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Zelda sempre foi popular no meio dos videogames, mas depois que Breath of The Wild foi lançado com o Nintendo Switch, uma grande gama de novos fãs apareceram. Claro que quem vai revisitar os títulos anteriores se depara com jogos bem diferentes da experiência introduzida em 2017, mas ainda são experiências das mais icônicas dos videogames — com exceção de um título lançado em 2011.
The Legend of Zelda Skyward Sword HD é a segunda chance desse título, visto por muitos como a ovelha negra da série. Originalmente um jogo de Wii, ele ganha uma segunda oportunidade agora sendo lançado para o Nintendo Switch. Será que, 10 anos depois, a recepção será diferente? Confira em nosso review.
10 anos de controles de movimento
Skyward Sword saiu originalmente em 2011, nos últimos suspiros do Nintendo Wii. A história conta que o console da Nintendo foi muito bem sucedido, mas esquece de comentar que seus anos finais contaram com uma queda enorme de popularidade que se refletiu em seu sucessor, o Wii U. Lá por 2010 e 2011, a grande novidade do console, seus controles de movimento, para muitos já tinha se tornado algo chato e que com certeza não iria ditar o futuro dos videogames como se esperava lá em 2006. Skyward Sword é dessa época, e ele era totalmente dependente de movimentações para funcionar.
A espada de Link se movimentava conforme o jogador movimentava o saudoso Wii Remote, criando uma experiência imersiva, mas que, ao mesmo tempo, para um jogo de 40 horas, se tornava cansativa. Tentando amenizar esses problemas, o jogo também era bem mais linear na exploração do que títulos anteriores da franquia. Tudo ajudou para que o jogo, em seu lançamento, fosse recebido de forma extremamente divisória. Para mim, o autor, na verdade, era bem divertido. Denunciando minha idade, eu estava nos meados de minha adolescência, e nos momentos em que eu não estava fingindo odiar tudo, eu ficava maravilhado com poder fingir a partir de um controle os movimentos de uma espada.
Porém, 10 anos depois, agora com uma coluna não mais no ápice da constituição, e agora realmente odiando muitas coisas legitimamente, eu não consigo olhar para controles de movimento com o mesmo olhar feliz e emocionado. Como, então, o port de Switch se comporta para isso?
É óbvio que Skyward, até mesmo na mecânica de combate contra inimigos, foi todo pensado para um maior controle sobre a espada de Link do que o eventual ficar apertando algum botão continuamente para execução de combos. O investimento de desenvolvimento para acabar com essa interação seria muito provavelmente próximo do custo de um jogo completamente novo. A solução para Skyward HD foi manter a opção de controles de movimento, mas também mapeá-los de forma que funcionem no analógico do Joy-Con direito.
Existe, então, a opção de jogar sem movimentar seus braços, mas é inegável que é um pouco menos precisa do que a presente se você usar os Joy-Cons com movimentos. Porém, pensando enquanto esboçava essa análise sobre essa imprecisão a partir do controle pelo analógico, me veio um pequeno experimento: após anos, liguei meu Nintendo Wii e coloquei minha cópia de Skyward Sword para rodar, para experimentar como eram os controles de movimento 10 anos atrás.
A conclusão foi bem interessante: embora bons, eles ainda são menos precisos que o do analógico na versão de Switch! O que eu estava notando antes de testar a versão de 10 anos atrás era uma realidade por conta da maior competência dos Joy-Cons como controles de movimento comparado ao Wii Remote lá atrás. No fim, o jogo é extremamente jogável com os analógicos, comigo inclusive passando ele inteiro somente com esse tipo de controle, praticamente.
Alta-resolução mas poucas melhorias
Skyward Sword HD é principalmente um remaster visual, mas o que mais surpreende é como, em geral, parece que o jogo só precisou ser reprogramado para rodar em uma resolução maior do que ter modelos refeitos. É um ótimo testamento para a qualidade do estilo visual escolhido lá atrás.
Parecendo muitas vezes uma pintura impressionista, os cortes da espada se misturam com a roupa verde de Link, causando borrões que representam a intensidade do combate. Além disso, o jogo, sendo o primeiro Zelda com trilha sonora orquestrada, também faz um uso incrível da música e de efeitos sonoros, com cada ataque que Link acerta no inimigo sendo representado por uma fanfarra que segue o ritmo do ataque, causando uma experiência extremamente satisfatória no combate.
Alguns dos pontos onde o jogo sofreu críticas lá atrás foram arrumados, como a descrição de itens aparecer toda vez que você coletava ele, ou a constante interferência de Fi, sua ajudante no jogo, segurando sua mão todo o tempo para o jogador não se perder. Os itens só tem suas descrições exibidas na primeira vez que são coletados, e a grande maioria dos diálogos de Fi agora são opcionais.
Por outro lado, problemas que a grande maioria esperava que fossem resolvidos, como foi o caso do trecho final de The Wind Waker no remaster de 2013, não foram tocados.
A constante revisitação de áreas sem grandes mudanças, a complicadíssima jornada para aumentar o espirito de Link, onde o jogador não pode levar um dano sequer se não tem que recomeçar do zero e por fim, a arrastadíssima jornada pela Música do Herói estão sem nenhuma modificação se comparadas com a versão de 10 anos atrás.
Embora Zelda normalmente sejam jogos longos, por volta das 40 horas, esse mesmo tempo em Skyward é exaustivo. Talvez, de todos os jogos da série, esse seja o que mais passa a sensação de durabilidade artificial, e, honestamente, isso é algo bem ruim. Tirar a maravilha da descoberta para o cansaço de explorar as mesmas áreas sem grandes novidades exaustivamente é um dos principais pecados possíveis em uma franquia como essa;
Porém, esse cansaço só aparece lá pelas 25 horas de jogo. Antes disso ele passa toda a magia que se espera, o que durante boa parte de minha jogabilidade me deixou com um sorriso no rosto. Resolver puzzles, o uso inteligente da espada mais livre… é excelente. Talvez, de jogos que eu lembre de ter jogado recentemente, Skyward Sword HD seja o que mais conta com duas metades com qualidades tão diferentes. É chato, mas, ao mesmo tempo, não deixa de ser uma experiência ótima.
Um veredito apontado para o céu
Skyward Sword tem pontos positivos que quando estão presentes, o transformam talvez em um dos melhores jogos da franquia, mas também tem pontos negativos que, quando aparecem, o transformam em um título que nem parece um Zelda. Porém, independente de novos visuais ou novos controles, isso só representa o quanto ele realmente é divisivo. Talvez, para você, leitor, a experiência seja 100% excelente ou 100% negativa, mas agora eu tenho certeza que, nos próximos 10 anos, a discussão sobre o real valor do título continuará existindo. Pelo menos, inegavelmente, é um tópico divertido.
The Legend of Zelda: Skyward Sword está disponível por R$299 na e-shop do Nintendo Switch.
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