Quem conhece carros já deve ter ouvido falar sobre os testes a que estes costumam ser submetidos em busca de maior segurança e confiabilidade. Aqui no Brasil, o Latin NCAP libera todos os meses detalhados resultados, mais conhecidos como “crash tests” (ou testes de impacto – do inglês) , junto com uma lista dos equipamentos que acompanham cada modelo, como cintos e airbags, onde mostra-se os efeitos de colisões frontais e laterais e seu impacto nos passageiros. Agora, um senador americano está propondo a criação de novos padrões de segurança e privacidade para os computadores internos dos automóveis a fim de evitar as vulnerabilidades a ataques feitos por Hackers.
O senador pelo Estado de Massachusetts Ed Markey colocou na internet um relatório feito por sua equipe sobre as falhas de segurança em computadores de carros nos Estados Unidos. Markey enviou cartas para montadoras questionando como é o uso da tecnologia, o que é feito para garantir sua segurança e como é gerenciado os dados de navegação dos veículos. 16 montadoras, entre elas, BMW, Chrysler, Ford, General Motors (Chevrolet), Honda, Hyundai, Jaguar Land Rover, Mazda, Mercedes-Benz, Mitsubishi, Nissan, Porsche, Subaru, Toyota, Volkswagen (incluindo Audi) e Volvo, responderam ao senador, enquanto Aston Martin, Lamborghini e a Tesla não responderam.
Segundo o relatório, “há uma clara falta de medidas de segurança adequadas para proteger os motoristas contra hackers que podem ser capazes de assumir o controle de um veículo ou contra aqueles que podem querer coletar e usar informações pessoais do motorista”. De fato, a rede americana CBS, no programa 60 Minutes desse domingo, 8 de fevereiro, mostrou como um hacker pode facilmente assumir o controle de um carro, ligando o limpador de para-brisa, buzinando, e até mesmo freando e acelerando o veículo.
Os resultados da pesquisa foram apresentados em 8 pontos:
- Quase 100% dos automóveis no mercado norte-americano possuem tecnologia wireless que são vulneráveis a ataques de hackers;
- A maioria das montadoras não está ciente ou não soube reportar casos anteriores de hacks;
- As medidas de segurança para prevenir o acesso remoto aos eletrônicos de um veículo são inconsistentes e casuais em todas as montadoras;
- Apenas duas montadoras descreveram medidas de detectar e responder à uma invasão em tempo real;
- Montadoras coletam grandes quantidades de dados sobre histórico de direção e desempenho do veículo;
- A maioria das montadoras tem tecnologia que coleta e transmite dados de direção para data centers, incluindo de terceiros, e não descrevem meios eficazes para proteger os dados;
- Fabricantes usam dados pessoais dos veículos de várias formas e geralmente envolvendo terceiros, e políticas de retenção de dados variam consideravelmente;
- Clientes normalmente não são informados sobre a coleta de dados de forma explícita, e quando são, muitas vezes não podem optar por sair sem desativar recursos como navegação.
O relatório também diz que duas coalizões de montadoras recentemente publicaram uma carta de princípios que seus membros devem seguir em relação à segurança e privacidade, mas para o senador ainda é insuficiente, por deixar partes não esclarecidas e à discrição aberta a cada montadora.
No Brasil, a realidade dos computadores de bordo ainda é outra, mas é uma discussão que em breve devemos começar a ter por aqui, principalmente com a aprovação do Marco Civil da Internet e sua aplicação à internet das coisas.
E você, o que acha do risco de ter seu carro dirigido por um hacker? Deixe seu comentário para nós abaixo!
Fonte: CBS.
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