Na última sexta-feira (1), a lei de “Internet soberana” passou a entrar em vigor na Rússia. Vladmir Putin, presidente do país, anunciou que a nova medida tem o objetivo de proteger o país contra ciberataques. Valorizando a segurança cibernética, a previsão é que todo o tráfego de internet russo passe a ser conduzido dentro do país.
Na prática, a “Internet soberana” não fará com que o país fique sem internet, mas sim restringir o acesso dos cidadãos a servidores locais. A nova lei dá autonomia às operadoras nacionais, para que exerçam o controle central sobre todo o tráfego dentro de suas redes. Assim, elas estariam aptas a identificar ameaças em potencial e combatê-las.
Como a lei funciona?
O projeto de lei, intitulado “Programa Nacional da Economia Digital!, permite que as operadoras de internet russas sejam capazes de operar no caso de outros países decidirem isolar o país da internet, em uma tática cibernética.
Os responsáveis pelo controle são o Serviço Federal de Supervisão de Comunicações, Tecnologia Informática e Mídia de Massa (Roskomnadsor) e a Agência de Segurança Interna FSB. Porém, para que a medida possua sua total capacidade, foi necessário que as empresas adquirissem novos equipamentos para melhorar a qualidade do sinal ofertado no país. Os custos foram enormes e diversas questões técnicas ainda estão em aberto para discussões nacionais e internacionais.
Até onde sabemos, as operadoras russas funcionavam em condições de livre mercado, podendo competir umas com as outras, como explicou o especialista Alexander Isavnin, da organização independente Roskomswoboda (Pela liberdade na rede). Agora, o estado russo passou a exercer influência direta em todos os dados trafegados pela rede das empresas.
A agência de notícias russa RIA-Novosti informou que o objetivo é fornecer uma internet “sustentável, segura e totalmente funcional”. Porém, para que isso aconteça, o país deveria desenvolver sua própria versão dos endereços da internet. Por exemplo, caso os cidadãos russos desejassem acessar o Facebook, eles serão redirecionados para a rede social russa, chamada VK.
Controvérsia e protestos na Rússia
A lei, que foi assinada por Putin em maio, prevê ainda um abrangente armazenamento de dados. Com essa medida, críticos veem tal atitude como pretexto para ampliar o controle político sobre o país e seus cidadãos. A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) aponta que a ação viola a liberdade de opinião e livre acesso a informação, como prediz os direitos humanos.
Desde maio, milhares de cidadãos protestaram contra a medida, já implementada. Diversos endereços de sites estrangeiros já estão bloqueados, porém ativistas tecnológicos afirmam que temem que o país fique digitalmente isolado e que vigilâncias internas sejam intensificadas, assim como acontece em países como China e Arabia Saudita.
O Kremlin, no ententanto, alerta que não há motivos para preocupação. Segundo o porta-voz Dmitri Peskov, o país não possui planos de se desconectar da rede, como críticos dizem. Ele reforçou que há uma maior chance do Ocidente cortar relações de internet com o Oriente, do que o oposto.
Por isso, é necessário que o país passe por uma revitalização de sua infraestrutura digital independente, para que o país possa ter uma internet mais autônoma. Para Putin, o projeto de lei é extremamente essencial para a segurança da Rússia.
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Fonte: PC Gaming
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