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Chamar a Xiaomi de “Apple chinesa” é um grande erro. Alguns jornais e blogs de tecnologia apelidaram a fabricante dessa maneira mas a verdade é que, apesar da inspiração no design dos aparelhos da Maçã, a Xiaomi caminha no caminho contrário quando falamos em estratégias de preços.
A empresa chinesa desembarcou no Brasil no final de junho com poucas coisas na mala: um único smartphone, o Redmi 2, o Mi Power Bank e outros acessórios. No início, para comprar o celular era necessário aguardar um evento de vendas, mas a essa altura do campeonato já é possível comprá-lo a qualquer momento. Passei as últimas semanas testando o aparelho e essas são as minhas impressões.
Layout e Acabamento
Não dá para exigir muito do design e acabamento um aparelho de entrada, mas isso não quer dizer que o Redmi 2 faça feio. O aspecto minimalista agrada: na parte traseira uma discreta logo da “Mi” em baixo, a câmera, flash e alto-falante localizados em cima, além de um microfone secundário para cancelar ruídos. A capinha cinza com acabamento fosco não é de guardar muitas marcas de dedos.
No lado direito estão todos os botões, que possuem acabamento cromado; em baixo o microfone principal e a entrada para o cabo microUSB; em cima o plug para fone de ouvidos. A parte frontal do aparelho conta apenas com os três botões capacitivos, de comandos do Android. Eles são vermelhos, mas não iluminados, o que dificulta o uso no escuro, até nos familiarizarmos com a ordem deles.
Para os padrões atuais, esse é um aparelho bem compacto. A pegada é confortável, podemos facilmente manuseá-lo com apenas uma mão. Ainda assim, a Xiaomi adicionou nos recursos de software uma opção para “usar com apenas uma mão”, que diminui a interface para 4 ou 3.5 polegadas. O único ponto negativo aqui é o fato de ser um celular escorregadio. A traseira é bem lisa e com pouco cuidado ele vai para o chão.
Tela
Encontrar telas com boa qualidade em smartphones de entrada é quase impossível. Mas a Xiaomi conseguiu. As 4.7 polegadas com resolução de 1280×720 pixels garantem bastante nitidez, mas não é apenas isso. O display possui um contraste invejável e cores bem equilibradas. Para completar, ele conta com um ótimo ângulo de visão e gama de brilho satisfatória; não encontrei problemas ao sair sob o sol com o celular.
Velocidade e desempenho
O processador Snapdragon 410 quad-core de 1,2 GHz é o suficiente para dar ao Redmi 2 um desempenho satisfatório. A MIUI 6, camada de personalização da Xiaomi no Android, ajuda bastante para a experiência ser fluida. Falarei dela no próximo tópico.
É um aparelho que consegue lidar com as tarefas de um usuário comum. Navegar na internet, trocar mensagens, escutar músicas e ver as redes sociais não é nenhum sacrifício, tudo roda muito bem, as animações ocorrem naturalmente e sem engasgos. Se você exigir um pouco mais dele – jogando, por exemplo – sentirá o peso que traz ao sair do app, mas aos poucos ele vai se recuperando. Ainda assim, ele é capaz de rodar games um pouco mais pesados, graças a GPU Adreno 306.
Como de costume, 1GB de RAM não faz milagres. É quase certo que, passado alguns minutos, ao trocar pro aplicativo anterior você terá que esperar ele recarregar. Pelo menos, a tela inicial não recarrega com o uso intenso, graças ao bom gerenciamento do sistema.
Sistema
A MIUI é parte fundamental da experiência que a Xiaomi propõe ao usuário. Pensa num Android. Agora transforma ele em iOS. Pronto, você tem a MIUI. Deixando as brincadeiras de lado, o sistema do aparelho é fortemente inspirado no iOS e possui vários recursos adicionais ao Android; o que não quer dizer que ele é cheio de bloatware.
Apesar dos vários apps pré-instalados, eles ficam bem organizados e não atrapalham no desempenho. O único problema aqui se dá pelo fato do Redmi 2 possuir apenas 8GB de espaço para armazenamento e o sistema abocanhar quase metade disso, restando apenas 4,4 GB para os usuários.
A MIUI 6, que roda atualmente no aparelho, é baseada no Android 4.4 KitKat. Mas você não deveria prestar tanto atenção na versão do Android, uma vez que a camada de personalização praticamente se transforma num sistema completamente novo. Uma porção de recursos da MIUI antecipam funcionalidades nativas do Android que apareceram apenas recentemente.
O software pode ser personalizado em vários níveis: o usuário pode escolher entre centenas de temas, que mudam todo o aspecto visual; existem opções para definir a saturação das cores da tela; é possível escolher as funções específicas dos botões capacitivos e até dos botões dos fones de ouvido; entre outros.
Aqui no Brasil, a Xiaomi utiliza a Play Store para obter os aplicativos, além de todo o pacote de softwares do Google, nesse aspecto o Redmi 2 é um Android. Eles adicionaram ainda o Mi Cloud, serviço que guarda na nuvem seus arquivos e configurações, incluindo registros de chamadas, mensagens de texto e fotos. O Mi Cloud possui 5 GB de espaço gratuito, é possível comprar mais, porém será necessário ter um cartão chinês.Câmera
Para um aparelho que custa R$ 499, a câmera surpreende positivamente. O sensor de 8 megapixels é capaz de capturar belas imagens quando há boas condições de iluminação – as cores são equilibradas, imagens nítidas. Quando o ambiente é mais escuro ou possui iluminação artificial, as fotos ficam com a qualidade dentro do esperado. Não crie muitas expectativas na hora da selfie, o sensor frontal possui apenas 2 megapixels. O aplicativo da câmera é visualmente idêntico ao do iOS, vale lembrar.
Duração da Bateria
O Redmi 2 não decepciona quando o assunto é bateria e consegue alcançar resultados parecidos e até melhores em relação aos seus concorrentes. Ele possui autonomia o suficiente para aguentar um dia inteiro de uso sem ir para a tomada no meio do caminho.
Em um dia de uso intenso, com o 4G ligado, ouvindo música por várias horas e consultando frequentemente meus emails e redes sociais a bateria marcava 15% de carga restante às 22 horas. Com o uso moderado, ele fica com 30 a 35% no final do dia.
O sistema conta com perfis de bateria, que desativam recursos de conectividade, diminuem o brilho da tela e reduzem o consumo de energia do processador, o que ajuda a aguentar por mais algumas horas. O carregador do aparelho é capaz de recarregá-lo rapidamente, graças a tecnologia Quick Charge 1.0.
Preço e disponibilidade
O Redmi 2 está disponível no Brasil desde o dia 7 de julho. Nos primeiros meses de operação, a Xiaomi optou por vendê-los através de eventos de vendas, mas desde agosto o aparelho é vendido a qualquer momento. Só é possível comprá-lo através do site oficial da empresa, por R$ 499 à vista no boleto ou cartão de crédito, ou em até 10x iguais de R$ 54,90.
Conclusão
Com a chegada do Redmi 2, o Moto E perdeu o posto de melhor smartphone Android de entrada. O celular da Xiaomi entrega uma ótima experiência por um preço abaixo da média. O acabamento é simples, o desempenho não é deslumbrante, a câmera não faz imagens espetaculares, mas é preciso lembrar que ele custa apenas R$ 499. Justamente por isso, ele possui uma tela sensacional e suporte para 4G; nenhum modelo de entrada oferece esse conjunto.
Para quem está procurando por um smartphone baratinho, essa é a principal opção do mercado.
Galeria de Imagens
Especificações Técnicas
- Processador: Snapdragon 410 quad-core de 1,2 GHz;
- Memória RAM: 1 GB;
- Tela: IPS LCD de 4,7 polegadas com resolução de 1280×720 pixels (321 ppi) e proteção Dragontrail;
- Câmera: 8 megapixels, autofoco, flash LED;
- Câmera frontal: 2 megapixels;
- Bateria: 2200 mAh;
- Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11n, GPS, Bluetooth 4.0 e microUSB 2.0;
- GPU: Adreno 306;
- Memória externa: suporte para cartão microSD de até 32 GB;
- Memória interna: 8 GB (apenas 4,4 GB disponíveis para o usuário);
- Dimensões: 134 x 67.2 x 9.4 mm;
- Peso: 133 g;
- Sensores: acelerômetro, giroscópio, proximidade, bússola;
- Plataforma: Android 4.4.4 (KitKat) com camada de personalização MIUI 6.
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