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Sendo o mais novo topo de linha da Sony no Brasil, o Xperia XZ Premium chega ao país com o preço indicado de R$ 3.999. Um valor salgado, mas condizente com os lançamentos mais recentes da concorrência. O aparelho desembarcou por aqui no início de julho e tem a tarefa de representar a fabricante num mercado mais que concorrido, o dos caríssimos topos de linha.
Caso você não se lembre, o Showmetech esteve no lançamento do aparelho. Desde então, estivemos testando o Xperia XZ Premium e pudemos coletar várias impressões, positivas e negativas, a respeito do produto. No review que você confere abaixo, tentaremos responder as diversas questões levantadas sobre o modelo – afinal, será que a Sony finalmente voltou para a briga dos pesos pesados?
Design e acabamento
É possível dizer tudo sobre o design do Xperia XZ Premium, exceto que ele não atrai olhares por onde passa. O aparelho reflete bastante a filosofia de linhas simétricas, da Sony, e é feito em materiais como alumínio, vidro e plástico. Ao todo, o flagship pesa 195g e tem dimensões elevadas (156 x 77 x 7.9mm), mesmo para o seu tamanho de tela.
A frente do dispositivo é dominada pelo display IPS de 5,5 polegadas, um salto de 0,3″ em relação ao antigo Xperia XZ. Assim como o seu antecessor, a região frontal do XZ Premium apresenta um par de alto-falantes stereo, uma câmera de 13 MP para selfies, um LED para notificações, os sensores de proximidade, de luz ambiente e, é claro, o logotipo da fabricante.
Também similarmente ao antigo XZ, as laterais do Xperia XZ Premium são feitas em plástico, contudo, as bordas superior e inferior são protegidas por partes de metal bastante espessas, também é possível notar um acabamento chanfrado nestas regiões. Além de transmitir solidez, isso dá um certo charme ao aparelho.
Os botões de volume, power e o botão de duas fases dedicado à câmera continuam no lado direito, como em praticamente qualquer Xperia. Vale ressaltar que, diferentemente das fabricantes concorrentes, a Sony posiciona o seu leitor biométrico na lateral do dispositivo – o que acaba sendo mais prático e ergonômico que os sensores traseiros ou frontais, principalmente considerando o tamanho avantajado do Xperia XZ Premium.
A lateral esquerda, por sua vez, abriga apenas a gaveta dos cartões SIM e microSD. O XZ Premium vendido no Brasil não tem suporte a mais de um chip – o que é uma pena, pois o dispositivo até existe em versões Dual-SIM, mas só internacionalmente.
A região traseira é a que mais apresentou mudanças em relação ao modelo anterior. Desde a introdução da linha X, todos os smartphones da japonesa tinham traseiras de plástico ou metal. O XZ Premium, no entanto, traz um vidro Gorilla Glass 5 muito bonito de se ver – mesmo diante da cor preta (Deepsea Black), que não é a mais brilhante de todas, dá pra notar que o aparelho reflete qualquer luz que incidir sobre ele.
Como nos demais smartphones da Sony, a câmera de 19 MP se localiza no canto superior esquerdo da parte traseira, fazendo companhia para o flash LED e os demais sensores fotográficos, como o sensor de cores RGB. Embora as dimensões e o peso do aparelho transmitam uma pegada firme, não dá pra usá-lo sem os cuidados mais básicos – caso você não queira ganhar um arranhão logo nos primeiros dias de uso, evite deixá-lo sem proteção.
Além da Sony ter mantido o conector de 3.5mm para fones de ouvido na parte superior, o conector USB utilizado é um 3.1 Tipo-C, que embora te obrigue a aposentar todos os seus cabos antigos, dá mais qualidade à conexão e tem uma interface reversível – isso mesmo, chega de tentar, tentar e nunca conseguir conectar o bendito cabo.
Veja mais fotos do aparelho:
Ainda sobre o design, é importante notar que, diferentemente das concorrentes LG e Samsung, a Sony não optou por uma relação mais estreita entre as dimensões da tela e do próprio aparelho. Com isso, o XZ Premium acaba sendo muito maior do que precisaria ser – ao todo, a tela ocupa cerca de 68% do vidro frontal, um valor maior do que o visto no iPhone 7, por exemplo. Porém, ainda assim, bem menor que os 83% do Galaxy S8 e o seu ‘infinity display‘.
O fato do Xperia XZ premium possuir uma frente livre de elementos como botões físicos ou capacitivos torna essa sensação de ‘bordas gigantescas’ ainda maior. O dispositivo não se torna feio por isso, mas poderia estar mais em dia (visual e ergonomicamente falando) com os seus concorrentes.
Vamos resolver isso de uma vez por todas, Sony.
Display
Se analisarmos apenas os aspectos técnicos, é inegável que o Xperia XZ Premium possui uma das telas mais sofisticadas de 2017: o display tem 5,5 polegadas, resolução 4K, suporte à exibição HDR-10, cores sRGB e, além disso, vale ressaltar que estão presentes todos os algoritmos de imagem utilizados nas telas de dispositivos anteriores, como o TRILUMINOS Display e o motor de imagem X-Reality, que reduz serrilhados.
Mas não estamos aqui para falar só de nomes e especificações; a tela de um topo de linha precisa mesmo impressionar, coisa que o novo dispositivo da Sony não falha em fazer: Além de dispor de três modos de cores completamente diferentes, ressaltando aspectos distintos das imagens exibidas, o display tem um controle de branco totalmente manual para cada um destes modos.
Isso significa que o usuário pode deixar a tela como bem desejar: com tons mais quentes ou frios, com mais contraste, com mais saturação ou, até mesmo, sem nenhuma destas melhorias. Ao contrário dos antigos Xperias, as melhorias de imagem mostradas acima não aparecem apenas nos vídeos ou fotos, é possível perceber a diferença em toda a interface do dispositivo.
Como se espera de uma tela 4K, a reprodução da imagem é a mais fiel possível. Seja na exibição de vídeos ou imagens, o Xperia XZ Premium dá um show de definição e cor – apesar de eu notar que, no modo super-vívido, o meu favorito, os tons verdes e vermelhos ganham um destaque que faz falta ao azul. Eles pulam da tela, o azul, por sua vez, fica um pouco mais escuro.
Os tons de preto são profundos e, a depender de como você configura o display, o contraste será um dos mais bem aplicados do mercado: o XZ Premium consegue exibir cores saltantes, mas que ainda assim não agridem os olhos de quem as vê.
Em termos de visibilidade à luz do sol, o display está na média dos rivais. Assim como em qualquer outro smartphone, a visibilidade de imagens mais escuras será dificultada pela luz solar. No entanto, não é algo que afeta o dispositivo a níveis alarmantes.
O maior problema de usar o Xperia XZ Premium sob o sol é ter o constante reflexo do céu nas bordas do smartphone – sério! O aparelho é um espelho, e olha que nós nem testamos a versão Luminous Chrome.
Em suma, a tela do Xperia XZ Premium faz honra a todas as nomenclaturas que carrega, sendo uma das mais belas da categoria e com o maior PPI (pixels por polegada) de 2017. Apesar de o conteúdo UltraHD ainda não ser tão popular, tanto o Amazon Prime Video quanto o Netflix, dois dos maiores serviços de streaming do mundo, possuem conteúdo 4K HDR e passaram a suportar o aparelho da Sony.
Até algumas semanas atrás, os conteúdos 4K HDR do Netflix só podiam ser vistos nesta qualidade por usuários do LG G6.
4K ou 1080p?
A tela do XZ Premium não é 4K o tempo todo: toda a interface, jogos, aplicativos, navegação web e demais recursos de software são renderizados em Full HD (1080p).
O aparelho só se torna 4K de verdade na hora de reproduzir vídeos ou imagens; a resolução é expandida até mesmo em aplicativos externos como o YouTube, o que não prende o usuário ao player padrão do dispositivo.
Embora pareça uma trapaça por parte da Sony, a técnica é bastante bem vinda: renderizar estes conteúdos em 1080p economiza muito, mas muito poder de processamento e, consequentemente, bateria.
É por isso que o Xperia XZ Premium, contando com o mesmo processador da versão norte-americana do Galaxy S8, consegue atingir taxas de quadros por segundo (FPS) superiores às do concorrente – principalmente em jogos e nas animações do sistema.
O downscaling é praticamente imperceptível, afinal, tanto a interface quanto a tela trabalham na mesma resolução – não é como uma tela 1080p reproduzindo um vídeo 720p, por exemplo.
Áudio
A experiência de áudio no Xperia XZ Premium é digna de sua categoria. O aparelho não traz grandes inovações em comparação com outros modelos da marca, porém, os sistema de dois alto-falantes frontais e stereo agrada mais que os speakers únicos montados na parte inferior – como acontece nos iPhones.
O aparelho possui diversas configurações de áudio, permitindo que o usuário equalize os sons, ajuste a sensibilidade dos microfones, emule diferentes ambientes de reprodução, reduza a perda de qualidade na compressão de arquivos com alta resolução de áudio e, sobretudo, ganhe um realce nos tons graves, emulando uma experiência de áudio 3D com muita qualidade.
Contudo, esse áudio simuladamente tridimensional não é perfeito: ele pode falhar a depender do tipo de música que é reproduzida. Em sons muito agitados ou agudos, por exemplo, a sensação que se tem é que os alto-falantes estão com algum problema, eles emitem chiados e distorcem o som; caso você queira evitar este tipo de experiência, basta desativar o recurso S-Force Front Surround.
O gadget é compatível com áudios de alta resolução (LPCM, FLAC, ALAC e DSD), suporta o sistema LDAC, que melhora a reprodução em fones bluetooth e o DSEE HX, que descomprime arquivos como o AAC e o MP3 para qualidades que simulam os formatos de alta resolução.
Infelizmente, as unidades de teste do Xperia XZ Premium não incluíram os fones de ouvido no pacote, mas tive a oportunidade de testar o aparelho com os meus NC31EM, da própria Sony. Os NC31EM são compatíveis com a função de cancelamento digital de ruído externo feita pelos Xperia – o fone grava parte do áudio externo e o smartphone se encarrega de reduzi-lo, emitindo ondas neutras.
O sistema parece funcionar melhor que em antecessores da Sony: é como se o XZ Premium reduzisse ainda mais os ruídos indesejáveis e, de um modo geral, o áudio é bem satisfatório.
De toda forma, é preciso ressaltar que estes últimos parágrafos falam exclusivamente do sistema de cancelamento de ruídos inserido no aparelho; não dá pra saber quais fones estão incluídos na caixa do Xperia XZ Premium, portanto, não tome a nossa impressão como regra.
Hardware
Com 4GB de RAM, 64GB de armazenamento UFS 2.1 e o processador quad-core Snapdragon 835 (frequência max. de até 2.1GHz), o Xperia XZ Premium é o primeiro dispositivo a chegar ao Brasil com o mais novo chip da Qualcomm, visto que o Galaxy S8 brasileiro utiliza um chip Exynos 8895, de especificações equivalentes.
Em comparação com o Snapdragon 821, que integra o LG G6, o 835 traz como principais novidades uma redução de 25% no consumo energético, mais rapidez na captura de fotos e a integração da estabilização eletrônica de imagem no próprio processador.
Os números divulgados pela Qualcomm também prometem uma considerável melhora no desempenho, mas isto só deve se tornar perceptível daqui vários meses, quando ambos os dispositivos envelhecerem; em testes de benchmark, o Xperia XZ Premium atinge por volta dos 170 mil pontos.
Deixando os aspectos técnicos de lado, podemos dizer que o Xperia XZ Premium possui uma das melhores integrações entre hardware e software já vistas num aparelho não-Google.
A resposta aos toques do usuário é praticamente instantânea, e a troca entre os aplicativos também – ele não sofre daquela ‘amnésia‘ que acomete até mesmo os aparelhos concorrentes: os aplicativos mantidos em background costumam ser maximizados sem serem recarregados.
Outra sacada interessante do aparelho é usar inteligência artificial para reconhecer os aplicativos mais usados pelo usuário. Com isso, o Xperia XZ Premium memoriza os softwares que você mais utiliza e os prioriza na memória RAM e no processamento.
Se você é do tipo que curte jogos, é importante ressaltar que a GPU Adreno 530 é uma das mais potentes do mercado – sendo, atualmente, a mais poderosa da Qualcomm.
O Xperia XZ Premium condiz com essas especificações e roda quaisquer aplicativos com o pé nas costas: durante os meus testes, não tive nenhum problema ao executar títulos exigentes, como IronBlade, da Gameloft, e Breakneck, um dos jogos com os gráficos mais sofisticados disponíveis para o Android.
Devido ao histórico problemático dos dispositivos Sony, é possível que muitos tenham medo do calor excessivo durante a jogatina, mas esse é um problema do passado: mesmo em usos mais intensos, o Xperia XZ Premium apenas passa de ‘gelado‘ para ‘normal‘ – o aparelho não esquenta de forma que se sinta nas mãos, a menos que você procure levá-lo ao extremo, é claro.
Para provar de uma vez por todas que a Sony fez as pazes com a pasta térmica, decidi deixar o Xperia XZ Premium gravando em 4K até o seu armazenamento ou bateria se esgotarem. O dispositivo atingiu um total de 2 horas gravadas, sem exibir avisos de temperatura ou fechar a câmera – a gravação de 14GBs aumentou a temperatura do dispositivo consideravelmente, mas nada que chegue perto aos antigos Z3+ e Z2.
Demorou, mas a Sony conseguiu resolver o problema.
Software
Como de costume nos aparelhos da empresa, o Xperia XZ Premium entrega uma experiência de software bastante híbrida: mesclando itens do Android puro aos visuais e recursos próprios do aparelho.
Em suma, na interface do XZ Premium, quase tudo que não foi pensado pelo Google foi adicionado pela Sony; o que torna o sistema rápido, completo e, ainda assim, bonito – o que dá pra criticar aqui é a quantidade de menus que uma única função pode ter. Vamos simplificar as coisas, né?
Em termos visuais, as mudanças feitas pela fabricante alteraram os ícones, a tela de bloqueio, a tela inicial, as configurações e, como é de costume, mudou a cara de alguns aplicativos – como o Telefone, Contatos e Relógio.
Os Xperias também costumam ter uma série de aplicativos pré-instalados, o número não chega a ser tão grande quanto acontece nos Samsung, mas também passa longe de ser totalmente limpo como é na linha Moto, da Lenovo.
Ao todo, pudemos contar 14 aplicativos inseridos no sistema, a grande maioria deles é desenvolvida pela Sony e adiciona funções interessantes, mas não exatamente necessárias, ao smartphone.
O PlayStation App, por exemplo, permite integrar o aparelho ao PS4 e até mesmo espelhar a tela do videogame no smarphone – sim, é possível utilizar ter os jogos do seu console Sony em praticamente qualquer Xperia mais recente. Fantástico, não é?
Também dá pra jogar no aparelho utilizando os joysticks do console.
Os demais aplicativos inseridos são os chamados ‘essenciais’: a Sony inclui softwares próprios para reproduzir músicas, vídeos, exibir fotos e há até um aplicativo para previsão do tempo.
É interessante observar como, em determinados casos, a fabricante abdicou das suas próprias soluções para utilizar os softwares de parceiras – o teclado padrão do Xperia XZ Premium é o Swiftkey; já o app de Agenda, por exemplo, é desenvolvido pelo Google.
A versão de sistema presente no aparelho é o Android 7.1.1 Nougat e a atualização para o futuro Android O está garantida. Apesar de não terem feito promessas sobre o ciclo de updates do aparelho, é notório que a fabricante costuma manter sua linha atualizada por mais tempo que as concorrentes.
Os lançamentos de 2015, por exemplo, já rodam a mesma versão do Android executada pelo XZ Premium.
Câmera traseira
Não há como negar que junto da tela, a câmera traseira é o maior destaque do novo topo de linha da Sony. Localizada na parte traseira do dispositivo, o sensor Motion Eye, de 19MP, tem suporte às tecnologias de autofoco à laser, PDAF e estabilização de imagem digital em 5 eixos – o aparelho utiliza o giroscópio e o acelerômetro para tornar as imagens menos tremidas.
A Sony também afirma que esse é o único smartphone capaz de gravar vídeos em 960 quadros por segundo, na velocidade ‘super slow motion‘.
Parte dessa e de outras capacidades da câmera se dá ao fato do sensor ótico ser um dos poucos com sua própria memória DRAM. A DRAM processa as imagens mais rapidamente. Permitindo que o foco, por exemplo, seja tomado antes mesmo de você pensar em bater a foto.
Com a adoção da memória, a velocidade do obturador também ficou melhor: no seu modo manual, onde a câmera realmente brilha, a captura pode ser feita em até 1/4000 segundos – ideal para o registro de momentos muito rápidos.
Reduzindo esse valor a 1, o obturador fica aberto por muito mais tempo e permite uma melhor absorvição de luz no sensor ótico – é assim que se faz para tirar melhores fotos no escuro ou até mesmo ‘pintar com luz‘, a técnica mais conhecida pelos termos ‘Light painting’.
Trocando por miúdos, a câmera do Xperia XZ Premium é capaz de tudo aquilo que se espera de um topo de linha em 2017: suporta ajustes manuais de ISO, HDR, vídeo HDR, balanço de branco, proporção de imagem, exposição, vídeo 4K, vídeo em slow-motion (120 ou 960fps), fotos panorâmicas, fotos sequenciais, efeitos de realidade aumentada e inclusive o foco manual, ótimo para evidenciar elementos em uma determinada cena.
Ao capturar imagens, pude notar que o aparelho tem uma certa deficiência no modo automático – o Superior Auto tira boas fotos, mas nada perto do que todas as especificações prometem. A câmera só mostra o seu real poder quando vai para o modo manual: estando lá, é possível ajustar diversos aspectos da imagem e fazer um ótimo proveito do sensor RGB, que identifica as principais cores da foto.
As fotos são muito rápidas, nítidas e, mesmo em ambientes pouco ou mal iluminados, dá pra fazer imagens incríveis se dedicando um pouco mais aos ajustes manuais. Só faltou o capricho da Sony em entregar melhores resultados no modo automático, esse é um problema de quase todos os smartphones da marca.
Câmera distorcida?
OBS: Embora não tenhamos notado nada disso em nossos testes, há algumas semanas, foi reconhecido pela Sony que certas unidades do Xperia XZ Premium estavam distorcendo as imagens da câmera. Ao capturar cenas com linhas retas, o usuário poderia perceber curvaturas inconsistentes com a realidade.
A fabricante reconheceu o problema e diz que, na verdade, a culpa seria da lente de 25mm utilizada no aparelho: segundo a fala do desenvolvedor “JensG” em um dos fóruns da Sony, ‘é esperado que lentes mais amplas apresentem mais distorção. É por isso que lentes grande-angulares, comuns em DSLRs, distorcem tanto as suas capturas’.
As lentes utilizadas no Xperia XZ Premium permitem que ele capture cenas amplas, como paisagens, e também possa lidar com os chamados ‘close-ups‘, imagens de objetos mais próximos ou com um campo de visão mais fechado.
Como não é possível alternar as lentes de um smartphone, como se faz numa câmera profissional, é esperado que ocorram distorções do tipo.
Sendo assim, a falha que acomete o Xperia XZ Premium está na correção desse erro, que nem sempre é eficaz em eliminar o ‘efeito colateral’ mais comum lentes amplas.
Em uma nota emitida sobre o caso, a Sony afirma que trabalha constantemente nas lentes Sony G, embarcadas no aparelho. E que, em 2017, as lentes foram redesenhadas para reduzir esse mesmo efeito, que era maior no Xperia XZ.
Câmera frontal
Diferentemente da câmera traseira, a câmera ‘de selfies‘ do topo de linha japonês promete bastante no papel, mas não traz resultados surpreendentes na captura de imagens: mesmo com o modo ‘Pele macia‘ desativado, nota-se que há muita preocupação com luz e pouco cuidado com a definição. Em outras palavras, a câmera frontal consegue te enxergar até em ambientes escuros, mas a percepção dos detalhes, mesmo em locais bem iluminados, parece ter ficado de lado.
O sensor frontal é de 13M, grava vídeos em Full HD, suporta HDR, estabilização eletrônica e tem uma lente angular de 22mm, fazendo com que as imagens sejam amplas e peguem toda a ‘galera’ da foto – nada disso está abaixo do que os seus principais concorrentes apresentam, porém, a Sony pesou a mão com os filtros para suavizar a pele.
Confira as imagens que fizemos com o aparelho:
Super slow-motion e add-ons
Como abordamos acima, o super slow-motion é o recurso mais divertido da câmera Motion Eye, presente no XZ Premium e no XZs, modelo este que não veio para o Brasil. Por terem uma memória RAM integrada ao sensor de imagem, os aparelhos conseguem tirar fotos muito rapidamente, além gravar vídeos em 960 quadros por segundo na resolução HD (720p).
Porém, o que a Sony não explica é que apenas um trecho dos vídeos, cerca de 200 milissegundos, de acordo com o The Verge, pode ser gravado em super câmera lenta. Na configuração padrão do super slow-mo, é preciso iniciar a gravação e pressionar novamente o botão para que o smartphone ative a câmera lenta.
Ao testar a funcionalidade, pude notar que o efeito dramático dado aos vídeos é simplesmente fantástico, as capturas feitas em super slow motion realmente dão um ar de profissionalidade às filmagens. O que pude perceber de desvantagens nesse modo é que, em sua configuração padrão, acertar o momento certo de ativar a câmera lenta pode ser uma tarefa bem difícil.
Devido à velocidade em que o conjunto trabalha, cenas com baixa iluminação perdem muita definição. Recomendo procurar cenários bem iluminados para as suas gravações.
A partir do Xperia XZs, a Sony informa que encerrou o desenvolvimento dos ‘Camera Add-ons’, que, por meio de aplicativos, adicionavam recursos à câmera dos aparelhos. Justamente por isso, o XZ Premium não é compatível com os modos Timeshift Burst, Timeshift Video, Estilo do Retrato e os demais incrementos fotográficos.
Apesar de serem desconhecidos por boa parte dos usuários, estes recursos somavam bons diferenciais às câmeras da Sony. Com a retirada do recurso, o Xperia XZ Premium acaba tendo menos modos de câmera que os seus antecessores – o software está mais enxuto, mas os usuários que gostavam das antigas funções sentirão a sua falta.
Bateria
Com uma tela 4K de 5,5 polegadas e um processador com potência de sobra, seria difícil acreditar que a bateria de 3230mAh do XZ Premium daria conta de usos mais intensos. De qualquer forma, o smartphone até tenta poupar energia: além da tela funcionar em resolução FHD durante boa parte do tempo, os modos Stamina e Ultra Stamina desativam alguns recursos em prol de um menor consumo.
Nos dias em que usei o smartphone de forma moderada, acessando redes sociais, tirando algumas fotos e ouvindo músicas no Spotify, pude notar uma autonomia bastante razoável por parte do aparelho; ele conseguiu sair da tomada por volta das 9 da manhã e chegar ao fim do dia com cerca de 10% de energia, batendo uma média de 5 horas e 40 minutos de tela.
Na intenção de desafiar a sua bateria, deixei o aparelho com o YouTube aberto por um dia inteiro, reproduzindo vídeos em Full HD ininterruptamente; a bateria caiu dos 100% ao completo nada em cerca de 4 horas e 15 minutos, uma média interessante se notarmos que, no aplicativo em questão, a resolução 4K mantém ativa todo o tempo.
No fim das contas, as médias mostram que, para um flagship de 2017, o XZ Premium tem uma autonomia similar a de aparelhos concorrentes – ou seja, poderia ser bem melhor, mas é o que tem pra hoje.
Em termos de carregamento turbo, não dá pra entender a decisão da fabricante de não incluir um carregador rápido na caixa do XZ Premium. O aparelho é compatível com o Quick Charge 3.0 e, embora o seu preço seja bastante elevado, o carregador de parede não tem nada de especial: leva 3 horas para encher a bateria do smartphone.
Veredito
O Xperia XZ Premium marca a volta da fabricante japonesa para a briga dos topos de linha no Brasil. Após o Z5 Premium e o X Performance não terem dado as caras por aqui, finalmente, em 2017, recebemos o aparelho mais potente da geração.
O smartphone tem um ótimo conjunto de hardware e software, competindo de frente com os maiores lançamentos do ano. O preço, embora alto, também condiz com o que é praticado pelas concorrentes. Mas se tudo está na média, no que o Xperia XZ Premium se destaca?
Performance e câmera, eu diria.
O aparelho da Sony não só tem um dos processadores mais potentes do mercado, mas também tem uma tela que poupa todo esse poder para os momentos em que ele for realmente necessário. Noutras palavras, o display de resolução variável exige menos trabalho da CPU e GPU, economizando processamento e agilizando a execução do sistema e dos aplicativos.
Por outro lado, aspectos como a bateria e o design, tanto do aparelho quanto do sistema, poderiam ter recebido mais atenção por parte da marca: é inegável que as linhas inspiradas em modelos anteriores fazem o XZ Premium parecer muito menos do que ele é, perdendo a atenção de possíveis compradores.
Unbox your phone, Sony.
Especificações técnicas
SIM | single-SIM |
---|---|
Tela | 5,5″ IPS, sRGB (138%) e HDR-10 |
CPU e GPU | Snapdragon 835, quad-core (freq. máx 2.4Ghz)
GPU Adreno 540 |
SO | Android 7.1.1 Nougat |
RAM | 4GB |
Armazenamento | 64GB UFS 2.1 |
Resolução da Tela | 4K (downscaling para Full HD) |
Câmera | 19 MP com abertura f/2.0; flash LED único
EIS, sensor RGB, foco preditivo, gravação em 4K Super-slow-motion, PDAF e foco à laser Sensor de 1/2.3″ |
Câmera Frontal | 13 MP com abertura f/2.0, gravação em Full HD |
Conectividade | Wi-Fi 802.11 A/B/G/N e AC, dual-band (5GHz) e DLNA
Bluetooth 5.0, A2DP, aptX, LE NFC |
GPS | GPS, A-GPS, GLONASS, BDS e GALILEO |
Cartão Memória | MicroSD até 256GB (slot dedicado) |
Áudio | Alto-falantes frontais stereo
Cancelamento de ruído digital Surround 3D |
Portas | USB Tipo-C 3.1; P2 (3.5mm) para fones de ouvido |
Bateria | 3230mAh |
Rádio | Não |
Garantia | 12 meses |
Peso do Produto | 195g |
Dimensões | 156 x 77.5 x 7.9mm |
Cores | Preto Fundo do Mar e Cromo Luminoso |
4G | LTE Cat16 de até 1 Gbps |
Proteção da Tela | Gorila Glass 5 e cobertura oleofóbica |
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