O mês de julho começa com uma boa notícia: a vacina de COVID-19 desenvolvida pela Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia BioNTech mostrou bom potencial em sua primeira fase de testagem em humanos, conforme comunicado das duas empresas nesta quarta-feira no site Medrxiv, que compartilham descobertas científicas que, em seu primeiro momento, ainda não foram revisadas. Os resultados ainda não foram publicados em um jornal científico.
A vacina de COVID-19 da Pfizer é uma das 17 testadas em seres humanos durante uma corrida global para encontrar uma imunização contra o novo coronavírus, que já infectou 10,5 milhões de pessoas e matou mais de meio milhão até o presente momento. Com o aumento expressivo no números de casos nos Estados Unidos e no Brasil, a tendência é que os números alcancem novos picos ao longo deste mês de julho.
É necessário frisar que os resultados não são um indicativo total de cura, uma vez que, mesmo que a vacina seja capaz de gerar anticorpos contra o coronavírus, ainda não se tem o indicativo de que é capaz de gerar imunidade à doença. A Pfizer promete conduzir novos estudos em breve para provar que quem tomou a vacina é, ao menos, 50% menos vulnerável ao vírus.
Mesmo assim boas novas chegam com otimismo. Trata-se da quarta vacina de COVID-19 em estágio inicial com resultados promissores em testes em humanos. A Pfizer dá passos largos e se junta aos líderes da corrida contra o coronavírus junto com as vacinas da Moderna, da CanSino Biologics e da Inovio Pharmaceuticals.
Vale lembrar que os estudos de combate ao coronavírus também acontecem em solo brasileiro, com o sucesso da pesquisa da Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca, chegando à fase 3 de pesquisas e em testes no Brasil.
Resultados positivos para vacina de COVID-19
O estudo foi randômico, o que significa que a escolha dos voluntários foi feita de maneira aleatória, e foi testado em 45 pessoas que receberam três doses da vacina ou placebo. Destas 45, apenas 12 receberam uma dose de 10 microgramas, enquanto outros 12, por sua vez, tomaram 30 microgramas.
Nove foram tratados com a versão em placebo da vacina, enquanto isso mais 12 voluntários acabaram por receber uma dose de 100 microgramas. Aqueles que receberam essa dosagem mais alta de 100 microgramas, tiveram efeitos colaterais. Cerca de metade desses voluntários tiveram febre e por esse motivo, o grupo não recebeu uma segunda dose.
Após três semanas, os dois primeiros grupos receberam uma segunda dose, em que cerca de 8,3% dos participantes do grupo de 10 microgramas e 75% do grupo de 30 microgramas também tiveram febre. Outro sintoma recorrente apresentado pelos voluntários foram distúrbios de sono.
Os pesquisadores, no entanto, não consideraram os efeitos colaterais sérios, já que não resultaram em hospitalizações e são sintomas recorrentes após a aplicação de outras vacinas, como a da gripe comum.
O saldo foi positivo, mesmo que incongruente, já que a vacina de COVID-19 da Pfizer foi capaz de gerar anticorpos contra o coronavírus, e inclusive alguns deles neutralizaram o vírus. Torna-se um grande passo no caminho para a imunidade, mesmo que os resultados ainda não denotam total eficácia contra a doença, afinal, produzir anticorpos contra o vírus não é a mesma coisa que erradicá-lo.
Isso não parece desanimar a Pfizer e a BioNTech que prometeram que, caso o estudo de segurança e eficácia seja bem-sucedido e a vacina receba aprovação regulamentar, as empresas esperam fabricar até 100 milhões de doses até o final de 2020 e potencialmente mais de 1,2 bilhão de doses até o final de 2021. Isso tampouco desanimou o mercado financeiro, já que as ações da Pfizer subiram mais de 4% na bolsa americana.
fonte: Medrxiv
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