Recentemente, a Rússia colocou em vigor a lei chamada “Internet soberana“, que restringe o acesso dos cidadãos a servidores locais, dando autonomia aos operadores nacionais para exercerem controle central de todo o tráfego dentro de suas redes.
Agora, o Ministério das Comunicações da Rússia anunciou, no último dia 23 de dezembro, que está testando uma internet alternativa para o país, a RuNet, e que, em breve, os resultados serão apresentados ao presidente Vladimir Putin. Na coletiva, foi dito que os usuários comuns não notaram qualquer diferença durante os testes.
“Em geral, as autoridades e as operadoras de telecomunicações estão prontas para responder efetivamente a possíveis riscos e ameaças e garantir o funcionamento da internet e da rede de telecomunicações unificada na Rússia”
diz o vice-chefe do Ministério de Desenvolvimento Digital, Comunicações e Meios de Comunicação de Massa, Alexei Sokolov.
Ainda sem muitas informações divulgadas pelo governo, sabe-se que foram testados vários cenários de desconexão, incluindo uma simulação de ciberataques de países estrangeiros.
RuNet gerou polêmica na Rússia e no mundo
Em abril deste ano, foi aprovada a lei que permitiu a construção da RuNet, gerando grande polêmica não só no país, mas também no mundo. Segundo o Defense One, diversos grupos de direitos humanos e do consumidor querem que a lei seja derrubada, argumentando que o governo pode bloquear o acesso da população a determinados tipos de conteúdos sem nenhum tipo de transparência.
Já o governo russo diz que o RuNet vem para aumentar a segurança nacional, sendo possível identificar ataques que ameacem a soberania do país e impedindo que criminosos virtuais sejam bem-sucedidos.
No entanto, a RuNet também dá ao governo o poder de identificar quem é o remetente daqueles dados e qualquer crítica ao governo pode ser rastreada. Segundo aqueles que são contra o novo modelo de internet, isso seria perigoso considerando que os opositores ao regime tendem a “desaparecer”.
“Infelizmente, as medidas tomadas pela Rússia são apenas mais um passo no crescente desmembramento da internet”.
disse Alan Woodward, cientista da computação da Universidade de Surrey, no Reino Unido.
O sucesso do RuNet também pode inspirar outros países a seguirem o mesmo modelo, o que acabaria com o acesso livre da rede, que sempre foi o objetivo da internet desde seu surgimento.
Ainda não se sabe o quão bem-sucedido o teste do RuNet foi e o que a Rússia pretende fazer, oficialmente, com o controle de todas essas informações.
“Cada vez mais, países autoritários que desejam controlar o que os cidadão veem estão se espelhando no que Irã e China já fizeram. Isso significa que as pessoas não terão acesso ao diálogo sobre o que está acontecendo em seu próprio país, serão mantidas dentro de uma bolha”
diz Woodward
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