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O relatório sobre golpes digitais revela dados alarmantes a respeito da segurança cibernética no Brasil. De acordo com a Pesquisa Panorama Político 2024, 24% dos brasileiros afirmam ter perdido dinheiro nos últimos 12 meses em pelo menos um golpe online, como clonagem de cartão, fraudes na internet ou invasão de contas bancárias. Este levantamento, conduzido pelo Instituto de Pesquisa DataSenado em parceria com a Nexus — Pesquisa e Inteligência de Dados, da FSB Holding, entrevistou 21.808 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 5 e 28 de junho de 2024, sendo a maior pesquisa de opinião sobre o tema realizada no Brasil.
Incidência de golpes digitais por estado
A pesquisa mostrou que, em comparação nacional, os estados do Ceará (17%) e Piauí (18%) apresentaram os menores índices de relatos de golpes digitais nos últimos 12 meses. Já na outra ponta, entre os estados líderes em golpes digitais, estão São Paulo (29%) e Rio de Janeiro (27%). Nas demais unidades federativas, a distribuição é uniforme, considerando as margens de erro. Esses dados indicam que, embora haja variações regionais, os golpes digitais são um problema generalizado no país.
Perfil das vítimas
O perfil das vítimas de golpes digitais no Brasil reflete de maneira bastante fiel as características socioeconômicas da população em geral. Por exemplo, 51% das vítimas possuem renda familiar de até dois salários mínimos, um índice muito próximo dos 49% observados na população brasileira como um todo. Isso sugere que a vulnerabilidade a crimes cibernéticos não está restrita a um grupo específico, mas é um problema que afeta amplamente a sociedade.
Os dados referentes ao grau de escolaridade das vítimas mostram que pessoas com ensino médio completo são as mais afetadas, representando 35% das vítimas. Isso pode ser explicado pelo fato de que esse grupo é numeroso e está fortemente inserido no mercado de trabalho e no uso de serviços digitais, o que aumenta sua exposição a possíveis fraudes. Em seguida, estão aqueles com ensino superior incompleto ou mais, que representam 29% das vítimas. Este grupo também é altamente ativo digitalmente, o que pode justificar a alta incidência de golpes.
Ao analisarmos as faixas etárias, a maior incidência de vítimas está entre os jovens de 16 a 29 anos, que representam 27% das vítimas, coincidindo com a proporção desse grupo na população geral. Esse dado pode ser explicado pelo fato de que os jovens tendem a estar mais conectados e a utilizar mais serviços digitais, aumentando, assim, sua exposição a fraudes. Por outro lado, pessoas com 60 anos ou mais, que constituem 20% da população, representam 16% das vítimas de golpes digitais. Embora essa faixa etária seja menos representada entre as vítimas, ainda assim, uma parcela significativa de idosos é afetada, o que destaca a necessidade de medidas de proteção específicas para esse grupo.
Para José Henrique Varanda, coordenador da pesquisa e analista do DataSenado, o levantamento é crucial para entender a dimensão dos crimes cibernéticos na população brasileira. Ele acredita que esses dados podem servir como base para a elaboração de propostas e políticas públicas que visem aumentar a segurança digital e reduzir a incidência de golpes. A compreensão detalhada do perfil das vítimas permite direcionar melhor as ações de prevenção e educação, garantindo que todos os segmentos da população estejam mais protegidos contra esses crimes.
Os golpes virtuais têm se tornado cada vez mais frequentes e sofisticados, impactando parcela significativa dos brasileiros. Os dados permitem um diagnóstico amplo, que pode apontar possíveis soluções para prevenção e enfrentamento desse problema.
Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.
Impacto dos golpes na economia
Os golpes digitais têm um impacto significativo na economia brasileira, refletindo-se tanto nas finanças pessoais das vítimas quanto no ambiente macroeconômico. Com 24% dos brasileiros relatando perdas financeiras devido a crimes cibernéticos, a economia sofre com a redução do poder de compra e a confiança dos consumidores. Essas perdas individuais, quando somadas, representam uma quantia substancial que poderia ter sido investida em bens e serviços, impulsionando o crescimento econômico.
A alta incidência de golpes digitais também afeta a confiança dos consumidores no uso de serviços digitais e bancários. A desconfiança pode levar a uma menor adoção de tecnologias financeiras, limitando o potencial de inovação e crescimento no setor de fintechs e e-commerce. Empresas que dependem de transações online podem enfrentar desafios adicionais para atrair e reter clientes, o que pode resultar em uma desaceleração do crescimento econômico e na perda de competitividade no mercado global. Assim, a falta de confiança no ambiente digital pode, portanto, restringir o desenvolvimento econômico e a modernização do setor financeiro.
Por isso, nós do Showmetech queremos saber, você já sofreu algum golpe digital? Conte sobre no campo de comentários abaixo.
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Fontes: DataSenado.
Revisão do texto feita por: Daniel Coutinho (01/10/24)
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