Já chegamos a especular o motivo das explosões do Galaxy Note7, ainda que sejam apenas suposições. Previsto para ser um dos principais smartphones de 2016, o aparelho foi um belo tiro pela culatra. Na pressa de anunciá-lo antes do iPhone 7, a Samsung acabou sendo obrigada a fazer um dos maiores recalls da história. Chegamos a cobrir a saga do Note7 em detalhes em um texto dedicado ao assunto. Ainda assim, faltava um posicionamento oficial da empresa do real motivo das explosões. Até agora, já que em uma coletiva às 10:00 KST do dia 23/01 (23:00 BRT desde domingo 22/01), a Samsung finalmente divulgou o real motivo das explosões.
A coletiva começou com um pedido desculpas a todos os afetados. De consumidores a parceiros, a Samsung garantiu que isso não voltará a acontecer. Garantiu que investigações extensivas aconteceram, e os resultados ajudarão a evitar que o problema ocorra novamente. Anunciado em agosto e encerrado em outubro, 96% de todos os Galaxy Note7 retornaram à empresa (ou seja, ainda há 4% deles por aí). Depois de analisar tanto o hardware do aparelho quanto o software utilizado, os resultados foram replicados para garantir a exatidão da análise. Isso não somente por parte da Samsung, mas também de analistas independentes.
Depois de milhares de testes, o componente defeituoso foi identificado: a bateria. Isso ajudou a Samsung a focar no problema, mas ainda sem descobrir a causa de explosões. Novos testes foram realizados, com o problema enfim identificado: o posicionamento dos eletrodos internos da bateria. Em um dos cantos, os eletrodo positivo e negativo, por estarem tortos, encostavam um no outro. Em outras palavras, um curto-circuito (imagem abaixo).
Analistas independentes
Há também uma segunda causa, segundo um analista independente (UL): o próprio design da bateria por uma “empresa A”. A proteção no processo de fabricação era insuficiente para garantir a proteção em condições mais exigentes de uso.
No caso da “empresa B”, a própria qualidade da bateria era baixa, com diversos componentes defeituosos prontos para apresentarem problemas.
Ainda assim, o primeiro analista independente afirmou que mais testes serão necessários para identificar o problema sem dúvidas. Um segundo analista (Exponent) identificou um problema na construção da bateria de ambas as fabricantes. Cada uma delas apresentava um defeito diferente, mas o resultado é o mesmo: curto-circuito:
No caso, o problema era a geometria do posicionamento dos eletrodos, que facilmente se encostavam:
Ambos os analistas independentes concordam que a alta densidade das baterias “ajudou” a causar o problema. Como as células estão mais próximas, o envelopamento destas (de forma errada) fez com que os polos se aproximassem, facilitando o curto-circuito. O Note7 contava com múltiplas camadas de proteção de circuito. Ou seja, num carregador não oficial não causaria curto-circuito, já que o problema estava na própria bateria.
O terceiro analista independente, representante da alemã TUV Rheinland, não identificou problemas relevantes durante o processo de produção dos componentes das baterias. Isso na visita às fábricas, onde condições de umidade, temperatura e outras condições ambientais foram analisadas. Mesmo analisando a produção e a logística, a empresa não identificou problemas, afirmando que as amostras passaram em todos os testes internacionais de segurança.
Conclusão
Novamente, a Samsung garantiu que o problema não voltará a acontecer. Inicialmente, o Note7 foi projetado para usar uma bateria menor do que os 3500 mAh oficiais (3000 mAh). Isso em um espaço menor, mas infelizmente o aparelho “sofreu” com as baterias defeituosas. A empresa assume a completa responsabilidade pelo caso em questão, reafirmando o compromisso com melhorar a robustez do seu processo de fabricação, assim como na escolha de fabricantes terceiros. Mais do que isso, cirou um grupo de especialistas em baterias para os futuros aparelhos da empresa.
No fim das contas, o problema é o curto-circuito, identificado pela Samsung e confirmado por dois analistas independentes. A partir de agora, as baterias passarão por um processo de 8 etapas para checar a sua segurança, entre outras medidas Infelizmente, temos que comentar: se essas medidas já estivessem em ação, provavelmente essa situação não teria ocorrido.
O que achou do pronunciamento da Samsung? Conte para nós nos comentários!
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