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Depois de alguns atrasos e problemas de vazamento de informações do game, finalmente a continuação da história de Joel e Ellie — duas personagens marcadas pelo terror e devastação que a pandemia de um vírus de origem fungal causou ao mundo — tem uma continuação mais do que merecida.
A Sony cedeu uma cópia digital de testes de The Last of Us Part II para o PlayStation 4 ao Showmetech e, depois de mais de 20 horas mergulhado em uma história envolvente e em um gameplay refinado, trazemos uma análise completa do jogo, livre de spoilers.
Sede de vingança
Antes de tudo The Last of Us Part II é uma história sobre vingança. Ao contrário do primeiro game que mesclava momentos de esperança e perseverança com passagens aterrorizantes e desesperadoras, seu sucessor foca na vingança e na máxima de “fazer justiça com as próprias mãos”, assim como em toda a nuance de sentimentos e consequências que essa palavra e suas ações podem carregar.
Em termos de narrativa, a história de The Last of Us Part II é digna de um roteiro de filme de sucesso ou uma obra literária de primeira classe. Cada passagem é encaixada de forma surpreendente, fazendo com que todas as diversas sequências de acontecimentos que compõe o game se unam como uma colcha de retalhos bem costurada e formem uma pintura que você se emociona ao poder observar completa.
Todas as personagens — mesmo aquelas que possuem participação mais curta na história — são bem desenvolvidos e tão “humanos” quanto pessoas de verdade. O jogador irá se envolver profundamente com cada uma das personagens e esse talvez seja o maior trunfo do jogo: mexer com a emoção do jogador, uma vez que será difícil lidar com um turbilhão de sentimentos em situações inesperadas.
Não necessariamente apenas com Ellie, mas todos os personagens possuem facetas tão diferentes que não é de surpreender se o jogador não conseguir torcer para uma personagem em específico sobreviver, ou ser capaz de completar sua missão. Todos eles possuem suas qualidades e falhas, e um mundo devastado e opressor os força até o limite de sua humanidade.
Enquanto no primeiro game os zumbis criados pela infecção do Cordyceps tinham um destaque maior e o jogador precisava lutar para sobreviver aos encontros com essas criaturas, em The Last of Us Part II eles não passam de um pano de fundo bem montado que cria o contexto de toda a história. Você irá encontrar zumbis e outros tipos de criaturas ferozes, mas eles não seu verdadeiro inimigo. Talvez, no fim, seja você mesmo seu pior pesadelo.
Fazendo o que precisa ser feito em The Last of Us: Part II
Dessa vez, não é apenas a história que é maior e mais densa, mas o mundo de Joel e Ellie parece muito maior (e mais perigoso também). O desenvolvimento da trama permanece de forma totalmente linear, mas agora o mundo está mais “aberto” para que o jogador possa explorá-lo. Cada pedaço de documento ou item perdido encontrado é uma história em paralelo que torna essa realidade tão envolvente e esse mundo um livro esperando para ser lido.
Uma vez que seus recursos são limitados (mesmo no modo “moderado” do game), toda situação de combate inevitável força o jogador a investigar seus arredores. É recomendável verificar cada loja, cada casa e qualquer canto que você possa se esgueirar para encontrar itens e fabricar o arsenal de equipamentos que irá precisar para os enfrentamentos (sejam eles com zumbis ou humanos).
Além disso, o mundo de The Last of Us Part II não é apenas mais deslumbrante de se admirar, mas também parece mais vivo do que nunca. A grama reage aos movimentos das personagens, paredes podem ser destruídas por alguns tipos de inimigos e cada canto pode esconder um item ou uma nova história para descobrir. A transição sem mudanças de cutscene para gameplay aumenta a imersão do jogador e apenas deixa o mundo do game mais realista e vibrante.
Quem já teve a oportunidade de jogar o primeiro game irá se sentir em casa com o sistema de armas, fabricação de componentes e aquisição de habilidades. Todas as principais mecânicas continuam as mesmas, mas em The Last of Us Part II elas estão mais refinadas. As armas tem uma mecânica mais realista e o comportamento dos inimigos é mais imprevisível do que nunca.
O jogador precisará enfrentar três tipos de inimigos principais: os zumbis, os militares da WLF (Washington Liberation Front) e os caçadores do clã Scars. Cada tipo de adversário tem padrões de ataque e comportamentos diferentes quando estão sozinhos ou em bando. Dessa forma, o jogo parte para uma abordagem mais realista do combate.
Não é possível simplesmente atacar os inimigos diretamente. Alguns poucos tiros ou flechas já são suficientes para derrubá-los para trás e deixá-los vulneráveis a ataques. Por isso, mais do que nunca, é altamente recomendável que o jogador invista em uma abordagem mais furtiva e pense em estratégias para se livrar dos perigos. Porém, nunca se esqueça que fugir também é uma opção muito válida, dependendo da situação em que você se encontra.
Apesar de serem poucos momentos, o jogador irá ter alguns encontros com inimigos mais poderosos (semelhantes a boss fights) em que você irá precisar bolar uma boa estratégia para utilizar seus recursos e o ambiente a seu favor para sair vivo. Os puzzles também fazem seu retorno, e não serão poucas as sequências em que você terá que pensar formas de atravessar áreas que parecem bloqueadas.
Seja o combate refinado ou mesmo as sequências que envolvem quebra-cabeças, todos esses elementos estão presentes em The Last of Us Part II na medida certa. Nada parece exagerado. Cada encontro com inimigos ocorre no momento certo da trama e cada resolução de puzzle mostra a você que o mundo não é apenas um pano de fundo no game, mas outro inimigo que você precisa lidar.
Continuar sobrevivendo, acima de tudo
Invariavelmente o jogador irá chegar ao final da história de The Last of Us: Part II com sua estrutura emocional completamente abalada. Da mesma forma que o jogo marca os personagens de forma profunda, o jogador irá sair dessa montanha-russa de emoções com o coração apertado, como se tivesse vivido uma experiência com pessoas reais.
The Last of Us Part II pode ser uma história onde a vingança ganha um papel de destaque, mas ela é uma história de sobrevivência, acima de tudo. As personagens estão lutando a todo instante, seja contra zumbis, humanos, o mundo ou até mesmo contra elas mesmas e seus sentimentos. Lutando para vencer os terrores externos e internos que devastaram a sociedade e revelaram o aspecto mais cruel e brutal da humanidade.
“The Last of Us: Part II é uma experiência narrativa sem precedentes no universo dos games. Uma jornada que une história e gameplay de forma sublime e profunda.”
Talvez algumas sequências de cutscenes (curtas ou longas) que se misturam com momentos em que o jogador precisa interagir com outras personagens ou elementos do ambiente possam parecer exageradas – ou até mesmo desnecessárias – quando se vislumbra o panorama geral do game, mas não podemos simplesmente descartá-las. Cada elemento narrativo de The Last of Us: Part II tem sua devida importância e significado e, como uma ópera, se você modificar uma nota ou remover um instrumento, a composição inteira é destruída.
Ao final de mais de 20 horas de exploração, tiros, fugas e um turbilhão de emoções, podemos dizer, sem qualquer sombra de dúvida que The Last of Us: Part II é uma experiência narrativa sem precedentes no universo dos games. Uma jornada que une história e gameplay de forma sublime e profunda.
Review em Vídeo
Confira abaixo o vídeo-review especial sobre o game:
O jogo será lançado no dia 19 de junho, e está disponível em pré venda na Loja do Showmetech e na Americanas.
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