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Astrônomos da Agência Espacial Europeia, a ESA (do inglês European Space Agency), utilizaram o Telescópio James Webb, o mesmo usado na captura das maravilhosas fotos publicadas no ano passado, para capturar imagens de uma galáxia. Projetado pela NASA e lançado no Natal de 2021, o enorme telescópio possui um espelho de 6,5 metros de diâmetro formado por 18 hexágonos menores e revestido a ouro e tem capacidade a ir muito além do antigo Hubble, o revolucionário telescópio que vem nos trazendo milhares de fotos do espaço desde seu lançamento em 1990.
Batizado em homenagem ao administrador do programa Apollo da NASA, James Edwin Webb, o telescópio James Webb visa investigar, através de imagens, a origem dos cosmos. Basicamente, como brincam os cientistas, isso é feito em forma de “fotos de bebê” do universo, trazendo imagens vindas de pontos localizados a muitos e muitos anos-luz de nosso planeta. E foi exatamente uma pista sobre isso que ele capturou mês passado, a um milhão de quilômetros da Terra.
Ele encontrou uma curiosa galáxia bem parecida com a nossa. O sistema estelar descoberto, chamado pelos cientistas da agência de LEDA 2046648, está localizado a um bilhão de anos-luz do nosso lar na Via Láctea, na constelação de Hércules. Dentro dele estão contidas milhares de galáxias, além de um trilhão de estrelas e inúmeros planetas.
Como se deu a descoberta
A divulgação oficial da foto ocorreu no último dia 31 no site da ESA e caiu na grande imprensa graças ao The New York Times esta semana. Segundo a agência, a estonteante imagem serviu como uma simples calibração para “verificar as capacidades do telescópio durante a preparação do mesmo para operações cientificas.”. A captura de fato ocorreu no dia 22 de maio do ano passado, utilizando a câmera infravermelha (NIRCam, derivado de Near InfraRed Camera) do Webb.
Essa câmera tem capacidade de detectar comprimentos de ondas produzidas pela luz mesmo em longuíssimas distâncias. A medida de comprimento de ondas do desvio para o vermelho (advindo do termo Redshift) contabiliza o aumento de comprimento de onda, ou diminuição da frequência, de uma onda eletromagnética nos casos em que sua fonte emissora se encontra mais afastada de quem a está observando.
E como funciona isso?
A explicação para o fenômeno se dá pela expansão do universo, que traz com ela um distanciamento ainda maior da Terra de sistemas como o LEDA 2046648. Dentre os elementos mais visíveis nos arredores do novo sistema estão outras galáxias ainda mais distantes, em conjunto com muitas estrelas, caracterizadas por padrões especiais de difração.
O mais interessante da descoberta é a idade dos objetos capturados pelo telescópio Webb. Alguns deles podem chegar a ter mais de 300 milhões de anos após o Big Bang. Vale lembrar que tudo que foi capturado pela imagem está a mais de um bilhão de anos-luz de nós, o que significa que estamos só agora observando uma luz de uma galáxia como ela existia há um bilhão de anos.
O que vem em seguida
Astrônomos estão animados para estudar a fundo galáxias antigas como a que foi descoberta pela imagem. Um dos fins da pesquisa seria classificar os tipos de estrelas produzidas pelo Big Bang, mas também resta a questão em relação ao posicionamento de buracos negros.
Dentre todas, desvendar a razão pela qual eles acabaram se formando no meio do centro da maioria das galáxias analisadas até agora é uma das principais entre as perguntas ainda sem resposta. Enquanto chegarem mais imagens lindíssimas como essa, não nos importaremos em esperar pela resolução dessa dúvida.
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Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim
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