Na Medicina, há um fenômeno chamado “síndrome do gêmeo evanescente” (vanishing twin syndrome), que ocorre quando um dos fetos desaparece durante a gestação. A perda de um dos gêmeos pode deixar DNA residual no corpo da mãe. Uma nova pesquisa realizada por astrônomos do Instituto SETI da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), sugere que o planeta Terra se originou da fusão de 2 corpos celestes.
Aparentemente, nosso planeta foi resultado de uma colisão que ajudou a Terra e a Lua a terem as características que possuem atualmente. Os pesquisadores sugerem que a cerca de 4,5 bilhões de anos – durante a formação da Via Láctea – nosso planeta teve uma espécie de “gêmeo evanescente” chamado Theia, que colidiu e se fundiu com a Terra. O impacto entre os dois corpos celestes também foi responsável por originar a Lua.
O postulado ganhou o nome de Teoria do Big Splash. A hipótese sustenta que Theia se formou por acreção planetária dentro da mesma órbita da Terra, mas a 150 milhões de kms, no ponto lagrangiano L4 (situado sobre a órbita terrestre em posições simétricas em relação à Terra). Theia permaneceu nesta posição em harmonia com a Terra durante cerca de 20 a 30 milhões de anos. No entanto, à medida que o planeta crescia, as suas forças gravitacionais impeliam Theia para fora de L4.
Durante algum tempo o planeta descreveu uma órbita cíclica em ferradura, saindo de L4, mas sendo logo puxado para trás pela força de Coriolis. A cada novo ciclo, Theia ganhava mais velocidade e alcançava uma distância maior de L4. Finalmente, já depois de ter desenvolvido estratificação interna, Theia adquiriu massa e dimensão semelhante a Marte, suficiente para escapar de L4 e entrou numa órbita caótica.
A colisão com a Terra foi inevitável, visto que ambos os planetas ocupavam a mesma órbita. Quando Theia se chocou com a Terra a uma velocidade de 40 mil kms/h, o impacto foi suficiente para vaporizar o planeta. Parte substancial do seu núcleo ferroso afundou na Terra e integrou o núcleo terrestre. O restante do material foi projetado para o espaço. A acreção dos destroços deu origem à Lua.
Os cientistas estudaram isótopos de oxigênio extraídos de rochas lunares das missões Apollo e compararam com rochas vulcânicas do manto da Terra. Cada planeta tem uma espécie de “assinatura” de oxigênio própria. Se a Lua surgiu após a colisão de Theia com a Terra, nosso satélite natural seria formado principalmente por destroços de Theia e deveria apresentar marcas nos isótopos de oxigênio diferentes das encontradas na Terra.
No entanto, os pesquisadores descobriram que a Terra e a Lua têm os mesmos tipos de isótopos de oxigênio. “Nós não notamos qualquer diferença entre os isótopos de oxigênio da Terra e da Lua; eles são indistinguíveis“, disse o pesquisador Edward D. Young. “Theia foi uniformemente incorporada tanto na Terra quanto na Lua. Isso explica por que nós não vemos uma diferenças nas amostras de oxigênio da Lua em relação à Terra“, completou.
O pesquisador explicou também que há evidências de que Theia era um planeta em crescimento, ainda em evolução no momento do impacto. O planeta tinha tamanho semelhante à Terra ou Marte. Se confirmada, a pesquisa vai nos ajudar a entender melhor as origens e a história do nosso planeta.
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