Na ampla e larga estrada, onde brilhando é ouro o pó,
E o pavimento, estrelas,
Como na via láctea, que de noite vês,
Em forma de zona semeada,
Os céus cingindo de inúmeras estrelasJohn Milton
Inspiração de artistas, músicos, poetas e de pessoas comuns ao longo dos tempos, a Via Láctea já não pode ser vista por um terço dos seres humanos do nosso planeta. Essa é uma das principais conclusões de um novo atlas de poluição luminosa elaborado por cientistas de Itália, Alemanha, Estados Unidos e Israel e publicado nesta sexta-feira (10) pela revista Science Advances.
O estudo revela que 80% dos norte-americanos e 60% dos europeus – não podem ver a Via Láctea devido à poluição luminosa produzida nos países mais desenvolvidos pelas luzes artificiais. O novo atlas também mostra que 83% da população mundial das grandes cidades vive sob um céu com uma alta poluição luminosa, porcentagem que no caso dos americanos e dos europeus atinge 99%.
Além revelar a alarmante extensão da poluição luminosa no céu da Terra, os cientistas também alertam para a “perda cultural de magnitude sem precedentes” que o fato implica. Os pesquisadores usaram satélites e dados de luminosidade do céu para criar um atlas global da poluição luminosa, que é iluminação artificial intensa o suficiente para esconder o brilho das estrelas. O país mais poluído é Cingapura. Os que têm o céu mais limpo são Chade, República Centro-Africana e Madagáscar.
A poluição luminosa é aquela gerada por fontes artificiais de iluminação. As luzes das lâmpadas de rua, carros e casas são refletidas pela atmosfera e dificultam a visão do céu noturno. Além de impedir a visão clara do céu noturno, as luzes artificiais podem confundir insetos, pássaros e tartarugas marinhas, às vezes com consequências fatais. Para criar consciência sobre o problema, os autores do estudo habilitaram uma versão interativa dos mapas neste link, no qual se pode consultar a situação de qualquer lugar.
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