A polêmica entre o Uber e os taxistas ainda está longe de acabar. Nas últimas semanas temos visto ameaças, perseguições e até agressões aos motoristas do aplicativo. Projetos de lei em São Paulo e Brasília que visam proibi-lo já foram votados e estão perto de serem aprovados. Mas, tudo isso faz sentido?
Os taxistas alegam que o aplicativo pratica ilegalmente o serviço de transporte. Já o Uber diz que é uma empresa de tecnologia que conecta motoristas parceiros particulares a usuários.
Uma das principais reclamações é que os motoristas do Uber não pagam impostos. Por isso, o pessoal do G1 reuniu alguns dados sobre os custos operacionais de cada serviço nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, e montou um comparativo para que você entenda quais as principais diferenças. Veja:
Os motoristas do Uber arcam com o custo total do veículo; no caso do UberBlack, os veículos precisam ser sedan pretos, fabricados a partir de 2010, com bancos de couro e ar-condicionado. Eles não possuem isenção de impostos e pagam ISS como MEI (Microempreendedor individual) ou Simples a cada nota fiscal emitida.
Já os taxistas possuem isenção de alguns impostos na compra do veículo. Em São Paulo, também há 30% de desconto nas concessionárias. Além disso, não pagam IOF e IPI na compra de veículo e, no Rio e em São Paulo, também podem pedir isenção de ICMS e não pagam IPVA. Cooperativas, associações de táxi de São Paulo e taxistas autônomos do Rio são isentos de ISS.
Por outro lado, os motoristas do Uber não pagam nenhuma taxa ao governo, enquanto que em São Paulo, um taxista paga cerca de R$ 255 em taxas anuais e no Rio, R$ 429. Os taxistas precisam fazer a cada 5 anos um exame médico e psicotécnico no Detran (São Paulo: R$ 320 / Rio: R$ 139).
Motoristas do Uber não precisam de licença da prefeitura para atuar, pelo menos por enquanto. Para poder atuar no app, é necessário um cadastro e alguns documentos, como CNH e certidão de antecedentes criminais, que são analisados pela empresa. Não é exigido nenhum curso de capacitação, mas os motoristas são avaliados por todos os passageiros que transportam.
Taxistas precisam de uma licença da prefeitura: em São Paulo, também é exigido o Condutax, um cadastro que vale por 5 anos e custa R$ 415. Mesmo sendo ilegal, é comum o aluguel (em SP, entre R$ 150 e R$ 200/dia) ou a venda de licenças (no Rio pode custar até R$ 180 mil e, em São Paulo, R$ 150 mil). Em São Paulo, é exigido curso específico para se tornar taxista, que custa R$ 127,54.
No UberBlack, 20% do valor da corrida fica para o aplicativo, e no UberX, 25%. O taxista autônomo fica com o valor integral da corrida.
O uberX cobra uma tarifa base de R$ 3,00, mais R$ 0,35 por minuto de viagem e R$ 1,43 por km rodado. Já o UberBlack cobra uma taxa base de R$ 5,00, mais R$ 0,40 por minuto de viagem e R$ 2,42 por km rodado.
Os táxis comuns em São Paulo, em bandeira 1 cobram R$ 4,50 da bandeirada, mais R$ 0,55 por minuto parado e R$ 2,75 por km rodado. Os valores em bandeira 2 são R$ 4,50 da bandeirada, mais R$ 0,55 por minuto parado e R$ 3,58 por km rodado.
O serviço do aplicativo não cobra nenhuma taxa caso a viagem seja para outro município, mas há um valor de tarifa mínimo e taxa de cancelamento: R$ 8 para o UberX e R$ 10 para o UberBlack. Em São Paulo, os taxistas cobram 50% do valor da corrida em casos como este.
Por fim, o app oferece alguns extras. No UberBlack, o motorista veste terno e gravata, e no UberX, calça e camisa social; eles são instruídos a abrir a porta para os passageiros e manter o ar condicionado ligado, além disso os carros possuem um cooler com bebidas e balas. O pagamento é feito apenas através do cartão de crédito, que é vinculado ao cadastro do usuário no Uber.
No caso dos táxis, o atendimento e as opções de pagamento (crédito, débito ou dinheiro) ficam a critério do taxista.
O Uber já foi proibido em algumas regiões do mundo e, assim como no Brasil, tem sido motivo de conflitos na França. Já em outros locais, como Nova York e Londres, o app opera normalmente.
E você, o que acha desta polêmica?