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Com um preço médio de R$ 1.899, o Xperia XA2 Ultra é o mais novo smartphone da Sony para o mercado brasileiro de intermediários. Para brigar com modelos como o Galaxy A8 e o Moto Z3 Play, a japonesa aposta num design refinado, tela grande, bateria de longa duração e um conjunto duplo de câmeras frontais. Mas será que tudo isso é tão bom na prática quanto soa no papel? Bem, para descobrir, passei alguns dias testando o aparelho.
Contudo, para que você possa entender minha experiência com o aparelho, será necessário conhecer todas as impressões. Portanto, chega de enrolação. A seguir, confira a análise completa do Sony Xperia XA2 Ultra:
Design e acabamento
Embora faça parte da nova safra de smartphones da Sony, o XA2 Ultra não traz o visual curvado dos novos XZ2 e XZ2 Compact. Na verdade, por ter acabamento em metal, muitas linhas retas e um leitor biométrico na parte traseira, o modelo mais parece um meio-termo entre o design antigo e o atual.
Entretanto, isso não configura um ponto negativo do modelo da Sony. Afinal, o dispositivo também tem bordas relativamente finas no topo e na base da tela, utiliza materiais nobres em sua construção e transmite muita solidez na mão. Ainda assim, vale lembrar que estamos falando de um visual bastante quadrado e com dimensões avantajadas, o que faz o XA2 Ultra ser pouco ergonômico – apesar de bonito.
Outro ponto característico deste design são as bordas laterais, que simplesmente não existem. Além de deixarem o aparelho mais bonito, as laterais sem bordas tornam o celular mais confortável de se usar. Só não dá pra dizer que a ideia é perfeita, por que, ao contrário do que costuma ocorrer em outros aparelhos com bordas laterais finas, o XA2 Ultra não costuma ignorar a palma do usuário, o que deixa os toques acidentais mais frequentes.
Tela
Apesar de não ter a maior resolução da categoria, a tela do XA2 Ultra é grande, tem ótimos níveis de brilho e também o já conhecido ajuste de tela da Sony. A japonesa é conhecida por caprichar nos seus displays e deixá-los com cores vibrantes, principalmente nos tons vermelho e o verde.
Por se tratar de um display IPS, a tela não fica ilegível quando usada sob o sol. Porém, também por causa da tecnologia utilizada, a tela não distorce cores ao ser utilizada em ângulos diferentes. Já os tons em preto, por sua vez, embora não tenham toda profundidade de um painel AMOLED, não afetam negativamente as imagens exibidas, que conseguem ter níveis de contraste satisfatórios.
Por fim, sendo menos técnico, é possível dizer que, apesar de não trazer nenhum destaque em resolução ou cor, ficando apenas “na média” nestes quesitos, a tela utilizada neste Xperia tem sim atributos que agradam. Entre elas, a resolução Full HD, a proteção Gorilla Glass 4 e suas 6 polegadas no formato 16:9 – uma proporção que muita gente ainda prefere.
Áudio
Apesar de todo o apelo multimídia do Xperia XA2 Ultra, acredito que a Sony falhou em não dar tanta atenção ao áudio como deu às suas câmeras. Isto porque, desde o Xperia Z2, lançado em 2014, a fabricante sempre inseriu falantes frontais duplos (e estéreo) em seus topos de linha. Por se tratar de um intermediário premium, este daqui bem que podia contar com o recurso também.
Ainda assim, se formos comparar com concorrentes de outras marcas, há de se admitir que o XA2 Ultra não fica muito atrás: para se sobressaírem em outros aspectos, os aparelhos dessa categoria dificilmente investem em áudio.
A Sony também não envia fones de ouvido nos aparelhos cedidos para teste, portanto, não pude formar opinião sobre eles. Contudo, se você é daqueles que gostam de usar o acessório, posso te dar duas boas notícias: a interface da Sony, inclusive no XA2 Ultra, conta com diversos ajustes de som e o aparelho também manteve a entrada dedicada de 3,5mm.
Câmeras
O ano de 2018 tem sido dos intermediários com foco em câmera – e com o Xperia XA2 Ultra não poderia ser diferente. Isso porque o aparelho, além de trazer uma poderosa câmera traseira com 23 megapixels e abertura f/2.0, é equipado com um conjunto duplo de câmeras frontais acompanhadas por um flash LED. Essas duas câmeras na frente, apesar de não contarem com o efeito bokeh, garantem selfies de ótima qualidade e são o principal diferencial do modelo da Sony frente a concorrência.
Além disso, a câmera frontal principal, além de ter 16 megapixels e abertura f/2.0, é a única do mercado que traz estabilização ótica. Assim, além de tornar as fotos menos borradas no dia-a-dia, torna as selfies à noite muito melhores.
A segunda câmera frontal, por sua vez, traz uma lente grande angular para a captura de um cenário maior, sendo indicada para selfies em grupo. No entanto, além de sua resolução ser mais baixa (8 megapixels), o sensor por trás das lentes também é muito menor (1/4″), o que prejudica a captação de luz e produz resultados “apenas ok”.
Em outras palavras, a segunda câmera frontal dá versatilidade ao aparelho, permitindo que ele capture toda a galera numa selfie. Por outro lado, a qualidade notavelmente inferior faz com que você não use tanto essa segunda câmera, já que a primeira produz resultados muito bons, inclusive em ambientes com pouca luz.
Para compensar tantos mimos na parte de selfies, a Sony teve de economizar na câmera traseira. Nela, o Xperia XA2 Ultra traz o mesmo sensor do Xperia Z5, um aparelho de 2015. Com isso, não dá pra dizer que as fotos feitas por essa câmera são um destaque – elas têm bons níveis de detalhe e cores fiéis à realidade, mas a câmera demora um pouco para focar e sofre bastante em ambientes escuros.
No que diz respeito às filmagens, o Xperia XA2 Ultra também não passa vergonha na sua faixa de preço: ao contrário do Galaxy A8, por exemplo, o modelo da Sony pode gravar vídeos em 4K e, assim como todo Xperia de respeito, também faz vídeos em HDR. Caso o usuário tenha mãos firmes e registre ambientes bem iluminados, o resultado final será mais que satisfatório.
Desempenho
O Xperia XA2 Ultra foi o primeiro smartphone que eu testei com a série intermediária de processadores da Qualcomm. Lançado em 2017, o Snapdragon 630 quer repetir o sucesso do 625, que equipou o Moto Z Play de 1ª geração e pegou todo mundo de surpresa com um ótimo desempenho e uma boa eficiência energética. Pois bem, nesta ‘nova’ geração, a série trouxe ainda mais qualidades.
Isto porque, no uso cotidiano, em nenhum momento sofri com travamentos ou transições engasgadas. Debaixo do capô, este intermediário japonês conta com oito núcleos de processamento, que podem chegar até 2.2GHz em tarefas mais pesadas. Com isso, ao transitar entre apps e utilizar funções do próprio sistema, tudo flui perfeitamente bem. A execução de jogos pesados é o único momento onde o usuário percebe que não está lidando com um topo de linha.
Isso não significa que o aparelho trava ou não roda os games mais exigentes – o que acontece, na realidade, é que os jogos são executados com mais suavidade se tiverem seus gráficos reduzidos, o que é possível configurar na maioria dos títulos mais recentes, como PUGB, por exemplo.
Ainda assim, caso você tenha ficado desapontado com a notícia, vale ressaltar que esta não é uma exclusividade do modelo da Sony: todos os aparelhos da mesma faixa de preço têm um comportamento parecido com jogos pesados. Afinal, não dá para exigir o mesmo desempenho gráfico de um topo de linha quando se paga muito menos, não é?
Por fim, sobre o restante dos componentes que compõem o hardware do modelo, também não há o que reclamar: o aparelho traz 4GB de memória RAM, 64GB de armazenamento interno e um slot dedicado para cartões microSD, dando a liberdade do usuário utilizá-lo mesmo equipando dois cartões SIM.
Sistema
Montada sobre o Android 8.0 Oreo no Xperia XA2 Ultra, a interface da Sony lembra muito o Android ‘puro’, graças ao seu visual simples e suas transições rápidas. Apesar de trazer uma quantidade considerável de aplicativos pré-instalados, parte deles de usabilidade questionável, diga-se de passagem, a maioria é desativável, o que contorna o problema.
Na prática, a UI só peca por ser um tanto confusa. Isto porque a fabricante esconde diversas de suas funções atrás de sub-menus e botões pouco visíveis. Ao contrário do que faz a Motorola, a experiência ‘pura’ da interface da Sony ainda conta com diversas funções da fabricante, mas perceber e usar esses conteúdos acaba sendo pouco intuitivo, principalmente para os novatos.
Apesar de tudo isso, o usuário que levar o Xperia XA2 Ultra pra casa pode ter certeza que terá seu smartphone atualizado por, no mínimo, mais duas versões do Android. Além disso, receberá estes updates antes mesmo de alguns topos de linha da concorrência. Isto, por si só, garante uma ótima pontuação para o modelo no quesito “Interface”.
Bateria
Além da câmera e da performance satisfatórias para o preço, a autonomia de uso me surpreendeu no Xperia XA2 Ultra. Mesmo com um display grande, os 3580mAh da bateria foram capazes de suportar até 10 horas de tela ligada, isto com brilho automático e a conexão Wi-Fi sempre ativados.
Com um uso mais intenso de aplicativos, e utilizando a rede 4G, o aparelho chegou ao fim do dia com, aproximadamente, 30% de carga. Considerando que bateria não é a proposta do modelo, esta foi uma surpresa mais que positiva – e acaba colocando o modelo à frente dos concorrentes também neste quesito.
O único ponto ruim a ser ressaltado na bateria é que, enquanto Motorola e Samsung investem pesado no carregamento rápido, a Sony aposta justamente no caminho contrário: embora o aparelho suporte carregadores Quick Charge 3.0, a fabricante desencoraja o carregamento rápido porque, segundo ela, degrada a bateria mais rapidamente. Além disso, o acessório incluso na caixa também não embarca a tecnologia.
Mas e aí, o Xperia XA2 Ultra vale a pena?
Sim, totalmente. O Xperia XA2 Ultra, além de não perder em nada para os concorrentes de sua faixa de preço, ganha deles em aspectos importantes, como software e bateria. Frente aos novos Galaxy A8 e A8+, por exemplo, o aparelho da japonesa não só faz melhor com a câmera traseira como também traz mais duração de bateria e software mais recente.
Podendo ser encontrado por cerca de R$ 1.899 no varejo brasileiro, o Xperia XA2 Ultra é sim uma ótima opção de compra. Sendo, inclusive, a mais indicada para quem busca um bom equilíbrio entre performance, boas câmeras e uma ótima duração de bateria, sem ficar perdendo em nenhum destes aspectos.
Especificações do Modelo
Dimensões | 163 x 80 x 9.5 mm (A/L/P), 221 gramas |
Tela | 6 polegadas em proporção 16:9, painel IPS, Full HD (1920 x 1080 pixels) e com 76.1% de aproveitamento frontal |
Câmera Traseira | 23 megapixels com abertura f/2.0, lente de 24mm e sensor de 1/2.3″, com suporte a foco PDAF e flash LED |
Câmeras Frontais | 16 megapixels com abertura f/2.0, lente de 23mm e sensor de 1/2.6″, com OIS, Flash LED e foco automático
8 megapixels com abertura f/2.4 e sensor de 1/4″, ângulo de visão em 120° |
Conectividade | Wi-Fi dual-band 802.11 a/b/g/n, Bluetooth 5.0 low-energy com A2DP e AptX HD, NFC, Rádio FM, GPS |
Portas | 2x nano-SIM, MicroSD de até 2TB, USB 2.0 Tipo-C e conector dedicado à fones de ouvido (3.5mm) |
Bateria | 3580mAh |
Cores | Preto e Prata Dourado e Azul |
Sistema Operacional | Android 8.0 Oreo |
Preço (Oficial) | R$ 2.399 – podendo ser encontrado por R$ 1.899 no varejo |
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