Um relatório divulgado pela WarnerMedia revelou que as campanhas a favor do diretor Zack Snyder e do filme Liga da Justiça: Snyder Cut não foram orgânicas. Além de fazer pedidos pela nova edição do filme nas redes sociais, as contas também influenciaram a opinião popular contra executivos da Warner. Entenda como o movimento levou ao lançamento da nova edição do filme.
O Snyder Cut
Desde suas origens nos quadrinhos, um dos fatores mais marcantes das histórias de superheróis são os momentos em que diferentes personagens se unem para lutar contra um vilão em comum. A Liga da Justiça, da DC, e Os Vingadores, da Marvel, são os maiores exemplos, principalmente por conta de suas adaptações bem sucedidas no mundo do cinema recentemente.
Devido à complexidade, no entanto, às vezes torna-se difícil conciliar os objetivos das produtoras e distribuidoras com os dos roteiristas e diretores dos filmes. Sempre surgem “histórias de bastidores” – algumas confirmadas e outras que não passam de rumores – sobre conflitos entre empresários e cineastas sobre suas visões para um filme.
Além de ter dirigido os filmes O Homem de Aço (2013) e Batman vs Superman: A origem da justiça (2016) e ter produzido filmes do universo cinematográfico da DC, como Esquadrão Suicida (2016) e Mulher Maravilha (2017), Zack Snyder assumiu a missão de dirigir o primeiro encontro de toda a equipe em Liga da Justiça (2017). No entanto, além de dificuldades em convencer o estúdio de aceitar a sua visão do grande evento do DCEU, Zack Snyder passou por delicados momentos pessoais por conta da morte de uma de suas filhas, o que acabou o levando a se afastar da produção, que foi assumida pelo diretor Joss Whedon.
O resultado foi frustrante para muitos fãs e para a distribuidora Warner Bros. Pictures, que teve um retorno menor do que esperado tanto na bilheteria quanto em relação às críticas ao filme. Não demorou para que campanhas fossem levantadas por fãs da DC na internet, como a hashtag #ReleaseTheSnyderCut (“Lancem o Snyder Cut”, em tradução livre), que acabaram de fato levando o estúdio a negociar com o diretor para permiti-lo fazer algumas regravações, filmar novas cenas e editar um novo corte do filme, que acabou com 4 horas e 2 minutos de duração.
Em um relatório encomendado pela WarnerMedia, porém, foram expostos alguns dados preocupantes. Segundo a empresa, concluiu-se que o Snyder Cut foi impulsionado por contas falsas e agências de publicidade.
A campanha e a descoberta dos bots
O relatório em questão analisou dados coletados desde que começaram as polêmicas durante as gravações do primeiro corte descartado de Zack Snyder. Já naquela época, fontes divulgavam desentendimentos entre o diretor e o estúdio em relação ao orçamento disponível e ao conteúdo do filme que iria para o corte final. Diversos fãs atacaram a Warner Bros. e seus executivos, defendendo a visão do que viria a ser lançado como o Snyder Cut.
A WarnerMedia divulgou, entretanto, que a taxa de contas envolvidas nas campanhas e que foram identificadas como falsas (bots) chegou a 13%. O relatório conclui que os padrões de publicação não eram orgânicos e foram encontrados indícios de contas falsas influenciando a opinião popular a partir de diversas redes sociais, como Twitter, Facebook e Instagram.
Apesar de alguns padrões terem sido mais difíceis de serem confirmados, existem exemplos bem óbvios de bots (contas criadas para publicar e compartilhar conteúdo automaticamente, sem ação humana), criados apenas para impulsionar diversas hashtags e ataques a executivos da Warner a favor do Snyder Cut.
Táticas como essa não são novidade. Por conta da grande influência das redes sociais em nossas vidas, casos de grupos que defendem arduamente uma causa ou uma pessoa específica tem se tornado comuns. O problema é que existe uma grande dificuldade para o cidadão comum identificar o que são interações “orgânicas” (humanas, naturais) e o que é artificial (movido por bots). Por isso, é sempre importante checar a origem das publicações e campanhas que você segue e pesquisar sobre os líderes que as propagam.
Fontes: Rolling Stone, WarnerMedia
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