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Quem domina o mercado de ações? Se a imagem que vem à sua mente é a de um investidor de terno e gravata rodeado de telas e gráficos, sua aposta está errada. De acordo com estudo recente do Credit Suisse reportado pela Bloomberg Markets, mais de 60% do mercado de ações é controlado por fundos quantitativos e passivos. Ou seja, fundos cujas estratégias de compra e venda são geridas e comandadas via software – Os investidores robôs (investing robots).
Uma década atrás esse percentual era de 30%. O que significa que no curso de 10 anos, o volume de ações negociadas por investing bots (outro nome dado aos investidores robôs) praticamente dobrou. Investimentos discricionários humanos (aqueles que o investidor tem autonomia para escolher onde investir) correspondem a cerca de 10% do volume de negociações.
Riscos de velhos conhecidos
Apesar de estarem dominando as negociações, o uso de robôs não é novidade no mundo das finanças. Na década de 80, as negociações programadas por computador, as computerized program trading, como então eram chamados os robôs investidores, foram creditados como culpados pela quebra da bolsa de 1987.
Mais precisamente, o fato ocorreu no dia 19 de outubro de 1987, conhecido no mundo dos investimentos como Black Monday. O Crash começou em Hong Kong, se alastrou pela Europa e atingiu os EUA, levando o índice Dow Jones a mergulhar 22.61%. As causas do Black Monday são comumente atribuídas a programas automáticos de vendas de ações. Ao perceberem as bolsas caindo, esses programas começaram a vender ações exacerbadamente, acentuando ainda mais a queda.
Quem investe melhor: Robôs ou investidores humanos?
Com o crescente desenvolvimento da Inteligência Artificial e softwares cada vez mais sofisticados, é de se pensar se esses algoritmos realmente são tão eficientes assim. Alguns estudos recentes apontam que até agora os resultados não foram muito diferentes das estratégias comumente usados por investidores tradicionais. Além disso, estão ainda longe de serem muito melhores.
A AllieanceBernstein Holding LP divulgou um estudo apontando nessa direção no mês de abril. Interessantemente, os cada vez maiores bancos de dados processados por esses robôs investidores estão resultando em estratégias de investimento semelhantes. Além disso, algumas análises têm observado que fundos comandados por softwares também podem ter desempenhos bem piores do que fundos tradicionais geridos por humanos. Nem sempre os robôs investidores podem ter bom desempenho.
O fato é que esses softwares já representam a maior parte dos negócios nas bolsas de valores e, no mínimo, são capazes de tomar decisões tão boas quanto humanos. Você colocaria suas ações sob a gestão de um bot?
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