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O mercado de televisores 4K está em expansão no Brasil. Primeiro, porque a tecnologia está começando a baratear, segundo, porque as TVs Full HD ou HD da casa das pessoas não foram feitas para durar para sempre. Em um mar com diversas opções, tendo a LG e a Samsung abocanhando a maior fatia do mercado, também há outras boas opções como a Philips e a Sony.
Durante um mês, o Showmetech testou a TV LED ultrafina 4K UHD com Android da Philips 6800 Series de 55 polegadas. Já adianto, de maneira geral, as TVs 4K impressionam pelo tamanho, mas não é só de tela que é feita uma boa TV.
Neste texto, queremos compartilhar as nossas experiências sobre a TV 4k Philips com Android com o leitor, para que ele avalie se vale a pena o investimento e, mais, se o Android TV é uma opção acertada de sistema operacional. Confira:
Pontos Positivos
- TV tem bom acabamento;
- Diversas portas (HDMI, USB, ethernet) para conectar todos os dispositivos;
- Controle com botão Netflix;
Pontos Negativos
- Áudio deixa a desejar;
- Controle remoto confuso;
- Android TV ainda é muito prematuro;
Layout e acabamento
A Philips fez a lição de casa ao desenhar a sua TV 4K com Android. Bordas de aço inoxidável e base metálica dão um ar sóbrio à televisão, que combina bem com ambientes como a sala de estar. Tendo a opção de ficar na base com dois apoios ou pendurada na parede, a 4K da empresa é certamente agradável de se ver.
Diferente da Samsung, que aposta também em TVs curvas, a Philips tem criado uma sucessão natural dos televisores. Primeiro de tubo, depois tela plana só que com bordas grandes e agora uma TV plana mais fina.
Com um “Philips” na parte de baixo da TV, o logo indica se o televisor está desligado ou ligado e dá um ar premium para a televisão.
O aparelho tem diversas portas, o que não deve ser um problema para ninguém que use Blu-ray, set-up-box, videogame e TV à cabo. Além disso, a TV conta com 3 USBs, entrada para antena e entrada VGA.
Display
A TV 4K Philips Série 6800 tem algumas tecnologias para o melhor aproveitamento da imagem. Antes de tudo, tem resolução 4K, ou seja, quatro vezes a resolução de uma tela Full HD convencional. Com mais de 8 milhões de pixels, a Philips conta com a tecnologia Ultra Resolution que faz um upscaling dos conteúdos que não estão em Ultra HD, tornando a imagem mais nítida, maior percepção de profundidade, contraste superior, clareza e movimentos naturais.
Com a tecnologia Natural Motion, a empresa afirma que é eliminada a tremulação em cenas de movimento. Mesmo com filmes gravados a uma taxa de quadros limitada de 24 fps, a função duplica o número de quadro para 50 fps, acabando com a tremulação.
Uso no dia a dia
Na minha experiência, a imagem é sim muito boa. Também, seria um problema se não fosse, já que estamos falando de uma tela 4K. Assistir séries da Netflix gravadas nessa qualidade comprovam o grande avanço em relação ao Full HD. Mesmo conteúdos que não estejam em 4K, como vídeos do YouTube e TV à cabo parecem melhores nessa tela.
Ao usar a Apple TV de quarta geração, às vezes eu sentia que o brilho da TV estava um pouco mais forte do que o necessário, assim como ao jogar The Legend Of Zelda no Nintendo Switch, a imagem parecia ficar mais saturada e com o contraste estranho.
Felizmente, a TV permite configurações na imagem, desde algo mais simples como modo “notícia”, “filme” e “videogame” até mexer manualmente no brilho, contraste, saturação etc. De qualquer maneira, eu esperava que o modo padrão fosse o suficiente para não causar incomodo. Depois de um tempo acabei me acostumando, mas a princípio, não foi a experiência que eu esperava.
Uma coisa “engraçada” é que ao assistir alguma série que esteja em uma cena escura e logo em seguida o take seja de dia, parece que a TV leva um susto e por um segundo você percebe as luzes brancas acendendo na tela. Não como se a própria TV ficasse branca, mas a claridade nas laterais fica intensa por um breve momento.
Áudio
O foco dessa TV 4K não foi o áudio. Enquanto em algumas concorrentes vemos o uso do Dolby Surround 5.1, entre outras tecnologias, na Série 6800 temos um áudio estéreo de baixa qualidade. Ou a TV está muito baixa ou muito alta – e acredite, ela está sempre muito mais baixa.
É como se o áudio saísse da parte de trás da TV e esperasse que a pessoa ouvisse de lá. Mesmo mudando os “modos de áudio”, era esperado que a televisão não me fizesse pegar o controle remoto a cada cena diferente para aumentar muito ou diminuir muito o volume.
Sistema operacional: Android TV
Chegamos agora ao ponto crucial da TV, que é o sistema operacional Android TV. Anunciado como função pela Philips, o que tornaria a televisão de fato smart, precisa ser, na minha opinião, repensado. O Android para televisão é uma tecnologia recente. Lançado em 2014, está completando agora três anos de vida e certamente não é um sistema redondo.
Bugs, TV travando, aplicações sem funcionar, televisão não conectando direito por rede Wi-Fi, foram alguns dos problemas que tive durante o mês com este modelo.
No Android TV, quando às vezes eu buscava o menu de sugestões dele ou saisse da Netflix, era comum que o aparelho travasse e eu tivesse que esperar até um minuto para alguma coisa acontecer, porque ele não dava resposta. Não existe nada mais frustrante do que apertar o controle remoto e ele não funcionar porque a TV simplesmente parou.
Problemas com o Android TV
Embora para mim não seja a função primordial da TV, eu tentei jogar aqueles jogos instalados de fábrica. No de dardos, por exemplo, além de ser uma experiência muito estranha jogar com um controle remoto tão grande e cheio de botões, o pior foi o bug que veio logo em seguida.
Sem explicações, a imagem deu um zoom x2 e não tinha nada que eu pudesse fazer. A dica foi: coloquei uma série na Netflix e a televisão se “arrumou” sozinha (porque nas configurações não dava para fazer nada).
Para não dizer que é um problema do televisor Philips, mas sim do sistema operacional, uso as palavras do colega Bruno Martinez, que fez o review dessa Smart TV Sony, para ilustrar como o Android TV ainda perde das concorrentes:
“Quanto à comparação com os sistemas operacionais de outros concorrentes, o Android parece estar ficando um pouco para trás. Embora seja um sistema excelente em smartphones, parece que a Samsung (Tizen) e LG (WeboS) estão mais rápidas e eficientes em incorporar novos recursos e facilidades aos seus sistemas do que o Google. Note que você ainda tem muito o que experimentar e se divertir com uma Smart TV Android, mas a nossa sensação é de que essa experiência poderia ser melhor.”
Controle Remoto
O controle remoto é o que se espera de uma TV, mas não de um televisor inteligente. Com muitos botões, funções e possibilidades, a Philips peca pelo excesso. Quando vemos as concorrentes Samsung (One Control) e LG com o Magic Remote, fica claro que menos é mais.
O destaque, ainda assim, vai para o botão Netflix, que em poucos segundos abre o aplicativo e já te dá uma experiência muito bacana de assistir suas séries e filmes favoritos rapidamente. Foi uma escolha acertada da empresa, mas que ficaria muito melhor se tivessem optador por um controle mais minimalista.
Embora seja um problema de software, do dia para noite, a Netflix da TV deixou de reconhecer a minha rede. Enquanto na Apple TV eu conseguia assistir filmes e séries, na TV ficava dando erro. Existem maneiras de corrigir o problema, como conectando um cabo de internet à TV, esquecendo a rede e conectando-a novamente, mas é no mínimo frustrante ter a melhor função do controle/TV não funcionando – ainda mais quando você está no sofá e só quer ver o episódio novo de Designated Survivor.
A Philips poderia ter aproveitado a chance – e digo isso para um futuro lançamento – de integrar os aparelhos conectados à TV e que eles conversem com o controle remoto. Não é um problema ter que ficar com dois ou mais controles na mão, mas ter um só é muito satisfatório, ainda mais se automaticamente a TV identifica qual HDMI é o quê.
Preço e comentários
A TV 4K da Philips com Android de 55 polegadas tem preço sugerido de R$4.999,00, mas é possível encontrar nas lojas de varejo por um preço abaixo. No Magazine Luiza, à vista, o aparelho está por R$4.277,07.
De maneira geral, essa é uma boa televisão, mas com um custo-benefício não muito vantajoso. Os problemas com o Android TV são sérios e ao menos que o Google lance em breve alguma grande atualização, quem sabe na Conferência I/O da empresa em maio, eu não recomendo uma Smart TV que o use o sistema operacional deles.
Em relação ao controle remoto, não é uma necessidade, mas são pequenas atualizações e mudanças que fazem o consumidor escolher o seu próximo televisor. Como a TV é algo que permanece por muitos anos na casa da pessoa, assim como o computador, é importante olhar os diversos modelos na faixa de preço que você está disposto a gastar e escolher aquilo que cabe no seu bolso.
Especificações técnicas
ESPECIFICAÇÕES | 55PUG6801/78 |
Tipo de painel | LED |
Tamanho da tela (polegadas) | 55″ |
Resolução (modo TV) | 3840 x 2160 (Ultra HD) |
Resolução (modo Monitor – máxima via VGA/RGB) | 3840 x 2160 |
Frequência do painel | 60 Hz |
Frequência Comunicada (Painel + Software) – PMR | – |
Receptor Digital Integrado (DTV) | Sim |
Contraste (Dinâmico) | – |
Brilho (cd/m2) | 300 |
Tempo de resposta | – |
Digital Noise Reduction (redução digital de ruído na imagem) | – |
Parental Control (controle dos pais) | – |
3D | Não |
# Óculos | Não |
Ambilight | Não |
Smart TV | Sim |
Skype | – |
Câmera Skype Integrada | – |
Android | Sim |
Memório Interna | 8 GB |
Dual Core | Sim |
Sleep Timer | Sim |
EPG (Eletronic Program Guide) | Sim |
Produto ecológico (menor consumo de energia) | Sim |
TV | |
Sistema de cores | PAL-M/NTSC/PAL-N |
Sistema de áudio (estéreo) | MTS-SAP |
Consumo (máximo) | – |
Consumo em modo espera (standby, máximo) | <0,8w |
Potência de áudio (RMS) | 20w |
CONEXÕES | |
Vídeo Composto | 1 |
Vídeo Componente | – |
PC – VGA/RGB | – |
PC – Som (P2) | – |
HDMI | 4 |
USB | 3 |
LAN (para conexão de rede via cabo – Internet) | 1 |
Saída de áudio/vídeo | 1 Digital Audio (SPDIF) |
Entrada para fone de ouvido | 1 |
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