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O Windows Phone foi a jogada da Microsoft para entrar no mercado de dispositivos móveis e bater de frente contra o duopólio do Android e iOS. Lançado em 2010, ele substituiu o defasado e horrível Windows Mobile. A proposta da gigante de Redmond era trazer um sistema operacional baseado em um novo conceito (live tiles) e que conversasse com o Windows para desktops.
Um pouco da história do Windows Phone
Em 2011 a Microsoft fechou uma grande parceria com a Nokia, que já tinha uma marca consolidada no mercado. A empresa de Bill Gates, à época chefiada por Steve Ballmer entraria com o sistema operacional e a gigante finlandesa Nokia, que na época tinha como CEO Stephen Elop, entraria com o hardware.
Surgiria assim a linha de smartphones Lumia, uma terceira opção para os consumidores. Todo mundo sabia que seria uma batalha de Davi contra dois Golias. Google e Apple já ditavam todas as tendências do mercado. Os seus respectivos sistemas já estavam otimizados o suficiente, todos os desenvolvedores já estavam adaptados ao ecossistema das duas empresas e, o mais importante, elas eram conhecidas pelo público.
A árdua tarefa da Microsoft seria: refinar ainda mais o Windows Phone, cativar a comunidade de desenvolvedores para criarem apps para a sua plataforma e fazer uma massiva e intensa campanha de marketing para não só tornar conhecido o sistema e a marca Lumia, mas convencer os usuários a comprarem os celulares da marca.
No começo a estratégia até deu certo. Era promissora. No Brasil, não só os early adopters apostaram no Windows Phone, mas também usuários com pouco poder aquisitivo. A feroz estratégia de vendas da empresa, de vender celular por R$400 chamava a atenção de muita gente. E mais ou menos em 2013 já era relativamente comum ver gente usando Windows Phone nas ruas e nos shoppings. Ou seja: todos sabiam que seria uma batalha difícil; mas a gente estava disposto a dar uma chance.
Os problemas
O maior problema da plataforma, sem dúvida, foi a falta de apps. Embora a Microsoft tenha tido sucesso em melhorar o sistema com novos recursos e chamar a atenção do público, a comunidade de desenvolvedores ainda não colaborava.
Os desenvolvedores do Snapchat bateram o pé e falaram que não iriam lançar uma versão para Windows Phone. E assim foi feito. Por muito tempo o Instagram também não tinha um aplicativo oficial. E mesmo depois que lançou, ainda era capado de recursos. O app oficial do YouTube também era triste. Tudo isso fazia os usuários utilizarem apps alternativos, mas não era suficiente.
Mas aos poucos a Microsoft foi matando o seu sistema operacional. Ainda em 2012, quando todos se perguntavam se os dispositivos com Windows Phone 7 seriam atualizados para o 8, ela nada falava. Até que meses depois ela se pronunciou e disse que eles morreriam no Windows Phone 7 mesmo.
Em 2015 ela garantiu que todos os dispositivos que rodassem o Windows Phone 8 seriam atualizados para o Windows 10 Mobile. Isso agradou muito à comunidade. Mas foi pegadinha do malandro. Depois ela voltou atrás e disse que só alguns deles receberiam o novo sistema. Estamos em 2017 e apenas 16% dos smartphones com Windows rodam a última versão. Mesmo aparelhos que podem ser atualizados ainda estão no 8.1 por que a atualização é manual. Isso mostra o tamanho do interesse da empresa em divulgar o seu novo sistema.
E segundo o site ZDNet, o Windows 10 Mobile Creators Update sairá no dia 25 de abril. Mas adivinha quantos smartphones serão compatíveis. Treze! Apenas 13 aparelhos poderão ser atualizados.
Debandada de desenvolvedores e aplicativos
Atualmente, o marketshare do Windows Phone é de menos de 1%. Às vezes ele nem é mais listado nas medições, de tão pífia que é a sua participação de mercado. E, com isso, os desenvolvedores debandaram de vez. A quantidade de apps que perderam ou perderão suporte nos próximos meses é incrível.
Amazon, PayPal, eBay e Delta Air Lines já retiraram seus apps da Windows Store e recomendam que os usuários acessem seus serviços pela interface web. Jogos conhecidos, como Angry Birds, The Sims e Minecraft Pocket Edition já não são mais atualizados. E apps de exercícios, como MyFitnessPal e Runstatic seguiram o mesmo caminho e ainda explicaram o motivo:
“Infelizmente, o Windows Phone tem muito menos usuários em relação ao Android e iOS. Isso significa que o mercado é relativamente pequeno. É sempre uma boa ideia conferir as possibilidades futuras de uma plataforma antes de comprar um celular.”
Mas calma que piora… O Facebook e o Messenger já retiraram o suporte a seus apps no Windows Phone 8.1. Até mesmo o Skype, que é um serviço da própria Microsoft deixará de funcionar no Windows Phone 8.1 ainda em 2017!
A última empresa a abandonar o barco foi Spotify, maior serviço de streaming de músicas do mundo. Eles informaram esta semana que não mais lançarão novos recursos para o Windows Phone 8.1 e Windows 10 Mobile. As únicas atualizações que chegarão serão atualizações críticas de segurança.
E para afundar mais ainda a imagem do sistema na lama, não é raro a Microsoft lançar novos apps para Android e iOS e deixar o Windows Phone de fora. Os seus serviços, como Office e OneDrive já vêm pré-instalados em alguns aparelhos concorrentes, como é o caso do Galaxy S8.
Então, me responda: Se nem a Microsoft e as empresas parceiras apostam mais no Windows Phone, por que você, consumidor, apostaria?
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