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A missão DART é uma tentativa da agência espacial estadunidense (NASA) de fazer um teste para tomar todas as medidas necessárias para que a humanidade esteja preparada para uma possível ameaça de asteroide.
Na prática, a sonda da NASA irá colidir com um asteroide com 163 metros de diâmetro com o propósito de atrasar a órbita dele. Entenda como isso será feito na prática agora mesmo.
Dados do asteroide Didymos e Dimorphos
Descoberto em 11 de abril de 1996 pelo pesquisador Joseph Montani do Spacewatch no Observatório Nacional Kitt Peak em Tucson, Arizona, o asteroide Didymos mede 780 metros de diâmetro e conta com um “irmão mais novo”: o Dimorphos, com 163 metros de diâmetro. Os cientistas sabem que o Didymos está a 11 milhões de quilômetros da Terra.
Ambos não apresentam perigo para a Terra no momento, mas a agência espacial dos EUA deseja se preparar para que, caso necessário, todo o esquema de ação esteja pronto e a humanidade não sofra com o impacto de um asteroide com esta magnitude. Didymos significa “gêmeo” em grego.
Podendo ser definida como uma ação de “tiro ao alvo no espaço”, a missão DART é um tanto simples: a NASA irá disparar a sonda espacial (não tripulada) em direção ao asteroide Dimorphos com o propósito de diminuir o tempo que ele leva para dar uma volta em torno do Didymos. O custo de construção para a sonda foi de US$ 250 milhões e sim, ela será enviada diretamente para ser destruída e mudar o curso da órbita do Dimorphos.
Não é todo dia que cientistas conseguem destruir uma espaçonave de US$ 250 milhões.
Elena Adams, engenheira de sistemas da missão DART no John Hopkins Applied Physics Laboratory.
Os cientistas esperam que este impacto atrase a conclusão da órbita em alguns minutos, tempo extra que deve ajudar na observação e medição do asteroide pelos observatórios da Terra. De acordo com dados oficiais, o Dimorphos leva 11.9 horas para completar sua órbita por completo.
A sonda espacial DART
Lançada no dia 24 de novembro de 2021, a NASA utilizou o foguete SpaceX Falcon 9 da Base Aérea de Vandenberg, na Califórnia, como primeiro passo da missão DART (sigla para Double Asteroid Redirection Test, que pode ser traduzido como Teste de Redirecionamento de Duplo Asteroide).
O objeto é controlado de forma remota da Terra e, no total, 44 pessoas irão realizar a monitoria para saber como o impacto deve acontecer. Os cientistas só conseguirão ver o corpo celeste menor quando a sonda espacial estiver a uma hora de distância.
Eles também sabem que será possível ver apenas um pixel do asteroide de 163 metros, mas isso deve ser necessário para que o sistema de navegação faça o rastreio do Dimorphos ao invés do asteroide maior. Dois minutos e meio antes do impacto, tudo será desligado e os especialistas irão tirar fotos para que estudos sejam feitos de forma posterior.
Vamos apenas apontar a câmera e tirar as fotos mais incríveis deste asteroide que veremos pela primeira vez.
Elena Adams, engenheira de sistemas da missão DART no John Hopkins Applied Physics Laboratory.
Além da transmissão ao vivo, a câmera instalada na sonda da missão DART enviará fotos no último minuto antes que a colisão aconteça. A pequena espaçonave italiana LICIACube (Light Italian CubeSat for Imaging Asteroids) foi lançada com a sonda da NASA e se separou em 11 de setembro de 2022.
De acordo com a agência espacial dos EUA, este veículo voará por três minutos em volta do asteroide Dimorphos após o impacto e será possível ver o outro lado do menor asteroide, algo que nunca seria possível com uma nave maior.
Missão DART é preparação para o futuro
A ideia dos especialistas da NASA é que um sistema de proteção da Terra contra uma possível colisão de asteroides esteja desenvolvido em, no máximo, 30 anos. Atualmente, não foi detectado nenhum corpo celeste vindo em direção à Terra, mas com o conhecimento adquirido agora, o desenvolvimento de uma nova sonda espacial poderia ser concluído em no máximo dois anos. Este é um “um tempo muito curto para os ritmos da indústria espacial“, diz Ian Carnelli, chefe do projeto.
A missão tem duas partes: após a colisão, os cientistas passarão a observar como o asteroide fará sua órbita em volta do Didymos, com o “impulso” da sonda espacial da NASA. Isso deve ajudar a criar um processo de proteção para a Terra e o que deve ser feito quando uma verdadeira ameaça existir.
É como se você deixasse cair seu relógio de pulso e o danificasse. Não será necessariamente o mesmo tempo. Você pode não perceber imediatamente, mas nas semanas e dias e semanas seguintes, você notará que seu relógio está funcionando mais rápido – e notamos que o sistema de asteroides binário está funcionando rapidamente.
Tom Statler, cientista do programa DART.
Colisão de sonda da NASA será transmitida ao vivo
A agência espacial dos EUA fará uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube para que fãs de astronomia possam acompanhar o impacto em tempo real. Basta voltar a esta página a partir das 19h pelo horário de Brasília de hoje (26) e acompanhar o processo ao vivo por meio da live abaixo. A previsão de colisão é às 20h14.
Transmissões ao vivo no site da NASA, página no Facebook e Twitter também estão agendadas para acontecer. Não deixe de acompanhar todos os detalhes!
O que você espera da missão? Diga pra gente nos comentários!
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Fontes: The Verge (1 e 2) l NASA
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