Júpiter está prestes a ser revelado. Após uma uma longa e complicada jornada, a sonda espacial Juno atingiu seu objetivo de entrar na órbita do Gigante Gasoso. Os instantes finais da missão, que teve início em 2011, foram marcadas por momentos de tensão até a unidade espacial transmitiu por rádio um único tom, que soou como música no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL) às 0h53 desta terça-feira (5).
O sinal indicava que a Juno entrara com sucesso numa órbita ao redor de Júpiter. Dessa forma, a sonda espacial se tornou a segunda espaçonave a conseguir se colocar ao redor do maior planeta do Sistema Solar, sucedendo o feito da sonda Galileo, em 1995. No entanto, há diferenças relevantes entre as duas missões.
Galileo tinha como principal objetivo fazer um reconhecimento superficial de Júpiter e um estudo detalhado de suas luas. Já a Juno deve se concentrar no estudo das profundezas jovianas (atmosfera do planeta Júpiter). Usando sensores de infravermelho e ultravioleta, além de medidores de gravidade e radiação, ela tentará desvendar os mistérios do que há no interior do Gigante Gasoso.
Um dos principais dados que os astrônomos pretendem colher, é uma estimativa da quantidade de água presente na atmosfera joviana. Isso dará pistas de em que lugar do Sistema Solar o planeta se formou (quanto mais longe do Sol, maior a quantidade de água esperada) e se ele se deslocou muito desde então.
Além disso, a Juno poderá descobrir a presença de um núcleo denso no interior de Júpiter, o que ajudaria a confirmar as atuais teorias de formação planetária. Embora a missão não concentre seus estudos nas luas jovianas, Scott Bolton, cientista-chefe da missão, diz que existe a expectativa de que novos satélites naturais sejam descobertos. Atualmente o planeta tem 67 luas conhecidas.
Com um custo avaliado em mais de 1,1 bilhões de dólares, a missão da Juno durará 37 órbitas, seguidas pelo mergulho da sonda na atmosfera de Júpiter, em fevereiro de 2018. A órbita inicial da sonda é uma elipse imensa, que ela cobre em 53 dias. Somente depois de duas dessas voltas ela fará um novo ajuste para reduzir o período orbital para 14 dias. Segundo o cronograma, as as primeiras imagens realmente próximas de Júpiter colhidas pela sonda espacial devem aparecer a partir de 27 de agosto.