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Apesar de vivermos em um mundo digital, os materiais impressos ainda fazem parte de nosso cotidiano. E na hora de imprimir aquele panfleto, banner, ou até mesmo um documento, é importante saber quais são as medidas dos papéis que iremos usar.
Você já se perguntou porque esses padrões foram definidos? Ou até mesmo quem teve a ideia de dar nome e medidas para todas as folhas? Nesse artigo nós te explicamos a origem de todos esses padrões que são muito usados para imprimir diversas publicações.
Primeiro a tabela
Confira as medidas para cada formato:
TAMANHO DA FOLHA | MEDIDAS EM MICRÔMETROS | MEDIDAS EM MILÍMETROS | MEDIDAS EM CENTÍMETROS | MEDIDAS EM METROS |
4A0 | 1682000 x 238000 µm | 1682 x 2378 mm | 168.2 x 237.8 cm | 1.683 x 2.378 m |
2A0 | 1189000 x 1682000 µm | 1189 x 1682 mm | 118.9 x 168,2 cm | 1.189 x 1.682 m |
A0 | 841000 x 1189000 µm | 841 x 1189 mm | 84.1 x 118.9 cm | 0.841 x 1.189 m |
A1 | 594000 x 841000 µm | 594 x 841 mm | 59.4 x 84.1 cm | 0.594 x 0.841 m |
A2 | 420000 x 594000 µm | 420 x 594 mm | 42.0 x 59.4 cm | 0.420 x 00.594 m |
A3 | 297000 x 420000 µm | 297 X 420 mm | 29.7 x 42.0 cm | 0.297 x 0.420 m |
A4 | 210000 x 297000 µm | 210 x 297 mm | 21.0 x 29.7 cm | 0.210 x 0.297 m |
A5 | 148000 x 210000 µm | 148 X 210 mm | 14.8 x 21.0 cm | 0.148 x 0.210 m |
A6 | 105000 x 148000 µm | 105 x 148 mm | 10.5 x 14.8 cm | 0.105 x 0.148 m |
A7 | 74000 x 105000 µm | 74 x 105 mm | 7.4 x 10.5 cm | 0.074 x 0. 105 m |
A8 | 5200 x 7400 µm | 52 x 74 mm | 55.2 x 7.4 cm | 0.052 x 0.074 m |
A9 | 37000 x 52000 µm | 37 x 52 mm | 3.7 x 5.2 cm | 0.037 x 0.052 m |
A10 | 26000 X 37000 µm | 26 X 37mm | 2.6 X 3.7 cm | 0.026 X 0.037 m |
Um pouco de história
Em 1768, o escritor, filósofo e matemático alemão Georg Christoph Lichtenberg achava as medidas de papéis muito diferentes, e começou a pensar em uma padronização que deixaria a vida de todos mais fácil. O estudioso pensou que se todas as folhas tivessem a a mesma razão, poderiam ser dobradas sem problemas que influenciassem no conteúdo da obra. A proporção dos lados do papel seria a mesma, independente do tamanho.
Lichtenberg citou seu plano em uma carta para Johann Beckmann no mesmo ano em que decidiu desenvolver a padronização, e, no início do século XX, Walter Porstmann colocou em prática a ideia do cientista alemão. Porstmann padronizou todos os tamanhos de papel, com norma introduzida pela DIN, em 1922. Isso daria lugar a uma vasta variedade de formatos que eram usados na época.
A DIN ( Deutsches Institut für Normung e.V) é a organização da Alemanha que padroniza várias técnicas e está localizada em Berlim. Se traduzirmos o nome para o português, ela passa a se chamar: Instituto Alemão para Normatização. Essa organização pode ser classificada como uma “ABNT alemã”, pois também é responsável pela padronização de normas e técnicas usadas em diversas áreas.
Aceitação rápida em vários países do mundo
A DIN 476, a normatização das medidas dos papéis publicada em 1922, foi rapidamente aderida por vários países. Antes da Segunda Guerra Mundial, ela passou a ser usada pela:
- Bélgica (1924);
- Países Baixos (1925);
- Noruega (1926);
- Suíça (1929);
- Suécia (1930);
- União Soviética (1934);
- Hungria (1938);
- e Itália (1939).
Durante a Guerra, Uruguai (1942), Argentina (1943) e Brasil (1943) também adotaram o padrão normatizado na Alemanha. Depois do acordo para as batalhas acabarem, a DIN 476 se popularizou ainda mais. Vários países passaram a usar o novo padrão de medidas de papéis, veja:
- Espanha (1947);
- Áustria (1948);
- Romênia (1949);
- Japão (1951);
- Dinamarca e Checoslováquia (1953);
- Israel e Portugal (1954);
- Reino Unido e Iugoslávia (1956);
- Índia e Polônia (1957);
- Venezuela (1962);
- Nova Zelândia (1963);
- Islândia (1964);
- México (1965);
- África do Sul (1966);
- França, Peru e Turquia (1967);
- e Chile, juntamente com a Grécia (1968).
Nos anos seguintes, outras nações também aderiram a nova padronização, como :
- Zimbábue e Singapura (1970);
- Bangladesh e Tailândia (1972);
- Barbados (1973);
- Austrália e Equador (1974);
- e Colômbia e Kuwait (1975).
A DIN 476 tornou-se tão popular que foi estabelecida como padrão ISO em 1975, e também como o formato de documentação oficial das Nações Unidas. A DIN 476 então passaria a se chamar ISO 216.
O padrão ISO 216 e uma breve surpresa
A ISO é uma organização internacional não governamental independente, que possui 162 organismos nacionais de normalização. ABNT e DIN fazem parte do conglomerado, e basicamente todos eles se reúnem para desenvolver normas baseadas no consenso e na atual situação do mercado mundial. Todas as regras aprovadas apoiam a inovação e fornecem soluções para os desafios globais.
Como dissemos acima, o ISO 216 foi aprovado em 1975, e ele foi criado para padronizar de vez a DIN 476. Ele definiu que todos os países participantes da organização teriam que utilizar os mesmos tamanhos de papel, pois todos entenderam que isso seria útil para facilitar o redimensionamento de documentos entre seus tamanhos, por terem todos a mesma proporção. Isso também previne a perda de qualidade de imagem.
Mas EUA e Canadá não gostaram de todas essas regras impostas e escolheram como padrão o papel de carta ( US Letter). Países como Filipinas, México e Colômbia adotaram ao ISO 216, mas o uso do papel de carta (216mm × 279mm) ainda é bastante comum.
Para as nações que aceitaram a padronização, todos eles teriam de produzir e distribuir apenas o que estava dentro do que foi acordado. A mais comum delas é A4 (tamanho padrão das folhas sulfite), mas outras também existem.
Repare que quanto maior o número que o nome ganha, menor é o tamanho da folha. Por enquanto, EUA e Canadá ainda não são adeptos do padrão, que já pode ser considerado mundial, e por enquanto não há indícios de que os dois países da América do Norte irão aderir ao ISO 216.
Mas isso não foi problema para o padrão se tornar famoso em território americano ou canadense, pois programas de edição de imagem e até mesmo diagramação que possuem origem norte-americana (Photoshop e InDesign) usam como base esses tamanhos de folhas.
A padronização nas medidas dos papéis foi ótima para todo o mundo
A ideia de vários países se unirem ao para a padronização nas medidas dos papéis foi uma ação bastante inteligente, pois desse jeito o trabalho de vários profissionais pode ser mais fácil. Não seria necessário trabalhar em projeto e depois mudar as configurações dele para um outro tamanho de papel.
E mesmo que tenha mudar o papel, as medidas de todos os tamanhos usados no padrão ISO 216 permitem uma fácil adaptação dos documentos. Resta saber se EUA e Canadá irão se juntar ao resto do mundo e entrar de vez na padronização, ou vão continuar usando o já conhecido US Letter. Essa ação não influencia na reputação dos dois países, mas seria conveniente eles globalizarem os trabalhos produzidos por lá. Isso traria melhorias para todos.
Fontes: DIN, Wikiwand, Wikiquote, University of Cambridge, ISO e Paper Sizes.
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Entendi que A1 é o tamanho “in folio”, correto?