Veículo lunar com combustível regenerativo | TRIO

O Showmetech TRIO é um compilado com as notícias mais interessantes da semana. Hoje vamos falar sobre um rover lunar da Toyota que funciona com uma tecnologia de combustível regenerativo; trouxemos informações acerca de um episódio falso de South Park feito completamente por inteligência artificial, meio à greve de atores e roteiristas de Hollywood; e mostramos também um novo robô socorrista que é capaz de prestar socorro em locais de difícil acesso para médicos humanos. Esse é o Showmetech TRIO, seu trio semanal de notícias.

Assista o vídeo no Canal do Showmetech:

Novo rover lunar

A Toyota, uma das maiores montadoras de automóveis do mundo, anunciou seus planos de empregar a tecnologia de combustível regenerativo a um rover lunar, previsto para ser lançado ainda ao final desta década. Essa iniciativa surge como resultado da parceria entre a Toyota e a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (conhecida pela sigla JAXA) para desenvolver um novo rover lunar.

O uso de combustível regenerativo é uma abordagem promissora que pode contribuir significativamente para a eficiência e a sustentabilidade das operações espaciais na superfície lunar. Ao adotar essa tecnologia, o rover poderá reutilizar e regenerar seu combustível durante a missão, o que reduzirá a dependência de recursos limitados.

Neste caso, o veículo chamado Lunar Cruiser, utiliza a energia solar como fonte primária para gerar e armazenar energia em suas baterias, a fim de utilizá-la durante a noite ou em momentos em que a luz solar não está disponível. Entretanto, a Lua apresenta um desafio único nesse aspecto, uma vez que um dia lunar dura cerca de 14 dias terrestres. Com essa extensão do período de escuridão, o armazenamento de energia através de baterias torna-se altamente desafiador, ou até mesmo impossível.

Durante os longos dias na Lua, o Lunar Cruiser fará o uso de energia solar para realizar o processo de eletrólise, dividindo a água em hidrogênio e oxigênio. Esses gases serão armazenados em células de combustível para serem utilizados durante as noites lunares, quando a luz solar não estiver disponível.

A energia armazenada nas células de combustível será então convertida em eletricidade e empregada para alimentar o rover. Inicialmente, a água utilizada no processo será enviada da Terra. Contudo, no futuro, a Toyota não descarta a possibilidade de utilizar gelo de água proveniente dos polos lunares como fonte de alimentação para o seu rover.

Episódio falso de South Park

A empresa Fable Studios anunciou através de um tweet que tornou público um artigo sobre “Generative TV & Showrunner Agents“. Neste artigo, eles apresentaram um episódio não oficial de South Park, onde Cartman tenta aplicar a tecnologia de deepfake à indústria da mídia. A iniciativa da empresa busca explorar o potencial criativo e os desafios éticos que a tecnologia generativa e deepfake podem apresentar para o futuro do entretenimento.

Apesar de ter uma intenção muito interessante por trás dessa ideia, a situação toda parece um pouco preocupante. A frase do autor e músico norte-americano Jeff Goldblum sobre o dilema ético, cabe muito bem nessa situação: “Só porque algo é possível, não significa necessariamente que deva ser feito”.

A situação não foi bem vista, principalmente em um momento em que boa parte de Hollywood está em greve. A incorporação de tecnologias como deepfake na indústria da mídia pode levantar sérias questões sobre privacidade, integridade artística e responsabilidade social, exigindo uma reflexão cuidadosa sobre os limites do que é aceitável no mundo do entretenimento.

Seja qual for o desdobramento, a Fable Studios, sem dúvida, contribuiu para dar um alerta à indústria de tecnologia e principalmente de entretenimento. A disseminação de conteúdos gerados por AI, como o episódio falso de South Park, é um lembrete do poder e do perigo que a Inteligência Artificial pode representar. Mesmo que a empresa não seja processada, o trabalho da Fable pode servir como um grande exemplo sobre as capacidades e preocupações éticas envolvidas nessa tecnologia.

Robô socorrista

Recentemente, foi criada uma solução para alcançar vítimas em ambientes de emergência de alto risco, nos quais os médicos não conseguem ter acesso. Pesquisadores da Universidade de Sheffield desenvolveram com sucesso um robô especializado em prestar primeiros socorros em situações extremamente perigosas. Essa tecnologia está revolucionando o atendimento de emergência, salvando vidas e protegendo o pessoal médico de riscos adicionais.

Foi desenvolvida uma máquina médica de tele existência (conhecida pela sigla MediTel) em um tempo recorde de apenas nove meses. A tecnologia é equipada com dois braços robóticos e sistemas de realidade virtual avançados, permitindo uma operação eficaz de ferramentas médicas de forma remota.

Essa máquina é capaz de realizar uma avaliação inicial crítica de uma vítima em 20 minutos, incluindo a palpação do abdômen e a administração autônoma do alívio da dor por meio de um auto injetor. Ela ainda transmite dados em tempo real para o operador remoto, oferecendo uma colaboração precisa e eficiente na tomada de decisões médicas.

Os dois braços robóticos da MediTel foram projetados com alta precisão e flexibilidade, permitindo que realizem tarefas médicas complexas, simulando a sensibilidade tátil humana. O robô foi desenvolvido e financiado através de uma competição de inovação tecnológica em duas fases organizada pelo Acelerador de Defesa e Segurança. Graças a esse apoio, o robô está prestes a ser implementado em ambientes perigosos, como desastres humanitários e zonas de guerra.

Este projeto nos deu a oportunidade de desenvolver uma plataforma que poderia ser usada por vários serviços de resposta a emergências. Agora, ele nos serve de base para que nossa pesquisa seja estendida e busque possibilitar uma autonomia resiliente e integrar outras modalidades de detecção para auxiliar na triagem de pacientes em outros ambientes remotos.

Sanja Dogramadzi, professora de Robótica Médica e Tecnologias de Saúde Inteligentes no Departamento de Controle Automático e Engenharia de Sistemas da Universidade e Diretora da Sheffield Robotics

Veja também:

Confira a nossa última edição do Showmetech TRIO! Como de costume falamos sobre diversos assuntos relacionados a games, tecnologia e cultura pop. Dá só uma olhada no que trouxemos:

• Coquetel de remédios rejuvenescedores;
• AI identifica burnout;
• Oppenheimer e o Vale do Silício.

Fonte: Interesting Engineering [1], [2] e TechCrunch.

Revisado por Glauco Vital em 24/7/23.