A trajetória do nintendo switch em 5 anos de mercado

A trajetória do Nintendo Switch em 5 anos de mercado

Avatar de joão pedro boaventura
Após cinco anos de mercado, o Showmetech montou uma retrospectiva com a trajetória do Nintendo Switch, um dos principais sucessos da história da Nintendo

O Nintendo Switch foi um estouro quando anunciado e, segundo anúncio feito no começo de fevereiro, já se tornou o console mais vendido da empresa com cinco anos de rodagem no mercado, com 103 milhões de cópias e oficialmente ultrapassando os números do Nintendo Wii. Meia década não é pouca coisa, viu? É por isso que o Showmetech aprontou uma retrospectiva com toda a trajetória do Nintendo Switch, de seus momentos antecedentes aos dias de hoje.

Antecedentes

Os antecedentes desses cinco anos de Switch se davam em um momento turbulento para a Nintendo. O Wii U, o console de mesa principal da empresa, não estava indo nem um pouco bem. Além disso, Satoru Iwata, falecido em 2015, tinha deixado uma lacuna no direcionamento da empresa até então, que foi assumida interinamente por Shigeru Miyamoto e Genyo Takeda antes que Tatsumi Kimishima fosse nomeado definitivamente.

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Tatsumi Kimishima assumiu oficialmente após o falecimento de Iwata. À sua direita, Shigeru Miyamoto (imagem: Reprodução/AFP via Getty Images)

Analisando o fracasso do Wii U, o 3DS acabou servindo como principal referência da empresa naquele momento. 2016 foi um ano tépido para a Nintendo, com lançamentos especialmente para o portátil, tendo Pokémon Sun & Moon como principais destaques. Para se ter uma ideia, o ponto mais alto levemente relacionado à empresa foi a febre momentânea do lançamento de Pokémon GO.

Informações de um sucessor do Wii U já perambulavam a indústria e ele era tratado sob o codinome NX, cujo desenvolvimento já tinha sido confirmado desde 2015. Em abril, houve o anúncio de que o NX seria lançado em março do ano seguinte, enquanto o vindouro The Legend of Zelda: Breath of the Wild seria um game não só de Wii U, mas para o próximo console da empresa também.

Em julho, houve uma série de novas informações a respeito do futuro console da Nintendo. Uma delas foi a confirmação de que a responsável pela produção do chipset do aparelho seria a NVIDIA com sua placa Tegra — o que ligou um alerta na comunidade, porque se tratava de uma tecnologia específica para hardware mobile.

Adicionalmente, uma concept do que viria a ser o Switch chegou a ser revelado como furo pela Eurogamer, fazendo com que ele fosse finalmente compreendido como um console de capacidades portáteis e de controles que se desconectam da base. A informação de que os jogos viriam em cartuchos veio nessa mesma leva de novidades.

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Concept revelado pela Eurogamer antes do anúncio oficial do console (imagem: reprodução/Eurogamer)

O Switch, como o conhecemos, foi então finalmente revelado ao mundo em 20 de outubro em um trailer que tinha como principal foco as características portáteis do console, que também podia ser conectado na televisão. Ao mesmo tempo, alguns jogos foram confirmados para a plataforma, como o vindouro The Legend of Zelda: Breath of the Wild, além de Super Mario Odyssey e Splatoon 2, mas que naquele momento ainda não estavam formalmente anunciados.

Em janeiro de 2017, houve outra apresentação a respeito do Switch. Além de falar sobre o console, especificamente, ela trouxe muita informação a respeito dos softwares previstos para ela. The Legend of Zelda: Breath of the Wild, por exemplo, era seu principal carro-chefe por chegar logo no lançamento do console, em 3 de março. Entretanto, outros jogos também foram apresentados, como Xenoblade Chronicles 2, 1-2 Switch, Arms, Mario Kart 8 Deluxe e os já insinuados Mario Odyssey e Splatoon 2.

O lançamento do Nintendo Switch

Pode parecer loucura dizer uma coisa dessas após cinco anos de Switch, mas ele chegou às lojas com tanta expectativa quanto cautela. O fato de a Nintendo ter apresentado apenas o Zelda durante a E3 2016 foi visto como uma atitude arrogante de uma empresa que não podia mais se dar ao luxo de agir daquela forma, visto o pífio desempenho do Wii U no mercado.

Além disso, outro aspecto que corroborava com a visão de desconfiança em relação ao Switch é que o seu principal gimmick de destaque seria sua portabilidade em um mundo em que parecia que consoles dedicados a jogatinas mobile estavam com seus dias contados por conta da ascensão dos smartphones como plataformas de jogo. Bastava lembrar do fracasso retumbante que foi o PlayStation Vita.

A line-up de lançamento contava com Zelda, que logo se tornaria referência como um dos melhores jogos da história por conta de sua estrutura de jogo sucinta, porém revolucionária no sentido de que logo a indústria o comprou como tendência, reproduzindo seu escopo.

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The Legend of Zelda: Breath of the Wild veio logo no lançamento do Switch e logo se tornou um dos melhores jogos da história (imagem: divulgação/Nintendo).

Além dele, o console contou com um catálogo inicial enxuto e de pouco impacto até, com 1-2 Switch, uma espécie de demo técnica premium de luxo à Wii Sports (e que não veio com o aparelho na caixa, embora devesse), Skylanders Imaginators, Just Dance 2017, Super Bomberman R, I Am Setsuna, World of Goo, Little Inferno, Human Resource Machine, Snipperclips – Cut it out, together, Fast RMX, e Shovel Knight: Treasure Trove. Os meses se passaram e outros games vieram para encorpar o catálogo do aparelho, como Mario Kart 8 DX, Disgaea 5 Complete, Arms, Super Mario Odyssey e Splatoon 2.

A E3 de 2017 da Nintendo serviu para compensar a apresentação questionável do ano anterior. Além de trazer novas informações a respeito títulos que chegaram ainda naquele ano, como Mario Odyssey e Xenoblade Chronicles 2. O maior anúncio, porém, foi quando o presidente da The Pokémon Company, Tsunekazu Ishihara, apareceu para confirmar que os próximos títulos principais da série Pokémon seriam para o novo xodó dos nintendistas.

Há algumas coisas a serem consideradas com essa confirmação. A primeira delas é que ele tem bastante a ver com a repercussão negativa que o anúncio de Pokémon Ultra Sun & Ultra Moon teve alguns meses antes, pois a comunidade de fãs acreditava que o próximo game seria justamente para o Switch.

A outra consideração é que tal anúncio meio que acabou por confirmar de vez que, embora a Nintendo estivesse jurando de pé junto que o 3DS ainda teria suporte da empresa como portátil, o console já estava fadado ao abandono e que o Switch seria seu sucessor natural. De fato, o 3DS foi recebendo cada vez menos games e seus últimos títulos de destaque — Kirby’s Extra Epic Yarn e Mario & Luigi: Bowser’s Inside Story + Bowser Jr’s Journey — tiveram vendas tão pífias que serviram como os últimos pregos de seu caixão.

Por fim, a curiosidade bem peculiar: um usuário que simplesmente adquiriu algum jogo em edição física e decidiu lambê-lo, resultando na descoberta de que os cartuchos tinham um gosto propositalmente esquisito no intuito de desestimular crianças pequenas que poderiam acabar os engolindo por engano.

Um console enfim consolidado

2018 foi um ano deveras curioso para o Switch. Nele, o console tenha recebido vários games de third parties, como Dragon Ball FighterZ, PayDay 2, Okami HD e Starlink: Battle of Atlas, sendo este um dos principais destaques na época. Tratava-se de um título de navinha produzido pela Ubisoft e a versão de Switch, especificamente, recebeu conteúdo exclusivo de Star Fox, em uma das últimas aparições da franquia se não contarmos Smash.

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Conteúdo de Star Fox em Starlink: Battle of Atlas é exclusivo do Nintendo Switch (imagem: reprodução/Ubisoft)

A Ubisoft também foi um parceiro muito curioso da Nintendo ao produzir e lançar Mario + Rabbids: Kingdom Battle em um RPG Tático bastante incomum que une o universo do encanador ao dos coelhos malucos da gigante francesa. Juntando-se ao crossover, o Switch recebeu a expansão individual Xenoblade 2: Torna – The Golden Country, Super Mario Party e Mario Tennis Aces. Tais títulos, somados ao experimental Octopath Traveler, da Square Enix, começavam a encorpar o catálogo do console.

O sucesso crescente do Switch, contudo, não foi imune a pontuais fracassos ou piadas. Afinal, o Nintendo Labo existiu. Para os que simplesmente deletaram da memória, o Labo era um conjunto de jogos que exigiam acessórios físicos de papelão aos quais o console e os seus controles precisavam ser acoplados. Embora tenha sido um relativo sucesso no seu lançamento, é notável que a ideia perdeu o fôlego bastante rápido e é algo que a própria Nintendo já desencanou.

O verdadeiro ponto de virada na trajetória do Nintendo Switch, contudo, foi no final do ano, quando dois jogos chegaram ao mercado bem no fim de 2018. O primeiro deles foi a dobradinha de Pokémon Let’s Go Pikachu & Let’s Go Eevee. Levando os jogadores de volta à Kanto, os remakes foram alvos de bastante controvérsia por conta da sua abordagem, que visava capitalizar tardiamente em cima do sucesso passado de Pokémon Go, o que levou à casualização da estrutura do gameplay. Entretanto, mesmo o pior dos Pokémon já chega ao mercado com a garantia de venda de pelo menos cinco milhões de cópias.

O outro game que dividiu as águas foi Super Smash Bros. Ultimate, que chegou com o status de servir como a edição definitiva do party brawler da Nintendo. Trazendo absolutamente todos os personagens e cenários de todas as iterações anteriores da franquia, o título foi um verdadeiro deleite para os fãs.

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Super Smash Bros. Ultimate chegou com a proposta de ser a versão suprema e definitiva do party brawler da Nintendo (imagem: reprodução/Nintendo)

Além disso, ele continuou se expandindo, recebendo dois passes de temporada que adicionavam lutadores extras, como Terry Bogard, lutador recorrente de séries da SNK como Fatal Fury e The King of Fighters; Sephiroth, o vilão do icônico Final Fantasy 7; o herói de Dragon Quest, recebendo skins referentes a várias de suas encarnações ao longo da franquia; e, para a surpresa (às vezes, revolta) de todos, Steve, diretamente de Minecraft.

O Nintendo Switch Online também foi oficialmente implementado em 2018. Passando por testes ao longo de 2017, o serviço foi definitivamente oficializado em setembro. Dentre seus recursos, além do fornecimento da rede para multiplayer online, o a rede de assinatura da Nintendo acompanhou o lançamento de um aplicativo que disponibilizava um catálogo retrô de jogos de NES, além de permitir o cloud saving. Outra aplicação referente ao SNES veio no ano seguinte.

https://www.youtube.com/watch?v=v6gTTzfs3sI

Em uma nota paralela: Kimishima, que vinha sendo o presidente da Nintendo responsável por tocar o sucesso do Switch, deu lugar a Shuntaro Furukawa, um jovem carreirista da empresa e que fez inclusive parte da trajetória do Nintendo Switch durante sua fase de pesquisa e desenvolvimento.

Lançamentos de peso todo mês

Seria mentira se falarmos que a Nintendo entrou em 2019 com o pé direito, visto que ele começou com um constrangedor pedido de desculpas por ter que atrasar indefinidamente o lançamento do já anunciado Metroid Prime 4. A justificativa foi que o produto em desenvolvimento estava aquém das expectativas e ele teria que ser recomeçado do zero.

Apesar disso, os meses posteriores foram embalando aos poucos ao ponto de logo se tornar um dos melhores, senão o melhor ano do Nintendo Switch até agora. Fevereiro viu o lançamento de Tetris 99, um Tetris online multiplayer extremamente viciante em que o jogador precisa enfrentar outros 98 jogadores e sair como o último sobrevivente da partida. Março foi a vez de Yoshi Crafted World, que substitui a lã do antecessor, Yoshi Wooly World, por cativantes cenários de artesanato com papelão. 

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O modo online básico de Tetris 99 pode ser jogado gratuitamente por usuários do Nintendo Switch Online, sendo que os estilos de jogos mais clássicos são conteúdo premium e precisam ser adquiridos separadamente (imagem: reprodução/Nintendo)

Na sequência, o Switch recebeu Super Mario Maker 2 em junho, Fire Emblem Three Houses em julho, Astral Chain em agosto, o remake The Legend of Zelda: Link’s Awakening em setembro (além de Dragon Quest XI S: Echoes of na Elusive Age), Luigi’s Mansion 3 em outubro e, embora também alvo de controvérsia, Pokémon Sword & Shield em novembro.

Nota-se que, assim como Let’s Go Pikachu & Let’s Go Eevee, Pokémon Sword & Shield também vieram com bastante polêmica, seja por conta do famigerado dexcut, que removia a possibilidade de se adquirir certos Pokémon no jogo, seja por conta da qualidade aquém dos próprios títulos, que careciam de conteúdo adicional para além da campanha (que já é corrida e de qualidade questionável) e falta de refino gráfico.

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Embora cercado de controvérsia, o lançamento de Pokémon Sword & Shield foi um dos principais eventos na trajetória do Nintendo Switch (imagem: reprodução/Nintendo)

Paralelamente, chama a atenção como uma parceria momentânea com a Microsoft acabou rendendo alguns momentos interessantes, como a disponibilização de Cuphead e Ori para o Switch, ao mesmo tempo em que Banjo e Kazooie entraram como lutadores no passe de DLC de Smash Bros.

Por fim, em setembro o Switch recebeu suas primeiras revisões de hardware. O Nintendo Switch V2 (como é informalmente chamado) é uma segunda edição com bateria extra e uma leve atualização do processador (foi do Nvidia Tegra X1 T2010 para o Nvidia Tegra X1 T214) e do modelo da RAM (fornecida pela Samsung). Embora nunca formalmente anunciado, a tela aparentemente também recebeu um aprimoramento, reproduzindo cores e brilhos mais intensos.

A segunda revisão de hardware diz respeito ao Nintendo Switch Lite, uma edição mais em conta que abdica da característica de se conectar à televisão no intuito de ser um console 100%. Portátil. Embora a ideia seja muito interessante no papel, o Switch Lite ainda se mostrou um pouco problemático porque ele também não tinha Joy-Cons desconectáveis como a edição principal.

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O Nintendo Switch Lite veio originalmente em três cores diferentes, resgatando um pouco da ideia de oferecer uma vasta variedade de cores já praticada anteriormente por outros consoles portáteis da empresa. (imagem: divulgação/Nintendo)

O revés da questão está no fato de que os analógicos dos controles constantemente apresentavam problemas de drift muitas vezes provenientes de fábrica. Enquanto os Joy-Con poderiam ser trocados por novos e/ou mandados para a assistência técnica, o Switch Lite apresenta esse mesmo defeito no próprio console como um todo, o que impede que a solução simples da substituição seja colocada em prática, praticamente reduzindo as soluções à assistência técnica.

Animal Crossing fez a festa da galera na quarentena

A “era da Pandemia” ficou marcado por conta da sociedade tendo que se reinventar por conta da falta de possibilidade de interagir em grupo local. É por isso que Animal Crossing: New Horizons, veio no melhor timing possível, visto que se trata de um game onde a interação social online foi justamente o seu mote. O título, inclusive, logo se tornou o segundo mais vendido da história do aparelho, estando atrás apenas de Mario Kart 8 Deluxe.

Na pandemia, também houve alguns acontecimentos curiosos. Um deles foi quando Ring Fit Adventure simplesmente sumiu das prateleiras porque a população precisava continuar a se exercitar, mas dentro de casa, tendo que recorrer ao título de atividade física da Nintendo.  

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Animal Crossing: New Horizons foi um dos sucessos improváveis do momento, se tornando a sensação do Switch em tempos de distanciamento social. (imagem: divulgação/Nintendo)

Outro acontecimento durante o período da pandemia, inclusive, diz respeito a uma terceira revisão. Rumores de uma edição mais potente do console já rondavam a indústria há algum tempo, mas ela se confirmou — embora não do jeito que se esperava, no caso, um incremento pesado na potência — com o anúncio e lançamento do Nintendo Switch OLED.

Chegando ao mercado em outubro de 2021, a principal diferença, na verdade, tem a ver com o tamanho da tela, abandonando o painel LCD em detrimento, bem, de um OLED, que traz cores mais vibrantes e melhor definição de imagem. A capacidade de armazenamento interno também duplicou, de 32 GB para 64 GB. Outra mudança importante é como o dock agora tem um cabo Ethernet, trazendo uma alternativa a um aparelho que antes estava restrito às redes wi-fi.

Nota-se que o design do aparelho sofreu mudanças sutis no intuito de acomodar a tela levemente maior, bem como o apoio traseiro, que ficou mais encorpado. O dock também agora conta com vértices arredondadas. Ressalta-se que o tempo de bateria continua o mesmo, bem como a potência do hardware.

É claro que a Nintendo não ficou isenta de controvérsia, como sempre foi de costume nesses cinco anos de Switch. Em outubro de 2021 a Nintendo finalmente anunciou o tão esperado serviço de retrogaming referente ao Nintendo 64, um de seus principais consoles clássicos.

Entretanto, ele vinha acompanhado de uma assinatura extra — o Switch Online + Expansion Pack — que também trazia pacotes de DLC gratuitos para seus assinantes, bem como games de Mega Drive. A comunidade, no entanto, desaprovou, pois pagar o dobro do preço para uma quantidade tão básica de conteúdo era algo que mostrava que a empresa estava fora da realidade do consumidor.

https://www.youtube.com/watch?v=fNsGXJ6Cl00

Em relação aos jogos, durante a pandemia, o Switch recebeu destaques como Metroid Dread e Mario Party Superstars e Mario Golf: Super Rush, além dos Pokémon Brilliant Diamond & Shining Pearl, Pokémon Legends Arceus e New Pokémon Snap, além da controversa remasterização de The Legend of Zelda: Skyward Sword.

Pokémon Unite é outro game curioso que conseguiu seu lugar ao sol como um peculiar MOBA da série dos monstrinhos de bolso. Monster Hunter Rise, No More Heroes 3, Bravely Default II e Shin Megami Tensei V figuram entre os third parties.

Uma segunda chance para quem passou batido no Wii U

Algo que gera alguma discussão entre a comunidade dos Nintendistas nesse cinco anos de switch, especialmente os mais assíduos, é a prática recorrente do console em olhar para o catálogo de jogos do Wii U e simplesmente relançar os títulos antes disponibilizados e exclusivos da plataforma. Enquanto The Legend of Zelda: Breath of the Wild seja um caso muito específico de lançamento multiplataforma (da mesma maneira que Twilight Princess foi lançado tanto para Gamecube quanto para o Wii), o primeiro jogo a encabeçar esse movimento foi Mario Kart 8 Deluxe. No mesmo ano, veio Pokkén Tournament DX.

Nota-se que ambos foram casos de ports em edições de luxo, com conteúdo extra, se comparadas as suas encarnações originais. No ano seguinte, em 2018, o Switch recebeu ports mais tradicionais e sem grandes incrementos, como Donkey Kong: Tropical Freeze e Captain Toad: Treasure Tracker.

Bayonetta 2 também chegou no então novo console da Nintendo, lembrando que o título foi, no passado, alvo de discussão e revolta por parte dos jogadores por conta da sua exclusividade para um console que ninguém comprou ou sequer tinha interesse em adquirir. O único game relançado naquele ano em pacote definitivo foi Hyrule Warriors: Definitive Edition — e que, inclusive, recebeu uma sequência, o Hyrule Warriors Age of Calamity.

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O lançamento original de Bayonetta 2 exclusivamente no Wii U gerou controvérsia entre os fãs que jogaram o primeiro em consoles como o PlayStation 3 e o Xbox 360 — a chegada no Switch parece ter aliviado um pouco a situação (imagem: reprodução/Nintendo)

2019 foi o ano que consolidou de vez o Switch com grandes lançamentos inéditos, fazendo com que a única reedição de jogos de Wii U no Switch fosse New Super Mario Bros. U Deluxe. Em 2020, contudo, esse número sobe para dois, com Tokyo Mirage Sessions #FE Encore e Pikmin 3 Deluxe. 2021 foi a vez de um dos títulos mais cativantes do Wii U receber uma nova chance: Super Mario 3D World + Bowser’s Fury.

Nota-se que alguns títulos third parties antes exclusivos ao Wii U também conseguiram respirar novos ares, como Lego City: Undercover e Fatal Frame V: Maiden of Black Water. The Wonderful 101 Remastered é um caso curioso. Em situação similar, ele não só saiu do Wii U para o Switch como também conseguiu aporte para desembarcar em outras plataformas, como o PC e o PlayStation 4 (graças a uma campanha de crowdfunding organizada pela própria Platinum).

Embora vários dos títulos considerados essenciais para o aparelho tenham recebido relançamento, há alguns que ainda podem figurar no bolão de “qual título do Wii U vai ser anunciado dessa vez no Switch?”. Dentre eles, há inclusive dois Zeldas em edição HD: Twilight Princess e The Wind Waker. Xenoblade Chronicles X é outro jogo ainda preso no console, bem como Star Fox Zero (embora esse muito provavelmente continuará no limbo como franquia).

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Xenoblade Chronicles X é um dos poucos títulos originais do Wii U que continuam exclusivos na Plataforma em questão (imagem: reprodução/Nintendo)

Um desses nomes que muito provavelmente ficará eternamente no purgatório do Wii U, entretanto, é Kirby and the Rainbow Curse. Embora seja uma aventura sólida da bolota rosa, ele é muito dependente da dinâmica de tela dupla do console. Outro que está em um limbo bizarro é Yoshi’s Wooly World. Sucessor temático de Kirby Epic Yarn, o game chegou até a pintar no 3DS, mas trata-se de uma plataforma que mais capou o título do que realmente trouxe uma sobrevida a ele.

É válido chamar atenção para o fato de que existem jogos de Wii U no Switch que chegaram não em sua forma relançada, mas carregando exatamente o mesmo espírito que sua versão original, mas são, em essência, sequências. É o caso de Splatoon 2, Super Mario Maker 2 e Super Smash Bros. Ultimate.

Ah, não vamos deixar de citar alguns dos títulos do Wii — e não do Wii U — que conseguiram, de um jeito ou de outro, aparecer novamente no Switch. É o caso de The Legend of Zelda: Skyward Sword, cuja remasterização gerou controvérsia por conta de sua qualidade duvidosa, e Xenoblade Chronicles, este em edição definitiva e extremamente aclamada pelo público. O primeiro Super Mario Galaxy também deu um jeito de aparecer em edição limitada na coletânea Super Mario 3D All-Stars. Ainda, um sucessor direto do Wii Sports, principal game do Wii, também está bem encaminhado para chegar ao Switch ainda em 2022.

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A trilogia Super Mario 3D All-Stars foi temporariamente disponibilizada pela Nintendo tanto em edição física quanto virtual. (imagem: divulgação/Nintendo)

Nintendo Switch no Brasil

2020 foi também o quando o Nintendo Switch no Brasil finalmente se tornou uma realidade, mas depois de passar anos percorrendo um caminho a passos de tartaruga. A história original todo mundo sabe: a Nintendo nunca esteve oficialmente no país por conta própria, tendo negócios por aqui apenas através de representantes terceirizados, como a Gaming do Brasil e a Gradiente.

O primeiro sinal de que a empresa queria retornar para cá foi em 2018, quando ela promoveu uma aparição surpresa na BGS em uma sala de imprensa fechada. Na época, a ação pontual foi para promover o lançamento da Loja Nintendo, um e-commerce virtual focado em lançamentos first party que não estava disponível no próprio console, afinal, ele sequer tinha sido lançado por aqui. O que ela cedia eram as chaves de produto para eventual desbloqueio. Depois de um tempo, tal loja passou a aceitar o boleto como pagamento.

O console só foi disponibilizado oficialmente por essas bandas em setembro de 2020, através das principais marcas de comércio do país. A Loja Nintendo, por sua vez, foi descontinuada em dezembro, uma vez que a eShop foi enfim lançada no país, sendo possível acessá-la diretamente do console.

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Anúncio oficial do lançamento do Nintendo Switch no Brasil (imagem: divulgação/Nintendo)

No começo de 2021, a Nuuvem anunciou uma parceria e passou também a comercializar os games de maneira 100% digital. O Switch Lite foi lançado no Brasil em outubro do mesmo ano. Enquanto isso, o modelo OLED tem previsão de chegar por essas bandas apenas em 2022.

Por fim, o Nintendo Switch no Brasil teve um grande avanço no que diz respeito à acessibilidade, pois é notável que há uma iniciativa de ao menos começar a localizar alguns títulos para o português brasileiro. Embora as third parties já tenham apresentado essa preocupação, ainda existe essa lacuna nos first party, sendo Mario Party Superstars o primeiro a contar com o idioma.

Para 2022, outros games chegaram a ser confirmados dessa forma, mas ainda há algum caminho a percorrer se quisermos ter títulos de grande porte e com uma considerável carga de texto — como Zelda e Fire Emblem — na nossa língua.

Expectativas para o futuro

Completando cinco anos de switch em 2022, o ano apenas começou para os lançamentos do console. Embora tenha começado apenas com Pokémon Legends: Arceus e as únicas perspectivas no horizonte de lançamentos próximos recaíam em Advance Wars 1+2: Re-Boot Camp e Kirby: The Forgotten Land, a Nintendo logo deu um jeito nisso e apresentou um novo Direct logo no começo de fevereiro e anunciou vários novos títulos cujos lançamentos se espalham todos pelos próximos meses do ano, como o novo Mario Strikers: Battle League, Nintendo Switch Sports e Xenoblade Chronicles 3.

Além disso, há alguns outros cujo período promocional já se estendia há algum tempo, como Bayonetta 3, Splatoon 3 e Mario + Rabbids: Spark of Hope. O Switch é um console interessante porque ele está sempre se reinventando. Quando acreditamos que ele já perdeu seu gás, uma nova bateria de títulos e novidades surgem, fazendo-o recuperar o fôlego e dando a entender que ele continuará sendo um sucesso por mais alguns anos.

Por hora, vamos observar como os serão os próximos cinco anos de um dos consoles mais emblemáticos da indústria dos videogames.

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