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Lembro que minha vida como jogador de videogame começou com o Mario. Desde Super Mario 3, meu primeiro contato com o personagem, venho acompanhando praticamente todos os lançamentos da principal franquia da Nintendo. O lançamento de Super Mario 3D All-Stars chega para celebrar a franquia e reapresentar 3 clássicos à geração de jogadores do Nintendo Switch, em comemoração aos 35 anos do encanador.
Os jogos presentes na coletânea são Super Mario 64, original do Nintendo 64, Super Mario Sunshine, do GameCube, e Super Mario Galaxy, do Wii. Por se tratar de uma comemoração de 35 anos, admito que esperava um pouco mais de polimento no material final. Na época do SNES, a Nintendo nos apresentou o Super Mario All-Stars, uma celebração a todos os Marios lançados até então, sendo remasterizados do começo ao fim — mas infelizmente não existiu este esforço na nova coletânea.
A coletânea é simples e se você espera algo especial, saiba que são apenas os 3 jogos e suas trilhas sonoras. O destaque aqui fica com os gráficos, pois pela primeira vez temos a oportunidade de jogar esses clássicos em alta resolução, com todos rodando a 720p no modo portátil e a 1080p na TV no caso do Super Mario Sunshine e Super Mario Galaxy. Esses dois títulos também foram expandidos para 16:9, enquanto o Super Mario 64 infelizmente mantém o formato original 4:3.
As aventuras do Mario são conhecidas pelas cores vibrantes e agora os jogos brilham mais do que nunca. A remasterização é leve, então não espere melhorias na qualidade de texturas e afins, entretanto a Nintendo fez uma atualização em itens como os ícones que compõem a tela, caixas de textos e os textos que apresentam comandos dos jogos. Os jogos também apresentam até 10 diferentes idiomas para você jogar, dependendo do título.
Super Mario 64
O primeiro jogo é um clássico que definiu uma era. Lançado em 1996, Super Mario 64 foi responsável por definir o formato dos jogos de plataforma 3D como conhecemos hoje. Na época, o uso de um controle analógico era novidade e o controle de câmera foi inovador.
A história é a mesma de sempre: Peach é raptada e cabe ao Mario resgatar a princesa das mãos do Bowser. Jogar o título em 2020 é um belo resgate às minhas memórias do fim dos anos 90 e não tem como negar que a sensação principal é a de nostalgia. O objetivo final continua sendo coletar 70 estrelas para derrotar o Bowser, e conquistando todas as 120 estrelas o jogo libera a visita do Yoshi ao jogo.
A adaptação dos controles para o Switch é positiva e o controle de câmera, antes feita através do botões C, agora mudou para o direcional direito. Infelizmente, por se tratar de um port remasterizado, não temos a liberdade de controlar a câmera livremente, com ela se mantendo igual ao esquema de posições fixas apresentado 24 anos atrás. Para quem jogou anteriormente, a adaptação a esta câmera é simples mas pode vir a afastar possíveis novos jogadores.
Os controles respondem bem e a experiência de jogar tanto na versão portátil com os joy-cons quanto na TV com o controle Pro é muito similar, sendo a última a minha preferência. Nota interessante: a versão do Super Mario 64 presente é a “Shindou Edition”, lançada em 1997 com suporte ao rumble pack — periférico do Nintendo 64 que adicionava vibração ao controle — e correção de alguns bugs do jogo original.
Super Mario Sunshine
Lançado em 2002 para o GameCube, Super Mario Sunshine é conhecido por ser a versão mais fora dos padrões da franquia até então. Na história, Mario, Peach e companhia viajam de férias até a ilha Delfino, o Caribe do Reino dos Cogumelos. Ao chegar lá, Mario é acusado e preso por sujar a ilha, e para sair da prisão ele precisa limpar toda a bagunça feita por “ele”.
Para isso, o jogo evoluiu a fórmula de seu antecessor e ainda adicionou uma novidade em sua jogabilidade: o F.L.U.D.D., a bomba de água que ajuda o jogador por toda a aventura. Considero este jogo o mais difícil dos três e seus controles não colaboram com a experiência. O jogo foi criado pensando no controle do Gamecube e a adaptação para o joy-con não é a minha favorita (e por incrível que pareça, este jogo não suporta ser jogado com o controle do GameCube, periférico aceito pelo Switch). A disposição dos botões não ajuda e torna o jogo mais difícil do que já é.
Um dos pontos negativos de toda a coletânea é a ausência da opção de mudar os comandos no controle — e para o Sunshine isso me fez muita falta. Dos três, é o que mais me frustrou em jogabilidade. Na parte gráfica o jogo é lindo e suas cores pulam para fora da tela. Um ponto a notar, porém, é que com a adaptação do jogo 4:3 para 16:9 as cenas de CG receberam um novo corte para ocupar ao máximo a tela, o que faz cair um pouco a qualidade dos filmes e ainda corta um pouco das laterais.
Super Mario Galaxy
Lançado em 2007 para o Nintendo Wii, Super Mario Galaxy revolucionou o modo de jogar com uma mecânica de gravidade única, gráficos belíssimos e fases incríveis. Sua versão para o Switch é, de longe, o ponto alta da coletânea e a Nintendo conseguiu deixar o jogo ainda mais belo e vivo.
Neste jogo, Mario parte em uma aventura intergaláctica para salvar a princesa Peach e recuperar o poder das “Grand Stars” — roubado obviamente por Bowser — com a ajuda de Luma, uma estrela que o acompanha.
O diferencial do Super Mario Galaxy são os controles de movimento que foram incrivelmente adaptados para o Switch. Chacoalhando o Wiimote no jogo original, você atacava inimigos, se lançava em estrelas e coletava star bits. No Switch, movimentos como ataque e lançamentos agora podem ser feitos tanto chacoalhando o controle (ou o Switch, no modo portátil) quanto apertando o botão Y. O cursor de estrela também foi adaptado e no modo portátil você o controla com o dedo (o que dificulta um pouco a experiência) enquanto na TV você controla com o joy-con direito ou com o controle Pro. Mais uma vez, a experiência de jogar com o Pro foi a minha favorita.
Assim como no Sunshine, os filmes em CG não foram remasterizados e estão com uma qualidade bem abaixo da que encontramos no jogo em geral — mas nada que atrapalhe a experiência.
Super Mario 3D All-Stars é um resgate ao passado
A falta de mais extras, de um polimento maior nos gráficos ou até mesmo do Super Mario Galaxy 2 são sentidas e deixa a celebração dos 35 anos do Mario com cara de festa organizada nos 45 minutos do segundo tempo. Disponível para venda até 31 de março de 2021, Super Mario 3D All-Stars é uma ótima pedida para amantes de Mario e de jogos de plataforma 3D. Para quem já jogou os 3 títulos anteriormente a coletânea é um resgate às memórias do passado, enquanto que par novos jogadores alguns deles podem se mostrar um pouco datados (não vamos esquecer que estamos falando de jogos com 13 a 24 anos de idade)
Independente disso, são jogos únicos e que vão te divertir por horas a fio (principalmente se você se engajar em todas as conquistas). Super Mario 3D All-Stars está disponível na Nintendo eShop por R$ 299, em mídia digital.
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