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No primeiro trimestre de 2023, foram vendidos 529,2 mil tablets no Brasil, o que representa uma queda de 26% em comparação com o mesmo período de 2022. Essas informações são do estudo IDC Personal Computing Devices Tracker Q12023, feito pela IDC Brasil, referência em inteligência de mercado e serviços de consultoria nas indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações. Dentro desse total de vendas, 149,9 mil aparelhos foram destinados ao setor corporativo, registrando uma redução de 57% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, foram vendidos 379,3 mil tablets para o varejo, representando um crescimento de 4% na mesma comparação temporal.
Análise geral dos resultados
Renato Murati de Meireles, analista de mercado sênior de Mobile Phones & Commercial Devices da IDC Brasil, afirma que o Governo e setores de Educação foram os principais responsáveis pelos números abaixo da média referentes ao setor corporativo e, juntos, representaram 66% dessa queda.
Entendemos que o governo, nos âmbitos federal e regional, ainda está em período de reestruturação e planejamento, e os investimentos que serão destinados a tecnologia estão passando por avaliações. Como isso, vimos uma forte retração no primeiro trimestre de 2023, puxando todo o resultado do período para baixo.
Renato Murari de Meireles, analista de mercado sênior de Mobile Phones & Commercial Devices da IDC Brasil
No primeiro trimestre de 2023, a receita total do mercado de tablets no Brasil registrou uma queda de 5% em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 705 milhões. No entanto, essa queda foi amenizada pelo aumento das vendas no varejo, que apresentaram um valor médio mais alto e geraram um faturamento 41% maior durante esse período.
Os fabricantes estão buscando atender a uma demanda de consumidores de tablets com especificações mais robustas e abasteceram o varejo com produtos dentro destas características. Como resultado, acompanhamos um crescimento de 4% entre janeiro e março, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O analista explica que as faixas de preço intermediária e premium tiveram um aumento considerável no início de 2023, justamente por mudanças no perfil de consumo dos usuários. Comentário referente ao crescimento nas vendas do varejo
Previsões para 2023
A IDC prevê que haverá grandes desafios para fabricantes e varejistas no segmento B2C (vendas para consumidor final) ao longo do restante do ano. Esses desafios estão relacionados à manutenção de uma operação saudável diante dos problemas de abastecimento dos canais e à necessidade de promover o giro de vendas dos produtos para o consumidor final.
O abastecimento dos canais é um aspecto crítico para fabricantes e varejistas, pois a disponibilidade de estoque é fundamental para atender à demanda dos consumidores. Com a escassez de componentes e outros desafios logísticos, garantir um fluxo constante de produtos pode ser um obstáculo significativo.
Será preciso entender o comportamento do varejo e dos consumidores quanto à crise de importantes players do mercado. Outra dificuldade diz respeito ao fator preço, que tende a sofrer impacto direto, caso o cenário macroeconômico se desenhe em caminhos incertos.
Renato Murari de Meireles comenta sobre as expectativas em 2023
Nos setores governamental, corporativo e varejista, o cenário geral no mercado de tablets se apresenta de forma bastante similar. No entanto, é esperado que os setores governamental e corporativo sejam ainda mais impactados nos resultados devido aos números positivos alcançados em 2022. Levando em consideração esses cenários, a IDC Brasil prevê um ano de retração no mercado de tablets, tanto no segmento B2C quanto no B2B.
No segmento B2C, espera-se uma queda de 2% em relação ao ano anterior. Essa retração é impulsionada pelo setor corporativo, que enfrentará uma queda ainda mais acentuada, estimada em 55%. Por outro lado a expectativa é de que o mercado corporativo retome seu crescimento no segmento de tablets apenas a partir de 2025.
Agora no varejo há uma expectativa da indústria em atender a uma demanda ainda mais exigente. A tendência é que os consumidores procurem tablets com especificações mais robustas, ou seja, dispositivos que ofereçam recursos e desempenho aprimorados. Isso indica uma demanda por tablets de alta qualidade e desempenho superior.
Para o segmento de governo, devem ser feitas novas negociações em busca dos melhores acordos, tendo em vista a entrada de um novo mandatário na esfera federal. Já nas verticais de pequenas, médias e grandes empresas, a expectativa é de um cenário de cautela, com os empreendedores compreendendo a situação atual de mercado e planejando o melhor momento para a tomada de decisão por novos investimentos.
Aponta Meireles
O fechamento de 2022
No ano passado, 2022, o mercado brasileiro de tablets acompanhou a tendência global de queda. Durante esse período, foram vendidos aproximadamente 2,7 milhões de aparelhos, representando uma redução de 17% em relação ao ano anterior. Apesar da queda nas vendas, a receita gerada pelo mercado de tablets apresentou um aumento de 1%, totalizando R$ 3,42 bilhões.
Essas informações são provenientes do estudo IDC Personal Computing Devices Tracker Annual 2022, realizado pela IDC Brasil, que analisou o mercado de dispositivos de computação pessoal, incluindo tablets.
Os dados indicam que, embora o número de vendas de tablets no Brasil tenha diminuído em 2022, a receita conseguiu registrar um pequeno crescimento. Esse aumento na receita pode ser atribuído a fatores como o lançamento de dispositivos de maior valor agregado e preços mais altos, que compensaram parcialmente a redução nas vendas.
No setor do varejo, o volume de negócios no mercado de tablets foi 29% menor em 2022 em comparação com o ano anterior. Durante o período, foram vendidos cerca de 1,4 milhão de aparelhos. Por outro lado, no mercado corporativo, houve um aumento de 0,3% em relação aos doze meses anteriores, totalizando a venda de 1,37 milhão de aparelhos.
Em relação aos preços dos tablets, houve um aumento significativo de 22% na comparação anual. Isso resultou em uma média de R$ 1.232 ao final do período. Esse aumento nos preços justifica o aumento da receita no período, uma vez que cada aparelho foi vendido a um valor mais elevado.
Esses dados mostram que, embora o volume de negócios no varejo tenha sido consideravelmente menor em 2022, o mercado corporativo conseguiu manter um desempenho estável. O aumento dos preços dos tablets também contribuiu para um aumento geral na receita do setor, compensando parcialmente a queda no volume de vendas.
A partir do início do segundo semestre do ano passado, a indústria começou a sofrer com altos estoques nos canais, basicamente resultado de uma demanda que não acompanhou a oferta de produtos, impactando diretamente as vendas no varejo. Já no segmento corporativo, acordos que estavam previstos para movimentar a indústria no ano de 2023, foram antecipados para o último trimestre por conta da troca de governo, principalmente, para a vertical de Educação, que registrou 91% do total de vendas realizadas no B2B nos últimos três meses do ano.
Renato Murari de Meireles conclui que 2022 foi bastante desafiador para a categoria de tablets no Brasil conforme os fatores apontados
E você, o que achou do resultado? Você chegou a comprar algum tablet de 2022 pra cá? Conta pra gente nos comentários!
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Revisado por Glauco Vital em 16/6/23.
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