A startup de seguros brasileira Justos anunciou o recebimento de um aporte no valor de US$ 35,8 milhões. De acordo com o comunicado, divulgado pela empresa nesta segunda-feira (25), a rodada de investimento Série A foi liderada pelo fundo Ribbit Capital, com participação de Softbank Latin America Fund e GGV, além dos atuais investidores Kaszek e BigBets, de David Velez (CEO do Nubank), e de Carlos Garcia Otatti (CEO do unicórnio mexicano Kavak).
No total, a Justos captou cerca de R$ 197 milhões nesta nova rodada de investimentos. Segundo a insurtech, o montante será usado em contratações e tecnologia que permitirão o início da operação do aplicativo até o final deste ano. Atualmente, a seguradora conta com uma equipe de 30 pessoas com a meta de chegar aos 50 funcionários até o final deste ano e aos 200 até o fim de 2022. A companhia planeja começar os serviços na Grande São Paulo e, futuramente, iniciar uma expansão para todos os estados do Brasil.
Um novo conceito em seguro
Fundada pelo indiano Dhaval Chadha, o espanhol Antonio Molins e o mexicano Jorge Soto Moreno, a insurtech traz um novo conceito para o mercado brasileiro de seguros de veículos. A ideia da startup é precificar o seguro dos automóveis com base no comportamento dos clientes, uma modalidade que já existe nos Estados Unidos. O seguro automotivo será oferecido em parceria com a Companhia Excelsior de Seguros e terá um plano de cobertura para acidentes e avarias ocasionadas por batidas.
O principal diferencial da Justos está na forma de cobrar: por meio de um aplicativo instalado no celular do motorista, a seguradora irá monitar aspectos importantes da condução do veículo, como aceleração, frenagem, direção em curvas e até a atenção que o condutor possui no trânsito, já que o app conseguirá até mesmo medir a quantidade de vezes que o usuário mexe no celular enquanto está ao volante. Todos os dados coletados se transformam em uma pontuação no sistema, determinando o quão prudente o motorista é. Com base nesse score, a Justos irá definir o valor a ser pago pelo segurado.
A insurtech também planeja fazer uso de inteligência artificial para analisar e processar reclamações com mais rapidez e eficiência. “Queremos construir uma experiência única e revolucionar o mercado de seguros no Brasil, semelhante ao que o Nubank fez no setor de finanças”, conta Chadha, que também promete novos serviços no catálogo da empresa em um futuro próximo. “Em 2022 nós já começamos a expandir para outros Estados e depois para outros produtos e países. A nossa ideia é ir para outras áreas, como seguros de vida e residencial, por exemplo”, revela.
Apesar de todos os diferenciais propostos pela Justos, o seu caminho não deve ser tão fácil assim. Devido à pandemia, o mercado de seguros de automóveis registrou uma queda de 2,1% nos últimos 12 meses. Por um outro lado, este nicho é gigante e representou uma receita de R$ 172 bilhões somente nos sete primeiros meses de 2021, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (Cnseg). As apostas na companhia têm sido altas e caberá a ela provar seus diferenciais de preço e de experiência do usuário.
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Fonte: TechCrunch
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