Taylor Swift, uma das artistas mais influentes da geração, iniciou uma jornada musical extraordinária que a levou a conquistar o coração de fãs ao redor do mundo. Sua carreira, repleta de sucessos e evolução, a tornou uma verdadeira ícone da indústria da música.
Recentemente, a cantora embarcou em uma turnê que está redefinindo o significado de sucesso na música ao dominar o cenário internacional. A dimensão é tão gigantesca e até desproporcional — ainda que de uma maneira positiva, que é impossível alguém não conhecê-la hoje em dia. Mas ainda assim, para aqueles que não estão compreendendo o tamanho do fenômeno, fizemos um guia rico em detalhes para explorar como a The Eras Tour se tornou o sucesso global e absurdamente digno de entrar para a história.
Da fama ao estrelato
O percurso de Taylor Swift em direção ao estrelato astronômico é uma jornada multifacetada, impulsionada por uma combinação de talento musical, resiliência e um vínculo poderoso com sua base de fãs, conhecidos como “swifties“. Desde o início de sua carreira, Taylor demonstrou um talento excepcional para a música, compondo canções que ressoaram com um público cada vez maior. No entanto, sua ascensão ao estrelato foi marcada por desafios e controvérsias, incluindo desentendimentos públicos com outras personalidades da indústria, bem como batalhas legais em torno dos direitos autorais de suas músicas.
O apoio fervoroso dos fãs desempenhou um papel fundamental nisso tudo. Eles não apenas a apoiaram nas fases difíceis, mas também se tornaram uma força influente e poderosa, usando as redes sociais — especialmente o TikTok — para promover sua arte e mensagens. A capacidade de Taylor de se conectar com eles ajudou a consolidar seu lugar como um ícone cultural e uma das artistas mais poderosas da indústria musical atual.
Hoje, seu nome é sinônimo de sucesso mais que absoluto, além de sua carreira que se estende para outras áreas onde ela continua a deixar sua marca dourada. Swift não é apenas uma cantora, mas uma força influente que molda e inspira várias esferas da cultura contemporânea.
Quem é Taylor Swift?
Nascida em 13 de dezembro de 1989, Taylor Swift nasceu em Reading, Pensilvânia, nos Estados Unidos. Seu talento musical a levou, aos 14 anos, a convencer seus pais a se mudarem para Nashville, Tennessee, em busca de uma carreira na indústria fonográfica. Foi lá onde ela encontrou sua verdadeira vocação.
Compondo suas próprias músicas e se apresentando em diversos locais, seu talento logo chamou atenção, o que a levou a assinar seu primeiro contrato com uma gravadora, antes de lançar seu primeiro álbum, Taylor Swift, em 2006. Embora seu sucesso ainda estivesse crescendo, foi com Fearless, dois anos depois, que a história mudou. Love Story e You Belong With Me foram apenas algumas das músicas que a renderam dois Grammys.
Nos anos seguintes, Speak Now em 2010, Red em 2012 e 1989 em 2014, a catapultaram para outro patamar, tanto em sucesso quanto em crítica. No meio disso tudo, ela experimentava explorar diversos gêneros desde o country até o pop. Foi exatamente por isso, que suas eras se tornaram famosas, as quais a demonstraram ser uma artista versátil, capaz de se reinventar e evoluir ao longo do tempo.
Mas Taylor Swift se destacou não apenas por sua música, mas sim pela personalidade autêntica e habilidade de se conectar com o público, que até hoje, é um ponto extremamente significativo na explicação do seu sucesso estrondoso. A cantora se tornou uma das artistas mais ativas nas redes sociais, fazendo questão de compartilhar tudo sobre seus projetos, além de questões sociais e qualquer tipo de informações que fortalecesse o laço com seus fãs.
Já em 2017, Taylor lançou o álbum Reputation, com uma abordagem mais diferente da imagem que ela estava passando. Após um hiato repentino e sem aviso prévio, devido ao seu envolvimento em algumas polêmicas, a cantora deu a volta por cima com novas músicas. O álbum gerou burburinho e até dividiu opiniões na época, mas não abalou a carreira da cantora que, dois anos depois, lançou Lover.
Então, uma nova era mais romântica deu início, posicionando Taylor no começo de algo ainda muito mais promissor no mundo da música. Durante o período, ela trocava de gravadora, o que a fez se projetar de uma maneira mais intimista ao público, tendo em vista que havia conseguido uma liberdade musical maior. Foi a partir dessa era que a visão sobre ela se alterou.
Em 2020, Taylor surpreendeu ao lançar dois álbuns de uma vez: Folklore e Evermore. Projetos mais intimistas, introspectivos e com letras mais maduras no gênero folk, ambos foram aclamados pela crítica. Nesse ponto de sua jornada, a cantora se arriscava a mostrar um lado que, até então, estava mais resguardado pela gravadora anterior que a impedia de ir mais além. Fora isso, foi exatamente nessa época, pouco mais de um ano depois, que as regravações de suas músicas antigas começaram a ser realizadas. Com um maior controle sobre seu trabalho, ela agora tinha a chance de obter seus créditos que antes haviam sido roubados e impedidos legalmente de serem dela.
Como mencionado anteriormente, além de sua música, a artista também se destaca pelo compromisso mais significativo com questões políticas. Taylor ganhou reconhecimento na defesa dos direitos das mulheres, da comunidade LGBTQ+ e de outras demais minorias. Além do mais, também apoiou causas humanitárias e de caridade, contribuindo na conscientização da justiça social.
Hoje, aos 33 anos de idade e com mais de 15 anos de carreira, Taylor possui dez álbuns e, segundo análise da Bloomberg, se tornou mais uma das figuras mais ricas do mundo. A agência responsável pelo Bloomberg Billionaires Index, informou que o patrimônio líquido total da cantora, atualmente, é de US$ 1,1 bilhão, o que equivale a cerca de R$ 5,5 bilhões na cotação atual, impulsionado somente pela The Eras Tour.
As polêmicas e a volta por cima
Desde desentendimentos com outros artistas e celebridades até questões legais complexas envolvendo direitos autorais, Taylor enfrentou momentos difíceis. Isso é algo que ganha destaque em sua história. No entanto, sua determinação a ajudou a superar esses obstáculos.
Para entender tudo o que vem a ser a marca Taylor Swift hoje, é preciso entender um pouco de todos esses conflitos no decorrer dos anos. Por isso, separamos abaixo algumas das polêmicas mais repercutidas.
VMA de 2009, Kanye West e Kim Kardashian
Quando falamos sobre a carreira de Taylor, é difícil deixar de citar o infame momento da premiação VMA (Video Music Awards) da MTV, que se tornou uma lembrança constrangedora e uma fonte inesgotável de memes ao longo dos anos. Na edição de 2009, quando a cantora subiu ao palco para agradecer pelo prêmio de Melhor Vídeo Musical Feminino, sua fala foi abruptamente interrompida por Kanye West, que subiu ao palco apenas para expressar sua indignação com a escolha de Taylor ao invés de Beyoncé.
Anos mais tarde, quando todo o ocorrido deixou de ser algo repercutido, o rapper voltou a falar de Taylor, mas mencionando-a em uma de suas músicas, Famous. A polêmica da vez se tratava de um verso o qual ele se alegava como o responsável pela fama da cantora. Com isso, Taylor se pronunciou, avisando que não havia sido informada sobre a referência, o que provocou Kim Kardashian, mulher de Kanye na época, a se envolver, divulgando um áudio que supostamente demonstrava Swift consentindo com a letra. Foi a partir daí que a cantora começou a ser acusada com uma avalanche de críticas e xingamentos.
O álbum Reputation foi lançado um ano depois, juntamente de provas vazadas de que o áudio de Kim e Kanye haviam sido editados.
Taylor Swift x Katy Perry
O ano de 2012 foi um dos que também agitaram a vida pessoal de Taylor, uma vez que uma briga com a cantora Katy Perry tomou conta da mídia. Com ambas em turnê, três dançarinos de Perry foram contratados para se juntar à equipe de Swift. Após a situação chegar ao conhecimento de Katy, os dançarinos voltaram à equipe dela antes do fim da turnê de Taylor.
Porém, assim que Bad Blood, música do álbum 1989, foi lançada, a referência à rivalidade foi exposta, principalmente por conta do videoclipe. Em entrevista à Rolling Stone, Taylor afirmou que a música tinha motivações comerciais e que Katy Perry havia tentado sabotar toda a sua turnê. Em meio a isso, Perry lançou sua resposta por meio da música Swish Swish e reforçou ainda mais o que seria uma especulação na época, quando tweetou o que seria uma indireta para Taylor.
A reconciliação entre ambas aconteceu apenas alguns anos depois. Além de presentes e mensagens de carinho nas redes sociais, Katy também fez uma participação especial no clipe de You Need to Calm Down.
Vítima de assédio
Já em 2013, durante um encontro de fãs no camarim conhecido como Meet & Greet, o DJ David Mueller cometeu um ato de assédio sexual com Taylor. Durante uma sessão de fotos, colocando a mão por baixo da saia da cantora, ela reagiu imediatamente e acionou seus seguranças, que removeram o homem do evento. Como consequência, Mueller perdeu o emprego na rádio em que trabalhava e processou a artista, dizendo que as ações prejudicaram sua carreira. Ele buscava uma indenização de US$ 3 milhões.
Em resposta, a cantora moveu um processo contra ele por assédio sexual, tendo o caso andado desde 2015 até 2017, quando o juiz rejeitou o processo de Mueller, alegando falta de provas. No mesmo ano, Taylor venceu o processo e o DJ foi determinado a pagar a ela uma quantia simbólica de US$ 1. A decisão foi tomada a pedido da cantora, que não buscava uma compensação financeira substancial, mas sim justiça, o reconhecimento do incidente e a promoção da importância de outras mulheres denunciarem casos de assédio.
Em cima do muro
A participação de Taylor Swift na política também rendeu algumas críticas, uma vez que em época de eleição presidencial em 2016, ela não fazia questão de se manifestar e tomar partido. Donald Trump estava se candidatando, o que gerou um grande caos nos Estados Unidos. Por um longo tempo, a cantora escolheu manter uma postura neutra e evitar fazer comentários que pudessem comprometê-la.
Mais tarde, em 2020, essa polêmica foi explorada mais a fundo no seu documentário Miss Americana da Netflix, no qual foi revelado como tudo aconteceu nos bastidores. A cantora explicou como sua perspectiva evoluiu desde então e assim, na eleição subsequente, Swift adotou uma abordagem mais assertiva, expressando apoio ao candidato do Partido Democrata, Joe Biden.
Taylor Swift x Scooter Braun: Taylor’s Version explicado
De todas as polêmicas que envolveram o nome de Taylor, o conflito com Scooter Braun em 2019 viria a ser o grande divisor de águas para levá-la ao caminho do estrelato.
O empresário, conhecido por seu trabalho com artistas como Justin Bieber, Ariana Grande e Demi Lovato, adquiriu a Big Machine Records, que detinha os direitos dos seis primeiros álbuns de Taylor. O que veio a público é que Braun acabou vendendo esses álbuns para outra produtora, ainda tendo interesses financeiros neles. Toda a situação aconteceu sem o conhecimento da cantora e por causa do trâmite, assim que ela se desvinculou da gravadora, ficou impedida de possuir qualquer direito sobre seu próprio trabalho.
Uma brecha no contrato foi o suficiente para uma ideia visionária acontecer. Foi dessa forma que Taylor decidiu regravar todos os seis álbuns, o que separaria suas músicas do controle de Braun. Com o selo de Taylor’s Version, até agora, ela lançou versões regravadas dos álbuns Fearless, Red, Speak Now e o mais recente, 1989, lançado dia 27 de outubro. Todos também contam com músicas exclusivas e que haviam sido escritas em cada respectiva época, mas não lançadas.
Entendendo a febre mundial
Quando se discute sucesso na indústria da música, Taylor Swift é um nome que surge logo de cara.
O que a torna verdadeiramente singular no cenário pop global é sua habilidade ímpar de contar histórias através de suas canções, aliada a toda sua maestria em marketing e um olhar visionário. É como se Taylor tivesse o dom de converter experiências pessoais em hinos universais, ainda que de uma forma bastante peculiar e dentro de um lugar de conexão. Essa é uma proeza frequentemente elogiada pela mídia, especialmente por conta do percurso narrativo. Sua habilidade de compor transporta o ouvinte para um mundo completamente único e realista. Suas letras são cuidadosamente escritas, inclusive, por meio de metáforas e demais figuras de linguagem capazes de abalar sensações profundas e enraizadas do ser humano.
O sucesso é tão incomparável que os jornais USA Today e The Tennessean estão atualmente em busca de um repórter especializado em Taylor Swift, com um salário anual que pode chegar a até US$ 104 mil, quase o dobro da média para profissionais de jornalismo nos Estados Unidos. A vaga resume o trabalho como sendo uma dedicação em tempo integral às notícias que envolvem o nome da cantora, o que certamente é relevante, uma vez que novas informações sobre ela saem, literalmente, todo dia.
Para entender a febre mundial de fato, a turnê The Eras Tour é o assunto principal. Os shows tiveram início em março e estão programados para encerrarem em novembro de 2024. Tal projeto já chegou no patamar de turnê mais lucrativa da história, consagrando Taylor como a maior artista feminina a conquistar esse feito, superando até mesmo Madonna e Beyoncé, que recentemente arrecadou US$ 579 milhões com a RENAISSANCE World Tour, de acordo com informações reveladas pela Live Nation.
Isso coloca a artista no panteão das personalidades mais influentes do mundo, abrangendo não apenas o entretenimento, mas também a política e os negócios.
Marketing e estratégias
De suas origens no cenário country até sua transição para o pop e outros gêneros musicais, Taylor Swift sempre foi uma mestra do rebranding, ou seja, a cantora tem o poder de ressignificar a imagem de algo. É inegável essa capacidade de se reinventar em diversas áreas, seja para conquistar novos públicos ou para se manter relevante. Sua estratégia de regravar seus próprios álbuns para recuperar o controle de suas músicas, por exemplo, foi um dos movimentos inovadores de negócios que mudaram a indústria. Autonomia e inovação são palavras que a destacam como artista e que, cada vez mais, refletem diretamente nas dinâmicas de um mundo profissional e até competitivo como é o da música.
A The Eras Tour é o exemplo de uma grande experiência de vida e não somente um entretenimento como qualquer outro. Quase como uma espécie de festival de música, onde o público se preocupa em viajar para outra cidades afim de conseguirem usufruir, é mais do que certo que Taylor conseguiu esse resultado sem precisar de muito. Como já citado algumas vezes, a cantora, atualmente, se encontra numa posição difícil de alcançar e a ideia de um único show dela já acarreta essa mesma proporção de avidez dos fãs. Independente da perspectiva, quando se trata da artista, gastos financeiros deixam de ser uma preocupação para o público.
No entanto, o alto custo dos ingressos não é mero acaso, mas sim o resultado de uma estratégia de mercado extremamente meticulosa que torna cada apresentação um gigantesco evento. A demanda maciça combinada com a capacidade limitada dos locais de shows cria um senso de raridade em torno dos ingressos, enquanto a qualidade da produção, desde o design do palco até a execução técnica, justifica os preços. O resultado de todo esse esforço é o que vemos: as apresentações de Taylor sempre esgotam em questão de minutos após o início das vendas.
Outro fator que vale a pena ser comentado é sobre a determinação do valor de mercado de cada ingresso, o que é uma tarefa crucial das agências, que por sua vez, levam em consideração, principalmente, a demanda projetada, custos de produção e capacidade do local. Se trata basicamente do conceito tradicional de “vale quanto pesa”. Se tratando de Taylor Swift, é mais uma prova da imensa popularidade da cantora e que também demonstra uma estratégia empresarial excepcionalmente bem-sucedida da parte dela. Seus produtos e serviços transcendem a esfera da música e dos estádios lotados, acabando por adentrar o mundo mais abrangente da cultura e do empreendedorismo, que, querendo ou não, redefinem as regras do jogo.
Mas se há algo, além da música, que Taylor sabe investir, é sua imagem e como potencializar seu trabalho num todo. Com uma grande visão para os negócios, ela transformou sua arte em uma commodity altamente lucrativa, conseguindo oferecer uma experiência completa desde produtos personalizados até extras sob medida para os fãs, como pacotes VIP para seus shows. Parcerias estratégicas, por exemplo, são uma das opções que a ajudam a manter sempre em alta. A famosa Starbucks, cadeia multinacional americana de cafeterias, foi uma das parceiras de Swift para promover o álbum Red (Taylor’s Version) em 2021, lançando a bebida preferida da cantora na época.
Influência na NFL
Ultimamente, o universo dos esportes está em alvoroço por causa de Taylor Swift. Sua presença assídua no Arrowhead Stadium para assistir seu namorado e estrela do Kansas City Chiefs, Travis Kelce, jogar futebol, não está passando despercebida. Acontece que além de gerar uma grande repercussão na internet, sua imagem vinculada ao time teve um impacto nas vendas das camisas de número 87, o mesmo de Travis.
De acordo com a Fanatics, empresa de roupas esportivas e produtos para fãs, a camisa do jogador ficou entre as cinco mais vendidas da NFL (The National Football League) e as vendas aumentaram quase 400% em toda a rede de sites desde então. Além disso, a presença de Swift também conseguiu ter um impacto nas classificações de televisão.
Segundo a Fox Sports, os jogos do Kansas City Chiefs já atraíram 24,3 milhões de telespectadores. Embora esses números tenham diminuído cerca de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior, houve um aumento significativo nas classificações entre as mulheres de 12 a 17 anos, que cresceram quase 8% em relação ao ano anterior. A transmissão também liderou o público feminino em todos os principais grupos demográficos.
A força da tecnologia
A presença de Taylor Swift nas redes sociais é um dos pontos que mais a fizeram decolar, sendo algo verdadeiramente impressionante. Considerando apenas o Instagram, Twitter, TikTok e até Facebook, — o que, de certa forma, compõe grande parte do consumo de seu público — seu número total de seguidores ultrapassa 466,6 milhões, o que representa cerca de 5,75% da população mundial, com base nos dados recentes da ONU.
A grande diferença da artista é que ela compreende a importância de manter um diálogo aberto com seus fãs, provando que essa troca e relação com quem a apoia, dá resultado. Swift utiliza essas plataformas não apenas para autopromoção, mas para um envolvimento genuíno, afinal, o que um fã mais quer é ter uma aproximação com seu ídolo. A tecnologia é o que permite isso atualmente.
A revista Harvard Business Review, da Universidade de Harvard, recentemente publicou uma série de artigos sobre Taylor, destacando como ela utiliza essa vantagem digital para construir um senso de comunidade, algo que muitas empresas buscam, mas poucas conseguem alcançar com sucesso.
Identificação e conexão
Dando sequência ao fator da tecnologia no elo de Taylor com os fãs, é essencial destacar que a cantora também não hesita em ser autêntica, seja em suas interações com o público ou em suas letras, abordando uma variedade infinita de temas. Assim como serve para explicar a febre mundial, o poder que ela tem de se conectar com as pessoas pela arte é o fator-chave quando se trata de seu público. Assim como isso precisa haver para o fortalecimento de qualquer marca, a mesma abordagem se aplica com relação humanas.
Num mundo onde a humanidade vai se perdendo cada vez mais e dando lugar ao que é automático, banal e sem valor, dificilmente vemos algo pessoal e genuíno se estabelecer. A Nike e Starbucks, em termos de marketing, fazem parte do grupo mínimo de marcas que entendem a importância de construir laços emocionais duradouros com os consumidores, não à toa conseguindo ainda serem gigantes em seus respectivos setores. Hoje, Taylor Swift é uma marca, mas a cantora se destaca e se supera por conseguir respeitar seu lado profissional e pessoal, mas de alguma forma, conseguindo os unir em perfeita harmonia para cultivar a conexão significativa com quem a admira. Esse é o segredo.
No entanto, é importante ressaltar que a força motriz por trás de seu sucesso envolve simplesmente o que as pessoas passam no dia a dia. Taylor não tem medo de se mostrar vulnerável. Seu grande trunfo é transformar os contratempos de sua fama, intrigas, relacionamentos, autoestima, vontades e seus sentimentos mais profundos em matéria-prima e inspiração para suas composições. Taylor mostra o que se tornou raro hoje em dia: ser humano.
O poder do público feminino
O público feminino compõe quase que majoritariamente os fãs de Taylor e, segundo uma publicação do New York Times, a colunista Michelle Goldberg deu a entender o quanto o poder da cantora é devido a isso. Destacando os maiores fenômenos de entretenimento dos Estados Unidos durante o verão, estão justamente a cantora e o filme Barbie. O que eles tem em comum são o compartilhamento de histórias de amadurecimento feminino marcadas por crises existenciais e confrontos com o sexismo.
Em The Man, uma das músicas mais impactantes sobre esse tema, Taylor canta: “Estou tão cansada de correr o mais rápido que posso, perguntando-me se chegaria lá mais rápido se eu fosse um homem”, fazendo uma crítica irônica ao machismo e ao patriarcado. Com isso, vídeos virais no Tiktok, mostraram o público masculino fazendo questão de se manter em silêncio assim que Taylor cantava a canção em seus shows da The Eras Tour.
Uma lição óbvia do sucesso gigantesco de “Barbie” e da Eras Tour é que existe um mercado enorme e carente de entretenimento que leva a sério os sentimentos de meninas e mulheres. Depois de anos de isolamento de Covid, política reacionária e uma crise de saúde mental que atingiu meninas e mulheres jovens de maneira particularmente difícil, há um desejo palpável de deleite comunitário e catarse.
Michelle Goldberg, colunista do New York Times
O poder da nova geração
Taylor Swift segue um caminho semelhante ao de Madonna nos anos 1980, mas com uma sensibilidade ajustada para a cultura contemporânea, especialmente voltada para a nova geração. Enquanto Madonna foi revolucionária em desafiar normas sociais e provocar, Taylor se atenta a ir para outro lado. A artista compreende que para sua base de fãs, composta em maior parte pela Geração Z e Millennials, essa abordagem não funciona mais.
Se há algo que as novas gerações admiram é a constância da cantora em se reinventar e ter coragem para se posicionar sobre questões políticas e sociais, como quando apoiou a Lei da Igualdade em 2019. Isso é algo normal, levando em conta que os tempos agora são outros. Taylor corresponde naturalmente às expectativas do que seus fãs esperam de alguém.
Além disso, é correto afirmar que a nova geração se diferencia das outras em diversos aspectos, seja quando envolve saberem melhor sobre o mundo moderno, valores éticos, importância da saúde mental, moda, conhecimento da tecnologia e tudo o que ajuda a fazer de Swift uma propulsora disso. É praticamente como se a Geração Z e os Millennials soubessem identificar a pessoa certa para admirarem e se inspirarem.
A geração do milênio, conhecida por ser conhecedora de tecnologia e socialmente consciente, encontra uma figura identificável em Taylor Swift. Através de suas letras, ela explora temas de amor, desgosto, empoderamento e crescimento pessoal – tópicos que ressoam profundamente com sua base de fãs. Sua expressão autêntica dessas emoções lhe rendeu seguidores dedicados da geração do milênio que se veem em sua música.
Sátria Schneider, especialista em moda
The Eras Tour
A The Eras Tour, turnê mais recente de Taylor Swift, se tornou um fenômeno global e marcou um capítulo inesquecível não só em sua jornada, como a de muitas pessoas. Ela não apenas encantou multidões em todo o mundo, mas também revolucionou a experiência de shows ao vivo.
As dez eras
Para quem ainda se sente confuso sobre o que são as famosas e icônicas eras de Taylor Swift, elas formam um arco narrativo incrível que a levou de uma jovem estrela da música country a uma das artistas pop mais influentes do mundo. Cada era é representada por um álbum distinto e mostra o crescimento e a evolução de Taylor, não apenas como artista, mas também como mulher.
Taylor Swift
O álbum de estreia Taylor Swift foi lançado quando ela era apenas uma adolescente e ilustrou suas influências iniciais na música country de uma forma que o tornaria quase irreconhecível em comparação com seus sucessos contemporâneos. Canções como Teardrops on My Guitar e Tim McGraw foram músicas fundamentais no gênero crescente do country pop, e o álbum continuou a produzir canções até 2008, permanecendo nas paradas da Billboard 200 por 157 semanas. Por causa dele, Taylor foi indicada ao Grammy de Melhor Artista Revelação.
A cantora não costuma mais performar nenhuma das músicas do álbum, da mesma forma que não as incluiu no setlist da The Eras Tour. Ainda assim, já cantou algumas como músicas surpresas na turnê.
Fearless
Mesmo enquanto seu álbum de estreia continuava a ser um grande sucesso, Taylor lançou seu segundo em 2008. Fearless ainda mantinha traços das raízes country da artista, mas canções como You Belong With Me não apenas incorporaram mais elementos pop, como também estabeleceram o tom para seu tema recorrente de relacionamentos amorosos que ainda é presente em seus maiores sucessos.
Ao estabelecer um recorde na época como a artista mais jovem a ganhar o prêmio, ela conquistou o Álbum do Ano no Grammy, juntamente com o prêmio de Melhor Álbum de Música Country, consolidando sua posição como a mais nova estrela da música.
Speak Now
Amadurecendo plenamente como artista, o terceiro álbum de estúdio foi Speak Now, demonstrando uma compositora mais evoluída. Embora dúvidas sobre sua autenticidade no cenário da música country tivessem persistido desde seu álbum de estreia, músicas como Back to December levaram críticos de mainstream a afirmar que Taylor havia rumado completamente em direção ao pop e ao rock. O álbum continuou a impressionar nas vendas, e até 2020, já havia alcançado a impressionante marca de seis discos de platina.
Red
Apesar das tentativas de manter a imagem como uma artista de música country pop, Red, lançado em 2012, marcou a sua transição definitiva para o pop das rádios. Considerado uma das eras mais ousadas de Taylor, o álbum revelou uma expansão em sua abordagem de composição, deixando para trás a ingenuidade que caracterizou seus três primeiros discos. Canções enérgicas como I Knew You Were Trouble, 22 e We Are Never Ever Getting Back Together, transformaram completamente seu estilo musical. O álbum recebeu uma indicação ao Grammy de Álbum do Ano e conquistou a marca de sete discos de platina.
1989
Com a era 1989, canções pop como Shake It Off e Bad Blood se tornaram verdadeiros sucessos nas rádios, abandonando qualquer vestígio da influência country que marcou os primeiros álbuns de Taylor. Nessa época, sua vida pessoal também passou a dominar as conversas em torno de sua música, e seu estilo distintivo de composição alimentou as fofocas sobre celebridades.
Apesar de ter conquistado o prêmio de Álbum do Ano, ele dividiu a opinião dos críticos, com alguns criticando as tentativas evidentes da cantora de alcançar o sucesso comercial, conforme mencionado em análises. Ainda assim, foi o momento de Taylor finalmente se estabelecer como a nova rainha do pop.
Reputation
No seguimento da carreira que, do ponto de vista crítico, foi um divisor, Reputation, lançado em 2017, não teve dificuldade em angariar lucros significativos e produzir várias músicas de sucesso. O álbum foi o quarto consecutivo da cantora a estrear no topo da Billboard 200.
Após a era pop de 1989, Taylor apresentou uma versão notavelmente mais sombria de si mesma. A mudança também foi influenciada por toda polêmica com Kim Kardashian e Kanye West. Além disso, com a mídia analisando minuciosamente todos os aspectos dos seus relacionamentos pessoais, canções como Look What You Made Me Do ganharam um significado adicional, principalmente pelos easter eggs do videoclipe.
Lover
Sendo o primeiro álbum lançado após a saída de Taylor da Big Machine Records, Lover, em 2019, apresentou uma artista capaz de olhar para o passado pela primeira vez. Reincorporando influências anteriores, o álbum marcou um retorno em relação ao seu status de rainha do pop em ascensão e a mostrou mais feliz e saudável em geral. Músicas como You Need To Calm Down zombaram de seus críticos, mas o álbum claramente pretendia ser um lançamento mais contido em comparação com seus discos anteriores. Enquanto uns tinham influências evidentes de hip-hop e R&B, esse mostrou que a cantora estava explorando o jazz, o rock e o indie.
Folklore
Com produção conjunta de Aaron Dessner, pioneiro do rock indie e guitarrista do The National, folklore marcou uma significativa mudança na carreira de Taylor, levando-a profundamente às suas influências do folk indie. Lançado durante a pandemia, o álbum se afastou dos temas de desamor característicos da cantora, oferecendo uma abordagem mais profunda e introspectiva. A crítica também reconheceu essa transformação, e publicações musicais como a Pitchfork elogiaram o álbum, lhe concedendo uma impressionante pontuação de 8.0/10.
Evermore
Lançado imediatamente após folklore, evermore representou uma continuação de sua colaboração com Aaron Dessner. O álbum manteve a abordagem cinematográfica de Taylor na narrativa de suas músicas e contou com a participação da banda The National na faixa Coney Island e das renomadas artistas indie Haim em No Body, No Crime. O álbum estreou no topo das paradas e recebeu uma indicação ao prêmio de Álbum do Ano no Grammy.
Midnights
Taylor lançou Midnights em 2022, um álbum conceitual melancólico e introspectivo que continuou as tendências de seus dois álbuns anteriores, ainda que com um toque voltado para o pop. Com You’re On Your Own, Kid e Anti-Hero, a artista revelou um lado dela que nunca havia sido visto antes, se mostrando tremendamente vulnerável e humana. Muito do conceito foi inspirado no crescente sucesso de artistas do bedroom pop, ideia de criar música dentro da própria casa, abrindo mão dos grandes estúdios de gravação.
Apesar de a proposta não buscar ser comercial, o álbum provou ser o mais vendido de Taylor até o momento, reforçando seu status intocável.
The Eras Tour Setlist
As apresentações da The Eras Tour possuem um setlist que segue cada uma das fases da cantora. Veja abaixo a lista de músicas que você deve esperar nos shows:
Era Lover
Miss Americana and The Heartbreak Prince
The Man
The Archer
Cruel Summer
You Need to Calm Down
Lover
Era Fearless
Love Story
Fearless
You Belong With Me
Era Evermore
willow
champagne problems
marjorie
’tis the damn season
tolerate it
Era Reputation
Delicate
…Ready for It?
Don’t Blame Me
Look What You Made Me Do
Era Speak Now
Enchanted
Era Red
22
We Are Never Ever Getting Back Together
I Knew You Were Trouble
Nothing New
All Too Well (10 Minute Version)
Era Folklore
cardigan
invisible string
the 1
betty
the last great american dynasty
august
illicit affairs
my tears ricochet
Era 1989
Shake It Off
Style
Blank Space
Bad Blood
Wildest Dreams
Sessão Acústica
Duas músicas surpresas
Era Midnights
Anti-Hero
Lavender Haze
Midnight Rain
Bejeweled
Vigilante Shit
Mastermind
Karma
Swifties: o fenômeno
Os dedicados fãs de Taylor Swift são chamados mundialmente de swifties. A devoção inabalável dessa base e influência nas redes sociais, continuam a agir e manter viva a carreira da artista, principalmente em cada novo lançamento. No entanto, fica cada vez mais difícil compará-los com outro tipo de público. Existe uma verdadeira fidelidade para com a artista e que é provada a todo momento. Com muita criatividade, dedicação e capacidade de criar tendências virais, os swifties fazem questão de garantir que o mundo nunca esqueça o poder duradouro da cantora na música e na cultura pop.
Para comprovar o grande fenômeno que impulsiona a carreira da Taylor, um artigo da Variety destacou justamente esse impacto significativo da base de fãs na plataforma do Tiktok. Segundo o texto, em 2020, quando o aplicativa ainda ganhava destaque, o cantor Harry Styles liderava o ranking das tendências, acumulando pouco mais de 7 bilhões de visualizações em todo o mundo. Contudo, uma reviravolta começou a acontecer assim que Taylor começou a regravar suas músicas — o que já mencionamos anteriormente, o selo Taylor’s Version foi realmente o grande divisor de águas para a cantora.
Junto a isso, se deu o lançamento da versão de 10 minutos da música All Too Well em novembro de 2021, em conjunto com o curta-metragem dirigido pela artista, o que ajudou a desencadear um aumento massivo de interesse em torno de Taylor. Dessa forma, em apenas dois dias, o conteúdo relacionado a ela transformou 80 milhões de visualizações em mais de 260 milhões na plataforma. Com a estreia do álbum Midnights, o número foi superado. Porém, o que mais serviu de prova para a compreensão de que a cantora havia se tornado um grande fenômeno na internet, foi a sessão interativa do aplicativo sobre a The Eras Tour que, na época, nem havia começado ainda.
Não deixa de ser uma verdade quando falamos que uma grande parcela do marketing para a turnê, se deu por conta dos fãs. É notável que existe uma troca muito sincera entre a cantora e o público, embora nada desse resultado tenha sido esquematizado ou estrategicamente sugerido. No entanto, conforme o próprio artigo, é impressionante o poder de todo esse trabalho. Querendo ou não, o contrato foi estabelecido sem ser proposital: Taylor procura entregar uma performance gigantesca e além das expectativas, e, em troca, o swifties proporcionam o que poderia ser chamado de um veículo de marketing para a turnê.
Ainda conforme a pesquisa da Variety, desde o início da The Eras Tour, o TikTok bateu cerca de 1,9 milhão de vídeos relacionados à artista e hoje, o conteúdo alcança uma média impressionante de 380 milhões de visualizações por dia. O resultado de tudo isso fez com que Taylor atingisse uma esfera de fama que não era vista desde o histórico momento em que Michael Jackson atravessou o palco no show da Motown 25, há quatro décadas.
Sucesso ao redor do mundo
Após tantas notícias e com a turnê realizada nos Estados Unidos, prestes a começar em outros continentes, já seria o suficiente para entender o poder de Taylor Swift, porém, seu impacto acabou gerando situações um tanto inesperadas e chocantes.
A demanda por ingressos da The Eras Tour foi tão esmagadora que até membros do Congresso dos Estados Unidos debateram sobre o monopólio da Ticketmaster. Para se ter ainda mais uma noção detalhada do sucesso, segundo o geofísico Jackie Caplan-Auerbach, os shows de Taylor em Seattle, chegaram a provocar uma agitação no solo semelhante a um sismo de magnitude 2,3 na Escala Richter. Em resumo, a turnê chegou a provocar, literalmente, um pequeno terremoto.
Todos os shows também causaram efeitos na economia, segundo o Banco Central dos Estados Unidos. Cidades como Filadélfia viram um aumento expressivo na receita hoteleira, alcançando o maior ganho desde o início da pandemia.
Apesar da lenta recuperação do turismo na região em geral, um destaque é que maio foi o mês mais forte na receita hoteleira da Filadélfia desde o início da pandemia, em grande parte devido ao afluxo de convidados para os shows de Taylor Swift na cidade.
Registro do Livro Bege, documento que disserta sobre as condições econômicas dos Estados Unidos
Os estádios de futebol, onde comportam os shows, costumam acomodar mais de 70 mil pessoas e ficavam completamente lotados. Taylor também passava alguns dias em cada cidade, o que permitia que as empresas locais aproveitassem para atrair o dinheiro dos fãs.
As estratégias de vendas foram variadas, incluindo o clássico merchandising de produtos da Taylor até lojas que oferecem donuts com o rosto da cantora e drinks com nomes de suas músicas. Para completar, um museu em Nashville até montou uma exposição de trajes da artista às pressas para coincidir com suas apresentações na cidade. O feito registrou o melhor mês de receita em 65 anos de história, com 114 mil pessoas adquirindo ingressos.
Houve uma demanda reprimida para ir se divertir para sair e ser social. As pessoas estão dispostas a viajar muito para vê-la.
Mara Klaunig, analista sênior
Antes mesmo do show no Colorado, o Common Sense Institute, uma organização que monitora a economia local, previu que os shows contribuiriam com US$ 140 milhões para o PIB do estado. Já em Cincinnati, Ohio, os gastos relacionados à turnê alcançaram aproximadamente US$ 48 milhões, conforme a agência de turismo da cidade, Visit Cincy.
Taylor Swift é um fenômeno que merece ser reconhecido. O impacto econômico que seu trabalho cria é impressionante, pois os fãs viajam de longe para assistir a seus shows, lotando hotéis, restaurantes e atrações locais. A influência dela no turismo é uma prova de sua capacidade de cativar o público e impulsionar o crescimento econômico.
Julie Calvert, CEO do Visit Cincy
Uma das matérias do The New York Times, mencionou que até mesmo artistas do passado e de grande prestígio, reconhecem a marca que a cantora está deixando na história da música. Segundo o jornal, Taylor Swift seria o centro num mundo fragmentado da música atual.
A única coisa com a qual posso compará-lo é o fenômeno da Beatlemania. (…) Taylor Swift é produtiva e continua surgindo com ótimos conceitos e músicas. Ela é enorme, merece as notas mais altas. Ela conhece música e sabe compor. Ela é como os Beatles dessa geração.
Billy Joel, músico
A cantora é a primeira artista viva a emplacar quatro álbuns no top 10 da parada americana simultaneamente desde o trompetista e líder de banda Herb Alpert, em 1966, quem também reconheceu o sucesso da cantora.
É uma façanha incrível. Do jeito que o rádio está hoje em dia, e do jeito que a música é distribuída, com streaming, não achei que alguém nessa era pudesse fazer isso.
A Academia do Grammy Awards também não poupou elogios, classificando a The Eras Tour como “a mais lendária dessa geração”, reconhecendo tamanha importância em relação a outras turnês de artistas grandes como Beyoncé e Harry Styles.
O fenômeno segue sendo aplaudido, discutido, elogiado e impactando que, para ser adicionado à lista de êxitos incomparáveis da cantora, um satélite operado pela empresa BlackSky capturou imagens da lotação do show em Denver. Nas fotos disponibilizadas, é possível ver claramente o estádio e o estacionamento sendo gradualmente preenchidos à medida que a hora do show se aproximava.
Além disso, assim como todo o mundo embarca na onda, a companhia aérea Air New Zealand chegou a anunciar que irá expandir sua oferta de voos devido ao que eles chamaram de Swift Surge.
Segundo informações da revista Condé Nast Traveler, a companhia noticiou que houve um aumento significativo na procura por passagens aéreas por parte dos fãs que estão acompanhando a turnê e, com o objetivo de atender a essa crescente demanda, a empresa adicionou cerca de 2 mil assentos à sua programação regular de voos para o período de viagens relacionadas aos shows na Austrália em fevereiro de 2024.
Curiosidades
Como todo sucesso, é esperado que algumas informações circulem pelas redes sociais por tempo indeterminado, o que passam a se tornar curiosidades. De homenagens emocionantes a momentos surpresa, a The Eras Tour tem se destacado por mais do que apenas suas performances extraordinárias.
Carrinho de limpeza
Nas primeiras apresentações, os fãs logo notaram um carrinho de limpeza circulando pela área restrita dos estádios onde Taylor se apresentaria. Aos poucos, foi percebido que esse carrinho sempre estava presente momentos antes do início do show e era cercado por seguranças. É sabido, ao menos no círculo dos swifties, que a artista costuma se esconder em locais um tanto inusitados para despistar, em sua grande maioria, paparazzis. Apesar de nada confirmado, rumores sobre ela ser carregada dentro de malas fosse ser uma alternativa, a ideia de entrar num carrinho de limpeza poderia parecer algo razoável.
Foi então que a teoria foi confirmada após os fãs começarem a ficar a postos com seus celulares para gravar o momento em que ela pudesse sair do carrinho. Em determinado ponto, de um dos assentos mais altos do estádio, Taylor chegou a ser flagrada da forma como todos esperavam. Esse seria um disfarce para circular desapercebida pelos bastidores antes de subir ao palco.
Prefeituras contagiadas pela The Eras Tour
Antes do show que marcou o início da turnê em Glendale, Arizona, o prefeito da cidade, Jerry Weiers, surpreendeu ao anunciar que o município adotaria o nome Swift City temporariamente, em honra ao fato de que a cantora começaria seus shows no local.
Com a notícia, todas as outras cidades decidiram abusar da criatividade e inovar para receber Taylor. Um exemplo disso ocorreu em Tampa, na Flórida, onde a prefeita Jane Castor até convidou a cantora para assumir o seu cargo por um dia.
Estreia de videoclipe ao vivo
Taylor Swift é conhecida por soltar dicas e easter eggs em tudo o que se propõe a fazer, o que faz seus fãs ficarem sempre à espreita e na expectativa do que pode vir. Com a regravação de seu álbum Speak Now, não foi diferente, o que já havia causado bastante burburinho antes mesmo do anúncio. Mas apesar disso, a cantora decidiu não apenas confirmar seu novo Taylor’s Version, como estrear em primeira mão, o videoclipe de I Can See You, uma das faixas inéditas da nova versão do álbum.
Para a surpresa de todos, Taylor ainda convidou o ator e ex-namorado Taylor Lautner para o palco, junto das atrizes Joey King e Presley Cash que também participaram do videoclipe.
Pulseiras da amizade
Uma das tradições surgidas na turnê foram as pulseiras da amizade. Antes do início do show, muitos fãs levavam suas pulseiras artesanais para trocar com outros fãs, incorporando esse gesto de amizade e compartilhando momentos especiais.
Isso se deu por conta de um únivo verso de You’re on Your Own, Kid, música do álbum Midnights: “so make the friendship bracelets, take the moment and taste it.” (“faça as pulseiras da amizade, aproveite o momento”).
Inclusive, foi justamente através da The Eras Tour e toda essa experiência da troca de pulseiras, que o atual namorado da cantora, o jogador de futebol americano, Travis Kelce, resolveu tentar conquistá-la pela primeira vez. Cogitando entregar o acessório com seu número de telefone em miçangas, foi dessa forma que o público acompanhou o início do romance.
Convidando celebridades
Os shows da The Eras Tour nos Estados Unidos, atraíram uma série de celebridades nas apresentações e a empolgação foi tamanha que muitos causaram alvoroço antes mesmo de Taylor subir ao palco. Entre os famosos que foram vistos na plateia, destacam-se nomes como Drew Barrymore, Cara Delevingne, Miles Teller, Shania Twain, Bradley Cooper, Channing Tatum, Blake Lively, Cameron Diaz, Jennifer Garner, Millie Bobby Brown, David Harbour, Selena Gomez, Julia Roberts, Robert Pattinson, Taylor Lautner, entre outros.
Pulseiras da amizade, inclusive, foram distribuídas entre as celebridades que interagiram com muitos dos fãs ao longo de toda a turnê.
Músicas surpresas
Apesar de incluir praticamente toda a sua discografia na turnê, Taylor reservou uma parte de cada show para dar espaço à canções que não faziam parte oficialmente do repertório.
A performance de duas músicas surpresa em cada noite, é um dos momentos mais esperados de toda a The Eras Tour. A surpresa é parte fundamental da experiência, já que as pessoas só descobrem qual serão no próprio momento da apresentação. Sempre fazendo questão de ouvir seu público, essa é uma sessão acústica do show onde a artista busca retribuir o carinho do público.
Ao longo da turnê, as músicas que, não são repetidas, foram sendo contabilizadas pelos fãs no intuito de sempre ficarem no controle e aumentarem as expectativas sobre quais ela escolheria para os próximos. Hoje, estima-se cerca de 50 músicas que ainda não foram tocadas.
Fechando com chave de ouro
O último show em Los Angeles, Califórnia, que encerraria a primeira parte da The Eras Tour nos Estados Unidos, foi coberto de ansiedade por parte dos fãs, principalmente por conta dos figurinos de Taylor. Seguindo um padrão durante toda a turnê, as roupas já haviam sido decoradas pelo público, mas foi justamente nessa noite que as cores alteraram para uma só: azul, fazendo uma notória referência à cor simbólica do álbum 1989. Sabendo que ele era o próximo a ser regravado, antes mesmo do anúncio, a cantora deu sinais muito claros de que aquele show tiraria as dúvidas sobre a data oficial do lançamento do novo Taylor’s Version.
O momento do anúncio se tornou marcante, fazendo do show o encerramento perfeito para a etapa inicial da turnê.
Momentos exclusivos da The Eras Tour
Além das tradições e todas as surpresas que a turnê já proporcionou, cada apresentação da Taylor se torna única apenas pelos momentos memoráveis que ela entrega, desde uma simples transição de músicas até algum novo passo inspirado em algum fã. Mikael Arellano, famoso tiktoker fã da cantora, teve sua pequena dança inspirada na canção Bejeweled incluída na coreografia oficial da The Eras Tour. Mais uma prova de que a artista está sempre de olho em suas redes sociais!
Ainda assim, separamos alguns dos momentos que se tornaram sucesso e do que começou a surgir ao longo de todos os shows:
- A Ponte de Cruel Summer: Quando Taylor convida os fãs a gritarem a letra com ela no início do show, criando uma conexão especial entre ela e o público. As pontes das músicas se referem às partes preferidas, algo importante de se saber no fandom.
- O Coração de Fearless: Durante a performance da música, Taylor relembra o icônico gesto de fazer um coração com as mãos, o que marcou sua carreira e evoca muita nostalgia.
- Aplausos após champagne problems: Após a apresentação da canção, o público aplaude a fim de celebrar a performance, quase como se fosse um momento muito esperado e emocionante.
- Transição de Don’t Blame Me para Look What You Made Me Do: Durante o momento dedicado a era Reputation, Taylor faz uma transição impressionante entre as duas músicas, o que se tornou viral nos vídeos do Tiktok pelo som impactante.
- Entrega do chapéu de 22: A tradição de Taylor de entregar o chapéu usado durante a apresentação da música, é um gesto de carinho. Toda noite é selecionado um fã especial para recebê-lo das mãos da própria artista.
- Corrida em august e coreografia de my tears ricochet: No bloco dedicado a era folklore, Taylor faz uma mini corrida no palco durante sua performance em august. Num primeiro momento, se tratava de algo sem compromisso, mas que na internet, logo se transformou em um dos pontos marcantes do show. Da mesma forma, a apresentação de my tears ricochet teve uma pequena parte relevante na coreografia. Assim, levados pela emoção da melodia das músicas, fãs foram inspirados pela cantora a gravarem vídeos no Tiktok com essa mesma premissa dramática das performances.
- Músicas surpresas: Já citado anteriormente, esse é um dos momentos mais esperados. Cada show inclui duas músicas surpresas, uma tocada no violão e outra no piano, mantendo o público ansioso.
- Mergulho no palco: Ao final das músicas surpresas, Taylor literalmente mergulha no palco, marcando a transição do set acústico para o momento da era Midnights. A cantora pula num espaço aberto dentro do palco antes de acompanhamos imagens no telão e no próprio palco espelhado, de Taylor nadando como se ela realmente estivesse na água.
- Troca de figurino em Midnight Rain: Durante a música, Taylor faz uma das suas trocas de roupa mais chamativas em cima do palco e em questão de segundos, surpreendendo o público com um novo visual.
- Gritos de guerra: Durante os shows, o público criou tradições de gritar frases e palavras específicas no início, meio ou final de cada música. Combinados e viralizados na internet, isso se tornou algo padrão como se fosse um momento único de troca entre a cantora e os fãs, além de um modo de participarem e se mostrarem imersos dentro de toda a experiência.
Experiência esquecida?
Para completar a potência dos resultados da The Eras Tour de Taylor Swift nos Estados Unidos, algo muito peculiar começou a acontecer. A maioria dos fãs têm relatado uma espécie de “amnésia pós-show”, não conseguindo se lembrar de momentos que viveram durante o evento. Sensação de “estar fora do corpo” ou de entrar em estado de sonho, foram algumas das descrições, no entanto, a psicologia parece explicar o estranho fenômeno.
De acordo com especialistas, eventos emocionantes podem sobrecarregar o cérebro de maneira cognitiva, o que faz com que as pessoas tenham a consciência alterada e, consequentemente, sintam uma certa desconexão com a realidade, além da dificuldade da formação de memórias. Basicamente, fãs estão ficando incapazes de processar e armazenar todo o show de forma adequada.
Na verdade, é provável que seja uma das coisas que eles se lembrarão de assistir pelo resto de suas vidas. Simplesmente eles codificam alguns aspectos do evento na memória, e não outros.
Michelle Phillips, professora de psicologia musical
The Eras Tour Brasil
Sempre que Taylor Swift chega a alguma cidade com sua turnê, mais o termo Taylornomics começa a se espalhar. Uma onda de gastos começa a acontecer, sendo muito comum que hotéis, restaurantes e bares fiquem lotados por swifties. Dessa forma, a The Eras Tour vem contribuindo bastante para a recuperação do impacto econômico da pandemia e, assim como ocorreu nos Estados Unidos, é esperado que isso se repita no Brasil.
Já de início, com o anúncio de várias datas no Rio de Janeiro e São Paulo, a comoção foi tanta que o nome da Taylor dominou todas as redes sociais naquele dia. No entanto, a situação tomou proporções assustadoras com a abertura da venda de ingressos, o que gerou uma verdadeira corrida entre centenas de fãs enfrentando todos os tipos de condições adversas. Uma fila de espera online de cerca de 1 milhão de pessoas foi formada na compra do site da Tickets For Fun, assim como filas quilométricas e demoradas em bilheterias físicas.
No entanto, Taylor Swift também marcou o Brasil com toda a situação que, ao longo dos dias, passou a envolver cambistas. Fãs da cantora ainda encararam uma batalha contra os mesmos, tendo alguns relatado que chegaram a sofrer ameaças de morte pela disputa dos ingressos. O problema acabou gerando repercussão fora do país, mas a Câmara dos Deputados logo aprovou o regime de urgência para o projeto que ficou conhecido como Lei Taylor Swift. A medida prevê punição para pessoas que revendem ingressos de eventos de lazer acima do estabelecido pela tabela de preços.
Mas mesmo antes da aprovação, uma solução já havia sido posta em prática pela Tickets For Fun para identificar os fãs dos infratores. Segundo reportagem do O Globo, em São Paulo, um questionário sobre a cantora estava ocorrendo.
Os agentes questionam se a pessoa é fã de verdade e fazem perguntas sobre a cantora que só quem é fã de verdade saberia. Parece uma chamada oral, eles fazem as perguntas, perguntam o setlist do show e pedem para ver playlist no celular.
Nathalia Alvarenga, estudante e fã
Essa é a grande estreia de um show completo da Taylor Swift no Brasil, embora a artista já tenha visitado o país anteriormente para um breve show promocional em 2012. Na época, ela realizou uma apresentação de 40 minutos e fez um dueto com a cantora Paula Fernandes na canção Long Live.
Já em 2021, uma turnê para promover seu álbum Lover, passaria por terras brasileiras. No entanto, os shows precisaram ser cancelados devido à pandemia. Por curiosidade, alguns fãs chegaram a comparar a venda de ingressos da época com a mais recente da The Eras Tour, o que chegou a ser uma diferença exorbitante. Em 2021, muitos dos ingressos ficaram disponíveis por um longo prazo, ao contrário desse ano, no qual precisaram de menos de 40 minutos para esgotarem totalmente. Datas extras logo foram disponibilizadas, mas os ingressos também duraram menos de um dia.
A The Eras Tour Brasil acontecerá nos dias 17, 18 e 19 de novembro no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, e nos dias 24, 25 e 26 do mesmo mês no Allianz Parque, em São Paulo.
The Eras Tour: o filme
Filmes de shows não são incomuns, assim como não são novidade para Taylor Swift que já havia lançado gravações de suas turnês. Disponível na Netflix, Taylor Swift: Reputation Stadium Tour e Taylor Swift: The 1989 World Tour Live, disponível no Youtube em qualidade 4K, foram algumas das formas que a cantora encontrou de celebrar e registrar as experiências. Além disso, suas sessões de estúdio mais íntimas podem ser assistidas no Disney+ com Folklore: The Long Pond Studio Sessions.
Porém, é inegável dizer que existe algo muito único e especial em Taylor Swift: The Eras Tour.
Maior bilheteria de todos os tempos
O filme registra exatamente o que é um show da Taylor, com transmissão para mais de 100 países. Todas as cenas foram filmadas durante os primeiros três dos seis shows que a cantora realizou no estádio SoFi, na Califórnia, durante o mês de agosto. Apenas o anúncio do lançamento já causou um grande impacto na programação das salas de cinema do país, levando, inclusive, ao adiamento dos filme Exorcista: O Devoto e Assassinos da Lua das Flores de Martin Scorsese.
Assim como sua turnê, o sucesso de Taylor Swift: The Eras Tour teve um imenso impacto na indústria cinematográfica. Com uma duração de 168 minutos e tendo estreado nos Estados Unidos no dia 13 de outubro, o filme obteve um feito notável ao arrecadar um recorde de US$ 37 milhões em seu primeiro dia de pré-venda. No segundo fim de semana consecutivo, conquistou um total de US$ 31 milhões em arrecadação. De acordo com a Comscore, embora tenha sofrido uma queda de 67% desde o fim de semana de estreia, a produção se tornou oficialmente o primeiro filme-show na história a ultrapassar a marca de US$ 100 milhões na América do Norte.
A produção é como uma continuação de tudo o que a turnê já proporcionou. Uma arrecadação de US$ 123,5 milhões foram acumulados mundialmente no final de semana de estreia, tornando o filme campeão absoluto de bilheteria. Embora tenha ficado atrás de Coringa de 2019, esse é um dos lançamentos mais bem-sucedidos de outubro nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, as vendas do primeiro fim de semana também superaram as dos longas de Justin Bieber e do eterno rei do pop, Michael Jackson.
Mas algo importante de se levar em conta é que a exibição ocorrerá apenas de quinta a domingo, diferente da maioria dos filmes que têm sessões todos os dias da semana. De acordo com o Daily Mail, a razão por trás disso envolve a própria cantora, uma vez que Taylor quis priorizar seus fãs mirins. Levando em consideração o desempenho acadêmico dessa parcela específica de seu público, ela acredita que assistir a um filme de três horas durante a semana pode prejudicar o estudos, uma vez que poderia haver a negligência em relação às tarefas escolares em prol do cinema.
Mas segundo a Variety, essa talvez não seria uma escolha de Taylor Swift guiada pelas preocupações com a vida acadêmica, mas sim uma vontade de criar uma sensação de exclusividade. A revista sugere que a cantora tenha optado a programação de seu filme para transformar a experiência em mais do que apenas uma projeção no cinema. Pensando, inclusive, naqueles que não tiveram a oportunidade de ir aos seus shows, essa seria uma chance de replicar a ansiedade e toda a expectativa para vê-la performar.
Efeito Taylor Swift nos cinemas
Um artigo da CNET procurou mostrar o que pode ser esperado do filme Taylor Swift: The Eras Tour, que vem causando um grande emoção nos cinemas norte-americanos. Mas cuidado, a partir daqui, o texto poderá conter alguns spoilers!
Segundo a autora, parece que Taylor Swift optou por excluir cinco músicas do setlist. De acordo com a Entertainment Weekly, Long Live, No Body, No Crime, Wildest Dreams, The Archer e Cardigan foram todas deixadas de lado, muito provavelmente por conta da extensão da duração. Para os brasileiros que rapidamente possuem um carinho grande pela primeira canção, poderão desfrutá-la nos créditos finais com momentos de erros e vídeos de fãs.
Das músicas-surpresa que poderiam ser incluídas no filme, Taylor escolheu por Our Song e You’re On Your Own, Kid. Sobre as mudanças de figurino, felizmente ou infelizmente, os fãs podem esperar ver mudanças e transições de uma era para a outra, de forma mais condensada. Possivelmente, para ajustar o show no formato de longa-metragem, isso precisou ser reformulado.
Quanto ao que vem acontecendo nas sessões de cinema dos Estados Unidos, é algo que pode vir a se repetir no Brasil, ainda que tudo seja muito imprevisível. Por se tratar de um filme-show, a atmosfera do ambiente passa se tornar algo mais emotivo, o que é justamente a intenção de toda a produção, no entanto, o efeito Taylor Swift está causando mais do que uma exibição ultimamente. Fãs estão dançando e se divertindo nas salas como se estivessem no próprio show, o que desagradou muitos dos espectadores que alegaram nem conseguir ouvir a cantora.
Pensando nisso, a rede Cinemark anunciou a Private Swiftie Parties nos Estados Unidos, o que seria uma sala exclusiva para os fãs que desejam cantar e dançar. De acordo com a empresa, as telas enormes e áudio proporcionam o ambiente perfeito para uma festa com capacidade para até 40 pessoas. Se essa experiência pode vir ao Brasil, ainda é um mistério.
O impacto na economia
Assim como a própria The Eras Tour, o filme de Taylor Swift também está impactando a economia de forma positiva nos PIB dos Estados Unidos, segundo a Bloomberg Economics.
O filme conquistou um sucesso tão estrondoso e imediato nas primeiras horas de venda de ingressos, que a receita inicial acumulada foi de US$ 26 milhões só na América do Norte. De acordo com o Deadline, a produção ultrapassou as vendas antecipadas de filmes como Vingadores: Ultimato, que havia angariado cerca de US$ 16,9 milhões logo de início.
O custo de produção do filme teria variado entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões, segundo o portal Puck. O resultado não apenas cobriu esses custos, mas também gerou uma receita expressiva nas pré-vendas, somando cerca de US$ 100 milhões, como relatado pela rede de cinemas AMC. Tal feito estabeleceu um recorde na história de 103 anos da empresa.
A crítica
A verdade é que o filme Taylor Swift: Eras Tour está no caminho para se tornar um grande sucesso tanto comercial quanto crítico, o que de certa forma, já pode até ser considerado algo histórico com uma classificação perfeita de 100% no Rotten Tomatoes.
Taylor Swift: The Eras Tour é sobre mostrar aos estúdios, isso porque o filme-concerto dela não está sendo distribuído pelos estúdios. [O filme] está sendo distribuído pelo proprietário do cinema, AMC, e vai faturar uma enorme quantidade de dinheiro. E é isso, [a exibição nos cinemas] é um formato, é uma forma de ver as coisas e compartilhar histórias, ou compartilhar experiências que são incrivelmente valiosas. E se eles [os estúdios] não quiserem, alguém vai querer. Então essa é apenas a verdade.
Christopher Nolan, cineasta
O filme de Taylor Swift recebeu 14 críticas excepcionais, com muitos elogiando a edição, a produção elaborada e a coreografia, não deixando de frisar a qualidade tanto para o público quanto para a crítica especializada.
The Eras Tour é uma conquista a ser lembrada e uma vitrine de uma das maiores estrelas pop de todos os tempos no auge de seu talento. Há anos, sabemos muito bem que Swift é uma potência como intérprete, musicista e artista, e Taylor Swift: The Eras Tour encapsula tudo isso neste tremendo filme de concerto.
Crítica do Collider
Alguns dos maiores veículos também elogiaram toda a produção e a maestria do que o filme proporciona ao público.
Existem muitos momentos em que o público ficará grato por ver de vários ângulos. Você verá cada detalhe de cada figurino brilhante que Taylor usa ao longo do show, bem como os mini detalhes em seus instrumentos – como o brilhante “13” na guitarra que usa para tocar durante a era de Fearless.
“Taylor Swift: The Eras Tour” irradia a mesma energia que reverberou nas arquibancadas a cada noite, se tornando completa com o som ensurdecedor do público. Espere sair dos cinemas com seus ouvidos zunindo.
Deadline
É um feito impressionante. No espaço de uma performance impecável, Swift intercala momentos de uma artista divertida, uma estrela do country e uma genuína ícone do pop. Assim como a The Eras Tour comprova o tempo todo, Taylor Swift pode fazer basicamente qualquer coisa que desejar.
NME
O filme inteiro oferece um assento na primeira fileira para o espetáculo. O palco é tão grande que mesmo os melhores assentos no estádio – e os telões de tamanho estratosférico – podem te dar detalhes até um certo ponto. Mas nas telonas, as cenas gravadas de perto são gloriosas, sejam focando na maquiagem de olho de gatinho de Swift, destacando seus olhos azuis, ou o musgo cobrindo seu piano, e o suor grudando em sua franja.
USA Today
Para os donos de cinema, cujos negócios ficaram em prejuízo desde que a greve dos atores adiou o lançamento de várias grandes produções como “Duna”, “The Eras Tour” está sendo cotado a ser o segundo “Barbenheimer”: algo que tem o apelo do tipo ‘pegue-suas-melhores-amigas-e-vá-assistir’, como o filme da Barbie; a paisagem sonora que nos choca e maravilha igual “Oppenheimer”; e condições de bater de frente com ambas essas produções em termos de bilheteria. Analistas esperam um final de semana de estreia que arrecade entre $150 a $200 milhões, significando que a “The Eras Tour” tem uma grande chance de tomar a tiara de campeã de bilheterias de “Barbie”, que fez uma estreia de $162.
Ainda precisa ser descoberto se Swift vai brilhar em sua estreia direcional, mas a “The Eras Tour” a supre com bastante conteúdo nas telonas. Uma presença divertida em seus grandes hits, como a dançante “Shake It Off” e a agitada “Look What You Made Me Do”, Swift é ainda mais atraente em momentos acústicos que trocam suas coreografias por um simples tocar de violão.
Seu real talento, porém, é ter humildade pra dar e vender com um grande carisma que poucas celebridades conseguem ter. Ao introduzir uma música, Swift insiste que ela teve que inventar uma versão exagerada de si mesma para que pudesse compor. “Em minha fantasia, não sou uma mulher milenial solitária coberta em pelos de gato”, ela diz, embora tenha passado todo o filme estando impossivelmente glamurosa em saltos altíssimos de Christian Louboutin.
The Guardian
Taylor Swift: Eras Tour é dirigido por Sam Wrench, conhecido por seu trabalho em filmes de shows de artistas como Billie Eilish e Lizzo, e produzido de forma independente pela Taylor Swift Productions.
No Brasil, o filme estreia dia 03 de novembro nos cinemas.
Veja também: Fãs de Taylor Swift causam terremoto | TRIO
Fontes: Screen Rant, Estadão, Taylor Swift Brasil, O Globo, Daily Mail, Variety, gshow, ESPN, Glamurama, CNET
Revisado por Glauco Vital em 01/11/23.
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Nossa, que texto impecável. Chamei de texto porque nem fui capaz de encontrar palavras para nomear o que acabei de ler. Não conhecia a cantora e já saio da leitura amando ela, tendo um perfil etário totalmente distinto da sua base de fãs (tenho 47 anos). Parabéns!