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Há muitos anos, as auroras boreais têm encantado e maravilhado os observadores humanos com sua dança hipnotizante de luzes multicoloridas. Este fenômeno natural, reconhecido por sua beleza, é resultado de tempestades solares que desencadeiam reações na atmosfera terrestre. Nos últimos dois dias, devido a uma dessas notáveis tempestades, testemunhamos um espetáculo celestial extraordinário em várias partes do mundo, onde diversos espectadores puderam observá-lo pela primeira vez.
Confira no Showmetech as mais impressionantes imagens das auroras boreais capturadas ao redor do mundo!
O que é a aurora boreal?
As luzes do norte, também conhecidas como aurora boreal, e frequentemente referidas como “fitas dançantes” de luz, têm sido um espetáculo celestial por milênios. Apesar de sua beleza incomparável, por trás desse fascinante fenômeno reside uma violência silenciosa. Este espetáculo de luz é desencadeado quando as partículas carregadas de energia do Sol colidem com a atmosfera superior da Terra, viajando a velocidades alucinantes de até 45 milhões de milhas por hora (72 milhões de quilômetros por hora). Ainda assim, somos protegidos desses ataques cósmicos pelo campo magnético de nosso planeta.
À medida que o campo magnético terrestre direciona essas partículas em direção aos polos, testemunhamos a transformação desse processo em um espetáculo atmosférico deslumbrante nos céus. Durante esse fenômeno, o Sol libera partículas carregadas de sua corona — a camada mais externa de sua atmosfera — criando o vento solar. Quando esse vento solar colide com a ionosfera da Terra, a aurora boreal nasce nos céus, pintando-os com cores hipnotizantes.
As cores desse espetáculo celestial, por sua vez, são determinadas pela complexa composição química da atmosfera terrestre. Uma variedade de átomos e moléculas, desde hidrogênio atômico até dióxido de carbono, absorvem e irradiam sua própria paleta única de cores. Entre elas, destacam-se o vermelho, proveniente das moléculas de nitrogênio, e o verde, emitido pelas moléculas de oxigênio.
No Hemisfério Norte, o fenômeno é chamado de luzes do norte, ou aurora boreal, enquanto no Hemisfério Sul, é chamado de luzes do sul, ou aurora austral.
Por que ela ocorre?
Para que os diversos movimentos e formas da aurora boreal ocorram na Terra, é necessário um conjunto complexo de eventos. Isso inclui os ventos solares, as reações da atmosfera superior do planeta e o movimento das partículas no espaço próximo. Esses fatores combinados resultam em uma variedade de movimentos e formas, impulsionados pela física que ocorre ao longo das linhas do campo magnético terrestre.
Além disso, o estudo das auroras boreais fornece conhecimentos sobre a física que se desenrola mais adiante no espaço, ao longo das linhas do campo magnético da Terra. A partir das características das auroras, podemos obter informações sobre a densidade atmosférica, composição química, velocidade do fluxo e intensidade das correntes elétricas na atmosfera superior. Esse conhecimento é importante para proteção das tecnologias terrestres e espaciais contra os perigos do “clima espacial”, do qual as auroras são apenas uma parte.
Onde ela costuma aparecer?
Como mencionado anteriormente, esses espetáculos celestes são observados no Norte como aurora boreal e no Sul como aurora austral, em regiões próximas aos pólos.
Na Região Polar Norte, países como Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Alasca, Escócia, Groenlândia, Rússia e Canadá têm o privilégio de testemunhar a dança das luzes.
Já na Região Polar Sul, a aurora austral é menos divulgada. Isso se deve, em parte, à sua localização no continente Antártico, que abriga a maior massa de terra não habitada do planeta.
O que desencadeou a aparição das auroras boreais ao redor do mundo?
Nos últimos dias, o mundo testemunhou um espetáculo impressionante de auroras boreais e austrais, fenômenos geralmente mais comuns em regiões polares, mas que se expandiram por todo o globo devido a uma tempestade solar de magnitude sem precedentes — a maior em pelo menos duas décadas. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), essa tempestade foi classificada como ‘severa’, sendo responsável por desencadear esse fenômeno.
Essas tempestades solares começaram a se manifestar na última sexta-feira (10), desencadeando uma ejeção de massa coronal (CME) na direção sul. É crucial ressaltar que as CMEs são gigantescas explosões de plasma e campos magnéticos que, ao interagirem com o campo magnético da Terra, produzem as famosas auroras dançantes.
Na Europa, pessoas testemunharam auroras boreais em locais incomuns como Budapeste, Londres e até mesmo no Norte de Portugal. No Hemisfério Sul, o fenômeno foi avistado na Argentina e no Chile.
Ademais, a NOAA previu que a tempestade geomagnética deve continuar nesta segunda-feira (13). A expectativa é de que as auroras boreais sejam vistas mais ao norte da Terra e em maiores altitudes.
Impacto de tempestades solares em satélites e eletrônicos
A NOAA emitiu alertas para que os operadores de satélites permaneçam vigilantes, dada a forte possibilidade de perturbações em satélites e redes elétricas causadas pelas tempestades solares. No último final de semana, elas já causaram danos a 49 satélites da Starlink, de Elon Musk, destacando a seriedade do impacto desses eventos.
As tempestades solares podem resultar em grandes impactos, incluindo danos ou perda de satélites. Isso se deve à capacidade desses eventos de gerar campos magnéticos tão intensos que podem danificar ou até mesmo destruir os satélites, potencialmente causando interrupções nos serviços de GPS, comunicação e navegação.
Adicionalmente, há o risco de quedas de energia, uma vez que as tempestades solares podem perturbar as redes elétricas. Existe ainda a possibilidade de que afetem os sistemas de comunicação, como rádio, televisão e internet.
Melhores fotos e vídeos do evento
Com o recente aparecimento do fenômeno nos últimos dias, uma variedade de imagens das auroras boreais tem surgido nas redes sociais. Confira as melhores abaixo:
As auroras boreais foram vistas em diversos países
O famoso Stonehedge ficou ainda mais deslumbrante com a presença do fenômeno.
Em Portugal a cena também foi encantadora!
Os internautas também publicaram vídeos de auroras boreais.
No Instagram, diversos usuários compartilharam a sua experiência
Na Argentina, o céu apresentou um lindo tom avermelhado.
Já em Londres, os tons arroxeados se misturaram com o azul.
Os pilotos de um voo noturno da Air Portugal de São Francisco para Lisboa tiveram uma visão privilegiada do fenômeno.
Na França, a região de Mont Saint-Michel provavelmente teve uma das visões mais impressionantes.
Qual desas imagens mais te impressionou? Conte para a gente, nos comentários!
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Revisado por Glauco Vital em 13/5/24.
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