaz de identificar com bastante sucesso quando um texto foi criado utilizando da mesma tecnologia, algo que pode ajudar na batalha contra as fake news, facilitando a identificação de textos que foram gerados automaticamente a partir de palavras-chave.

E, ainda que deixar a OpenAI responsável por resolver os próprios problemas da moderação de conteúdo pode não ser uma ideia que funcionará a longo prazo (vide Facebook, Twitter ou qualquer outra rede social), essas tecnologias só poderão realmente ser usadas para transformar o mundo se permitirem que as pessoas tenham a liberdade para criar novos projetos sem muitas amarras. 

Fonte: Wired, Medium


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