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Da mesma maneira que no ano passado The Last of Us Part I Remastered apresentou uma nova versão com todos os adereços gráficos do PlayStation 5 a um jogo de uma plataforma ultrapassada, agora, a remasterização de sua continuação oferece melhorias semelhantes e um novo jeito de jogar com o modo Sem Volta. Será que vale a pena? Confira agora nosso review completo!
Cá estamos, mais uma vez
Sem dúvida alguma, o primeiro The Last of Us foi um divisor de águas no mundo dos games quando foi lançado em 2013. Contando uma narrativa madura, a desenvolvedora Naughty Dog revolucionou o modo como um jogo de ação e aventura poderia ser apresentado. E para muitos, inclusive eu, foi uma experiência enxuta e contida: não havia a necessidade de uma continuação, afinal, seu final deu, com maestria, um excelente desfecho para a história, deixando nuances no ar para o jogador tirar suas próprias conclusões.
Mas não era para ser, e com o sucesso estrondoso do jogo, a produtora logo deu início ao desenvolvimento de sua sequência. Com percalços provocados pela pandemia, The Last of Us Part II sofreu diversos atrasos até finalmente ser lançado em 2020. Com ele, veio um jogo ainda mais sombrio que o original, com uma história ambiciosa que proporcionou duas vias de se jogar, através da dupla de protagonistas. O resultado foi um jogo considerado por muitos longo demais, mas que não deixou de trazer toda a qualidade pela qual seu estúdio é muito conhecido.
Quando a versão remasterizada da primeira parte de The Last of Us chegou ao PlayStation 5 no começo do ano passado, trazendo outra passada gráfica a um jogo que já havia tido algo semelhante no PlayStation 4, meros meses após seu lançamento original, muitos jogadores questionaram a necessidade de sua existência, pois para eles, The Last of Us Remastered já foi mais que o suficiente. Visto que The Last of Us Part II foi um dos últimos jogos a serem lançados para o PlayStation 4, poucos imaginavam que haveria algo além de um patch para atualizá-lo quando fosse jogado no sistema de última geração da Sony.
Não foi o caso! The Last of Us Part II Remastered chega no próximo dia 19 ao PlayStation 5 com uma lista de novidades bem semelhante ao pacote remasterizado do jogo anterior, tanto como um jogo completo a ser comprado pelo preço cheio, R$250, quanto como uma atualização para donos da versão de PlayStation 4, por R$50.
O que The Last of Us Part II Remastered oferece
Se não fosse por uma inclusão bastante pertinente, The Last of Us Part II Remastered só seria uma recomendação para quem nunca jogou a continuação de The Last of Us, já que, por mais bem desenvolvido o jogo fosse no PlayStation 4, é difícil imaginar alguém querer jogá-lo novamente tão perto do seu lançamento inicial. Por mais que as melhorias gráficas sejam de fato no mesmo nível que o remaster do primeiro jogo, o salto de qualidade em The Last of Us Part II não chega nem perto da significância do relançamento anterior.
Dentre as inclusões à jornada de Ellie e Abby, além dos gráficos em 4K e 60 quadros por segundo extremamente estáveis, estão um modo de comentário dos diretores do game, a opção de tocar violão livremente e com o personagem que você desejar. Há também novos locais a serem explorados fora da história, baseados em fases que foram descartadas durante o desenvolvimento do jogo, como por exemplo, o sistema de esgoto de Seattle.
Outra oportunidade de olhar do outro lado da cortina e vivenciar todo o processo de criação do jogo é o novo documentário Grounded: The Making of The Last of Us Part II, antes cancelado, mas que foi retomado e concluído para ser lançado junto da remasterização e será lançado junto do jogo, podendo ser baixado diretamente para seu console, ou assistido pelo YouTube. Nele, vai ser possível ver uma palhinha do caminho árduo percorrido pela equipe, e se seguir o nível de qualidade do documentário lançado após a estreia do primeiro game, será imperdível.
Sem Volta: um jeito novo e viciante de jogar TLOU 2
No entanto, a maior e mais legal das novidades é, surpreendentemente, o modo chamado Sem Volta, que é, pasmem, um roguelike de The Last of Us Part II. Ele é excelente!
Para quem não é familiarizado com o gênero, os roguelikes são jogos de ação frenética em que tudo o que é conquistado ao se avançar neles, incluindo atualizações de personagem e mais importante, o progresso, são varridos toda vez que você morre. No caso de Sem Volta, de início você tem como jogar com as duas protagonistas do jogo-base, mas conforme vai iniciando novas tentativas, desbloqueia outros para jogar, cada um oferecendo um estilo de jogo único, com habilidades exclusivas e armamentos iniciais diferentes.
A cada fase vencida, você recebe uma certa quantidade da moeda de troca, que pode ser utilizada para comprar novos itens e munição, materiais para atualizar suas armas e os suplementos de vitaminas que atualizam as habilidades do personagem escolhido. Há tipos distintos de desafios, como o de caçada, em que você é literalmente o alvo de todos os inimigos do mapa e tem que sobreviver por um tempo, ou o de defesa, em que um ponto específico tem que ser mantido a salvo até que o resgate chegue.
Conforme você vai jogando, novas modalidades vão sendo liberadas, e todas, sem exceção, são muito bem desenvolvidas, trazendo muita emoção e diversão para todo tipo de jogador, porque há como controlar o nível de dificuldade livremente ao começar um novo jogo, e conforme ele sobe, mais prêmios são dados por cada vitória. Isso sem falar na grande quantidade de novos elementos colocados em seu caminho para variar as coisas, as chamadas Apostas, que servem para fazer você sair de sua caixinha conforme vai avançando em Sem Volta.
Bem como os roguelikes de sempre, o novo modo também traz modificadores para tornar cada fase ainda mais complicada de ser tratada, como é o caso da variante que deixa todos os inimigos invisíveis, ou a que faz com que todos explodam quando são mortos. Essas variações poderiam até ser um pouco injustas em um conjunto de fases que demorassem muito para serem zeradas, mas em Sem Volta tudo acontece em um ritmo tão ligeiro que é muito fácil simplesmente recomeçar e tentar de novo, sem muita frustração.
God of War Ragnarok recentemente recebeu um modo semelhante de se jogar chamado Valhalla, mas diferentemente do jogo da Sony Santa Monica, o roguelike de The Last of Us Part II Remastered não oferece nenhuma espécie de continuidade com a história principal. Mesmo assim, por ser um jeito totalmente novo de se jogar e com o nível de atenção e qualidade conferidos a ele pela Naughty Dog, Sem Volta é de longe o maior atrativo desse relançamento, porque nele o excelente sistema de combate de The Last of Us Part II é colocado no centro das atenções e a constante chuva de novos jeitos de jogar, sem falar nos muitos personagens jogáveis, conferem a esse modo de jogo muita vida.
Conclusão
Sem rodeios: para quem já jogou e ainda tem o disco de The Last of Us Part II no PlayStation 4, as melhorias gráficas e de jogabilidades de The Last of Us Part II Remastered não são suficientes para fazer valer o upgrade.
Em contrapartida, o modo Sem Volta é uma inclusão pra lá de divertida que oferece inúmeras maneiras de se jogar e é incrivelmente viciante, o que pode agradar àqueles que não querem necessariamente reviver a história principal, mas gostariam de continuar curtindo a jogabilidade do jogo.
É claro que quem irá aproveitar mais desse pacote remasterizado é a pessoa que não colocou as mãos no jogo até agora e que tem um PlayStation 5. Para esses jogadores, sim, The Last of Us Part II Remastered é a versão ideal a ser jogada. Ela traz a versão mais bonita do jogo e toda a longevidade e curtição de Sem Volta em um único disco ou download.
VEJA MAIS
Fonte: Site oficial do jogo.
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim
Prós
- Esta é a versão ideal do jogo para novos jogadores;
- O modo Sem Volta é muito divertido;
Contras
- Para quem já jogou a versão original, não há muita razão para jogar a história de novo fora a atualização gráfica;
- É uma atualização cara para donos do jogo no PlayStation 4;
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