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Explorando o universo do RPG espacial da Bethesda, Starfield, nos deparamos com uma ambiciosa epopeia cósmica. Por meio de seu vasto e imersivo mundo, o jogo promete redefinir os limites da exploração intergaláctica. Entretanto, será que essa empreitada singular da empresa responsável por Skyrim e Fallout se traduz em uma experiência única e envolvente?
Assista o vídeo no Canal do Showmetech:
O Showmetech recebeu antecipadamente a chave do jogo para análise e a seguir você descobrirá um pouco mais sobre essa aventura que nos dá a oportunidade de explorar galáxias e forjar nossa própria jornada; a Bethesda certamente deu vida a uma aventura que supera nossas expectativas.
Confira, portanto, nossa análise do jogo sem revelar detalhes da trama!
Starfield é um jogo gigantesco!
Starfield transcende as limitações das palavras, visto que sua construção reflete décadas de experiência da Bethesda no mercado de jogos. O título incorpora melhorias em diversas mecânicas desenvolvidas pela empresa ao longo de sua história, agora em seu auge, onde veteranos e novatos desse universo podem se maravilhar com sua imensa exploração.
O resultado desse processo evolutivo é um jogo de proporções vastas, repleto de locais cativantes a serem explorados durante a jornada. A atmosfera se adapta com maestria a cada galáxia visitada, conferindo uma sensação de transição para cenários completamente distintos, amplificando a diversidade de nossa aventura. Cidades com suas próprias culturas e designs, cada uma baseada naquelas pessoas que aterrissaram primeiro naquele sistema.
Ao final, mesmo após horas mergulhado em Starfield, explorando minuciosamente os cenários e adentrando nas complexidades das mecânicas, missões secundárias e também no enredo principal, permanece a certeza de que apenas arranhamos a superfície da riqueza de conteúdo do jogo.
Da mesma forma que Skyrim conquistou os corações dos jogadores em 2011, mantendo-se popular por mais de uma década, Starfield se configura como o auge da oferta da Bethesda no mercado. Seu potencial é inegável, sugerindo uma trajetória similar de sucesso duradouro.
História de proporções épicas!
A narrativa de Starfield é notavelmente ambiciosa e indubitavelmente se destaca como uma das criações mais impressionantes da Bethesda até o momento, resolvendo um problema crônico da empresa de criar universos fantásticos, mas com enredos frágeis. A trama intricada é enriquecida por reviravoltas cativantes e personagens meticulosamente desenvolvidos, resultando em um universo ficcional envolvente.
Essa história ousada exerce uma influência marcante, instigando os jogadores a se aventurarem em territórios desconhecidos. Após eventos cruciais que marcam o início da jornada no cosmos de Starfield, o protagonista é motivado a explorar as vastas extensões do espaço e decifrar seus enigmas. Mesmo diante de uma civilização que já se expandiu por galáxias distantes, muitos segredos ainda permanecem por desvendar, conferindo uma sensação de que há algo mais no espaço.
Uma notável conquista em Starfield é a harmonização de dois elementos distintos: a trama principal e a exploração. Tradicionalmente associada a enredos centrais menos cativantes, a Bethesda demonstra aqui uma capacidade admirável de entrelaçar uma narrativa envolvente com a essência da exploração. Embora o início possa ser considerado lento, após algumas horas nessa saga, acontecimentos simplesmente inesperados ocorrem, deixando-o sem palavras.
É algo maravilhoso de se vivenciar e os roteiristas merecem todos os elogios possíveis. Pela primeira vez em minha experiência com um jogo da empresa, eu realmente me senti tentado a prosseguir com as missões da história principal, querendo descobrir o que aconteceria com todos ao meu redor, e isso foi uma experiência gratificante. Veja bem, mesmo após passar centenas de horas em Skyrim ou Fallout 3, derrotar Alduin e encontrar meu pai mais de três vezes foi mais do que suficiente.
Missões secundárias
Esse desinteresse na trama principal de outros jogos da desenvolvedora surge porque ela se desenrola em meio a um complexo de histórias secundárias que também merecem nossa atenção. Além disso, frequentemente essas missões opcionais conseguem oferecer enredos mais intrigantes e nos desviam do foco principal. Bem, em Starfield, elas mantêm a mesma abordagem de sempre – podemos ter uma simples conversa no bar com alguém e, de repente, nos deparamos com 5 novos objetivos no diário.
Esse enfoque nos envolve em um estado de imersão interessante, pois muitas das missões secundárias do jogo continuam cativantes. Assim, nos encontramos abandonando temporariamente nossa jornada intergaláctica pelas estrelas do universo para auxiliar cientistas com suas pesquisas ou resolver desentendimentos locais.
Dessa forma, somos agraciados com uma variedade de conteúdos durante nossas jornadas, o que enriquece a experiência, ao mesmo tempo que também nos deixa indecisos sobre qual daquelas missões deveríamos dar continuidade em seguida.
Personagens interessantes
Em Fallout 4, a Bethesda já havia nos apresentado um elenco de personagens com histórias interessantes. Eles não eram mais vistos apenas como alguém que estava ali para auxiliar com itens, como era o caso de Lydia ou qualquer outro companheiro em Skyrim. Felizmente, a empresa continuou a aprimorar esse conceito e nossos parceiros de viagem desempenham um papel fundamental.
Eles vão muito além de meros coadjuvantes em nossa jornada, pois a maioria deles é dotada de profundidade e personalidades distintas, que ficam evidentes quando expressam opiniões e interagem com outros NPCs durante as missões. Uma ação realizada por eles pode agradar a um personagem, enquanto irrita outro.
Essas interações não apenas adicionam camadas de realismo ao mundo do jogo, como também podem se traduzir em linhas de diálogo que auxiliam diretamente na resolução de desafios ou na solução de problemas complexos. Por exemplo, estar com a pessoa certa no momento adequado pode oferecer abordagens alternativas para enfrentar desafios, como facilitar negociações ou fornecer respostas para enigmas.
Em Starfield, essa abordagem se destaca, pois os personagens não se limitam a apenas nos acompanhar. Suas histórias pessoais são tão envolventes quanto a própria narrativa principal, possuindo motivações individuais para embarcar na jornada. Isso cria uma rede complexa de relacionamentos. A possibilidade de se aproximar desses personagens, compreender seus anseios e influenciar o destino de cada um adiciona uma profundidade emocional significativa à experiência.
Comparando com abordagens anteriores da Bethesda, fica evidente que este jogo eleva a interatividade com personagens secundários a um novo patamar. Eles não são apenas figurantes; desempenham papéis ativos e impactantes na construção do enredo e no desenvolvimento das missões. Essa evolução na construção de personagens reflete a ambição de criar uma experiência de jogo que vá além da superfície, incentivando os jogadores a se envolverem de maneira mais profunda com o universo ficcional e seus habitantes.
Jogabilidade e exploração
A Bethesda não buscou uma inovação completa na jogabilidade de Starfield. Embora as mecânicas de combate e exploração possam parecer semelhantes às de outros jogos do portfólio da desenvolvedora, aqueles que a acompanham há mais tempo perceberão que isso representa uma evolução habilmente implementada.
Cada confronto ganha vida por meio dos novos movimentos incorporados e das animações realistas. No entanto, é lamentável que o combate corpo a corpo ainda possa parecer um tanto desconcertante para aqueles acostumados com títulos mais complexos. Por outro lado, a jogabilidade das batalhas armadas demonstra alto padrão de excelência.
Este é um dos aspectos nos quais a Bethesda mais progrediu no jogo, especialmente em comparação com Fallout 4 ou o Fallout 76. É possível que a abordagem cada vez mais inclinada para um estilo de jogo de ação, em detrimento de um RPG mais tradicional, possa decepcionar alguns jogadores. Entretanto, essa direção possibilitou que um público ainda mais amplo tivesse acesso às obras-primas da desenvolvedora.
Starfield não se afasta do padrão estabelecido pelos jogos criados pela empresa, e a exploração continua a ser um dos pilares fundamentais aqui. A liberdade de sempre para vagar pelo mapa é mantida, mas o que confere um toque verdadeiramente mágico a este jogo é que, ao contrário do passado, não estamos mais restritos a explorar apenas as montanhas que nossos olhos alcançam e escalar suas encostas.
Agora, se estivermos em um determinado local e, ao contemplar o céu, avistarmos uma lua ou até mesmo outro planeta que capture nossa atenção, podemos nos dirigir até lá. Tais corpos celestes não foram inseridos meramente como elementos decorativos para enriquecer o cenário; eles são destinos tangíveis onde podemos buscar aventuras, desvendar segredos ou, simplesmente, seguir a curiosidade intrínseca à exploração.
Jogue do seu jeito
Se você estava preocupado com a liberdade oferecida por Starfield, pode ficar tranquilo. O jogo proporciona uma ampla gama de possibilidades, permitindo que você, em muitas ocasiões, opte por ignorar uma missão por horas enquanto se dedica a outras atividades, para depois retornar a ela sem que isso acarrete consequências para a narrativa do personagem.
Essa liberdade de escolha também se reflete nas opções disponíveis durante a criação do seu personagem, que abrange desde uma extensa variedade de armas até trajes espaciais, permitindo explorar as vastidões cósmicas do universo de maneiras únicas. Quer encarnar um Cowboy Espacial empunhando pistolas ou prefere ser um atirador de elite furtivo?
Independentemente da sua preferência, ambas as abordagens podem ser expressas com precisão no jogo. Desde os ajustes minuciosos nas modificações das armas até a seleção de roupas que definem a estética do seu personagem, vale a pena jogar Starfield apenas pelo fato de ser um playground para a criatividade.
Exploração espacial mediana
Starfield apresenta diversas qualidades notáveis, e a exploração espacial tem seu charme, mas não é a melhor mecânica do game. Durante o tempo que investi no jogo, percebi que essa exploração poderia ser aprimorada para elevar ainda mais a experiência. Isso não significa que controlar a nave seja uma tarefa tediosa ou desinteressante; na verdade, é bastante divertido. No entanto, existe uma sensação subjacente de que algo está faltando.
Por exemplo, mesmo considerando os avisos da Bethesda sobre essa questão, é inegável que houve uma perda de potencial ao não conceder ao jogador controle total sobre as naves. Embora consigamos personalizá-las de diversas maneiras, seja de acordo com nossas preferências ou inspirados por clássicos da ficção científica, a ausência do controle direto sobre as viagens intergalácticas é perceptível. Podemos apenas controlá-las pelas órbitas de alguns planetas e nada mais.
Isso não chega a ser um fator que arruína por completo nossa jogabilidade e jornada por Starfield, mas gera uma sensação de desejo por mais profundidade. Isso fica ainda mais evidente quando percorremos os cenários deslumbrantes e avistamos planetas no céu, criando um desejo genuíno de nos dirigirmos a eles sem a limitação de um mecanismo de viagem rápida. Infelizmente, essa vontade muitas vezes não pode ser realizada.
Combate espacial épico
Embora a exploração espacial possa parecer um tanto incompleta devido a algumas escolhas da Bethesda, que talvez tenham sido influenciadas pelas limitações de capacidade de processamento, não há motivo para críticas em relação ao combate entre naves. Nesse aspecto, a ação se torna frenética, proporcionando diversas possibilidades.
Por exemplo, entrar em combate com uma nave inimiga ou de alguém que você deseja pilhar não se resume simplesmente a disparar até que ela se desintegre no espaço, possibilitando a coleta dos despojos da vitória. Em vez disso, você pode direcionar seus tiros para pontos específicos, enfraquecendo o veículo inimigo e tornando a situação mais favorável para o seu lado.
Além disso, ao comprometer os motores de uma embarcação o suficiente durante o confronto, você tem a opção de abandonar o duelo aéreo e, em vez disso, optar por um combate pessoal contra a tribulação inimiga!
Essa mecânica de invasão proporciona uma dose considerável de diversão, especialmente porque os combates internos frequentemente ocorrem em espaços confinados. Nesse cenário, o caos de tentar acertar os oponentes enquanto você se esquiva de ataques cria uma atmosfera intensa. Apesar dos desafios, a sensação de recompensa é gratificante, já que, dependendo do dano infligido à nave inimiga, você pode tomar o controle dela para si e expandir sua frota.
Construção de naves
Uma das ferramentas mais robustas e também com o maior potencial de todo Starfield é o criador de naves. Durante a análise, o utilizei algumas vezes e existem diversas opções para você customizar o seu veículo – seja de forma útil, como novas armas e compartimentos de cargas ou até mesmo com modificações que são apenas estéticas, para personalizá-la do seu jeito.
É uma função que, na mão dos jogadores criativos, pode trazer resultados incríveis e eu estou realmente ansioso para ver as principais criações da comunidade nas próximas semanas. Algumas tentativas já são óbvias de acontecerem no jogo da Microsoft, como a reprodução de naves icônicas do cinema, entre elas a Millenium Falcon de Star Wars ou a USS Enterprise de Star Trek, mas também, o que de original poderá ser criado a partir disso?
Confesso que nas minhas tentativas de fazer uma nave bonita, que refletisse a personalidade do meu personagem, carinhosamente chamado de Spike Spiegel por conta do anime Cowboy Bebop, não tive muito sucesso, mas isso é porque me faltou criatividade e também dinheiro na hora de montá-las!
Ambientação
A Bethesda sempre demonstrou maestria em criar ambientes ricos e envolventes para seus cenários. Na série The Elder Scrolls, por exemplo, fica evidente como cada reino é distintamente moldado por sua cultura, mesmo dentro do contexto da fantasia medieval. Em Fallout, testemunhamos a reconstrução da sociedade após um apocalipse nuclear.
Starfield segue essa tradição, oferecendo uma notável diversidade de experiências, o que é surpreendente ao considerar a singularidade de cada região explorada. As cidades que o jogador visita, seja durante a história principal ou em missões secundárias, parecem possuir vida própria.
Por exemplo, em um momento, é possível percorrer as ruas enlameadas de um planeta que adotou a cultura do Velho Oeste como base. Além das construções temáticas, essa ambientação se estende às roupas usadas pelos habitantes locais e até mesmo aos sotaques distintos que permeiam as interações.
No entanto, ao entrar em nossa nave e viajar para outra galáxia, somos transportados para um ambiente totalmente diferente. Pode ser uma cidade cosmopolita cheia de dilemas políticos ou até mesmo uma estética Cyberpunk, incorporando todos os elementos característicos desse gênero. Essa diversidade é surpreendente e reflete o esforço empenhado pelos desenvolvedores para transmitir aos jogadores a sensação genuína de estar em lugares completamente distintos a cada viagem. Esse aspecto intrínseco ao jogo amplia a sensação de descoberta e exploração, que é central ao tema espacial.
De fato, essa variedade cria uma experiência dinâmica, onde a sensação de se aventurar em novos territórios é constante. As surpresas que o espaço reserva nunca deixam de se revelar, mantendo viva a curiosidade sobre o que o próximo destino reserva. Essa atmosfera de descoberta constante reflete a própria natureza da exploração espacial e contribui para tornar Starfield uma jornada emocionante e em constante evolução.
Os planetas
Além disso, é importante notar que, apesar da imersão proporcionada pela exploração de diferentes planetas, Starfield implementa limites nessa exploração. Cada planeta não pode ser percorrido em sua totalidade, sendo dividido em blocos enormes. Embora essa restrição possa parecer limitadora, durante o tempo em que joguei, não senti falta da capacidade de explorá-los de ponta a ponta.
O próprio Todd Howard, produtor executivo da Bethesda, prometeu que aproximadamente mil planetas estariam disponíveis para os jogadores explorarem ao longo de sua jornada em Starfield. Essa imensa variedade é resultado tanto do trabalho direto da equipe de desenvolvimento quanto da geração procedural realizada pela Creation Engine 2.
À medida que você se envolve com o jogo, é notável a distinção entre os lugares cuidadosamente criados pelos desenvolvedores e aqueles gerados organicamente através do motor gráfico do jogo. Essa diferença se torna mais evidente em relação ao conteúdo e à ambientação. Alguns planetas oferecem paisagens impressionantes, porém isoladas, sem muitas atividades ou missões significativas, transmitindo a sensação de serem destinos para contemplar a solidão do universo.
Por outro lado, em algumas regiões, somos brindados com uma quantidade enorme de conteúdo, que instantaneamente atrai nossa atenção e nos estimula a passar horas explorando cada canto possível do mapa. Mesmo após longas sessões de jogo, há sempre algo a ser descoberto nesses lugares, como missões esquecidas ou construções ainda não desbravadas.
Portanto, quem espera que desses mil planetas prometidos por Todd Howard, todos tenham a mesma qualidade e conteúdo, pode se decepcionar. No entanto, isso abre margem para que a comunidade de modders do jogo aproveite essa oportunidade para preencher esses espaços vazios de acordo com sua própria visão.
O gênero Nasapunk
Starfield, a mais recente incursão da Bethesda no mundo dos jogos de exploração espacial, brilha de forma extraordinária graças à inovação estilística conhecida como Nasa-Punk. Enquanto abraça elementos fantásticos, o título habilmente orquestrado pela desenvolvedora se destaca por sua capacidade ímpar de conferir autenticidade aos cenários espaciais.
A abordagem do gênero Nasa-Punk enriquece a experiência de Starfield, infundindo-a com uma sensação tangível de realismo em um ambiente futurista. Ao harmonizar ciência e imaginação, o jogo transcende os limites da ficção científica tradicional e assume uma qualidade quase palpável.
Uma das proezas mais notáveis é a maneira como o estilo Nasa-Punk celebra nossa história e legado de exploração espacial. As naves intergalácticas, embora reverberem com a tecnologia atual, evocam vislumbres do futuro próximo. A estética se torna um tributo eloquente ao passado, enquanto simultaneamente projeta uma visão inovadora e empolgante do porvir.
Consequentemente, Starfield ergue-se como um espetáculo de estética e atmosfera, onde o familiar se entrelaça harmoniosamente com o extraordinário. A mescla perspicaz do conhecido com o imaginado cria um universo que é, ao mesmo tempo, evocativo e fantástico. A jornada intergaláctica pelo game se desenrola em um panorama que, apesar de sua grandiosidade, cativa por sua coerência e verossimilhança.
Alta ou baixa gravidade?
Há uma série de jogos de aventura espacial disponíveis, porém, o que realmente distingue Starfield como uma obra-prima dentro desse gênero é a maneira magistral pela qual ele integra diversos elementos, sendo a gravidade o principal deles. É incontestável que, ao deixarmos a Terra e nos dirigirmos à Lua, nosso corpo reage de maneira distinta, não é mesmo?
Essa perspectiva também é vividamente retratada no mais recente lançamento da Bethesda. Cada planeta que exploramos ostenta sua própria força gravitacional, uma característica que se manifesta de maneira tangível à medida que interagimos com o ambiente. O simples ato de caminhar ou saltar pode se transformar por completo conforme o local visitado.
Curiosamente, essa mecânica aparentemente complexa conseguiu ser incorporada de forma notável. As mudanças abruptas na movimentação do personagem poderiam, em tese, causar desconforto nos jogadores. Entretanto, durante minha experiência de jogo, percebi essa característica como algo genuinamente engenhoso, a ponto de não me importar se meus saltos atingiam alturas distintas dependendo da localização.
Um exemplo particularmente empolgante é o uso astuto da gravidade durante os embates contra a variedade de inimigos encontrados no universo do jogo. A força gravitacional pode ser manipulada a nosso favor, diminuindo a probabilidade de sermos atingidos, ou até mesmo contra nós, como é o caso do coice de uma escopeta que nos projeta para trás!
Gráficos
Nenhum dos elementos de Starfield poderia receber o devido destaque se não fosse pela sua impressionante qualidade gráfica. O jogo se revela um autêntico banquete visual, especialmente quando a potência do mercado se funde com uma direção artística habilmente concebida. Dessa forma, o resultado final não só é excepcional, mas também escapa da armadilha da generalidade.
As localidades desdobradas ao longo da jornada, seja nas cidades movimentadas ou nos cenários mais remotos, como majestosas montanhas e exuberantes florestas, são tão visualmente deslumbrantes que provocam o desejo irresistível de interromper qualquer atividade apenas para contemplá-las. Felizmente, Starfield se agracia com um modo de fotografia completo, permitindo aos jogadores capturar uma variedade de imagens deslumbrantes e envolventes.
Muitos detalhes notáveis foram alcançados graças à aposentadoria do Creation Engine por parte da Bethesda, após mais de duas décadas de uso. Em sua segunda versão, essa ferramenta foi amplamente aprimorada e Starfield emerge como o seu primeiro lançamento. Os resultados conquistados são verdadeiramente deslumbrantes, especialmente quando se trata da criação de cenários e da manipulação da iluminação, ambos excepcionais. Os personagens também ganham um novo nível de beleza, com expressões faciais incrivelmente vívidas, provando que a evolução do Motor Gráfico era uma necessidade há muito esperada.
Essa elevada qualidade gráfica não apenas aprimora a experiência de Starfield, como também aguça ainda mais a expectativa para The Elder Scrolls 6. No segundo título a utilizar a Creation Engine 2, a equipe da Bethesda terá acumulado uma riqueza de experiência com a plataforma, o que certamente se refletirá em resultados ainda mais impressionantes e envolventes. O futuro parece brilhante para os jogadores ansiosos por explorações visuais e narrativas imersivas.
Desempenho
O recém-lançado título da Bethesda apresenta uma vasta gama de conteúdo, e o desempenho do jogo varia de acordo com a região em que o jogador se encontra. Em ambientes confinados, como cavernas diversas, espaçonaves ou outras localidades que se descobrem durante a jornada, a taxa de quadros por segundo tende a ser substancialmente maior, frequentemente ultrapassando os 60 quadros por segundo.
Contudo, nas cidades ou outras áreas amplas, onde uma série de elementos ocorrem simultaneamente com a jogabilidade, esses valores de FPS tendem a diminuir de forma mais perceptível. Apesar disso, nos testes realizados com a placa de vídeo 4070 TI, a jogabilidade se manteve fluida, acima dos 50 FPS.
Uma questão que também me fiz durante a análise é se Starfield roda em computador fraco e testei uma RX 580 da própria AMD. Para um modelo que está bem abaixo do recomendado para o game, ela fez um bom trabalho, conseguindo manter 30 FPS estáveis durante mais de 30 minutos de jogo com tudo no mínimo. Algumas vezes caiu um ou dois quadros, mas para quem não se importa tanto com os gráficos – que continuam bonitos nessa qualidade – e quer a experiência de simplesmente jogar, é uma boa alternativa.
Para otimizar a experiência em Starfield, a Bethesda estabeleceu uma parceria exclusiva com a AMD, visando implementar aprimoramentos gráficos para a linha Radeon 7000. Como resultado, os detentores desses modelos de placas poderão usufruir dessas vantagens, destacando-se especialmente o FSR2, a tecnologia de upscaling da empresa.
No entanto, essa notícia pode trazer desapontamento para os usuários das placas da NVidia, uma vez que o jogo não incluirá, em seu lançamento, tecnologias como DLSS, o que pode impactar o desempenho em determinados modelos. Infelizmente, será necessário aguardar por eventuais soluções vindas diretamente da Bethesda ou da comunidade de modders do jogo para abordar essa questão.
Bugs
Starfield representa o auge da trajetória da Bethesda, considerado seu lançamento mais destacado até o momento. O jogo mantém todas as características que consolidaram a empresa no mercado, porém, refinadas e aprimoradas. A despeito da vasta experiência no desenvolvimento, ao longo da minha experiência de jogo, deparei-me com alguns problemas técnicos.
Tais questões parecem ser reminiscentes de padrões anteriores da desenvolvedora, uma vez que esses empecilhos, predominantemente relacionados a aspectos visuais, surgem em praticamente todos os títulos que ela lança. Enfrentar situações em que inimigos ou até mesmo aliados se comportam inesperadamente em certas áreas do cenário, deixando de cumprir ações cruciais durante missões, é algo que ocorre com certa regularidade.
Além disso, em determinado momento da minha jornada, também notei que o meu personagem era incapaz de disparar armas de fogo. Não importasse qual equipamento eu escolhesse, a arma simplesmente se negava a funcionar como deveria. Considerei que poderia ser uma condição física do personagem, mas ao olhar para sua ficha, não havia problema algum e a situação ficava ainda mais estranha quando facas, machados e armas corpo a corpo eram usados sem problemas.
Ainda não sei qual foi a causa desse bug, mas devido às funções de salvamento automático do jogo e também falta de atenção minha, quase perdi cerca de 20 horas de progresso, já que o arquivo “desbugado” mais recente era do começo de minha jornada, quando ainda era um astronauta novato. Felizmente, os comandos de console dos jogos da Bethesda funcionam da mesma forma e consegui reiniciar o personagem, restaurando suas ações de combate. Após isso, pude continuar minha jornada sem problemas.
Apesar desse problema que realmente me incomodou, já que senti que poderia perder meu progresso, Starfield não apresenta outros problemas graves. Pelo menos, durante minhas horas durante a análise, não precisei recarregar o jogo ou usar algum tipo de código por, simplesmente, o personagem não estar no lugar onde deveria.
Requisitos para jogar Starfield
MÍNIMO | RECOMENDADO |
Sistema Operacional: Windows 10 version 21H1 (10.0.19043) | Sistema Operacional: Windows 10/11 atualizado |
Processador: AMD Ryzen 5 2600X, Intel Core i7-6800K | Processador: AMD Ryzen 5 3600X, Intel i5-10600K |
Memória: 16 GB de RAM | Memória: 16 GB de RAM |
Placa de vídeo: AMD Radeon RX 5700, NVIDIA GeForce 1070 Ti | Placa de vídeo: AMD Radeon RX 6800 XT, NVIDIA GeForce RTX 2080 |
DirectX: Versão 12 | DirectX: Versão 12 |
Armazenamento: 125 GB de espaço disponível (SSD) | Armazenamento: 125 GB de espaço disponível (SSD) |
Disponibilidade
Se você adquiriu a versão Premium de Starfield, o jogo será liberado no dia 31 de agosto às 21h do horário de Brasília, tanto para PC quanto Xbox Series S|X. Para quem deseja jogá-lo pelo GamePass ou comprou a edição convencional do game, ele estará disponível no dia 5 de setembro, também às 21h!
Na Steam, você pode encontrar ambas as versões por R$429,00 (Premium) ou R$299,00 (apenas o jogo). Você também pode encontrá-lo na Microsoft Store, com pequenas alterações no preço, mas ele é um Xbox Play Anywhere, que pode ser jogado tanto no console quanto no computador com a mesma cópia!
Caso tenha interesse em jogá-lo no console, você pode encontrar o XBOX Series X a partir de R$ 4.274,05 no Magalu, enquanto o Series S custa R$ 2.117,55. Vale lembrar que o jogo é exclusivo da Microsoft e, por isso, não está disponível no PlayStation 5 ou Nintendo Switch.
Conclusão
2023 está sendo um ano maravilhoso para o mundo no dos games, mesmo com alguns lançamentos problemáticos, ainda temos diversos títulos excelentes lançados e Starfield é mais um que se junta a essa gloriosa prateleira. O game possui potencial suficiente para estar nas principais premiações do ano e também ser forte concorrente a receber o título de Jogo do Ano, mas a concorrência é pesada.
Para quem é fã da Bethesda e tem a empresa como uma de suas desenvolvedoras favoritas, poderá encontrar nessa jornada espacial, tudo o que sempre sonhou em um jogo. Grande potencial de exploração, planetas diferentes e que realmente possuem uma atmosfera única entre si e diversão que pode durar horas, tudo isso acompanhado de uma história principal que deixará você interessado para saber seus desdobramentos!
E se você nunca deu uma chance para esse estilo de jogo, dê uma chance para a fórmula e filosofia da produção de jogos de Todd Howard, talvez você descubra que Starfield é bom e ele seja uma excelente porta de entrada para as demais produções da Bethesda. A empresa sempre oferece uma experiência ímpar em questão de ambientação dos seus mundos e cativa os jogadores com sua história.
Ousado e grandioso, Starfield nos convida a desbravar um vasto universo, onde a exploração transcende o simples ato de descobrir, transformando-se em uma jornada épica de ficção científica.
No fim, o game marca a estreia de uma nova propriedade intelectual, com potencial para ser expandida de diversas formas e se posicionar como uma das grandes marcas da indústria!
E esse foi a nossa review de Starfield. Agora, resta a você, leitor, experimentar essa épica jornada pelas galáxias não tão distante de nós, mas antes de embarcar na aventura, nos conte pelos comentários como será o seu primeiro personagem!
VEJA MAIS
Starfield não é o único jogo que chega em setembro, veja a lista completa!
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (30/08/23)
Valeu a pena esperar por Starfield?
Valeu a pena esperar por Starfield?-
História10/10 Excelente
-
Gráficos10/10 Excelente
-
Jogabilidade10/10 Excelente
-
Desempenho10/10 Excelente
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Boa review, me animei mais pro jogo. Parece ser o topo de jogo que eu gosto, como os da Bioware nos áureos tempos.
Review perfeita, não vejo a hora de jogar esse jogo que vai perder o Goty pra Baldurs Gate 3.
Perfeita review! Infelizmente não conseguirei jogar…
Chega logo dia 06
Baita jogo!
As analises que esse camarada faz são excelentes. E cá entre nós, quanta concordancia verbal no mesmo texto… Simplesmente lindo!
Cara, que analise completa. Você simplificou TUDO!
GOTY fácil
Os lançamentos desse ano tão bons demais, espero que continue assim
Nn gosto da bethesda
O GOTY já tem dono, uma pena que Baldurs Gate 3 e Zelda foram lançados no mesmo ano que Starfield.
Da pra pousar em um planeta gasoso?
O melhor e mais completo review que já li!
aulas, cria
É fácil, GOAT DEMAIS ESSE JOGO
Muito bom, mas Baldur’s Gate 3 ganha o GOTY
Jamais será The Outer Worlds!!!!!!
Ótima Review, amo a estética do NASA-PUNK, pois sempre será voce, sua nave o espaço e sua tripulação caso tenha, é um ambiente bem interessante. Além do game poder da a oportunidade de cria e testar uma nave que sempre tenho em mente, quando eu tiver a oportunidade de jogar verei se será possível.