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Eis que chega mais uma compilação de jogos clássicos, agora estrelando uma das personagens mais icônicas dos videogames, Lara Croft, em Tomb Raider Remastered I-III Starring Lara Croft (ufa!), lançada pela Aspyr.
O retorno de um ícone dos games
Muito antes de Nathan Drake começar suas aventuras no PlayStation 3, Lara Croft quebrou barreiras no meio dos anos 1990 com a série Tomb Raider. Lara era uma personagem feminina forte, carismática e atraente para o público dos videogames, tanto masculino quanto feminino. Ela era uma combinação explosiva que rendeu à Eidos um sucesso imediato, gerando diversos títulos por mais de uma década.
A Aspyr, empresa pertencente ao grupo Embracer, vem lançando coleções de jogos antigos remasterizados, e agora chegou a vez dos três primeiros Tomb Raider. Completos com gráficos redesenhados em HD, incluindo um novo sistema de iluminação e um novo esquema de controles, Tomb Raider Remastered I-III Starring Lara Croft é uma excelente pedida para fãs saudosistas da série, mas quem nunca jogou, o impacto vai ser grande, já que mesmo mais bonitos, eles continuam sendo difíceis e muitas vezes impiedosos.
Tomb Raider foi uma franquia que teve rápida evolução de jogo a jogo, bem como era o ritmo da geração que fez parte. O primeiro, de 1996, foi absolutamente revolucionário, trazendo uma jogabilidade precisa, com fases enormes repletas de tesouros para achar e muitas, mas muitas, armadilhas. Graças a ele, Lara se tornou uma das mais queridas personagens dos games instantaneamente, e a partir daí, a cada novo jogo, ela era a figura central de todas as campanhas publicitárias.
Se o primeiro jogo tinha um ritmo mais contido que valorizava a exploração, colocando o combate de lado, Tomb Raider II foi o contrário, trazendo muitos inimigos para digladiar com a moça. Como a tecnologia de programação de comportamento de personagens secundários era bem primária em 1997, o resultado foi um título ainda mais desafiador que o anterior, pois a cada embate, não havia como sair ileso, com inimigos que atacavam sem parar.
Mas foi com Tomb Raider III: The Adventures of Lara Croft que as coisas ficaram mais interessantes. Nele, houve um balanceamento maior entre os aspectos que faziam um Tomb Raider ser único, o que resultou em um excelente jogo repleto de momentos emocionantes. Esse foi considerado o ápice da série original, e depois dele, a franquia teve uma decaída de qualidade até ser interrompida.
Um resgate de verdadeiras relíquias
A nova coleção faz o que pode para tornar os jogos mais tragáveis para o público atual, mas não há como negar que a idade deles é evidente. O movimento de câmera é travado, os pulos precisam ser perfeitos para que Lara não acabe se espatifando no chão, e o combate, meu irmão, é bem ruim.
Mesmo assim, há um charme inegável, e com os gráficos novos, mesmo que eles ainda respeitem a geometria das fases, tanto que é possível trocar para o visual original serrilhado a qualquer momento, as três primeiras aventuras de Lara ganham uma beleza singela. Ah, e a moça também recebeu um bom retoque em seu visual com essas remasterizações e finalmente se parece com a figura que estampava os comerciais nas revistas de videogame dos anos 1990.
A Aspyr também se esforçou para ajustar os controles, que nas versões originais desses jogos, são um tanto duros, seguindo um esquema muito parecido com os primeiros Resident Evil, apelidado simplesmente de “tanque”. Com a versão ajambrada dos controles, Lara vira junto com a direção do controle e outras funções, como o atirar de suas armas, ficam mais intuitivas. No entanto, eu acabei preferindo ficar com o tradicional, já que com poucos minutos jogando meus reflexos voltaram e eu me senti instantaneamente transportado para quando eu zerei esses jogos pela primeira vez.
Tomb Raider é uma série com uma importância significativa para os videogames e a coleção Tomb Raider Remastered I-III Starring Lara Croft é certamente um jeito bacana de se familiarizar com as raízes do gênero de ação/aventura, contando um dos passos mais marcantes no estilo de jogo que remete ao antigo Pitfall do Atari, chegando até Uncharted: Legado Entre Ladrões e ao aguardado Indiana Jones e o Grande Círculo.
Conclusão
Por mais datados que esses jogos possam ser, mesmo remasterizados, o valor histórico deles é absurdo, fazendo valer tê-los em sua coleção. A Aspyr fez o que pode com o que tinha, e o resultado final é o melhor que pode ser esperado sem uma reformulação total dos três jogos. Tomb Raider Remastered I-III Starring Lara Croft é mais uma compilação obrigatória para fãs e entusiastas, um pacote simples e sem frescura que vale a pena colocar em qualquer prateleira digital.
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Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim
Tomb Raider Remastered I-III Starring Lara Croft
Tomb Raider Remastered I-III Starring Lara Croft-
Gráfico70/100 BomO trabalho de atualizar os visuais dos três jogos impressiona, mesmo utilizando a mesma estrutura das versões originais. É bacana poder trocar livremente entre os dois estilos a qualquer momento. O novo efeito de luz é simples, trazendo uma beleza inédita às aventuras de Lara.
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Som60/100 NormalHá poucos momentos de fato em que o som se faz presente. Lara grunhe e às vezes fala alguma coisa, mas de resto são jogos bem silenciosos. A trilha sonora também é bastante contida, só aparecendo durante momentos específicos, para temperar a importância de descobertas, por exemplo.
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Jogabilidade70/100 BomApesar das mudanças que visam tornar esses jogos mais atraentes para o público atual, não há como negar sua idade, e isso fica evidente na hora de se jogar. Pulos precisam ser extremamente precisos e o combate chega a ser frustrante.
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Diversão80/100 ÓtimoPara quem cresceu jogando Tomb Raider, vai ser um banho de nostalgia, já para os iniciantes, o nível de dificuldade pode ser um tanto alto. O senso de conquista, pra compensar, é o que salva o fator diversão.
Prós
- Esses são os melhores jogos da série clássica;
- Os retoques visuais são muito bem feitos, por mais limitados que sejam;
- Os novos controles são bem intuitivos;
- Lara continua sendo uma personagem super carismática;
- Há muito conteúdo a ser jogado entre os três jogos;
Contras
- Eles são jogos com quase 30 anos de idade, não tem como negar;
- Poderia ter havido um resgate histórico do material promocional e arquivos de desenvolvimento da época;
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