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Existem alguns filmes que são tão bons que mesmo após anos de seu lançamento passam a ser tratados como verdadeiras obras-primas da cultura pop. Alguns belos exemplos de filmes assim são: Star Wars, a trilogia “De Volta para o Futuro”, Laranja Mecânica e Clube da Luta.
Sendo Cult ou Mainstream, muitos desses filmes trazem consigo uma premissa: “eles são tão bons e atemporais que nunca precisarão de um reboot ou remake“. Bom, isso é o que falam os fãs, mas a indústria cinematográfica pensa (muito) diferente. Executivos de grandes estúdios precisam fazer dinheiro, primeiro, para deixar seus superiores felizes, e segundo, para manter seus empregos a salvo. É aí que o problema começa…
Usar a nostalgia em prol do lucro se torna um pesadelo quando um filme já não tem mais conteúdo para trazer algo novo, como foi em Star Wars. Apesar de querer muito, você imagina como seria um “De Volta para o Futuro 4”? As chances de dar errado são grandes, concorda? Agora pense comigo: “De Volta para o Futuro” precisa de um reboot ou remake? NÃO, não precisa e fico grato à Universal por não tentar isso. Deixem como está e os fãs ficarão muitos felizes.
Mas infelizmente, quando o desespero bate à porta, a primeira coisa que tais executivos pensam é: “Vamos fazer um reboot do filme X, os fãs adoram ele, filme novo no cinema é certeza de dinheiro no bolso“. Mas sabemos que não é bem assim. Seria crueldade de minha parte listar todos os reboots malsucedidos de Hollywood, mas deixarei aqui alguns dos mais revoltantes:
Carrie, A Estranha (2013)
Nem toda a graça da jovem e bela Chloë Moretz foram suficientes para deixar esse filme bom. O filme pareceu mais um pré-teste para a atriz interpretar a jovem Jean Grey em “X-men: Apocalipse“, e nem assim ela conseguiu.
O Vingador do Futuro (2012)
Se você teve a sorte de não ter perdido 1h58 de sua vida com esse filme, sinta-se feliz e procure pelo clássico de 1990 com Arnold Schwarzenegger no seu auge, pois ele ainda é infinitamente superior.
Conan, o Bárbaro (2011)
E parece que nosso querido governador e exterminador do futuro, Mr. Schwarzenegger, é mesmo insubstituível. Outro filme dele que foi rebootado e caiu no esquecimento foi este. O único lado bom dele foi ter apresentado ao mundo esse brutamontes conhecido como Khal Drogo, Aquaman, também chamado de Jason Momoa.
Sabe o que todos esses filmes tem em comum? São esquecidos rapidamente e quando lembrados são alvos de pedras e tomates. E por falar em tomates, Conan de 2011 tem 24% de aprovação no site Rotten Tomatoes, que é uma espécie de “Oscar dos piores filmes”, enquanto clássico de 1982 tem 70% de avaliações positivas.
Agora vamos falar de “Ghostbusters“.
Sabe qual a primeira coisa que me lembra esse filme? Essa música:
Basta tocar que me vem um sorriso no rosto, dá um arrepio, um sentimento de nostalgia e lembranças da minha infância vendo um quarteto maluco caçando fantasmas com armas que captam “ectoplasma”.
E o que deu errado nesse novo trailer? A música, não estava lá, mas sua melodia sim… note o piano no início do trailer, é a mesma melodia, mas não aquele tema feliz e contagiante que nos conecta imediatamente aos filmes clássicos e talvez essa falta de conexão seja proposital. Se o filme fosse uma continuação, com os personagens clássicos, a recepção seria outra. Mas a ideia aqui é de criar um novo time, e tocar a bola pra frente do início. Coisa que a Sony gosta muito de fazer, como fez com Homem-Aranha.
Mas, cadê aquele arrepio ao ver o trailer? Não veio.
Ainda não viu? Sinta se livre para dar like, ou não…
O problema não está nas protagonistas, por serem um quarteto de mulheres, nem por ter uma negra (ou só uma, pensem como quiser), ou nem por ela ser a única que não é uma brilhante engenheira, ou uma Fisicista Quântica, inventora e tal. O discurso aqui não é machista, muito menos feminista.
O que senti vendo o trailer foi uma sensação de estar vendo uma daquelas paródias dignas de “Todo mundo em pânico”. Me perguntei se os efeitos especiais são de 2016 ou de 2006? Os fantasmas são uma mistura de Gasparzinho com aliens de MIB, que vomitam gosma verde em tudo.
As piadas? Mais forçadas impossível! Falta carisma, falta entrosamento, falta emoção. E eu sei que um trailer pode passar uma péssima impressão de um ótimo filme, foi assim com Homem-Formiga e seu primeiro trailer divulgado, mas aqui é uma história já conhecida.
E olha, não fui só eu quem não gostou do trailer. Até o momento da publicação desse artigo, o vídeo original já contava com mais 165 mil avaliações negativas, contra 94 mil positivas.
A Sony já é conhecida por dar um rumo meio incerto a alguns de seus filmes, como estava fazendo com o pobre “cabeça de teia”, que teve dois reboots em um intervalo super pequeno de tempo.
O sucesso desse filme é quem decidirá se ele terá uma continuação, e muito provavelmente, não terá. Será apenas mais um filme que desgostou os fãs e será lembrado com desgosto por muita gente. Ou você acha o contrário?
Acho que Hollywood está precisando se renovar e deixar de mexer em “time que está ganhando”. Está na hora de apostar em conteúdo original, ou até rebuscar ótimos filmes que mereciam continuações e nunca tiveram a chance. Se “Procurando Nemo” levou mais de 12 anos para ter sua continuação, ainda há esperança para Hancock, “A origem” e Escola do Rock.
O que acha, exagerei ou você me dá a razão, comente!
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