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O review de hoje é diferente: geralmente, quando uma empresa envia um produto para o Showmetech, temos cerca de 15 dias para fazer todos os testes e formar uma opinião sobre o aparelho. Mas, para o TrimUI Smart Pro, você vai acompanhar uma análise de seis meses de uso.
Vamos passar por tudo: uso no dia a dia, bateria, tela e uso do sistema operacional. A opinião final você já conferiu no título, mas também vale citar que, como todo aparelho eletrônico, ele também tem pontos negativos. Confira o que achamos do modelo.
Design
Não há como não falar sobre o TrimUI Smart Pro sem dizer que ele realmente lembra o PS Vita e o famoso PSP. Como bom fã de tecnologia, eu sempre fiz o uso de emuladores de consoles antigos em meu smartphone, mas vale a pena lembrar que os botões físicos não estão inclusos no smartphone. Eu comprei a versão cinza, mas ele também foi lançado em branco e em preto.
E temos aqui o primeiro ponto positivo: o console retrô portátil tem ótimos botões que permitem o uso por horas sem incômodos. Além de quatro botões direcionais, os botões L1, L2, R1 e R2 estão por aqui. Os d-pads funcionam bem, mas os controles analógicos são melhores.
E temos o maior ponto negativo por aqui: após jogar por algumas horas, os analógicos começam a incomodar. Por ser um produto de entrada, a empresa não investiu muito nessa parte do console e você vai sentir um leve incômodo nos polegares. Não é algo que vai ser um grande problema, mas acredito que, em uma segunda geração, o apoio para o dedo poderia ser mais interessante.
O modelo também tem duas saídas de som que, sinceramente, não é a das mais altas. Também preciso comentar que eu raramente gosto de jogar com o som original e as legendas me ajudam a evitar ouvir a voz dos personagens, já que as músicas de meus artistas favoritos são minha preferência.
Mas isso varia de pessoa para pessoa. De todas as formas, elas estão lá para você. Porém, caso queira, você pode conectar um fone de ouvido com fio na porta UBS-C, pela entrada de 3,5 mm ou usar a antena Bluetooth para conectar seu fone de ouvido sem fio. All good.
Botões de Start, Select e para abrir o Menu do emulador também estão disponíveis. São atalhos que dão aquela sensação de usar um console portátil mais antigo sem a necessidade de investir muito e comprar diferentes aparelhos para jogar títulos clássicos.
O grande ponto aqui é que o TrimUI Smart Pro é um console portátil que é realmente… portátil. Ele tem o peso oficial de 250 gramas, mas parece bem menos no dia a dia. Eu comprei uma capa de transporte mais simples que coloco nele quando vou sair de casa, mas ele pode facilmente ser colocado no bolso da calça ou mochila, sem problemas.
Falando do uso no dia a dia, eu gosto de jogar um pouco antes de ir dormir, então ter um dispositivo leve, que não tem cabos ou qualquer outro problema de mobilidade, é um baita ponto positivo.
Tela
O modelo tem uma tela do tipo IPS LCD de 4,95″ com resolução FHD (720×1080) com proporção 16:9, lembrando bastante a que vimos no Game Boy Advance e claro, o próprio PSP. Algumas pessoas devem estar se perguntando porque você precisa de um aparelho com tela menor se os smartphones são mais potentes e possuem melhor imagem. A resposta: aqui, não temos notificações que podem tirar seu foco.
É importante lembrar que nem todos os jogos vão rodar em tela cheia, mas, você pode adaptar isso por meio das configurações do RetroArch. Eu por exemplo sou muito fã de Super Mario 64 e consegui jogar o famoso título em tela cheia, do início ao fim, sem problemas de imagem. Nostalgia pura.
Também fui mais além e me aventurei em jogos de PSP: Crash of the Titans e Crash: Mind Over Mutant rodaram muito bem, em uma qualidade impressionante e sem travamentos. Para estes jogos, o famoso PPSSPP entra em ação, permitindo que você faça a configuração e jogue os títulos sem problemas. Como todo aparelho da categoria de entrada, há limitações gráficas, mas até mesmo em 2x, deu para se divertir bastante. Acima disso, por conta da limitação gráfica da GPU, há bugs.
Não adianta colocar jogos acima da resolução FHD: primeiramente, a tela nem mesmo tem capacidade para mostrar imagens em resolução 2K ou superior. Ainda assim, a resolução FHD é ideal para modelos como este, focados em oferecer uma experiência mais simples.
Desempenho
Para conseguir rodar todas as funcionalidades, quem dá conta do recado é o Allwinner A133P (A133 Plus) que alcança overclock de 1,88 GHz. O trabalho de processamento gráfico fica por conta da GPU Imagination PowerVR GE8300 que alcança velocidade de 660MHz. Sendo sincero, fiquei impressionado com o poder de desempenho para um modelo abaixo dos R$ 400.
Em momento nenhum eu tive problemas de travamentos que me fizessem perder todo um progresso nos jogos. Ele também não esquentou muito, mesmo após horas de jogos. Há uma tecla que coloca CPU e GPU em desempenho máximo que pode ser ativada com um simples deslizar. Fácil e simples de se usar, dando ainda mais performance. Olha ela aqui:
Há duas saídas de ar quente na parte superior que evitam que o calor seja diretamente enviado para as mãos do jogador. Então, combinado com o design que encaixa na mão, a diversão por horas é garantida.
Sistema e interface
O processador usa como base o Linux para que as funções sejam rodadas. O modelo tem alguns aplicativos como RetroArch, PPSSPP e Libretro cores que rodam bem, mas aqui temos um problema mais geral deste sistema operacional, que é a falta de suporte. Não entenda mal: o Linux tem uma grande comunidade de desenvolvedores, mas ainda assim não pode ser comparado com opções como o Android e Windows.
Ainda assim, o sistema operacional conta com o Portmaster instalado, que conta com uma comunidade ampla de desenvolvedores ativos. É um aplicativo interessante para rodar jogos mais antigos como Super Mario 64 (que, só esse ano, eu zerei três vezes) e até os clássicos The Legend of Zelda: Ocarina of Time e Majora’s Mask. Jogos mais antigos rodam bem aqui pelo fato de que não é necessário muito poder de desempenho para serem reproduzidos.
Quem quiser se aventurar, pode optar por fazer uma troca de sistema operacional para a interface CrossMix OS, que traz um novo visual. Mas o sistema operacional de fábrica roda muito bem e não exige a inserção de um cartão de memória para funcionar. É bem verdade que você precisa de um cartão microSD (de até 256 GB) para atualizar o OS do aparelho e também armazenar as ROMs, mas ele liga assim que o tiramos da caixa.
Eu também gostei que há um sistema de calibração no controle que acaba com aquele problema de drift, em que os personagens começam a fazer ações não comandadas pelos usuários. E leva menos de cinco minutos para isso ser feito. Veja a tela de calibração:
Já falando sobre a experiência de jogos, nem sempre você vai conseguir rodar jogos em modo tela cheia, mas há configurações no RetroArch que permitem isso ser feito. Por exemplo, eu consegui jogar Super Mario 64, sem problemas. Mas vai ser necessário fazer esta configuração no sistema.
Também consegui rodar Sonic the Hedgehog (1991) em tela cheia, mas a configuração aqui foi mais fácil: ao apertar o botão triângulo na lista de jogos que rodam Mega Drive, basta selecionar a última opção. E você conseguirá jogar tranquilamente.
E vale citar a boa interface mais uma vez: os jogos são organizados conforme os arquivos que você possui no cartão de memória. Não há aquela necessidade de procurar por cada jogo, basta organizar os arquivos nas pastas corretas e clicar no ícone do console.
Consoles suportados
O Android já consegue rodar jogos mais antigos com grande excelência, mas destaco aqui a ampla quantidade de consoles que você pode emular, sendo necessário apenas baixar os arquivos dos jogos (também chamados de ROMs). Confira a lista completa:
- Arcade
- Atari2600
- Atari7800
- Atari Lynx
- Capcom System 1 (CPS1)
- Capcom System 2 (CPS2)
- Capcom System 3 (CPS3)
- Dreamcast
- Easyrpg
- Final Burn Neo (FBNEO)
- Famicom (NES)
- Game Boy
- Game Boy Color
- Gameboy Advance
- Game&Watch
- Mame
- Mame2003+
- Mame2010
- Sega Game Gear
- Sega Master System
- Sega Mega Drive (Genesis)
- Nintendo 64
- Nintendo DS
- Neo Geo
- Neo Geo Pocket
- Openbor
- Pc Engine (Turbografx-16)
- Polygame Master (Pgm)
- Pico 8
- PlayStation (PS1)
- Playstation Portable (PSP)
- Sega Saturn
- Super Famicom (SNES)
- Wonderswan
Mega Drive, Nintendo 64, SNES (Super Nintendo) e PS1 foram os que mais joguei nestes seis meses de teste. Eu tentei rodar jogos do Nintendo DS, mas a falta de uma tela touch deixou a experiência um tanto ruim. O que eu recomendo aqui é que você não tente reinventar a roda e fique nos consoles com jogos feitos apenas para uma tela.
Configuração inicial
Para conseguir jogar títulos mais antigos, é necessário cumprir alguns passos. Você precisará de um computador com leitor de cartão microSD (ou um leitor separado) e internet para baixar os arquivos. Acompanhe as capturas de tela abaixo.
Passo 01: primeiramente, instale o aplicativo Rufus por meio do site oficial, para conseguir formatar o cartão de memória no site oficial e realize a instalação em seu computador.
Passo 02: abra o aplicativo e conecte seu cartão microSD. Caso o cartão de memória esteja pronto para ser lido, ele será detectado automaticamente pelo Rufus. Mas, logo no topo da janela, selecione a opção correta para realizar a formatação. Aqui:
Passo 03: na aba Seleção de boot, selecione a opção Não inicializável.
Então, basta esperar o processo ser finalizado. Não levará mais que um minuto para que isso seja feito pelo Rufus. Agora, vamos colocar os arquivos no cartão SD.
Passo 04: na página oficial do Github da Trimui, baixe o arquivo para o cartão de memória, também com as pastas dos emuladores. Basta clicar em tg5040_smartpro_SD_base_package_20240413.7z e esperar o download ser finalizado.
Passo 05: também será necessário baixar o arquivo de atualização do sistema operacional, em outra página do GitHub. É só clicar em sd_recovery_tg5040_smart_pro_v1.0.4_20240413.zip e aguardar o download ser finalizado.
Passo 06: será necessário descompactar os arquivos baixados para enviá-los ao cartão de memória que formatamos. Basta clicar nos arquivos com o botão direito do mouse e clicar em Extrair tudo.
Em seguida, selecione a pasta para onde os arquivos descompactados serão enviados. Recomendamos que você não mude isso e apenas clique em Extrair. Faça isso com os dois arquivos baixados no GitHub da Trimui.
Passo 07: agora, clique na pasta com os arquivos e copie os arquivos: na pasta com tamanho de 381 MB, copie apenas o arquivo de imagem para o cartão de memória, com tamanho de 360 MB. Este selecionado abaixo:
Já na pasta com tamanho de 1,17 GB, copie todas as pastas para o cartão de memória. Estas aqui:
Passo 08: quando isso estiver finalizado, basta inserir o cartão de memória, já configurado, no console retrô. A leitura dos arquivos será feita automaticamente após o aparelho ser ligado, então basta esperar que o processo de atualização seja finalizado.
E pronto, você agora só precisa baixar arquivos de jogos em sites especializados para começar a jogar. Na hora de enviar os arquivos, lembre-se de colocar cada jogo na pasta de seu console original. Por exemplo: jogos de Game Boy Advance (GBA) devem ser colocados na pasta GBA. E assim por diante.
Conectividade
O aparelho é equipado com uma antena Bluetooh 5.0 que permite conexão com fones de ouvido sem fio, algo interessante de se testar se você quiser alta imersão. Outro ponto está na antena Wi-Fi 4, que permite jogos online, mas aqui há erros. Eu diria que o TrimUI Smart Pro não foi pensado para isso, então não espere muito.
Ele também conta com duas portas USB-C: uma para transmissão de vídeo, que pode ser conectada a um pc ou smart TV, e outra para recarregar a bateria, que falaremos no próximo parágrafo.
Vale a pena lembrar que, por ser um aparelho da categoria de entrada, ele cumpre o que promete como console retrô. Acima disso, tudo o que entregar é um bônus que nem sempre você vai usar. Eu nem mesmo senti a necessidade dele ter Wi-Fi e acabei deixando isso desativado para ter mais bateria.
Bateria e carregamento
E aqui, outra grande surpresa: a bateria dura bastante. Com capacidade de 5.000 mAh, o carregamento é feito pela porta USB-C localizada na parte debaixo. Estou em uma fase mais fã de Sonic, então tenho jogado os títulos do Mega Drive por horas: para ser mais exato, por 5 hora seguidas, sem a necessidade de ter que parar antes disso.
É interessante comentar que, quando o nível está abaixo de 10%, os LEDs em volta dos controladores começa a piscar em vermelho, indicando que é hora de conectar o console à tomada.
Ainda assim, uma coisa que me incomodou um pouco é a entrada para recarregar o aparelho estar na parte onde seguramos ele, porque fica meio impossível de jogar enquanto ele está recarregando. Com o meu carregador de 67W enviado na caixa do realme 12 Pro Plus, o tempo de carregamento foi de 3 horas.
A empresa não envia uma fonte de energia na caixa, mas há um cabo USB-C. Eu recomendo fortemente que você deixe isso guardado e use cabos e carregadores de recarregar seu celular, tablet ou notebook pois o tempo de carregamento será menor (devido á maior potência).
Considero a duração de cinco horas bem favorável e que conseguiu me entreter por toda uma viagem. Por onde passeei com o console retrô, fui perguntado como ele funcionava e como estava sendo a experiência de uso.
Preço e disponibilidade
O TrimUI Smart Pro pode ser comprado em duas formas: via AliExpress, pelo preço médio de R$ 550 (sem considerar os impostos), ou via site oficial de sua fabricante, que oferece frete grátis para São Paulo. Enquanto fechávamos este texto, os valores eram:
- R$936,82 no AliExpress (a versão com cartão de memória de 64 GB e com os impostos inclusos)
- R$ 779,90 no site brasileiro da TrimUI (a versão sem cartão de memória)
Como disse no começo deste review, eu fiz a compra do aparelho há seis meses, antes da Taxa das Blusinhas entrar em vigor. Dessa forma, o valor final foi de R$ 330 devido a ele não ter sido taxado.
Conclusão
Esta foi minha primeira experiência na categoria de consoles retrôs e não me arrependo em fazer a compra. Como todo produto eletrônico, ele tem sim seus pontos negativos: seus joysticks poderiam ser mais confortáveis e o som dos alto-falantes poderia ser um pouco mais alto.
Outro ponto é que: você vai precisar entender um pouco do assunto de configuração de cartão de memória para usar o modelo, mas isso não é um bicho de sete cabeças. Um tempo depois, você vai se ver atualizando sua biblioteca mensalmente com os mais diversos títulos que tiver vontade de jogar no aparelho.
O TrimUI Smart Pro é uma ótima porta de entrada para quem quer começar a se aventurar no mercado de consoles retrô. E, quando sentir a necessidade de querer jogar títulos de consoles que não estão disponíveis neste modelo, fazer o investimento em um aparelho mais caro.
Seu preço é seu grande calcanhar de Aquiles e ele já foi mais barato antes da Taxa das Blusinhas ser implementada. Mas, ainda assim, ele entrega uma experiência de uso bem completa. Fica a recomendação de compra do Showmetech.
Especificações técnicas
Modelo | TrimUI Smart Pro |
Tela | 4,9 polegadas Resolução: 1280×720 (FHD) IPS LCD |
Peso | 500 gramas |
Sistema operacional | Opendinglinux |
Bateria | 5.000 mAh Carregamento via USB-C |
Material | Plástico |
Cartão de memória | Até 256 GB |
Tipo de console | Handheld |
Idioma | Chinês, Inglês, Português do Brasil, Italiano, Mandarim |
Transmissão de vídeo | Via USB-C |
Saída de áudio | Sim, duas |
Preço | R$936,82 no AliExpress (a versão com cartão de memória de 64 GB) R$ 779,90 no site oficial da TrimUI (a versão sem cartão de memória) |
Veja também
Revisado por Tiago Rodrigues em 21/12/2024
Veredito: TrimUI Smart Pro
Veredito: TrimUI Smart Pro-
Design7/10 Bom
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Tela9/10 Incrível
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Desempenho9/10 Incrível
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Sistema e interface10/10 Excelente
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Conectividade10/10 Excelente
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Bateria e carregamento8/10 Ótimo
Prós
- Roda jogos antigos sem travamentos
- Bateria dura por 5 horas
- Sistema intuitivo
Contras
- Joysticks poderiam gerar mais conforto
- Porta de carregamento localizada onde encaixam as mãos
- Configuração pode soar complicada para iniciantes
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