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Ferramentas como o DALL-E (OpenAI) e Imagen (Google) ficaram famosas na internet por permitir que verdadeiras obras de arte nunca vistas na internet fossem criadas com base no aprendizado de máquina. Mas é importante lembrar que estes sistemas não criam “fotos do zero”: existem muitos bancos de dados utilizados por engenheiros para treinar IAs e uma discussão começou a ganhar ênfase no mundo da arte.
Muitos artistas estão com receio de que suas imagens com estilos únicos tenham sido utilizadas para dar conhecimentos para ferramentas que criam outras fotos. Saiba como o Have I Been Trained atua para evitar isso agora mesmo.
O trabalho do Have I Been Trained
Criado pelo grupo de artistas que se autonomeia como Spawning e tem como líderes o casal Jordan Meyer e Patrick Hoepner, o site funciona como um filtro que usa o mesmo banco de dados utilizado por engenheiros criadores de ferramentas de IA, como, por exemplo, o LAION-5B, que conta com 5 bilhões de imagens captadas na internet.
A ideia do Have I Been Trained é um tanto simples: qualquer pessoa pode digitar um comando ou até mesmo fazer o envio de uma imagem em poucos segundos, recebe o resultado com informações sobre o que foi enviado. Caso tenha feito a busca por um termo, uma série de imagens relacionadas a isso será exibida.
A melhor forma de usar o Have I Been Trained é fazer o envio de uma imagem para o site, pois um serviço de inteligência artificial fará a leitura e conferir se a imagem consta no LAION-5B. Especialistas em IA podem usar filtros para fazer uma pesquisa mais apurada e quem sabe encontrar a foto que postaram na internet durante algum momento e se ela está sendo utilizada para treinar IAs.
Como o trabalho de treinar IAs é feito?
Por mais que fotos nunca vistas na internet sejam geradas por serviços de inteligência artificial, é importante lembrar que estas ferramentas possuem alguma base para fazer tudo. Na prática, os engenheiros utilizam modelos de síntese de imagens (ISMs) para fazer a procura por ilustrações em toda a internet e terem isso como base na hora que um comando é criado.
É claro que é necessário um grande trabalho para nada ser copiado, mas sim, há uma base para que as fotos sejam criadas (por mais originais que elas pareçam). A grande problemática neste processo é que artistas que trabalharam duro para ter um estilo próprio acabam perdendo sua originalidade a partir do momento em que bancos de dados “pegam” os traços como base par gerar outras fotos.
Na hora da prática, por exemplo: “um gato pintado por Leonardo da Vinci”, a inteligência artificial, que já foi treinada, organizará os pixels com base em fotos de gatos e pinturas feitos pelo grande artista italiano. Mas isso pode acontecer com qualquer artista, esteja ele vivo ou não.
Remoção de artes não é foco
Mat Dryhurst, um dos idealizadores do Have I Been Trained, afirmou que o projeto não tem o propósito de acionar a justiça no caso do uso de imagens de artistas sem autorização, mas sim preservar o estilo de artistas que deram duro para ter seu próprio traço.
Não estamos procurando construir ferramentas para remoções de direitos autorais. Não é para isso que estamos trabalhando e eu nem acho que isso funcionaria.
Mat Dryhurst, um dos idealizadores do Have I Been Trained
Ele ressalta que a ideia do projeto é justamente provocar um acordo entre engenheiros que precisam treinar IAs e artistas. Quando todos estiverem na mesma página e certos de que ambas as partes estão ganhando com o lançamento destas ferramentas, Mat acredita que “estaremos no caminho certo”.
O que achou do conceito do Have I Been Trained? Diga pra gente nos comentários!
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Fontes: Input Mag l Ars Technica l LAION
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