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Lançado no Brasil como uma alternativa mais potente ao Zenfone 5, o Zenfone 5Z já é o queridinho de muitos, por ser o aparelho mais barato do país a contar com o Snapdragon 845 – o mesmo processador de modelos como o Galaxy S9 e o Xperia XZ2. Pelo preço indicado de R$ 2.499, na versão com 4GB de RAM e 64GB de armazenamento interno, o aparelho ainda traz uma tela de 6,2 polegadas, acabamento premium e um conjunto de câmeras bastante promissor.
Mas como já diz o fabricante, “não só de especificações viverá o homem” – portanto, decidimos testar o Zenfone 5Z pra saber se ele realmente merece todo esse mérito e, principalmente, pra dizer se você deve ou não apostar nele ao invés do Zenfone 5, que é consideravelmente mais barato.
Dito isso, vamos para a análise?!
Zenfone 5Z em resumo:
Prós
- O melhor custo benefício dentre os tops de linha;
- Design moderno e bem acabado;
- Interface renovada;
- Manteve a conexão para fones de ouvido
Contras
- Bateria não é das melhores;
- Proteção contra água e poeira faz muita falta
Design
Apesar de ser idêntico ao do Zenfone 5, o design do Zenfone 5Z é diferente de tudo o que já vimos da Asus nas gerações passadas. É fato, o aparelho continua trazendo as laterais chanfradas do Zenfone 4 e os característicos círculos concêntricos na tampa traseira. Porém, fora isso, tudo nos novos aparelhos é inédito – ao menos se desconsiderarmos o iPhone X, que foi uma forte inspiração para toda a linha deste ano.
Começando pela parte da frente, a primeira coisa que se percebe é o enorme aproveitamento de tela – isto porque 90% desta parte é puro display. Os 10% restantes ficam distribuídos entre bordas bem pequenas nas laterais, uma borda um pouco maior na parte inferior e o notch, que você deve ter notado assim que bateu os olhos no Zenfone 5Z.
Embora não abrigue nenhum scanner facial de última geração, o entalhe; chifrinho; bigodinho do Asus é casa para um monte de componentes importantes, como a câmera frontal, o alto-falante para chamadas e os demais sensores – de luminosidade e proximidade – além de um LED de notificações.
Ao adotar o visual de um aparelho que é referência no mundo todo, o Zenfone 5Z não só entra pra moda do mercado atual, como também herda um pouco do status que o iPhone X representa – algo que não é nem um pouco ruim, diga-se de passagem.
Na parte de trás do aparelho, por sua vez, a Asus foi um pouco mais conservadora, mudando apenas a localização das câmeras, que agora são posicionadas na vertical. Também é na tampa traseira que encontramos o leitor biométrico, que embora sirva muito bem para deixar a frente do dispositivo livre – e com aqueles 90% de aproveitamento frontal que citamos – acaba ficando longe do alcance do dedo, pois está numa posição muito elevada.
Num aspecto geral, o Zenfone 5Z também é agradável de se ter nas mãos. Vale notar que o aparelho tem um ótimo tamanho para as suas 6,2 polegadas de tela, o peso suficiente para passar uma sensação de solidez e, por fim, conta com materiais de qualidade em sua construção. Ainda assim, devido ao tamanho mínimo das bordas e à traseira envidraçada, não recomendaria utilizá-lo sem a capa que vem na caixa ou qualquer outra forma de proteção.
Por fim, além das quedas, outro risco que assola o aparelho da Asus são os danos por água e umidade – isto porque, infelizmente, a fabricante não incluiu nenhuma proteção específica para acidentes do tipo. Neste quesito, pode se dizer que o aparelho fica atrás dos concorrentes, já que até mesmo modelos bem mais baratos trazem esse recurso.
Tela
Utilizando o mesmo painel de 6,2 polegadas e resolução Full HD+ do Zenfone 5, a tela do Zenfone 5Z não decepciona, trazendo bons níveis de brilho, cores vibrantes – desde que o usuário a ajuste para isso – e pretos surpreendentes para uma tela LCD IPS. Arrisco dizer até que, entre os modelos abaixo dos R$ 2.499, excluindo aparelhos como o LG G7, o próprio Zen5 e os importados, não há tela melhor que esta no momento.
Digo isso porque o display é um dos componentes mais caros na fabricação de um smartphone, fazendo com que, ao utilizar um tela topo de linha – com tecnologia OLED, resolução QHD e altíssimos níveis de brilho – a Asus tivesse de cobrar muito mais pelo Zenfone 5Z. E se a proposta do aparelho é ter o custo-benefício mais alto da categoria, ele não pode investir em “luxos” do gênero.
Mas mesmo assim, não se engane: a tela do Zenfone 5Z cumpre com louvor todas as expectativas de quem compra um topo de linha, com um tamanho generoso, uma calibração bem feita nas cores e no contraste, um enorme aproveitamento frontal e um nível de brilho que, embora esteja apenas na média, garante que a tela se mantenha legível até mesmo sob o sol forte.
E se você está preocupado com o notch, mais uma vez: pode ficar tranquilo! Além de ser algo que diferencia o seu aparelho dos demais, se acostumar com o entalhe bem fácil, e em último caso, você pode disfarçá-lo com um ajuste rápido nas configurações.
Ademais, o fato dessa tela ser Full HD+ (1080 x 2246 pixels)e não mais que isso é praticamente indistinguível aos olhos. Particularmente, até prefiro essa resolução mais baixa, já que ela contribui para um melhor desempenho, principalmente no processamento de jogos, e também gasta menos energia.
Áudio
Se a experiência de áudio não costuma ser valorizada nos smartphones de maior custo-benefício, é válido ressaltar que a história é completamente outra no Zenfone 5Z. Isto porque, além do aparelho ter uma qualidade sonora considerável, é notável que a Asus não se esqueceu deste ponto na hora de fabricar o smartphone – tanto que manteve a porta dedicada para os fones de ouvido.
E não foi só isso, o aparelho também traz um equalizador de ótima qualidade e dois alto-falantes estéreo. Este último ponto, no entanto, fica mais na teoria do que na prática, já que o falante para chamadas, ativado na hora de reproduzir músicas e outros sons, acaba sendo muito baixo e quase não faz diferença no som.
O alto-falante principal, embora esteja numa péssima localização (logo ao lado da porta USB, sendo facilmente obstruído ao segurar o celular), é alto, claro e tem muita profundidade – o que é não tão comum quanto gostaríamos nos smartphones.
Por fim, tanto no Zenfone 5Z quanto no Zenfone 5, os fones inclusos na caixa também são de alta fidelidade (Hi-Fi), capazes de reproduzir ótimos graves e agudos. Os acessórios, inclusive, são compatíveis com o surround da DTS, que causa uma sensação muito agradável de preenchimento e amplitude no áudio, como se ele fosse muito mais profundo do que realmente é.
Para que o recurso fosse perfeito, só faltou um isolamento acústico melhor, já que os fones não bloqueiam muito bem os sons externos. Ainda assim, diria que esse tipo de recurso está além da proposta desse modelo, só podendo ser cobrado em dispositivos mais caros.
Câmeras
É impossível não falar do Zenfone 5 ao avaliar o Zenfone 5Z. Afinal, como já disse milhares de vezes neste review, ambos compartilham a maioria dos seus componentes e a história não é diferente quando falamos das câmeras. Na parte frontal, por exemplo, o 5Z traz a mesma câmera com 8 megapixels, abertura f/2.0, pixels de 1.12 microns e um sensor com 1/4 de polegada de tamanho.
Tanto no papel quanto na prática, esse conjunto não consegue competir com o de modelos como o Galaxy S9 e o iPhone X, que produzem selfies melhores em todas as condições de luz. No que diz respeito à câmera frontal, especificamente, os resultados do aparelho da Asus ficam mais próximos aos de um intermediário que de um topo de linha.
Embora a câmera frontal não seja inteiramente ruim, os problemas que encontrei nela podem incomodar. A redução de ruído, por exemplo, é muito agressiva, tirando a textura natural da pele e dos cabelos. Já a interface da câmera frontal, por sua vez, é extremamente básica, deixando de oferecer ajustes manuais básicos (ISO, exposição e balanço de branco) para por recursos embelezadores no lugar – que só pioram o problema da redução de ruído, por sinal.
Há algumas semanas, tanto o Zenfone 5 quanto o 5Z tiveram seus softwares de câmera atualizados, para agradar mais o público brasileiro. Com isso, o abuso na redução de ruído e dos recursos embelezadores diminuiu, mas eles continuam incomodando.
Partindo para as câmeras traseiras, é possível encontrar um sensor principal de 12 megapixels e um secundário de 8, que além de contar com lentes wide-angle, capaz de capturar um cenário 200% maior que o principal (segundo a fabricante), também permite que Zenfone 5Z tenha o modo retrato. Assim como na maioria dos aparelhos, no entanto, essa câmera secundária é bem mais “fraca” que a principal – sendo indicada apenas para capturar paisagens com muita iluminação.
Veja as fotos tiradas com o aparelho
Já a câmera principal, por sua vez, consegue compensar tudo isso com especificações muito boas. O sensor utilizado nessa câmera, um Sony IMX 363, tem sua abertura em f/1.8, pixels de 1.4 microns, foco dual-pixel (o mesmo que faz sucesso na linha Galaxy), estabilização ótica (OIS) e 1/2,55 polegada de tamanho. Como resultado de tudo isso, o Zenfone 5Z também tem a melhor câmera dentre os aparelhos que custam abaixo dos R$ 2,5 mil.
Para aqueles que curtem gravar vídeos, vale lembrar que tanto o 5 quanto o 5Z registram em 4K a até 30 quadros por segundo. Em resoluções menores, o FPS é maior, podendo chegar a 240 quadros por segundo na definição HD.
Como você mesmo pode ver nas imagens, todas as capturas com a câmera principal (padrão) tem ótimos níveis de detalhe e cores vivas. Além disso, o foco, como em todo sensor dual-pixel, é muito rápido, permitindo que se capture boas imagens mesmo em situações de pressa. Para que tudo fosse ainda melhor, só faltou o HDR ser mais previsível, já que em todas as três câmeras ele alterna entre efeitos muito fortes ou quase imperceptíveis.
Para terminar o falatório sobre câmera, gostaria de elogiar também o software das câmeras traseiras. Isto porque, ao contrário do que acontece com a frontal, o modo manual delas é completo – sem contar que também são oferecidos outros recursos interessantes, como a captura de panoramas, GIFs e vídeos em câmera lenta.
Desempenho
A principal diferença entre o Zenfone 5 e o Zenfone 5Z está aqui, no hardware. Isto porque, enquanto o primeiro traz um processador intermediário, este aqui traz chip topo de linha da Qualcomm, o poderoso Snapdragon 845. Por sinal, é válido lembrar que o aparelho é o modelo mais barato do Brasil a equipar este componente.
Como resultado, mesmo custando bem menos, o 5Z fica em pé de igualdade com aparelhos como o Galaxy S9 e o Galaxy Note 9 quando o assunto é processamento. Na verdade, como o processador é um conjunto de chips, englobando o modem 4G, a CPU, a GPU e outros componentes, é esperado que o 5Z se equipare a esses dois modelos inclusive na transmissão de dados móveis e na execução de jogos – se diferenciando apenas pela forma como o software de cada fabricante controla os chips.
Aliás, quando se fala da execução de jogos, é esperado que o aparelho da Asus até supere os modelos mais caros. Afinal, conforme citamos anteriormente, o 5Z tem uma tela com menos pixels pra controlar, o que deve facilitar bastante o trabalho da GPU (Adreno 630) na hora de processar gráficos complexos. Ainda neste ponto, é válido lembrar que CPU e GPU são a diferença fundamental entre esse modelo e o Zenfone 5, já que, além de ser muito mais rápido nas tarefas em geral, o 5Z roda jogos pesados com menos dificuldade.
Partindo para os demais pontos do hardware, para finalizar, devemos lembrar que o Zenfone 5Z é vendido em várias versões, com 4, 6 ou 8GB de memória RAM, além de, respectivamente, 64, 128 ou 256GB de armazenamento interno. Na parte dos sensores e antenas, todas as versões disponíveis trazem acelerômetro, giroscópio, Bluetooth 5.0 (que consome menos energia), GPS com A-GPS e GLONASS, bússola, NFC, rádio FM e o já citado leitor de impressões digitais – que funciona bem, diga-se de passagem.
Sistema
A ZenUI foi um dos destaques do lançamento dos Zenfones 5 e 5Z. Baseada sobre o Android Oreo e em sua 5ª geração, a interface recebeu diversos ajustes visuais na nova linha e está bem mais proativa, automatizando diversas funções do sistema com o uso de inteligência artificial. Obviamente, devido ao hype dado às IAs nos últimos tempos, alguns dos recursos inteligentes são completamente dispensáveis – mas num aspecto geral, a interface está sim mais esperta.
Por exemplo, o Zenfone 5Z é capaz de perceber quando você está num ambiente quieto e assim reduzir o volume das notificações, e caso você volte para um ambiente barulhento, o aparelho também promete elevar o som dos alertas automaticamente. Além dessa e das demais funções inteligentes do sistema, outra aplicação interessante das IAs está no gerenciamento de energia, já que o aparelho também reconhece os horários em que você o recarrega e utiliza essa previsão para poupar a longevidade da bateria.
Capturas de tela do sistema
Fora os novos recursos de IA, a ZenUI também manteve aquilo que fazia sucesso em suas versões passadas, como as funções Optiflex e Twin Apps. A primeira, para quem não conhece, reserva parte do processamento e da RAM em segundo plano para os aplicativos que você mais usa, assim o aparelho os abre mais rapidamente. Já a segunda, por sua vez, permite clonar os aplicativos do Facebook, Instagram, Messenger, Twitter, Play Jogos e Whatsapp, para que o usuário possa utilizar duas contas diferentes num mesmo serviço.
E se você gostou de saber que a ZenUI é bem completa, provavelmente também irá curtir a estabilidade e o visual dessa interface. Durante todo o nosso período de análise, a interface se mostrou ágil para executar funções e com animações bem fluidas. Embora a aparência forme a cereja no topo do bolo, já que é bem agradável, concordo com quem diz que ela poderia ser mais original – já que lembra muito a versão atual da Samsung Experience.
Bateria
O Zenfone 5Z é equipado com uma bateria igual a que vemos no Zenfone 5, de 3.300mAh, e por trazer um processador bem mais potente, já era de se esperar que ele não tivesse a mesma autonomia do irmão. Com isso, durante os meus testes, o topo de linha da Asus atingiu uma média de cinco horas de tela – uma hora a menos que o Zenfone 5.
Embora essa média não seja nada a se orgulhar, há outros aparelhos que fazem parecido, e que assim como o Zenfone 5Z, só conseguem mais que isso se o usuário abrir mão de alguma coisa (como o modo de CPU mais potente ou o brilho máximo da tela). Utilizando o aparelho nessas condições, ele pode atingir até 6 horas de tela, mas dificilmente passará disso.
Por isso, é sempre bom ter o carregador por perto no fim do dia, mas isso não significa que o Asus vai te deixar na mão – isso só acontece se você abusar do poder de fogo que o modelo oferece.
Já no que diz respeito ao carregador, a Asus foi inteligente ao inserir um acessório mais potente que o visto no modelo mais fraco (10W). Como resultado, o 5Z vai de 0 a 100% em pouco menos de duas horas, o que também está compatível com a média de outros dispositivos. Por fim, caso o usuário queira utilizar algum tipo de carregamento sem-fio, é válido ressaltar que o 5Z não conta com este recurso – o que não deve ser uma grande decepção para muitos.
Mas e aí, vale a pena?
Em meu review do Zenfone 5, eu já afirmava que o aparelho estava entre os modelos com o maior custo-benefício na faixa dos R$ 2 mil. Ele só não foi eleito o melhor porque, entre os topos de linha do ano passado, há aparelhos como o Galaxy S8, que ainda superam o modelo no quesito desempenho.
Com o Zenfone 5Z, por outro lado, a história é diferente. Partindo dos R$ 2.499 na versão de 4GB/64GB, o Asus oferece mais do que qualquer outro com nessa faixa de preço e só perde para os modelos importados – que não entram muito nessa comparação. É fato que, para aqueles que valorizam bateria, atualizações rápidas do Android e que não curtem o notch, esperar até que os modelos da Samsung caiam de preço é uma indicação mais honesta.
Contudo, para o usuário que procura ótimas câmeras, um excelente desempenho e não se importa tanto com o entalhe (ou até gosta dele, como eu), devo citar que o Zenfone 5Z é a melhor opção com o menor custo – sendo, para nós brasileiros, flagship killer que a linha One Plus sempre foi no exterior.
Portanto, se você se encaixa neste último quadro, dificilmente se arrependerá da compra.
Especificações completas
Tela | 6,2 polegadas, IPS LCD, Full HD+, aspecto 19:9, cobertura de 95% do espectro DCI-P3 | |
Câmera Traseira | 12 MP, f/1.8, 24mm, 1/2.55″, 1.4µm, PDAF, OIS
8 MP, f/2.0, 12mm, 1/4″, 1.12µm, sem autofoco |
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Câmera Frontal | 8 MP, f/2.0, 24mm, 1/4″, 1.12µm | |
Processamento | Qualcomm Snapdragon 845 com oito núcleos Kryo 385 de 2.7GHz (4x) e 1.8GHz (4x), GPU Adreno 509 | |
RAM | 4/6/8GB | |
Armazenamento | 64/128/256GB | |
Bateria | 3.300mAh | |
Conectividade | Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, Wi-Fi dual-band, Bluetooth 5.0 com A2DP e conexão Low Energy, GPS com A-GPS, GLONASS e BDS, NFC e Rádio FM | |
Rede | 3G/4G categoria 18 (1200/100 Mbps), LTE-A | |
Sistema | Android 8.0 Oreo com ZenUI 5.0 | |
Dimensões | 153 x 75.7 x 7.9 mm | |
Peso | 155 g | |
Preço (sugerido) | R$ 2.499 (4GB/64GB) |
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