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Você se lembra da época em que a internet estava apenas começando a se tornar popular? Nos tempos em que a conexão discada reinava e os modems emitiam um som característico ao se conectar, surgiram as primeiras redes sociais, que hoje são meras lembranças de uma era tecnológica distante. Vamos dar um mergulho nostálgico e relembrar algumas das redes sociais que foram criadas (algumas de grande relevância) e já morreram, e também ver aquelas que perderam espaço mas continuam funcionando.
ICQ (1996)
Você tinha o hábito de ouvir um simpático “uh-oh” sempre que recebia uma mensagem? Sim, estamos falando do ICQ, uma das primeiras redes sociais de mensagens instantâneas. O ICQ nada mais é do que um acrônimo, três letrinhas que, ditas em inglês, soavam como I seek you (“eu procuro você”). A rede social era simples e revolucionária, bastava instalar seu programa no computador para encontrar pessoas e, por meio de salas de bate-papo, conversar com pessoas do mundo todo (isso não te lembra um certo aplicativo verdinho de mensagens?). E foi tão inovador que, em 1999, já havia lançado uma versão mobile.
A história do ICQ
Quatro jovens israelenses, Yair Goldfinger, Arik Vardi, Sefi Vigiser e Amnon Amir, fundaram a empresa Mirabilis em 1996, com o objetivo de introduzir uma nova forma de comunicação pela internet. Assim nasceu o ICQ, inicialmente projetado para usuários de sistemas operacionais Windows, os quais careciam de um software que oferecesse comunicação instantânea.
Ao longo dos anos, o ICQ ganhou popularidade e alcançou marcos significativos, atingindo 20 milhões de usuários registrados em 1998 e 50 milhões em 1999. A empresa continuou a inovar, lançando versões para celulares, serviços de e-mail (ICQMail), e expandindo sua presença global por meio de parcerias com empresas de telecomunicações.
Em 2001, o ICQ ultrapassou a marca de 100 milhões de usuários. Nos anos seguintes, o serviço continuou a evoluir e lançou novos recursos, como o ICQ Universe (Universo ICQ), uma rede social por convite. Houve mudanças na liderança da empresa, incluindo a substituição do CEO.
Em 2010, o ICQ foi vendido para a empresa russa Digital Sky Technologies. Apesar de ainda existir, o ICQ não é mais amplamente utilizado como costumava ser. Ao longo dos anos, surgiram muitas outras plataformas de comunicação instantânea que ganharam mais popularidade e se tornaram dominantes no mercado. No entanto, o ICQ possui um lugar importante na história da comunicação online, sendo um pioneiro no campo das mensagens instantâneas.
O que deu errado?
Além de ter perdido usuários com o tempo para outras redes mais desenvolvidas, o ICQ enfrentou problemas graves devido à negligência na moderação de conteúdo. Em 2023, foi descoberto que a plataforma estava sendo usada para compartilhar conteúdo ilegal livremente. Como resultado, o Google removeu o ICQ do Google Play, a loja de aplicativos para Android. Essas falhas na moderação e segurança contribuíram para o declínio e rejeição do ICQ. Apesar de ainda estar ativa, a rede social não tem mais um forte público em sua plataforma.
Six Degrees (1997)
Six Degrees é a precursora de uma era social online, com um nome inteligente baseado na teoria dos seis degraus de separação, essa plataforma permitia que você se conectasse com amigos e até amigos dos amigos, era possível criar um perfil e participar de grupos. Embora tenha sido descontinuado, o Six Degrees pavimentou o caminho para as redes sociais que estavam por vir.
A história do Six Degrees
O Six Degrees foi lançado em 1997, criado por Andrew Weinreich era a primeira rede social a permitir que os usuários criassem perfis, enviassem convites para amigos, organizassem grupos e explorassem perfis de outras pessoas.
O nome foi inspirado na teoria dos seis graus de separação, que sugere que cada pessoa no mundo está conectada a qualquer outra pessoa por no máximo seis laços de amizade. Essa teoria serviu como base para o conceito da rede social. Através do Six Degrees, os usuários podiam expandir suas redes de contatos e encontrar pessoas com interesses semelhantes.
Embora o número de usuários do Six Degrees possa parecer pequeno em comparação com as redes sociais atuais, atingir cerca de 3,5 milhões de usuários no final dos anos 90 foi um marco significativo. Uma peculiaridade do Six Degrees era a ausência de fotos nos perfis. O criador mencionou que os próprios usuários sentiam a necessidade de ter uma imagem associada aos seus perfis, reconhecendo a importância visual na representação das pessoas na plataforma.
Uma peculiaridade do Six Degrees era a ausência de fotos nos perfis. Weinreich mencionou que os próprios usuários sentiam a necessidade de ter uma imagem associada aos seus perfis, reconhecendo a importância visual na representação das pessoas na plataforma.
O que deu errado?
Em 1999, dois anos após seu lançamento, o Six Degrees foi vendido à YouthStream Media Networks por US$ 125 milhões. A rede social foi desativada em 30 de dezembro de 2000, mas voltou a funcionar alguns anos depois, não tendo mais sua legião de perfis. Apesar de ter se tornado popular, a conexão à internet na época do seu lançamento, em meados dos anos 90, era instável e limitada, o que dificultava a participação ativa dos usuários na rede social. Além disso, as funcionalidades do Six Degrees eram limitadas, basicamente se resumindo à adição de amigos, o que não oferecia muitas opções de interação.
Outro fator que contribuiu para o fracasso do Six Degrees foi o timing. Antes da virada do milênio, o conceito de se conectar com desconhecidos através da internet não era amplamente aceito ou valorizado. Foi somente alguns anos mais tarde, quando as pessoas se tornaram mais receptivas ao conceito de rede social, que serviços como o MySpace ganharam popularidade.
LiveJournal (1999)
Nos anos 1990, escrever em diários eram um costume de muitos jovens. O LiveJournal trouxe essa experiência para o mundo digital, permitindo que você compartilhasse seus pensamentos, emoções e dramas da vida cotidiana. Era o lugar ideal para se conectar com pessoas que tinham os mesmos interesses e explorar as profundezas da blogosfera.
A ideia inicial era que os usuários mantivessem seus amigos do ensino médio atualizados sobre suas atividades, mas com o lançamento de aplicativos como o Twitter e mais recentemente o Threads, o LiveJournal caiu em desuso.
A história do LiveJournal
O LiveJournal foi iniciado em 15 de abril de 1999 pelo programador americano Brad Fitzpatrick. Em janeiro de 2005, a empresa Six Apart adquiriu a Danga Interactive, que era responsável pelo LiveJournal.
A plataforma ganhou uma enorme popularidade na Rússia, onde possui cerca de 700.000 usuários, dos quais cerca de 300.000 são ativos. Em agosto de 2006, a Six Apart licenciou a marca LiveJournal para a empresa russa SUP Media. Essa transação gerou preocupações entre os expatriados russos, que citaram possíveis vínculos entre a empresa e a segurança do estado. Alguns temiam que a aquisição pela SUP fosse uma tentativa de enfraquecer ou até mesmo dissolver a forte comunidade de blogs independentes na Rússia, silenciando a dissidência que o governo considerava inconveniente.
Em março de 2008, em uma entrevista, Anton Nosik, consultor da SUP Media, acusou os usuários do LiveJournal de tentar ameaçar e chantagear a empresa, afirmando que uma grande parte dos usuários estavam lá apenas para prejudicar a empresa e seus proprietários. Ele afirmou que a reação provável da empresa seria retaliar os usuários, em vez de ceder à pressão.
O que deu errado?
O LiveJournal enfrentou diversos desafios que contribuíram para o seu declínio. Um dos principais motivos foi o surgimento e a popularização de outras plataformas de comunicação, como o Twitter e outras redes sociais mais modernas. Essas plataformas ofereciam uma experiência mais ágil e simplificada, com mensagens curtas e compartilhamento instantâneo, tornando o LiveJournal menos atrativo e ultrapassado para os usuários.
Além disso, o LiveJournal foi envolvido em polêmicas relacionadas à privacidade. Embora a plataforma oferecesse opções de segurança e controle de privacidade, houve preocupações de que as informações pessoais e as postagens dos usuários ainda pudessem ser indexadas pelos mecanismos de busca, mesmo após a alteração das configurações de privacidade. Não só isso, mas em 2006 a Six Apart licenciou o LiveJournal para a empresa russa SUP Media, o que gerou uma revolta em seus usuários ativos, que alertaram para vínculos entre a empresa e a segurança do Estado Russo. Isso resultou em questões de privacidade e em uma perda de confiança dos usuários na proteção de seus dados.
O site continua ativo, mas não possui uma forte gama de usuários, tendo caído no esquecimento.
Blogger (1999)
Antes de existir o termo “influenciador digital”, havia o Blogger. Essa plataforma permitia que qualquer pessoa criasse seu próprio blog e compartilhasse seus conhecimentos, pensamentos ou simplesmente desabafasse sobre a vida, dando voz a milhões de pessoas e ajudando a moldar a blogosfera como a conhecemos hoje.
A história do Blogger
O Blogger foi lançado em agosto de 1999 como uma das primeiras ferramentas dedicadas à publicação de blogs, popularizando o formato. Ele permitia que os usuários criassem posts diretamente no site, sem a necessidade de escrever código HTML manualmente ou fazer upload de novos posts. O programa foi desenvolvido pela Pyra Labs e foi adquirido pelo Google em 2003.
A plataforma passou por várias atualizações e adições de recursos ao longo dos anos. Em 2004, foi relançado com um novo visual e introduziu novos templates, página própria para posts, comentários e postagem por e-mail. O Google também adquiriu o Picasa e integrou seu utilitário de compartilhamento de fotos, o Hello, ao Blogger, permitindo que os usuários postassem fotos em seus blogs.
Em 2009, em comemoração ao 10º aniversário do Blogger, foram adicionados novos recursos, como o Jump Break, que exibia apenas um trecho das postagens na página inicial dos blogs. Em 2010, foram introduzidas funcionalidades como Páginas estáticas e o Gadget de Páginas, facilitando a postagem para criadores e leitores.
O que deu errado?
Em julho de 2018, a empresa de segurança Sucuri alertou sobre invasores digitais que estavam compartilhando códigos maliciosos em metadados de imagens hospedadas no Blogger. Embora as imagens parecessem inofensivas, elas poderiam ser usadas para ataques de hackers se processadas de maneira inadequada.
Além disso, o Blogger também enfrentou a concorrência de outras plataformas de blogs e sistemas de gerenciamento de conteúdo, como o WordPress, que ofereciam uma gama mais ampla de recursos e flexibilidade. Esses fatores contribuíram para o declínio do Blogger e sua posição menos proeminente no mercado de blogs.
A plataforma continua disponível para uso e pode ser uma boa ferramenta para iniciantes, mas perdeu espaço e hoje se encontra ultrapassada.
MSN (1999)
O MSN Messenger permitiu as intermináveis conversas com os amigos depois da escola. Nasceu em 1999 o serviço de mensagens da Microsoft, em 2009 o serviço contava com 330 milhões de usuários mensais, segundo os dados da empresa. Personalizar seu nickname, usar emoticons animados e trocar aquelas famosas nudge eram passatempos favoritos de muitos. O MSN era o epicentro das interações online antes das redes sociais se tornarem mainstream.
A história do MSN
O MSN Messenger foi um programa de mensagens instantâneas desenvolvido pela Microsoft Corporation. Lançado em 22 de julho de 1999, o serviço permitia que os usuários se comunicassem através de conversas instantâneas pela internet. Ele foi pioneiro nesse tipo de aplicação, embora o ICQ tenha sido o precursor das mensagens instantâneas online em 1996.
O mensageiro ganhou popularidade, especialmente em Portugal e no Brasil, onde se tornou o líder do segmento de mensagens instantâneas. Contribuíram para seu sucesso a integração com o serviço de e-mail Hotmail, a inclusão do programa no Windows XP e uma intensa publicidade direcionada ao público jovem. O Yahoo! Messenger também era um concorrente importante, oferecendo serviços semelhantes integrados a e-mails.
O que deu errado?
Em 2012, a Microsoft anunciou a descontinuação do MSN Messenger e sua substituição pelo Skype, outro serviço de comunicação. Em 15 de março de 2013, o MSN Messenger foi oficialmente encerrado, e as contas dos usuários foram migradas para o Skype, que pertencia à empresa. Em 27 de maio de 2013, o serviço foi desativado em definitivo.
O declínio e encerramento do MSN Messenger podem ser atribuídos a vários fatores. A popularização de smartphones e aplicativos de mensagens móveis, como o WhatsApp, Telegram e Facebook Messenger, ofereceu uma experiência mais conveniente e versátil, levando os usuários a migrarem para essas plataformas. Além disso, a Microsoft optou por unificar seus serviços de comunicação no Skype, buscando uma abordagem mais integrada.
Friendster (2002)
O Friendster foi uma das primeiras redes sociais a conquistar a atenção global. Com perfis personalizáveis, a capacidade de se conectar com amigos, comentar postagens e compartilhar fotos e vídeos, a plataforma abriu caminho para o que viria a ser a era das redes sociais. Embora tenha sido ofuscado por concorrentes mais populares, como o MySpace, deixou uma marca indelével na história digital.
A história do Friendster
Friendster foi uma rede social fundada em março de 2002 por Jonathan Abrams em Mountain View, Califórnia, tendo sido uma das pioneiras no campo das redes sociais, como exemplos mais famosos o hi5, Orkut, MySpace e o Facebook. O Friendster permitia que os usuários criassem perfis, compartilhassem conteúdo e se conectassem com amigos, marcas e eventos locais. Durante seu auge, alcançou cerca de 115 milhões de usuários em todo o mundo.
O que deu errado?
Um dos principais problemas do Friendster foi sua instabilidade tecnológica. Durante dois anos, os usuários tiveram dificuldades para acessar o site devido a problemas de tecnologia e estabilidade. Uma reformulação desastrosa do site em 2009 também contribuiu para o declínio do Friendster. Essa mudança resultou em uma queda no tráfego e no número de usuários. Além disso, os cientistas da computação do Instituto Federal Suíço de Tecnologia constataram que a plataforma exigia muito esforço para navegar e não oferecia benefícios suficientes para os usuários em relação ao tempo e esforço investidos.
Outro fator que contribuiu para o fracasso do Friendster foi a falta de ampla adoção pelos amigos e familiares dos usuários. Os usuários preferiam dedicar seu tempo a outras redes sociais, como o Facebook e o MySpace, onde a maioria de suas conexões do mundo real estava presente.
No final, a combinação de problemas técnicos, uma reformulação malsucedida, falta de benefícios para os usuários e concorrência de outras redes sociais mais populares levaram ao declínio e ao fechamento da rede social em 14 de junho de 2015, após Mark Zuckerberg comprar o conjunto de patentes de redes sociais do Friendster por US$ 40 milhões. Em 2011 o site foi convertido para um site de jogos sociais.
Fotolog (2002)
Antes dos filtros do Instagram e dos Stories do Snapchat, havia o Fotolog. Esta rede social permitia que você compartilhasse uma única foto por dia e a exibisse para o mundo. Era um lugar onde você podia ser artístico, criativo e mostrar seu lado fotográfico.
A história do Fotolog
O Fotolog foi lançado em maio de 2002 e rapidamente se tornou popular, gerando bilhões de visualizações e atraindo milhões de visitantes únicos por mês. A empresa era de propriedade da Fotolog, Inc., com sede em Nova Iorque, antes de ser adquirida pelo grupo francês HiMedia.
Durante seu crescimento, o Fotolog enfrentou vários problemas técnicos. Inicialmente, os membros não pagos enfrentavam restrições de upload de fotos durante o horário de pico e havia limitações diárias para o registro de novos usuários. No entanto, essas restrições foram sendo relaxadas ao longo do tempo.
Em 2005, o Fotolog recebeu um investimento de US$ 2,4 milhões da BV Capital. Além disso, um livro de fotografias do Fotolog foi publicado em 2006, destacando a comunidade e os fotógrafos do site. No ano de 2007 HiMedia adquiriu o Fotolog em uma transação avaliada em US$ 90 milhões.
Embora o Fotolog fosse sediado nos Estados Unidos, a maioria de seus usuários estava na América do Sul. Em setembro de 2008, o Chile tinha o maior número de contas na rede, seguido pela Argentina e pelo Brasil. Por um período, o Brasil teve o maior número de usuários, mas posteriormente perdeu espaço para o Orkut e o Facebook. O Fotolog também contribuiu para o surgimento de subcelebridades no Brasil, como o participante do Big Brother Brasil 10 Sérgio Franceschini, conhecido como Sr. Orgastic, e MariMoon, antiga apresentadora e VJ da MTV Brasil, que foi uma das primeiras a popularizar o serviço no país.
O que deu errado?
Um dos principais fatores que levaram ao declínio do Fotolog foi a falta de inovação. Enquanto outras redes sociais surgiam com recursos avançados e experiências envolventes, o Fotolog permaneceu estagnado, incapaz de acompanhar as demandas em constante evolução dos usuários. A plataforma não oferecia recursos diferenciados e não conseguiu se adaptar aos novos padrões do mercado.
Além disso, o Fotolog enfrentou problemas técnicos recorrentes, como períodos de inatividade e instabilidades. Essas questões comprometeram a confiabilidade da plataforma, afastando os usuários em busca de uma experiência mais consistente e fluida. À medida que o Facebook e o Instagram ganhavam popularidade, oferecendo recursos mais abrangentes e uma interface mais atrativa, o Fotolog ficou em desvantagem. Os usuários migraram para essas plataformas, buscando uma experiência mais rica e interativa.
Com o tempo, o Fotolog foi perdendo espaço e relevância. Em 2016, anunciou o fim definitivo da plataforma, mas não conseguiu cumprir essa promessa e continuou operando com uma base de usuários reduzida. Finalmente, em 2019, o Fotolog foi desativado e saiu do ar, encerrando oficialmente sua trajetória.
MySpace (2003)
Se você viveu a adolescência nos anos 2000, provavelmente teve um perfil no MySpace. Personalizar sua página com músicas, GIFs e temas elaborados era uma forma de expressão nesta rede social, a mais popular do mundo entre 2005 e 2008. A plataforma que lançou carreiras musicais, como Artic Monkeys e Lily Allen, permitia o compartilhamento de músicas e nos fez sentir como estrelas do rock em nossa própria pequena bolha virtual.
A história do MySpace
Fundado por Tom Anderson e Chris DeWolfe, o MySpace foi lançado em agosto de 2003 e rapidamente se tornou uma das redes sociais mais populares e influentes da época.
Com crescimento rápido, alcançou o auge de sua popularidade em 2006, superando outras redes sociais como o Friendster. O site se tornou um fenômeno cultural, influenciando a indústria da música, o comportamento dos usuários e até mesmo a forma como as empresas se promoviam online. No entanto, à medida que o MySpace ganhava destaque, também começaram a surgir os primeiros sinais de problemas.
O que deu errado?
Uma das principais razões pelas quais o MySpace começou a declinar foi a falta de controle sobre a qualidade do conteúdo, além, é claro, da falta de inovação e a incapacidade de se adaptar às mudanças do mercado. A plataforma permitia que os usuários personalizassem seus perfis de forma extensa, o que muitas vezes resultava em páginas poluídas visualmente e de difícil navegação. Além disso, a falta de moderação eficiente levou a um aumento de spam, perfis falsos e conteúdo inapropriado.
Além disso, a falta de foco no mercado móvel também prejudicou a plataforma. Com a ascensão dos smartphones e o aumento do acesso à internet por dispositivos móveis, o MySpace não conseguiu se adaptar rapidamente o suficiente para fornecer uma experiência otimizada para dispositivos móveis. Isso levou a uma perda significativa de usuários.
A plataforma foi adquirida pela News Corporation em 2005 por US$ 580 milhões, mas a empresa não conseguiu capitalizar efetivamente o potencial do MySpace e acabou vendendo-o em 2011 por por US$ 35 milhões para a Specific Media. Foi anunciado que a rede social, passaria por uma reformulação total, sendo relançada no final do ano de 2012, mas sem seus costumeiros usuários, a rede social se mostra apagada.
Flogão (2004)
Versão brasileira do Fotolog, onde você podia compartilhar fotos e interagir com uma comunidade de amigos e desconhecidos, o Flogão foi um fenômeno e deixou saudades nos corações dos nostálgicos desde que foi descontinuado em 2019.
Quando caiu?
O Flogão foi a primeira plataforma de blogs fotográficos brasileira. Durante seu auge, atraiu uma base significativa de usuários, especialmente entre os jovens, que viram na plataforma uma oportunidade de expressar sua criatividade e compartilhar momentos de suas vidas através de fotos.
O que deu errado?
O Flogão resistiu bastante tempo diante da pressão de redes sociais maiores como Facebook e Instagram. Apesar da popularidade das novas redes o Flogão sobreviveu por mais anos graças a um nicho: caminhoneiros e entusiastas de caminhões. Esse grupo de pessoas escolheu o principal fotolog brasileiro como plataforma para publicar suas fotos, o que permitiu que o site se mantivesse por mais um tempo enquanto o resto do público deixava para lá suas contas em busca de redes sociais mais modernas. O site teve suas atividades encerradas em 24 de junho de 2019. O Flogão retornou suas atividades em 2022 no novo endereço Flogão.com.
Flickr (2004)
O Flickr foi um paraíso para os entusiastas da fotografia. Com suas galerias virtuais e grupos temáticos, era o lugar onde você podia encontrar inspiração, aprender com outros fotógrafos e mostrar suas próprias obras. Embora ainda esteja ativo, já não brilha com o mesmo esplendor de outrora.
A história do Flickr
O Flickr foi desenvolvido pela Ludicorp em Vancouver, Canadá, e lançado em 10 de fevereiro de 2004. Inicialmente, era uma plataforma de compartilhamento de fotos que permitia aos usuários armazenar, organizar e compartilhar suas imagens online.
Em março de 2005, o Flickr foi adquirido pela Yahoo! Inc., trazendo maior visibilidade e recursos para a plataforma. Como parte dessa transição, seu conteúdo site foi migrado para servidores nos Estados Unidos, sujeitando-se às leis federais desse país. Já em 16 de maio de 2006, o Flickr passou por uma atualização e mudou sua classificação de Beta para Gamma, o que indicava um novo design e estrutura para o site.
O que deu errado?
Um dos principais problemas foi a concorrência de outras plataformas de compartilhamento de fotos, como o Instagram, que ganhou popularidade com seu foco em compartilhamento instantâneo de imagens através de dispositivos móveis. O Flickr não conseguiu se adaptar rapidamente às mudanças do mercado e às preferências dos usuários.
Além disso, a aquisição pela Yahoo! Inc. resultou em alguns problemas de gestão e falta de inovação. Durante um período, o Flickr ficou em segundo plano em relação às prioridades da empresa e não recebeu a atenção e os recursos necessários para se manter competitivo.
Em 2018, o Flickr foi adquirido pelo SmugMug, uma empresa especializada em hospedagem de fotos online. A mudança de propriedade trouxe esperanças de um renascimento para o Flickr, mas a plataforma continuou a enfrentar desafios para recuperar sua posição no mercado, então, apesar de ativa, não possui mais uma comunidade engajada.
Orkut (2004)
No Brasil, o Orkut conquistou milhões de usuários com suas comunidades, depoimentos e scraps. Criada pelo Google na Turquia e denominada assim por conta do nome de seu criador, Orkut Büyükkökten, a rede foi uma febre e até mesmo causou “brigas” entre amigos por scraps (recados) malcriados. Uma verdadeira relíquia do passado virtual que acabou sendo ultrapassada pelo Facebook entre 2011 e 2013, e acabou sendo desativada em 2014.
A história do Orkut
O Orkut foi lançado em janeiro de 2004 pelo engenheiro de software turco Orkut Büyükkökten. Inicialmente, era uma plataforma restrita a convites, disponível apenas para usuários convidados. Com o tempo, o Orkut se popularizou e se tornou uma das redes sociais mais utilizadas do mundo.
A história do Orkut está intimamente ligada ao Brasil, onde a plataforma ganhou uma enorme popularidade. O site se destacou por recursos como perfis personalizados, comunidades temáticas, álbuns de fotos e depoimentos, permitindo aos usuários compartilhar conteúdo, se conectar com amigos e participar de discussões em grupo.
O que deu errado?
O Orkut enfrentou desafios relacionados a segurança e privacidade. A plataforma ficou conhecida por ser utilizada para práticas de bullying, disseminação de conteúdo ofensivo e falhas na segurança, tendo os usuários suas contas atacadas por hackers em diversos momentos. Essas questões afetaram negativamente a imagem do Orkut e levaram a um declínio na confiança dos usuários.
Outro fator que contribuiu para o declínio do Orkut foi a falta de inovação e atualização da plataforma. Enquanto outras redes sociais continuaram a evoluir e introduzir novos recursos, o Orkut permaneceu estagnado, sem oferecer novidades significativas aos seus usuários.
Em 2014, o Google, que havia adquirido o Orkut em 2004, anunciou que encerraria a plataforma devido à falta de crescimento e ao surgimento de outras redes sociais mais populares. O Orkut foi oficialmente descontinuado em 30 de setembro de 2014.
Hi5 (2004)
Com uma interface colorida e divertida, o Hi5 ganhou popularidade entre os jovens. Era uma plataforma para encontrar novos amigos, paqueras e expressar sua personalidade única. Embora tenha sido superado por outras redes sociais, o Hi5 fez parte da vida de muitos usuários.
A história do Hi5
A rede social foi lançada em 2003 por Ramu Yalamanchi. Até 2008, Hi5 foi um dos 20 sites mais visitados na internet, apesar de não ter se tornado tão popular no Brasil, teve um grande destaque em Portugal. No início, o site apresentava recursos inovadores, como a possibilidade de personalizar perfis, criar álbuns de fotos, enviar mensagens, participar de jogos, grupos e instalar um leitor multimídia para reproduzir as suas canções favoritas.
Hoje, o Hi5 afirma ter 60 milhões de membros ativos, destes 4,2 milhões na América Latina
O que deu errado?
Assim como outras redes sociais da época, o site foi alvo de spam, phishing e perfis falsos. Essas questões afetaram a confiança dos usuários e contribuíram para uma queda na popularidade do Hi5. Seus usuários então migraram para outras redes em ascensão. O site permanece ativo, mas possui uma interface antiga e pouco intuitiva, não tem mais o destaque que outrora chamou atenção de milhões de usuários.
Bebo (2005)
Bebo, a rede social que nasceu para ser descolada, conseguiu popularidade nos países de língua inglesa. Era o lugar onde você podia mostrar seu estilo, compartilhar músicas e jogar com seus amigos. Bebo teve seus momentos de glória, mas perdeu espaço por outras redes sociais mais dominantes.
A história do Bebo
Esta rede social foi lançada em janeiro de 2005 por Michael Birch e Xochi Birch. O site ganhou popularidade rapidamente, especialmente no Reino Unido, Irlanda, Nova Zelândia e Austrália. A plataforma foi pioneira em muitos aspectos e introduziu recursos inovadores, como a possibilidade de compartilhar fotos, vídeos, músicas e blogs.
Durante seu auge, o Bebo alcançou milhões de usuários em todo o mundo e foi considerado uma das principais redes sociais da época. O site era conhecido por seu design atraente, interface amigável e recursos de personalização.
O que deu errado?
Assim como outras plataformas, a Bebo foi mais uma das redes sociais que não sobreviveu à revolução causada pelo Facebook. Em 13 de março de 2008, foi comprada pela AOL (Time Warner) por US$ 850 milhões. Em 17 de junho de 2010 foi vendida por US$ 10 milhões para o grupo de investidores californiano Criterion Capital Partners, que declarou sua falência em 2013.
Após a falência, a rede voltou para as mãos dos seus criadores que a recompraram por apenas US$ 1 milhão com a proposta de reinventá-la. Desde então, a Bebo passou por várias transformações. Em 2016, chegou a virar uma plataforma de streaming para e-sports e acabou sendo comprada pela Twitch em 2019, que retirou a concorrente do ar.
Plurk (2008)
O Plurk era como um Twitter mais colorido e peculiar. Com sua linha do tempo horizontal e emoticons exclusivos, oferecia uma experiência de compartilhamento de pensamentos e descoberta de novas conexões. A rede social foi desenvolvida para ser um meio de comunicação destinado a formar um equilíbrio entre os blogs, redes sociais, e-mail e mensagens instantâneas e, embora não tenha alcançado o mesmo nível de sucesso que outras redes sociais, o Plurk deixou sua marca.
A história do Plurk
A plataforma ganhou popularidade em países como Taiwan, Indonésia e Filipinas, atraindo usuários que buscavam uma forma diferente de se conectar e compartilhar informações, destacando-se por seu sistema de classificação de humor em forma de emoticons e um design único, que atraía um público jovem.
O nome “Plurk” possui diferentes explicações por parte dos desenvolvedores, tais como:
- Uma abreviação em inglês de people (pessoa) e lurk (espreitar);
- Uma aglutinação em inglês de play (desempenhar) e work (trabalho);
- Um acrônimo em inglês de peace (paz), love (amor), unity (unidade), respect (respeito) e karma (carma);
- Um neologismo, semelhante à forma como o Google passou a ser utilizado como um verbo.
O que deu errado?
Um dos principais fatores que levaram ao fracasso do Plurk foi a falta de crescimento em mercados-chaves, como os Estados Unidos. Enquanto o Twitter conquistava rapidamente usuários em todo o mundo, o Plurk lutava para atrair uma base de usuários significativa fora de sua região de origem. Isso limitou seu alcance e impacto global.
Além disso, o Plurk enfrentou problemas de gestão e financeiros, com dificuldades em gerar receita e atrair investidores, limitando sua capacidade de expansão e inovação. A falta de recursos financeiros e apoio adequados afetou negativamente o desenvolvimento e aprimoramento da plataforma, tornando difícil competir com outras redes sociais mais estabelecidas. Apesar de ainda ter seu site oficial ativo, a rede social não conta mais com os usuários que já manteve.
FriendFeed (2007)
O FriendFeed é um agregador de conteúdo social inglês, permitindo que você acompanhe as atualizações de todas as suas redes sociais em um só lugar. Muito parecido com um menu de favoritos, seus contatos conseguem ver e comentar cada postagem. Era uma forma conveniente de se manter atualizado com as atividades dos amigos, mas acabou sendo eclipsado por plataformas mais robustas e integradas.
A história do FriendFeed
O FriendFeed foi uma plataforma de compartilhamento de informações e redes sociais lançada em 2007 por um grupo de ex-funcionários do Google liderado por Bret Taylor e Paul Buchheit. Sua proposta era permitir que os usuários acompanhassem as atividades de seus amigos em várias redes sociais e serviços online em um único feed de notícias.
Sua história começa com o lançamento da versão beta em 2007, que atraiu uma base de usuários dedicada. A plataforma oferecia recursos inovadores, como a capacidade de curtir e comentar as postagens dos amigos, além de permitir que os usuários compartilhassem links, fotos e vídeos de diferentes fontes.
O que deu errado?
O FriendFeed enfrentou dificuldades para monetizar sua plataforma. A falta de um modelo de negócios sustentável e a ausência de anúncios efetivos limitaram suas oportunidades de receita. Em agosto de 2009, apenas dois anos após seu lançamento, foi adquirido pelo Facebook por quase US$ 50 milhões. Após a aquisição, muitos de seus recursos foram incorporados ao Facebook — como o botão “curtir” — enquanto a plataforma em si foi gradualmente abandonada, e hoje não possui mais independência.
Google Plus (2011)
O Google Plus tinha grandes ambições de competir com o Facebook, mas acabou sendo uma experiência efêmera. Um dos principais intuitos do Google+ era integrar serviços já existentes da big tech, como o Google Fotos, Gmail e o YouTube. Apesar de oferecer recursos interessantes, como os “círculos” de amigos e as comunidades temáticas, o Google Plus não conseguiu conquistar a popularidade esperada e foi encerrado em 2019.
A rede social não veio sozinha: nessa época, ganhou fama o Hangouts, onde era possível trocar mensagens instantâneas com amigos e fazer chamadas de voz e vídeo gratuitas com até 10 pessoas. Mesmo com o fim do Google+, o Hangouts ficou no ar até novembro de 2022.
A história do Google+
A rede social foi lançada pelo Google em junho de 2011 apenas para convidados. No dia seguinte, os usuários foram autorizados a convidarem amigos que tinham mais de 18 anos para criarem suas próprias contas. A demanda por contas foi tão grande que tiveram que desativar a função de convidar no dia seguinte.
A história do Google+ remonta ao interesse do Google em criar uma comunidade online onde as pessoas pudessem compartilhar conteúdo e se conectar com outras pessoas de forma mais organizada. Em 14 de julho de 2011, o Google anunciou que o Google+ tinha alcançado 10 milhões de usuários apenas duas semanas após o lançamento e, em 7 de dezembro de 2012, a rede social alcançou a marca de 250 milhões de usuários cadastrados.
A plataforma foi desenvolvida como uma tentativa do Google de unificar seus diversos produtos e serviços, fornecendo uma experiência social integrada. No entanto, apesar do lançamento entusiasmado e do apoio inicial da comunidade de tecnologia, o Google+ enfrentou vários obstáculos que contribuíram para o seu fracasso.
O que deu errado?
Um dos principais fatores que levaram ao declínio do Google+ foi a dificuldade em atrair e reter usuários. Muitas pessoas já estavam estabelecidas em outras redes sociais, como o Facebook, e não viram uma razão convincente para migrar para a plataforma do Google.
Outro desafio enfrentado pelo Google+ foi a falta de diferenciação significativa em relação a outras redes sociais já estabelecidas. Embora tenha introduzido recursos exclusivos, muitos deles não foram amplamente adotados pelos usuários, e sua interface e experiência geral foram consideradas confusas e menos intuitivas em comparação com outras plataformas.
Diante desses desafios, o Google+ não conseguiu alcançar o sucesso esperado e, em dezembro de 2018, o Google anunciou o encerramento da plataforma para usuários comuns. A partir de abril de 2019, o Google+ passou a ser uma plataforma exclusiva para uso corporativo.
Snapchat (2011)
O Snapchat revolucionou a forma como compartilhamos fotos e vídeos, com sua proposta de “mensagens efêmeras”. Suas lentes divertidas e histórias temporárias cativaram os usuários mais jovens. No entanto, com a concorrência acirrada e a rápida evolução de outras redes sociais que possibilitam as mesmas funções e ainda mais, o Snapchat teve dificuldade em manter sua posição dominante, pelo menos no Brasil.
A história do SnapChat
A rede social de compartilhamento de fotos e vídeos que foi lançada em setembro de 2011 por Evan Spiegel, Bobby Murphy e Reggie Brown. O Snapchat começou como um projeto na Universidade de Stanford, onde seus fundadores desenvolveram uma plataforma de mensagens efêmeras.
A ideia principal por trás do Snapchat era permitir que os usuários compartilhassem momentos do seu dia a dia de forma instantânea, com a particularidade de que as mensagens enviadas desaparecessem após um curto período de tempo, geralmente alguns segundos. Essa abordagem inovadora atraiu muitos usuários jovens, que viam o Snapchat como uma forma divertida e espontânea de se comunicar.
Ao longo dos anos, a rede social expandiu seus recursos, introduzindo filtros de realidade aumentada, adesivos, histórias temporárias e mensagens privadas. Esses recursos adicionais ajudaram a fortalecer o engajamento dos usuários e a diferenciar o Snapchat de outras plataformas de mídia social.
O que deu errado?
Uma das principais questões que afetaram o Snapchat foi a forte concorrência de outras redes sociais, especialmente o Instagram. Em 2016, a rede social de imagens da Meta lançou o recurso Stories, que permitia aos usuários compartilharem conteúdo efêmero semelhante ao do Snapchat. Esse movimento estratégico atraiu muitos usuários do Snapchat, que viram no Instagram uma plataforma mais consolidada e com uma base de usuários maior.
Além disso, o Snapchat enfrentou críticas em relação à sua interface de usuário complexa e pouco intuitiva. Muitos usuários achavam difícil navegar no aplicativo e entender como utilizar todos os recursos disponíveis. Essa falta de usabilidade afetou negativamente a experiência do usuário e levou à perda de usuários em favor de plataformas mais amigáveis.
Outro desafio enfrentado pelo Snapchat foi a monetização da plataforma. A empresa dependia fortemente de publicidade como fonte de receita, mas lutava para atrair anunciantes e gerar lucros consistentes. Isso resultou em dificuldades financeiras e fez com que a empresa implementasse várias mudanças em sua estratégia de negócios para tentar reverter a situação.
Apesar dos desafios a plataforma se mantém ativa e com muitas contas, entretanto, o aplicativo não tem mais o alcance da última década, e vem encontrando dificuldades para cair na graça da nova geração de adolescentes.
Vine (2012)
O Vine trouxe uma nova forma de expressão criativa em vídeos curtos de apenas 6 segundos e, com sua abordagem minimalista e estilo único, ganhou popularidade rapidamente. Infelizmente, devido a desafios financeiros e a concorrência de outras plataformas de vídeo, o Vine foi encerrado em 2017. Mas suas criações engraçadas e cativantes ainda são lembradas por muitos.
A história do Vine
O Vine foi fundado por Dom Hofmann, Rus Yusupov e Colin Kroll em junho de 2012. A plataforma de compartilhamento de vídeos curtos foi lançada em janeiro de 2013 pela empresa Vine Labs, que foi adquirida pelo Twitter antes mesmo do lançamento oficial, por US$ 30 milhões. A proposta do Vine era permitir que os usuários gravassem e compartilhassem vídeos de até 6 segundos, oferecendo uma forma rápida e criativa de expressão.
Logo após seu lançamento, o Vine conquistou popularidade e se tornou uma sensação entre os usuários de redes sociais. Milhões de pessoas começaram a criar vídeos criativos, engraçados e artísticos, aproveitando a limitação de tempo para estimular a criatividade.
O que deu errado?
O Vine enfrentou dificuldades na monetização da plataforma. A empresa dependia principalmente de parcerias com anunciantes e criadores de conteúdo para gerar receita, mas muitos desses parceiros migraram para outras plataformas que ofereciam oportunidades de monetização mais favoráveis. Isso fez com que o Vine não conseguisse gerar receitas suficientes para se sustentar financeiramente.
Em outubro de 2016, o Twitter anunciou que encerraria o aplicativo do Vine, o que levou à desativação completa da plataforma em janeiro de 2017. Apesar de sua popularidade inicial, o Vine não conseguiu acompanhar a evolução do mercado de compartilhamento de vídeos e enfrentou dificuldades em se manter relevante e lucrativo.
Yik Yak (2013)
O Yik Yak era uma rede social anônima baseada em localização, onde as pessoas podiam compartilhar pensamentos e opiniões com outros usuários próximos num raio de 8 km. Embora tenha sido um sucesso inicialmente, o aplicativo enfrentou problemas com bullying e abuso, o que levou ao seu declínio e eventual encerramento.
A história do Yik Yak
O Yik Yak foi lançado em 2013 por Tyler Droll e Brooks Buffington. A proposta do aplicativo era permitir que os usuários fizessem postagens anônimas em uma área geográfica específica, onde as postagens poderiam ser visualizadas por outros usuários próximos.
No início, o Yik Yak ganhou popularidade entre os estudantes universitários, especialmente nos Estados Unidos, pois oferecia um espaço para compartilhar pensamentos, opiniões e memes de forma anônima. O aplicativo ganhou reputação por ser uma plataforma onde os usuários podiam expressar livremente seus sentimentos e pensamentos sem revelar suas identidades
O que deu errado?
Uma das principais razões para o fracasso do Yik Yak foi o problema de abuso e assédio que ocorria na plataforma. Como as postagens eram anônimas, muitos usuários se sentiam encorajados a fazer comentários ofensivos, agressivos e até mesmo ameaçadores. Essa falta de moderação e controle levou a um ambiente tóxico e prejudicou a experiência dos usuários, afastando muitos deles.
Além disso, a plataforma também enfrentou problemas legais e questões de segurança, já que foi usado para compartilhar ameaças de violência, bullying e até mesmo informações falsas que causaram pânico em algumas comunidades. Essas questões levaram a investigações policiais e ações legais contra o Yik Yak, o que prejudicou ainda mais a reputação da plataforma.
Em 2017, o Yik Yak anunciou que seria encerrado e seu aplicativo foi removido das lojas de aplicativos. Os fundadores do Yik Yak explicaram que o encerramento se deveu a desafios operacionais e à falta de crescimento sustentável.
Ello (2014)
O Ello ganhou fama como uma alternativa às redes sociais dominantes, com seu foco na privacidade e ausência de anúncios. Embora tenha gerado muito buzz inicialmente, o Ello não conseguiu manter o ímpeto e acabou perdendo a atenção dos usuários, devido ao seu design simples e minimalista.
A história do Ello
O Ello é uma rede social lançada em março de 2014. Foi criado por um grupo de artistas e programadores visando fornecer uma alternativa às redes sociais tradicionais, enfatizando a privacidade, a liberdade de expressão e a ausência de anúncios. Com uma proposta anti-publicitária, a rede social promete não vender dados do usuário para anunciantes ou terceiros.
No início, atraiu muita atenção da mídia e ganhou popularidade como uma plataforma promissora, especialmente entre os usuários que estavam insatisfeitos com as práticas de privacidade e publicidade das redes sociais existentes.
Em setembro de 2014, o Ello chamou a atenção quando muitos membros da comunidade LGBT deixaram o Facebook devido à controvérsia em torno da política de nomes reais da plataforma, que supostamente visava excluir drag queens em San Francisco. Isso resultou em um aumento significativo no interesse e na adesão ao Ello. Durante o auge da sua popularidade, a rede social recebia mais de 30.000 pedidos de inscrição por hora. Estima-se que cerca de 20% dos usuários permanecessem ativos no site após uma semana de registro.
Em outubro de 2014, o Ello reestruturou-se como uma empresa de benefícios e conseguiu arrecadar US$ 5,5 milhões em investimentos de capital de risco. Essa injeção de recursos financeiros trouxe expectativas de crescimento e desenvolvimento contínuos para a plataforma.
O que deu errado?
Embora tenha gerado entusiasmo inicial, muitas pessoas não encontraram um incentivo suficiente para migrar completamente para o Ello. Isso pode ser atribuído à falta de recursos e funcionalidades comparáveis às redes sociais estabelecidas, o que limitou seu apelo para uma audiência mais ampla.
Além disso, o Ello teve dificuldades em monetizar sua plataforma. Inicialmente, eles afirmaram que não teriam anúncios, mas mais tarde introduziram um modelo de assinatura opcional chamado Ello Buy para gerar receita. No entanto, essa estratégia não foi suficiente para sustentar o crescimento e a operação da plataforma. Apesar de ter seu site ativo, a plataforma não possui mais a adesão dos usuários.
Clubhouse (2020)
O Clubhouse trouxe uma proposta inovadora de redes sociais baseadas em áudio, onde os usuários podiam participar de salas de bate-papo ao vivo sobre diversos temas. Com seu formato exclusivo e a participação de figuras conhecidas, gerou grande interesse do público. No entanto, o lançamento de recursos semelhantes em outras redes sociais, como o Spaces no Twitter e o Audio Live Rooms no Facebook — além da falta de disponibilidade para todos os usuários — limitaram seu crescimento.
A história do Clubhouse
Lançado em abril de 2020 exclusivamente para iOS pela Alpha Exploration Co., o aplicativo ganhou popularidade durante os primeiros meses da pandemia de COVID-19, especialmente após receber um investimento de US$12 milhões da empresa de risco Andreessen Horowitz. Em dezembro de 2020, o Clubhouse já contava com 600.000 usuários registrados. No início de 2021, a empresa anunciou planos para desenvolver um aplicativo para Android.
Sua popularidade viu um crescimento significativo após Elon Musk participar de uma entrevista no aplicativo.
O que deu errado?
Embora a exclusividade tenha ajudado a criar interesse no Clubhouse, ela também limitou o acesso à plataforma, já que estava disponível apenas para dispositivos iOS e exigia convites para participar. Houve demora para dispensar os convites e lançar uma versão para Android, o que prejudicou sua capacidade de atender a uma demanda crescente. Enquanto isso, concorrentes como o Twitter e o Facebook lançaram seus próprios recursos de áudio ao vivo, atraindo usuários e diminuindo o destaque do Clubhouse.
Com o fim da pandemia, e o retorno a vida agitada o Clubhouse deixou de se tornar essencial para a vida das pessoas, outros modelos de acesso rápido a conteúdo são mais requisitados atualmente.
Conclusão
Embora essas redes sociais tenham caído no esquecimento, ou simplesmente perdido a fama para outras mais atualizadas, cada uma delas teve seu momento de brilho e contribuiu para moldar a evolução do mundo digital. Ao relembrar essas plataformas, somos transportados para uma época mais simples e inocente da internet, onde a interação social online estava apenas começando a se desenvolver. Que essas memórias nos sirvam de lembrança de como a tecnologia está em constante evolução e de que as redes sociais de hoje podem ser as relíquias do futuro.
Gostou do conteúdo? Conta pra gente nos comentários quais dessas redes sociais você já teve contas ativas e compartilhe com seus amigos para relembrar os velhos tempos.
Revisado por Glauco Vital em 10/7/23.
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Esqueceram de falar do VKontakte, o VVK, conhecido como Facebook russo. Criado em 2008, praticamente não vingou em lugar nenhum do mundo, nem na própria Rússia. E embora ainda exista, está totalmente jogada às moscas. Eu uso VK por ser um local onde ainda posso manter minha mente limpa, longe da toxicidade que o Facebook tornou-se, mas devo admitir que não é nada atraente, tudo em russo, que ninguém entende nada, a não ser os próprios russos, que também estão cagando e andando para a rede social que eles criaram. Não dou mais que dois ou três anos para que o VKontakte (VK) desapareça definitivamente.