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A Team Ninja é uma das desenvolvedoras mais reconhecidas da indústria hoje em dia, e na última década se tornou um dos estúdios que mais consegue fazer boas experiências soulslike além da criadora do gênero, FromSoftware. Wo Long: Fallen Dynasty é mais um desses exemplos, pegando tudo que aprenderam na duologia Nioh e melhorando exponencialmente – balanceando frustração com ótimos momentos.
Confira as impressões do Showmetech sobre o jogo no review a seguir:
O romance dos três reinos se fosse um filme do Vin Diesel
A premissa geral de Wo Long: Fallen Dynasty é a história do lendário Romance dos Três Reinos, conto histórico do século XIV que romantiza a vida e batalhas de lordes feudais chineses. No jogo, a situação é mais romanceada, assumindo tons de fantasia sombria e do massavéio para contar sua narrativa cheia de momentos místicos e repletos de adrenalina.
Só que, assim como em ambos os Nioh, existe uma certa estrutura cansada em toda essa narrativa, que faz com que muitos jogadores – eu incluso – queiram simplesmente ignorá-la e só proceder para os intensos combates. Isso é de alguma forma justificável já que, após finalizar o título, os gamers querem procurar algum vídeo de lore do jogo postado por um VaatiVidya (carinhosamente chamado por mim de DLCs gratuitos).
Ser apresentado a uma história completa nessa estrutura, ao meu ver, não combina bem, e tenho essa opinião desde os dois primeiros Nioh. Em Wo Long, de alguma forma, ela conseguiu intensificar-se, talvez por preciosismo meu com o Romance dos Três Reinos. Ver Lu Bu, um dos generais mais condecorados do período, assumindo a forma de um centauro graças a uma fusão com uma besta é de certa forma estranho, e os motivos narrativos são sinceramente completamente desprezíveis: o que importa é o combate.
Claro, isso é uma opinião minha, mas não consigo pensar que entender as motivações com cenas um tanto piegas faz bem para o jogo. Em certo momento, estava até mesmo pulando as cutscenes: o grosso do jogo é o embate, e a história não me atraiu o suficiente para que eu me importasse com ela. Sou eu ou o título o errado? Nunca saberemos.
A esquiva é a lei
Ao mesmo tempo que a jogabilidade é divertida, se alimentando dos pontos mais positivos de Nioh 2, o combate é claramente a parte em que a Team Ninja mais mudou a estrutura básica, excluindo o sistema de ki e também as posturas para cada arma, criando algo mais simples de ser entendido e que é muito mais dependente do botão de esquiva do que os títulos anteriores.
Em praticamente todo chefe do jogo a esquiva é a arma mais importante do jogador – mesmo quando a movimentação dos adversários parece que está aberta para cortes e combos diversos, é sempre importante estar com o dedo pronto no botão para desviar a qualquer momento. Os danos dos inimigos são intensos, e isso faz com que a sobrevivência, ao evitar os golpes, seja de suma importância no dia a dia de Wo Long.
Mas não só do botão de esquiva vive o título e as possibilidades nos combate: seu level design é excelente, uma melhoria enorme e intensa se comparada com a duologia Nioh. Graças a adição do pulo, as fases e arenas de chefe utilizam muita verticalidade para permitir que o jogador se sinta um verdadeiro guerreiro wuxiá (heróis de artes marciais da China), com direito também a utilização de cambalhotas e intensas manobras com espadas ou lanças.
Tudo isso, claro, precisa de um limitador – e é aí que a barra de espírito do Wo Long entra. Desviar, bloquear e demais manobras evasivas impactam esse recurso negativamente, enquanto conseguir dar um parry ou atingir um golpe no inimigo tem o resultado contrário, em uma espécie de Yin-Yang que, pelo que pesquisei, se assemelha muito com o sistema principal de combate de Sekiro: Shadow Dies Twice, único jogo da From Software que ainda não joguei.
Porém, em Wo Long, as coisas não são tão rápidas ou intensas como em Sekiro, contando com um ritmo mais analítico mesmo nos momentos mais intensos. Embora nosso boneco protagonista possa saltar no ar e fazer diversas acrobacias, isso não quer dizer que os embates tenham um ritmo alucinante – eles continuam lembrando os de Nioh e dos títulos soulslike como o próprio Dark Souls, sendo uma análise maior de padrões dos adversários do que uma intensa luta de habilidade em kenjutsu.
Por fim, ainda temos a mecânica de Morale, em que conforme o jogador eliminar mais inimigos no mapa da fase, menos dano ele leva e mais ele dá, o que faz com que as famosas speedruns para os chefes sejam desencorajadas – principalmente se o boneco está morrendo muito, já que sua Moral cai e o efeito contrário é realizado: o dano em toda missão e no confronto climático é aumentado.
É um Yin-Yang interessante, embora exaustivo depois de algumas horas – principalmente porque, ao boneco morrer muito, a frustração com o dano aumentado dos adversários começa cresce consideravelmente.
Wo Long é um ótimo jogo, mas com algumas pontas que poderiam ser melhoradas
Wo Long, como vocês podem ter observado pelo texto acima, é um ótimo jogo. Ele conta com alguns problemas, como a frustração pelo sistema de espírito e também a história questionável, mas em geral é uma opção fantástica para quem está com aquela saudade de jogos Souls.
O jogo saiu para PS5, Xbox Series S/X e PC, e está disponível desde o lançamento no GamePass – o que torna ele uma pedida fantástica para assinantes do serviço que gostem de um bom desafio.
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Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (16/03/23)
Wo Long: Fallen Dynasty traz uma roupagem fantasiosa para o Romance dos Três Reinos, junto de uma dificuldade extremamente engajante, mas por vezes frustrantes
Wo Long: Fallen Dynasty traz uma roupagem fantasiosa para o Romance dos Três Reinos, junto de uma dificuldade extremamente engajante, mas por vezes frustrantes-
Gráficos10/10 Excelente
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História6/10 Normal
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Jogabilidade9/10 Incrível
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Conteúdo10/10 Excelente
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