Índice
- Yvonne Cagle, da NASA
- Joana César e os códigos indecifráveis
- Jarbas Agnelli e a visualização da música
- Divya Chander e Tiago Mattos
- A neurocientista Vivienne Ming
- Larry Keeley, Plínio Targa e Tonia Casarin
- Positive impact e as moedas digitais
- Ramez Naam, Mariana Vasconcelos e Fabio Teixeira
- David Roberts e o impacto das inovações
- O maior SingularityU Summit fora dos EUA
Como falamos na semana passada, agora no final de abril acontecceu o SingularityU Summit Brasil, em São Paulo. O evento estreante no Brasil reuniu líderes locais e internacionais para debater como as novas tecnologias podem influenciar positivamente nosso mundo.
O evento, que reuniu mais de 1.800 convidados, foi considerado pela Singularity University como o maior fora dos EUA até hoje. Assim, o evento ocorreu nos dias 23 e 24 de abril, no Citibank Hall, em São Paulo. Agora você pode conferir em primeira mão algumas das lideranças mais marcantes que estiveram na feira, além de seus principais projetos.
Yvonne Cagle, da NASA
Na sessão 2 do primeiro dia, chamada de “Arte/Criatividade, Matemática e Criptografia/Machine learning e Exploração espacial” tivemos a horna de conhecer ninguém menos que Yvonne Cagle, médica e astronauta da NASA.
Em sua fala, a Yvonne ressaltou que a motivação para todas as suas conquistas foi a vontade de realizar o que sempre sonhou. “Sigam a trajetória de seus sonhos. Um astronauta é qualquer um que se instrui a ser algo maior que si mesmo. Lance seus sonhos na lua ou para qualquer lugar além do que se possa imaginar. Possibilidades são infinitas”, disse ela.
Yvonne ainda contou a história de quando era criança e estava brincando no quintal. Ela disse que só parou quando seu pai a chamou para ver algo incrível: o homem na lua pela primeira vez. De repente ela também começou a sonhar em ter a sua pegada na lua e assim seguiu sua vida.
A astronauta, atualmente, desenvolve técnicas que melhoram a exploração espacial em relação a adaptação do corpo humano as condições do espaço. Um dos principais projetos são as biocápsulas que entram no organismo para diagnosticar uma doença e até mesmo tratá-la.
Essa biocápsula, fruto de desenvolvimento em nanotecnologia, permite que você a coloque abaixo da pele para detectar doenças como câncer já nos primeiros sinais no quadro. Você pode ver mais sobre essa cápsula aqui.
Joana César e os códigos indecifráveis
Joana César é uma artista que chegou a ser indicada ao prêmio PIPA de arte contemporânea em 2015. Em sua fala, contou um pouco da sua história de vida, quando criou um alfabeto próprio aos 12 anos de idade. Mesmo que seguisse o padrão tracidional de alfabeto, suas letras eram mais “artísticas”, sendo alongadas e mais desconexas.
Atualmente, a artista carioca espalha sua arte peculiar por muros do Rio de Janeiro. Sua ideia sempre foi inventar um jeito de escrever e ninguém mais iria entender. Com isso, começou a desenhar em paredes seguindo a lógica de sua escrita e passou a criar artes maravilhosas. Essas artes, de acordo com Joana, possuem códigos próprios que nem sempre são compreendidos pela maioria.
“Eu poderia ter escolhido um caminho profissional mais fácil, mas preferi dar a voz à minha criatividade. Todos somos criativos em potencial, esse exercício está em cada um de nós”, ressaltou Joana.
Inclusive, você pode conferir alguns trabalhos da artista neste link.
Jarbas Agnelli e a visualização da música
Na sessão 3 do primeiro dia, entre os destaques, tivemos Jarbas Agnelli na conversa “Visualização e música, Robótica para a saúde e cenários futurísticos”. O músico conversou sobre como é possível visualizar a música em diversos ambientes distintos.
Uma das histórias de Agnelli foi referente a uma foto do Estadão que mostrava vários pássaros dispostos em fios elétricos como se estivessem em uma pauta musical. Ele transformou a organização desses pássaros em uma pauta de fato, que virou uma melodia que chegou a tocar, inclusive, no museu Solomon R. Guggenheim.
O compositor, que criou a música City of Samba, ainda contou como desenvolveu a melodia Sinfonia da vida. De acordo com Jarbas, ela foi criada transformando os dados do ultrassom de um bebê em uma sinfonia divulgada pela Johnson’s Baby 2014.
O músico também participa do projeto Curvas do Rio, na Sala São Paulo. A ideia aqui é tornar a melodia orquestral mais rica visualmente, considerando que ela já é rica musicalmente. O projeto envolve, para isso, uma tela com mais de um milhão de lâmpadas LED. Você pode conferir o trabalho do músico no Spotify.
Divya Chander e Tiago Mattos
Na mesma sessão de Jarbas, tivemos também a PhD em Neurociências, Divya Chander e, em seguida, o educador futurista Tiago Mattos. Divya falou sobre o futuro da neurociência em parceria com a robótica. Assim, ela discursou sobre o funcionamento cerebral, a consciência humana e o código neurológico.
Os trabalhos da Neurocientista podem ser encontrados nesse link.
Além disso, a nurocientista também falou sobre como podemos conectar o cérebro a máquinas. “Estamos transformando o nosso potencial humano, e isso mudará todas as nossas características. Construir máquinas complexas permitirá que elas expressem a nossa consciência”, ressaltou a Divya, que trabalha na faculdade de medicina da Singularity University.
Por fim, Tiago Mattos fez sua apresentação. O educador discutiu sobre o futuro da educação e também do trabalho. Segundo o futurista, as transformações digitais continuam quebrando inúmeros paradigmas. Com isso, surgem novos modelos de atividades nos quais as tecnologias trazem desafios para a construção de uma nova economia. Tiago atualmente faz parte de diversos empreendimentos, entre eles, a escola de atividades criativas Perestroika.
A neurocientista Vivienne Ming
Por fim, abrindo a última sessão de palestras do primeiro dia do SingularityU Summit no Brasil tivemos Vivienne Ming. A neurocientista contou como iniciou seu projeto que ajuda no desenvolvimento de uma criança com o uso de máquinas sofisticadas.
Segundo Ming, as “Inteligências Artificiais estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia“, com isso, ela diz que as tecnologias são sempre um desafio constante para nós. Entretanto, ela ressalta que quando essas tecnologias são desligadas, precisamos estar melhores do que éramos antes delas serem ligadas. Em uma de suas obras, How to robot-proof your kid, a neuro trabalha exatamente essa ideia.
Assim, Oswaldo Cruz, especialista em computação quântica e data science entrou para debater sobre análise preditiva de doenças e seu impacto na saúde humana. Com isso foi encerrado o primeiro dia do SingularityU Summit.
Larry Keeley, Plínio Targa e Tonia Casarin
Já no segundo dia de palestras no Brasil a sessão foi chamada de “Educação; Machine learning; Inteligência artificial; Redes e sensores”. O presidente e cofundador da Dublin Inc., Larry Keeley, começou o dia falando sobre a organização de inovação. Entre as suas falas mais marcantes, o CEO disse que “As inovações não dependem somente da criatividade, mas do equilíbrio com trabalho e disciplina”. Você pode conferir mais sobre a Dublin Inc. e o próprio Keeley neste link.
Por sua vez, foi Plínio Targa a falar, ele é CEO da empresa Braincare, especialista em tecnologias próprias para a saúde. No SingularityU Summit Brasil, o empresário falou sobre a importância da pressão intracraniana. Esse é um tipo de sinal vital muito importante, mas quase impossível de ser mensurado.
O CEO também demosntrou sua nova tecnologia. Esta permite a medição dessa pressão por um método não invasivo. Além disso, Plínio também ressaltou que o maior desafio dessa tecnologia é fazer com que ela alcance o maior número de pessoas o mais rápido possível.
Encerrando a quinta sessão da SingularityU Summit, Tonia Casarin subiu ao palco para falar sobre o desenvolvimento de competências socioemocionais. Segundo a administradora especialista em educação, as emoções estão diretamente relacionadas às escolhas. Com isso, através do entendimento dessas emoções, podemos melhorar nossa capacidade de tomada de decisão.
Você pode conferir mais sobre o trabalho de Tônia neste link.
Positive impact e as moedas digitais
Já a sexta sessão, chamada de “Positive impact”, discutiu como as tecnologias podem abrir caminho para explorações totalmente imprevisíveis. O primeiro palestrante da sessão foi Francisco Araújo, Doutor em História das Ciências e das Técnicas & Epistemologia da Singularity University.
De acordo com o também antropólogo, “as inovações precisam ser benéficas a todos e a inclusão é essencial antes de qualquer objetivo ser alcançado”. Com isso, ele ressalta o problema da exclusão digital. De acordo com seus dados, 72 milhões de pessoas ainda não estão conectadas.
Raymond McCauley, especialista em biologia digital, falou em seguida sobre a nova posição do biólogo na sociedade. Pois a biologia não é mais simplesmente uma ciência observacional, mas sim uma prática. Através de histórias e exemplos simples, o especialista mostrou como a aplicação de tecnologia na biologia, genética, medicina e agricultura afetam diretamente a humanidade atualmente.
Por fim, tivemos Fernando Ulrich, um especialista em criptomoedas, e Ronaldo Fragoso, líder e estrategista da Deloitte. Os dois ícones falaram bastante sobre moedas digitais e a nova economia. De acordo com os dois, aspectos relacionados aos modelos de negócio impactam tanto o ambiente empresarial como as tecnologias em si. Inclusive, você pode conferir mais sobre criptomoedas no canal oficial de Ulrich no YouTube.
Ramez Naam, Mariana Vasconcelos e Fabio Teixeira
A sétima sessão envolveu os temas de energia, Inteligência artificial para mapeamento da Terra e Tecnologias exponenciais no Agrobusiness. Primeiramente tivemos Ramez Naam, um cientista de computação, futurólogo e escritor renomado. Ele conversou sobre as vantagens da energia elétrica para os seres humanos e para o meio ambiente.
O especialista chamou atenção para o risco que o aumento do uso de carros à gasolina causa. Segundo ele, a poluição mata quase tanto quanto homicídios no Brasil (cerca de 49 mil pessoas). Com isso, Naam ressalta a importância de investir no futuro, pensando em alternativas viáveis para diminuir a poluição. Você confere mais sobre o trabalho dele aqui.
Em sequência, a executiva Mariana Vasconcelos subiu ao palco para falar sobre o futuro da agricultura. Nessa lógica, a CEO da Agrosmart sugere que ferramentas que auxiliam a tomada de decisão e um cultivo inteligente serão o próximo passo neste ramo da indútria tecnológica.
A agricultura, de acordo com Mariana, funciona como potencializadora de inovações tecnológicas diversas que acabam por resolver inúmeros problemas no plantio. Nessa lógica, inteligências artificiais e a digitalziação como um todo da agricultura podem ajudar desde a detecção de pragas até modificações genéticas benéficas para o consumo.
Encerrando a sétima sessão do SingularityU Summit, tivemos Fábio Teixeira, da Singularity University, apresentou seu projeto sobre mapeamento hiperespectral do planeta. Batizado de Hyper Cubes, o objetivo do projeto é, basicamente, analisar como a luz interfere na matéria. Além disso, também averigua como a matéria transforma a luz.
Saiba mais sobre os Hyper Cubes aqui.
David Roberts e o impacto das inovações
Por fim, a última apresentação do SingularityU Summit Brasil foi a de David Roberts. Considerado um dos maiores especialistas do mundo em inovação, o membro da Singularity University falou bastante. Entre seus temas estava o impacto das inovações tecnológicas disrruptivas em diversos âmbitos da sociedade.
Passando por elementos que iam desde a educação até o desemprego, passando por violência, medicina, corrupção e pobreza, o especialista deu uma das palestras mais ricas em conteúdo diversificado de todo o evento. Sobre a automação de serviços propriamente dita, David diz que a preocupação é um mito. Segundo ele, “na Europa, os dois países com o menor nível de automação são aqueles com o maior índice de desemprego”.
Num segundo momento, Roberts fala do conceito de Leapfrog innovations. Para explicar esse conceito, o especialista conta a história dos telefones. Há um tempo, o foco do desenvolvimento era colocar um telefone em cada casa. Assim, muito dinheiro foi gasto com sistemas pra levar fios de telefone para vários cantos.
Entretanto, a america latina estava atrás. Quando a explosão da tecnologia wireless chegou, os fios não eram mais necessários. Assim, foi preciso pular uma etapa do desenvolvimento para acompanhar o mercado. Leapfrog innovartion é exatamente isso, além de evoluir, é pular para uma próxima etapa da evolução.
Você pode saber mais sobre o trabalho de David Roberts aqui.
O maior SingularityU Summit fora dos EUA
Como falamos anteriormente, a Singularity University afirmou que a edição do SingularityU Summit feita no Brasil foi a maior já ocorrida fora do seu país de origem. A SingularityU Summit já aconteceu em diversos países do mundo como México, Noruega, Canadá, Grécia e muitos outros países.
Um fato é que o evento, que reuniu mais de 1800 convidados em apenas dois dias, foi muito bem sucedido. Tanto que ao final do evento a HSM e Mirach anunciaram uma segunda edição da feira para 2019. Resta então esperar por ainda mais novidades no ano que vem!
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