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Você ainda usa o WhatsApp como principal mensageiro ou outra alternativa? Após diversas tentativas de contato, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode suspender Telegram no Brasil justamente pelo fato do aplicativo não ter um representante oficial em nosso país. O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, está tentando fazer contato com o aplicativo de mensagens para estabelecer uma parceria que diminua a disseminação de fake news nas eleições, mas não há resposta nem mesmo por e-mail.
Caso o bloqueio no Brasil realmente aconteça, nosso país seria o 12º do mundo a bloquear Telegram, ao lado de nações como Rússia, China e outros 9 países. Entenda o caso agora mesmo e como este bloqueio aconteceria.
Telegram não possui representantes no Brasil
Quando um problema como este ou de qualquer outra estância acontece com um aplicativo de mensagens, é normal que os representantes (que pode ser da própria empresa ou terceirizados) estabeleçam contato com o poder público para uma resolução amigável. A falta de uma equipe localizada no Brasil é um dos motivos que podem fazer com que o TSE consiga suspender oTelegram.
O Projeto de Lei das Fake News (2630/2020), que ainda passa por aprovação na Câmara dos Deputados, exige que plataformas de rede social tenham uma representação legal no país. O presidente do TSE Luís Roberto Barroso esteve tentando entrar em contato com o presidente do Telegram Pavel Durov, durante diversos momentos do ano passado. A última delas aconteceu no dia 16 de dezembro, quando uma notificação solicitando contato para uso correto do Telegram no Brasil foi enviada por e-mail.
Você deve estar se perguntando se o TSE não entrou entrar em contato com o Telegram por meio de uma carta enviada para a sede, que fica nos Emirados Árabes. Bem, a tentativa realmente aconteceu, mas quando a tentativa de entrega foi realizada, mensagens como “empresa sem expediente” e “carteiro não atendido” foram registradas no sistema.
Ou seja, como não há uma forma de conversar com responsáveis pelo Telegram, a decisão do TSE é de realizar o bloqueio para, quem sabe, algum pronunciamento seja feito.
Parcerias contra Fake News já foram fechadas com outras redes sociais
Muito se fala em como as fake news nas eleições podem ser utilizadas para a mudança do resultado e uma simples mensagem bem escrita pode ser mais do que suficiente para mudar a opinião de diversas pessoas. As empresas sabem disso e estão agindo para não termos problemas durante o período eleitoral. O Twitter, por exemplo, trouxe para o Brasil uma ferramenta própria para a denúncia de fake news, como um complemento da funcionalidade que estava disponível.
O WhatsApp, maior aplicativo de mensagens do Brasil, fechou uma parceria com o Tribunal Superior Eleitoral que resultou na criação de um bot verificado no mensageiro verde que oferece informações sobre votação, candidatos e dicas de saúde. O primeiro uso foi realizado em 2020, mas se espera que nas eleições 2022 esta ferramenta volte a ser bastante utilizada pelos cidadãos. Uma ferramenta chamada de Megafone também estava sendo utilizada no Facebook para apresentar avisos sobre as eleições no feed dos usuários.
O Google, que conta com representantes no Brasil há mais de dez anos, também está se preparando para que as eleições deste ano tenham o mínimo de fake news possível. Uma parceria com o TSE foi fechada para dar foco aos aplicativos oficiais na Google Play Store. O mesmo vale para a exibição de um relatório de transparência para a população, que informa o valor e quem realizou investimento em anúncios. Jornalistas também terão acesso a uma série de ferramentas do Google para realizarem um trabalho mais assertivo.
Ou seja, muitas redes sociais já perceberam sua importância na comunicação do público e como isso pode ser utilizado para o mal. Como não há representantes do Telegram no Brasil, a conversa para combater fake news nas eleições fica impossível de acontecer.
Como este órgão pode bloquear Telegram?
Se você está inscrito em muitos canais ou sua conta faz parte de muitos grupos, com toda certeza deve estar se perguntando como este possível bloqueio do Telegram no Brasil pode acontecer. Na verdade, há duas opções. A primeira delas envolve a retirada de lojas de aplicativos como App Store e Google Play, o que impediria novas instalações de forma oficial. Neste caso, você ainda poderia utilizar o Telegram no Brasil, mas a criação de novas e até mesmo reinstalação do aplicativo não seria possível.
A segunda opção prevê um bloqueio mais abrangente, já que as operadoras de internet brasileiras seriam obrigadas a impedir o acesso ao serviço, interrompendo a conexão com os servidores do Telegram.
Uma alternativa para continuar realizando o uso neste segundo caso é fazer o uso de redes virtuais privadas (VPNs) que mudam o IP do usuário. Mas como é necessário um trabalho adicional neste método, não se espera que os brasileiros façam uso de uma VPN apenas para voltar a usar o Telegram no Brasil.
Bloqueio de aplicativo em outros países
A ideia de suspender o Telegram pode soar um tanto drástica demais, mas esta não seria a primeira vez que o principal concorrente do WhatsApp enfrenta um caso como este. Possuindo origem russa, o Telegram já deixou de funcionar nesta parte do mundo entre 2018 e 2020. O governo da Rússia alegou que o aplicativo não compartilhou dados de usuários ligados ao terrorismo. Estes são os países que já optaram por suspender Telegram:
- China;
- Irã;
- Azerbaijão;
- Bahrein;
- Bielorrússia;
- Cuba;
- Índia;
- Indonésia;
- Paquistão;
- Tailândia.
Além da possibilidade do TSE fazer o bloqueio do aplicativo no Brasil como uma forma de acabar com fake news nas eleições, autoridades da Alemanha pensam em optar pela mesma alternativa para não apenas diminuir a disseminação de notícias falsas, mas também tentar acabar com discurso de ódio que é livre no aplicativo de mensagens.
Você acha que realmente há uma chance do Telegram ser bloqueado no Brasil durante as eleições? Diga pra gente nos comentários!
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Fontes: Globo l VEJA l Valor Econômico
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