Índice
- Maior gasto na nuvem provocará controle no uso
- Avanço na virtualização de core das redes de telecomunicações
- Wireless First
- Redes privadas móveis serão essenciais para o avanço de IA, ML e IoT
- Aplicações na nuvem caminham para ser o maior fator de modernização
- Fusão de inteligência e automação traz novas capacidades
- Segurança de TI e dados seguirão sendo prioridade
- Mercado de devices segurá sendo importante
- Distribuição das vendas de devices sofrerá mudanças em 2023
- Compradoras de devices estarão valorizando práticas sustentáveis
Em coletiva fechada para jornalistas, a IDC Telecom divulgou o que podemos esperar para o mercado de TI no Brasil de uma forma completa, citando possíveis tendências e ações que devem ser tomadas a partir de agora para que os bons resultados sejam alcançados quando a hora de desenvolver os relatórios de crescimento.
A empresa ressaltou que o mercado de TI no Brasil realmente tem tudo para crescer, mas é necessário que investimentos no setor de nuvem, dispositivos e até mesmo conexões sem fio sejam feitos. Veja os detalhes agora mesmo.
Maior gasto na nuvem provocará controle no uso
Ao perceber os benefícios que o uso na nuvem pode trazer para diversos setores, os gestores estão pensando mais em como os recursos para esta funcionalidade serão aproveitados em vez de simplesmente liberarem o dinheiro. A IDC Telecom cita que 93% das empresas que contratam serviços de nuvem confirmam que o serviço de otimização de custos deveria ser incluso no pacote geral.
Uma importância sobre a emissão de carbono também deve estar presente em 2023, uma vez que o alto uso provoca, diretamente ou indiretamente, problemas para o planeta onde vivemos. A regra é simples: quanto maior o uso de nuvem, maior será o uso de energia e a pegada de carbono. As empresas estão de olho em como optar por armazenamentos digitais está fazendo com que soluções apenas para medir os impactos negativos sejam desenvolvidas.
Até 2024, 80% das empresas de todo o mundo entrevistadas pela IDC Telecom devem ter um provedor baseado os impactos de ESG (sigla para Environmental, social, and corporate governance ou Governança ambiental, social e corporativa). No Brasil, 79% das companhias estudam se o uso de uma tecnologia demandará mais ou menos recursos naturais. E este é um fator importante de escolha para saber se a implementação seguirá (ou não).
Avanço na virtualização de core das redes de telecomunicações
O core de uma empresa pode ser explicado como atividade central de uma organização, esta que no contexto de TI, pode ser um serviço específico ou até mesmo o desenvolvimento de um aplicativo que mais tarde, será vendido para uma empresa. A IDC Telecom estima que deve haver mais acordos entre as empresas para que a virtualização siga avançando da mesma forma que aconteceu em 2022.
Também podemos esperar que nos próximos cinco anos, o consumo de nuvem pelo segmento de Telecom cresça, em média, 35,2% em IaaS (Infrastructure as a Service ou infraestrutura como serviço) e 42,2% em PaaS (Plataform as a Service ou Plataforma como serviço). O avanço do 5G e implementação de mais novidades deve trazer muitas novidades para o mercado de TI no Brasil.
Wireless First
Serviços e aplicações de nuvem já são considerados prioridades em diversas empresas, mas para que os avanços sejam seguindo, também é importante dar atenção para novidades de conectividade. Em 2023, podemos ver a ampliação de tecnologias que usam o Wi-Fi 6, Nb-IoT, 5G, satélite e muito mais. O que mais tem ajudado nisso são as estruturas integradas de conexão, nuvem e segurança.
Mas para isso dar certo, e importante que as redes sem fio (wireless) precisam ser resilientes e além de terem alta velocidade, precisam ter capacidade (de velocidade e cobertura) e uma boa taxa de transferência para que um retrocesso não aconteça.
A IDC Telecom também lembra que empresas que possuem o pensamento de priorizar soluções Wireless First estão conseguindo reduzir a pressão de times internos e habilitando uma melhor adoção de novas tecnologias, assim como boas práticas. Os ganhos são praticamente imediatos.
Redes privadas móveis serão essenciais para o avanço de IA, ML e IoT
Por meio dos avanços do 5G, que começou a ser implantado no Brasil de forma ativa desde o segundo semestre de 2022, agora é o momento das empresas investirem em redes privadas móveis. Entretanto, é importante lembrar que podem existir barreiras durante o processo de implementação e na verdade, apesar de todas as ações para evitar os problemas, a IDC Telecom estima que algumas empresas tenham dificuldades até 2026.
É importante lembrar que apesar dos possíveis problemas para que as novidades cheguem no dia a dia dos profissionais, as redes privadas móveis apoiadas no 5G se tornarão essenciais para que as soluções de nuvem e demais modernizações. São “problemas” que aparecerão no começo de tudo, mas os benefícios a longo prazo irão valer a pena. A IDC Telecom também lembra que será possível realizar uma entrega de soluções completas na nuvem, internet de borda e até mesmo em ambientes dedicados.
Aplicações na nuvem caminham para ser o maior fator de modernização
O uso da nuvem é essencial para todas as empresas que trabalham com alguma solução digital e fazer o uso disso é o primeiro caminho para que a modernização de fato aconteça. Apenas em 2023, estima-se que 29% das empresas entrevistadas invistam em soluções estratégicas relacionadas software em serviço.
Acompanhado por esta integração, o estudo também aponta que o mercado de software crescerá 15,1% em 2023 e os mercados de segurança, gestão de dados, inteligência artificial e experência do cliente serão os mais que mais terão demanda.
Os gastos em SaaS (software as a service) crescerá 27,6% apenas em 2023. Serviços de TI avançarão 6,7% em 2023 e os mercados de gestão de aplicações, consultoria e integração de sistemas serão os mais famosos.
Fusão de inteligência e automação traz novas capacidades
A inteligência artificial chega para entregar diversos benefícios para as empresas e em alguns casos, pode ser utilizada para automatizar atividades repetitivas. 20,5% das companhias de grande porte do Brasil consideram que o tema de Process Automation & RPA como estratégico para iniciativas que envolvem TI em 2023. Mas, simultaneamente, há um certo receio que a IDC estima que dure até 2026.
Enquanto metade das empresas tenha este impasse de confiança em entregar suas demandas para uma inteligência artificial, será necessário as áreas de negócio participem fortemente das implementações para que o refinamento dos recursos seja realizado.
Outro dado importante é que os serviços de AI seguem amadurecendo no Brasil e apenas em 2023, devem ultrapassar US$ 1B de gastos; o crescimento de ano após ano é de cerca de 33%. Os gastos com soluções de automação inteligente (IPA) irão superar US$ 214M em 2023 no Brasil; crescimento de 17% em relação a 202. Por fim, o ano de 2023 marca o ponto em que os gastos com IPA na nuvem irão ultrapassar os gastos em outros modelos de entrega.
Segurança de TI e dados seguirão sendo prioridade
A pandemia de COVID-19 fez com que muitas empresas entrassem no mercado digital de uma forma ativa, mas é importante lembrar que entre 2017 e 2018, houve um pico de ataque de Ransoware e a segurança não pôde ser deixada de lado. Isso fez com que apenas em 56,1% das empresas de países de todo o mundo definissem a segurança de TI fosse prioridade em 2022. Na América Latina, porcentagem chegou a 50,6%. E o assunto deve seguir sendo tratado como principal prioridade.
Uma grande preocupação dos gestores é sobre a falta de endurecimento nos casos de ataques hackers e penalidade sobre incidentes que podem fazer com que uma empresa deixe de funcionar por completo. Este também é um reflexo do que os gestores brasileiros pensam, já que 62% disseram que a segurança em TI é uma de suas principais lacunas de habilidades técnicas. É esperado que em 2023, o investimento em cibersegurança nos orçamentos de tecnologia e negócio seja o principal foco.
As perspectivas do mercado sobre este fator apontam que a região da América Latina terá a segunda maior taxa de crescimento do planeta em 2023 para cibersegurança, chegando a 12,2%, atrás apenas da China. Os gastos com soluções de segurança no Brasil devem chegar a US$ 1,3 bilhão, crescimento de 22% em relação a 2022.
Mercado de devices segurá sendo importante
Apesar de problemas como a inflação na China e a falta de componentes em todo o mundo, o mercado de devices, que inclui desktops, notebooks, tablets, feature phones, smartphones, impressoras, multifuncionais, monitores e vestíveis, deve crescer bastante em 2023. Apresentando uma participação de 43,7% no total de gastos de TI no Brasil no novo ano, espera-se que as empresas coloquem US$ 21,5 bilhões para ter acesso às novas tecnologias. A alta é de 1,1% em relação a 2022.
Esta alta se dá pela alta disponibilidade de componentes para a produção de eletrônicos em 2023 e alguns mercados, como o de smartphones, acabem apresentando uma certa baixa. Na verdade, empresas que procurarem por celulares para seus colaboradores devem acabar investindo mais em modelos mais baratos e mais simples. A previsão é que o mercado de devices ainda tem uma grande demanda e deve gerar os seguintes gastos:
- Smartphones: US$ 13B (+6%);
- Computadores: US$ 5,8B (-8,4%);
- Wearables: US$ 882M (10,2%);
- Impressoras: US$ 542 (+2,5%);
- Tablets: US$ 464M (-15%).
Distribuição das vendas de devices sofrerá mudanças em 2023
Apesar da venda online ter se provado muito benéfica durante a pandemia de COVID-19, o varejo físico voltou a ganhar forma em 2023 e isso deve continuar acontecendo. A baixa na procura fez com as lojas, que ficaram fechadas por muito tempo, aprendessem a investir em novas formas de negociação. E isso deu bastante certo.
A solução de device as a service deve crescer bastante em 2023, uma vez que empresas deste mercado já trabalham em soluções para entrar com força no novo ano. As distribuidoras possuem grande importância nesta tarefa, uma vez que conseguem passar pelas barreiras geográficas e demais desafios logísticos.
Estima-se que o varejo online tenha um investimento de US$ 5B em 2023, perda de 1 a 2 pontos percentuais de ano para ano. Já o varejo físico deve ter um investimento de US$ 10B em 2023, com a venda de equipamentos usados crescendo 10% no novo ano. A ideia de comprar dispositivos como serviço deve amadurecer e ser aderida por cada vez mais empresas.
Compradoras de devices estarão valorizando práticas sustentáveis
Com mais dispositivos sendo comprados pelas empresas, é claro que teremos uma maior emissão de carbono e gasto de energia elétrica em todo o mundo. Mas, ao contrário do que parece, as empresas investindo em novos dispositivos para seus colaboradores estão investindo bastante em empresas que possuem práticas sustentáveis conectadas ao negócio. São eles:
- Créditos de carbono – empresa de software de gestão de impressão que neutraliza o carbono gerado no processo;
- • Uso responsável dos recursos – Manufatura de dispositivos instalada no país é reconhecida por trabalho no desmonte, reuso de componentes e descarte responsável;
- Device “as a service” alinhado ao ESG – Empresas do setor divulgam materiais educativos especificando os benefícios do uso consciente do outsourcing em comparação ao modelo tradicional de vendas dispositivos;
- Logística reversa e economia circular – Recolher os dispositivos usados e dar a destinação adequada a todos os componentes.
Por fim, o estudo especial da IDC Telecom sobre o mercado de TI no Brasil revela que podemos ter as seguintes mudanças nos mercados:
- TIC (TI e Telecom): crescimento 5% neste mercado;
- TI: crescimento de 6% em 2023, durante um cenário de ajuste e redirecionamento de gastos em TI;
- Telecom: avanço de 3% com o crescimento de importância da conectividade com o avanço da nuvem e do 5G;
- TI B2B: software e cloud continuam sendo alavancas de crescimento, resultando na previsão de 8,7% para 2023.
O que achou das tendências? Concorda ou discorda de uma delas? Diga pra gente nos comentários!
Veja também
10 previsões para o mercado de TI e Telecom em 2023
Com informações: IDC Telecom
Revisado por Glauco em 19/7/23.
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