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Cada vez mais a tecnologia entra na vida das pessoas e revela que o sistema de educação atual precisa ser transformado, uma vez que o formato atual não desperta o interesse dos jovens na sala de aula. Prova disso é o resultado de uma pesquisa realizada pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo com 43,6 mil alunos, 10% da rede, quando revela que 59% dos entrevistados aprendem melhor em atividades em grupo.
Esse engajamento aliado ao novo comportamento de crianças e adolescentes da geração digital revela o sucesso da Samsung. A empresa desenvolveu um projeto global que une educação e tecnologia em sua quarta edição no Brasil chamado Respostas para o Amanhã, responsável por mobilizar mais de 100 mil alunos no País. Na noite desta terça-feira (05/11), no Complexo Achè Cultural, em São Paulo, foram premiados cinco projetos, dos 1.370 inscritos, envolvendo 42 mil alunos das escolas públicas.
Sobre o Programa
O programa envolve professores e alunos do ensino médio de escolas públicas, estimulados a utilizarem conceitos das Ciências da Natureza e da Matemática com o objetivo de encontrar soluções para problemas reais dos locais onde suas escolas estão instaladas. Os projetos ganhadores são das regiões norte, nordeste e sudeste do Brasil – sendo dois do Ceará, um de Rondônia, um do Pará e um do Espirito Santo.
A edição deste ano do prêmio, promovido em parceria com o Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), envolveu a orientação de aproximadamente mil professores de escolas públicas de todo o País. A sustentabilidade foi pauta comum a todos, com foco principal na melhoria das respectivas comunidades. Um dos diferenciais esse ano foi a concepção dos troféus e prêmios pelos próprios alunos. Todo o projeto foi concebido por eles, aumentando ainda mais o envolvimento com o programa.
Das temáticas mais presentes, 24% dos projetos abordaram a área da saúde, 20% envolveram o cuidado com a água e 20% resíduos sólidos e reciclagem. Outros temas como mudanças climáticas, bioconstrução, segurança alimentar, tecnologia interativa e economia local também foram abordados pelos alunos.
“A experiência real, a ‘mão na massa’, torna o aprendizado vivo. Além de promover conexão com o lugar em que se vive, sem dúvida gera sentimentos de responsabilidade e de ação colaborativa“, afirma Isabel Costa, gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Brasil. “É muito importante para nós motivar estes jovens a serem agentes transformadores da sociedade na qual estamos inseridos, modificando suas realidades com soluções simples, mas tão relevantes para o futuro do nosso País“, complementa. Segundo Isabel, o programa traz na raiz de sua concepção o “maker” – faça você mesmo – usando plataformas colaborativas.
Além dos cinco vencedores selecionados pela banca julgadora, que receberam dois notebooks Samsung – um para o professor e outro para o diretor – e tablets da marca para cada aluno da sala, foram concedidos uma menção honrosa e mais cinco prêmios para propostas escolhidas por um júri popular em votação pelo site do concurso. Além de prêmios físicos, o principal ganho pedagógico se dá no compartilhamento de experiências entre alunos e professores, transformando a comunidade em um ambiente educativo, como um laboratório vivo de investigação.
Tecnologia a favor da cidadania
Chang Hoon Yoon, presidente da Samsung Brasil, disse: “Essas escolas estão dando exemplo de cidadania em suas comunidades e o Programa solidifica o compromisso da companhia com a sociedade, quando um dos seus cinco valores é a prosperidade”.
Para Maria Amábile Mansutti, coordenadora técnica do Cenpec, o diferencial do concurso é a sua proposta pedagógica integradora, que além de engajar os alunos, pretende valorizar a prática dos educadores e gerar benefícios às comunidades em que as escolas estão inseridas. “É um programa que proporciona uma educação conectada com a realidade e mostra aos estudantes resultados concretos originados por seus projetos, baseados totalmente no aprendizado que obtiveram em sala de aula“, afirma.
A Samsung conta ainda com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da Rede Latino-americana de Organizações Sociais para a Educação (Reduca), entre outros parceiros regionais e locais para visibilizar o Programa Respostas para o Amanhã.
Projetos vencedores
A maioria dos projetos teve um cunho sustentável e envolveu a comunidade. O primeiro lugar ficou para o Ceará, no município de Granja, da EEEP Guilherme Teles Gouveia, segunda vez vencedor do Programa. O projeto Consustime – gestão do uso de água, foi desenvolvido a partir de ferramentas para gerenciar de forma mais eficiente a água nas residências por meio de um aplicativo que se conecta a um chuveiro inteligente e possibilita o controle da quantidade de água gasta no banho. Também foi criada uma página na internet para sensibilizar o público, especialmente os jovens, sobre diferentes formas de racionalizar o uso da água, contribuindo para diminuir o desperdício de água potável e, consequentemente, a conta de água.
O projeto SOS Casa – pisos ecológicos, da EEM Ronaldo Caminha Barbosa, foi concebido a partir de resíduos de vidro, borracha, fibra de coco, madeira e amostras de solo local para aplicação em casas de taipa visando proporcionar uma melhor qualidade de vida para seus moradores. “Participar desse programa representou a possibilidade de compartilhar com o Brasil todo o projeto. Além disso, estimulou os alunos e os motivou na medida em que puderam conhecer outros projetos desenvolvidos por estudantes transformadores de todo o país“, comenta a Professora Joseline Maria Souza Nascimento.
O Despóluir, criado pela EEFM – Almirante Barroso, também foi desenvolvido com um cunho ambiental. Os alunos desenvolveram supressores de poeira à base de produtos sustentáveis que, aplicados sobre o minério durante seu transporte, reduzem a aspersão do pó preto, um material particulado altamente poluente proveniente da siderurgia do minério de ferro.
Os povos indígenas também tiveram grande destaque nesta edição, com o projeto Plantas Medicinais do Povo Paiter: resgatando o conhecimento tradicional, vencedor pela escola EIEEEFM Sertanista José do Carmo Santana, sob a coordenação do professor Alexandre Surui, que o desenvolveu a partir de uma pesquisa das plantas medicinais utilizadas pelo povo indígena Paiter Surui no tratamento de determinadas doenças.
“Revitalizar nossos etnoconhecimentos foi de extrema importância. Estamos mostrando que os povos indígenas também possuem ciência. O resultado da pesquisa será organizado em um futuro livro, onde pretendo descrever as plantas e seus usos, também vamos continuar o trabalho de plantio de algumas espécies de plantas. Participar do Respostas para o Amanhã estimula outros professores a realizarem seus projetos. (https://uniforumtz.com/) ” -Professor Alexandre Surui.
Por fim, a Escola Estadual de Educação Tecnológica do Pará – Paragominas, venceu com o Igarapé Verde: Um enfoque interdisciplinar para a Revitalização do Igarapé Paragominas, que criou medidas de recuperação de áreas degradadas do Igarapé de Paragominas, empoderando a comunidade local através da visão interdisciplinar de diversas áreas do conhecimento (gestão dos recursos hídricos, geotecnologias, educação ambiental, ecologia urbana, sustentabilidade urbana) e apoiados por ações de plantio de mudas em escala piloto.
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