Sonic clássico e sonic atual juntos em sonic x shadow generations

REVIEW: Sonic X Shadow Generations mistura nostalgia e boa gameplay em uma ótima experiência

Avatar de tiago rodrigues
Novo título remasteriza game de 2011 e traz título exclusivo com história do Shadow, com novas mecânicas, fases bem dirigidas e mais desafiadoras. Confira o que achamos!

Nosso ouriço azul está de volta e dessa vez traz não apenas suas duas versões, mas também uma campanha exclusiva para Shadow, personagem icônico da franquia e que traz um tom levemente mais sombrio a esse universo. Confira agora o que achamos de Sonic X Shadow Generations e se vale a pena gastar seu dinheiro nele.

Campanha do Sonic

Sonic clássico e sonic atual juntos em sonic x shadow generations
Sonic atual e Sonic “barrigudinho” clássico (Imagem: Sega)

Sonic Generations foi um game lançado originalmente em 2011 e é basicamente esse o game que temos aqui. O Sonic dos dias de hoje e sua turma estão curtindo uma festa tranquilamente quando de repente uma fenda do tempo se abre e puxa todos os seus amigos, gerando um colapso temporal. O que o Sonic não esperava é que sua versão do passado viria com isso, daí o nome Generations, já que jogaremos com ambas as versões do ouriço.

A história é bem rasa – e acho que nem precisa ser mais que isso –, mas nos entrega base suficiente para entrarmos de cabeça nessa ideia maluca de termos dois Sonic resolvendo os problemas e claro, joguemos com ambos. Isso permite que o game design trabalhe duas estruturas diferentes de fases, uma de forma clássica em 2D com o Sonic clássico, que gosto de chamar de “Sonic barrigudinho” e a outra com o Sonic atual, misturando o 2D e 3D, cheio de piruetas, mortais e explosões. 

São 3 mundos exploráveis de forma 2D, isso é, andamos pra frente e para trás até chegarmos nas fases. Temos um botão específico para escolher entre um Sonic e outro e isso impacta também no tipo de fase que vamos jogar. Cada mundo nos traz 3 fases e em cada uma delas, temos a versão em 2D com o Sonic clássico e a versão 3D com o Sonic atual, chamados de Ato 1 e Ato 2, respectivamente.

Isso totaliza 21 fases já com os chefes. Além disso, são diversos desafios que vou entrar em detalhes depois, mas a cada mundo, é necessária uma parcela deles para desbloquearmos o chefe da área. Não são grandes desafios e particularmente acho que o game design brilha muito mais nas fases convencionais.

Sonic clássico em sonic x shadow generations
Uma das fases com o Sonic clássico (Imagem: Sega)

As cutscenes são super divertidas e sabem misturar muito bem esse choque de gerações. O Sonic clássico não sabe falar, muito menos fazer as manobras do atual, gerando cenas que podem servir como um fâ-service para alguns e passar despercebido para outros. Contudo, o que mais agrada nisso tudo é como realmente tudo é diferente em cada um deles.

Por exemplo, ao pular com o Sonic clássico, temos um som muito específico do pulo, barulho esse que está na franquia há anos, mas que não funciona na versão atual. Por outro lado, ao jogar com o novo Sonic, podemos dar um dash no alto, atacar inimigos diretamente, além de usar corrimãos e diversas outras ferramentas dos cenários para nos deixar mais rápidos e também tornar as fases mais interativas.

Há ainda um sistema de upgrades no game. Ao ganhar pontos, podemos ir numa lojinha no lobby do jogo para adquirimos novas habilidades. Elas não mudam drasticamente o gameplay, mas podem te ajudar em alguns desafios, principalmente se estiver em busca do rank S em todas as fases. Os perks incluem ganhar mais rings, maior velocidade, ou então não deslizar tanto.

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Loja de habilidades do Sonic (Imagem: Tiago Rodrigues/ Showmetech)

É um game muito interessante por saber misturar o 2D e 3D e criar fases atrativas aos olhos e também no gameplay. Quando o joguei lá em 2011, não dei o devido valor ao game, mas jogando de novo atualmente, falo com facilidade que é um dos melhores games de plataforma que joguei, principalmente por saber usar esse conceito de gerações que, embora faça sentido para a história do Sonic, também diz muito sobre a história dos videogames também. 

Afinal de contas, é como se tivéssemos um videogame dos anos 90 e 2010 em único jogo, mas permitindo que qualquer pessoa tenha acesso sem restrições de consoles. É genial (me empolguei um pouco). 

O ponto que mais me desagrada, mas entendo por ser um game para crianças, no fim das contas, são os amigos do Sonic falando na nossa cabeça o tempo todo. Qualquer ação que tomamos nos leva a ter de ouvir alguma dica ou puxão de orelha com uma voz irritante ao fundo. Isso é extremamente irritante na batalha final e ouso dizer que ela seria mais fácil se não houvesse tantas vozes na cabeça.

Campanha do Shadow

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Shadow tem uma campanha mais frenética (Imagem: Sega)

Agora, sim, para a novidade desse novo game. Chamada de Shadow Generations, esse novo capítulo se passa no mesmo período de Sonic Generations, mas traz uma abordagem um pouco diferente. Shadow é o Sonic badboy, com frases de efeito, o Sasuke da franquia. Ele, ao invés de dar golpes giratórios, faz combos de socos e pontapés e até usa armas em alguns casos.

Dito isso, o novo capítulo se aproveita daquele problema temporal que vimos na campanha principal para nos colocar em um novo dilema. Esse que só Shadow pode resolver. Black Doom, seu grande inimigo, voltou e promete fazer Shadow revisitar seu passado e ele faz isso de um jeito completamente maluco.

Shadow tem uma posição de protetor do céu e quando a entidade do tempo aparece, é quando Black Doom se aproveita para vir atacar Shadow também. É a partir daí que começa nosso jogo, saindo da cutscene e indo para a jogabilidade.

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O novo protagonista tem diversos poderes (Imagem: Sega)

Diferente da campanha tradicional, por aqui somos jogados em algo mais rápido, violento e muito psicodélico. Sério, as fases usam e abusam de distorções do tempo de uma forma que dá para ficar zonzo. É muito impressionante visualmente, pois estamos em alta velocidade, mas pode ser um problema se você tiver alguma sensibilidade a esse tipo de coisa. Fica o aviso.

Eu acho engraçado como tentam passar uma aura super séria e dark para o Shadow e mais uma vez, é algo para crianças, no fim das contas. Mas ainda assim, beira o ridículo muitas vezes. As frases de efeito, os combos de socos e pontapés em monstros. Ele é o Sonic badboy e para isso, precisamos desses momentos. Contudo, mesmo apontando tudo isso, não significa que eu não goste, tá? É a proposta e eu entro 100% nela.

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Mundo semi aberto da campanha de Shadow (Imagem: Tiago Rodrigues/ Showmetech)

Não temos um “Shadow clássico” na história, então a divisão de atos nas fases é apenas um detalhe para jogar o mesmo cenário com estruturas diferentes. Isso não me incomoda, pois mais uma vez o game design acerta em cheio aqui, com uma bela direção das cenas. São momentos de ação e aventura de encher os olhos e saber que é você quem faz a maioria daquelas ações é bem prazeroso.

Temos um lobby para as fases aqui também, mas agora em 3D, num tipo de mundo semi-aberto. Na prática, não muda muito, exceto para pegar colecionáveis. Nesse ponto, fica muito mais interessante, porque são diversos itens escondidos que vão exigir novas habilidades e um pouco de estratégia para alcançá-los.

Colecionáveis e desafios

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O pinball do Sonic é um desafio bônus incluso nessa nova versão (Imagem: Sega)

Ambos os games contam com os mesmos tipos de colecionáveis: artes conceituais e músicas. Em Sonic Generations nós os pegamos no formato 2D, subindo nos lugares e abrindo as caixas, sem muito segredo. Dependendo de qual Sonic você estiver usando no lobby, coisas diferentes vão aparecer, tanto em desafios como colecionáveis.

Por exemplo, para o Sonic clássico, os desafios envolvem coleta de rings, chegar até o ponto marcado, derrotando inimigos e até mesmo andar de skate por aí. Embora eu tenha destacado esses, a variedade é bem grande, oferecendo muitas opções para desbloquear a área do chefe e provavelmente necessário que você faça tudo caso queira o troféu de platina da PlayStation.

Outra coisa que está presente e você vai precisar fazer para conseguir terminar o game é enfrentar alguns personagens conhecidos do Sonic, como o próprio Shadow, o Silver e outros. Cada desafio desse vai te garantir uma Esmeralda do Caos, necessária para completar seu objetivo final na última fase. Os desafios de rivais são bem legais e funcionam quase que como batalhas de chefe. Quase sempre exigem suas habilidades de velocidade, mas também te coloca para ser estratégico em batalha.

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Shadow e seu arqui-inimigo, Black Doom (Imagem: Sega)

Em Shadow Generations, a filosofia é a mesma, mas num formato diferente. Por termos uma espécie de mundo aberto, temos muito mais possibilidades. Além disso, são várias caixas de cores e tipos diferentes agora. Para abrí-las, é necessário as chaves corretas e para isso, pegá-las nas fases. Elas estão espalhadas como um bônus das fases convencionais, dos desafios e também pelo lobby.

Conforme jogamos, ganhamos novas habilidades, como andar sobre a água e até mesmo uma espécie de vôo, necessárias para acessar locais diferentes e pegar outros colecionáveis, lembrando mais uma vez que para abrir as caixas, você precisa da chave com o símbolo e cor que ela exige. A forma com que o game do Shadow faz isso é muito mais legal e até mesmo desafiador. O problema desses colecionáveis são os prêmios. Artes conceituais são muito legais, de fato, mas não o suficiente para gastar horas e horas indo atrás de cada colecionável. O que você acha?

Sobre os desafios de Shadow, eles são rápidos, assim como os de Sonic, mas costumam explorar suas habilidades únicas, como seus combos, vôos e até mesmo o andar sobre as águas.

Jogabilidade e gráficos

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Sonic em uma batalha de chefe contra Dr. Eggman (Imagem: Sega)

O gameplay de Sonic Generations se divide em duas formas: game de plataforma de Sonic clássico quando jogamos com o Sonic clássico e jogo do Sonic de aventura e ação com o mais recente. Com o primeiro Sonic podemos pular, atacar inimigos quando pulamos, dar um golpe para baixo e carregar o giro para ir mais rápido. É tudo bem funcional e costuma não falhar. Já nos moldes modernos, temos uma grande mistura do 2D com o 3D em cenas mais empolgantes.

Além da diferença de cenários, temos habilidades diferentes também. Uma delas é a de dar um dash quando pulamos. Se não tiver um alvo, o Sonic apenas vai pra frente, mas se tiver, ele vai na direção do inimigo, permitindo alcançar locais diferentes. Os rings também funcionam de forma um pouco diferente aqui. Além de garantir que você fique vivo, eles também mantém sua barra de speed, ou turbo, se preferir. Com esse turbo, você consegue atravessar até mesmo a água.

Outras habilidades incluem derrapar em curvas, ataque para baixo e um breve vôo quando temos rinngs alinhados no céu. Para os desafios, temos alguns exclusivos dos amigos do Sonic, onde podemos usar suas habilidades. Usando o botão de troca de personagem, é possível chamá-los. O Knuckles te oferece rings ao bater no chão, Amy usa sua marreta para mandar para os ares e entre outras coisas.

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Com Shadow, Black Doom nos persegue constantemente com seu grande olho (Imagem: Sega)

Com Shadow, a gameplay é idêntico ao do Sonic atual. Ele pula, pode dar dash também, tem o turbo e claro, consegue dar uma surra em seus inimigos. Esse é o grande diferencial de gameplay de Shadow aqui. Além das habilidades de mobilidade, o game te proporciona grandes momentos de combate também. Chamadas de Doom Powers, essas habilidades sombrias permitem maior variedade de gameplay e exigem que você tenha um bom reflexo para que elas funcionem da melhor maneira possível.

O que eu gostei, particularmente, foi de usar essas habilidades nos chefes. Diferente do jogo original, eu gostei das batalhas muito mais aqui. Elas fogem um pouquinho do tradicional de batalhas de plataforma e seguem para algo puxado para a ação mesmo.

Sobre os gráficos, eu joguei no PlayStation 4 e o desempenho se divide nos dois games. Em Sonic Generations, ele roda em 1080p a 60fps, garantindo uma experiência muito gostosa. Texturas e gráficos não trazem nada de inovador, mas a direção de arte e o game design são ótimos, com variedades de cenário, cores e inimigos, fazendo com que o game não pareça morto. Em comparação, o game rodava a 720p e mal chegava nos 30fps no PlayStation 3, então temos um salto bem interessante aqui.

Quanto a Shadow Generations, as coisas mudam um pouco de figura. O game segue a 1080p, mas não atinge mais os 60fps. Por não ser mais um remaster, mas sim um game novo, a tecnologia implementada nele pode ser o que faz ele ser mais pesado e limitar os fps no PlayStation 4. A experiência fica ruim? Não, mas causa uma estranheza ao mudar de um jogo para o outro, ainda mais que as fases de Shadow são ainda mais rápidas.

Disponibilidade e requisitos

Review: sonic x shadow generations mistura nostalgia e boa gameplay em uma ótima experiência. Novo título remasteriza game de 2011 e traz título exclusivo com história do shadow, com novas mecânicas, fases bem dirigidas e mais desafiadoras. Confira o que achamos!
As gerações todas reunidas (Imagem: Tiago Rodrigues/ Showmtech)

Sonic x Shadow Generations é o novo jogo do Sonic e foi lançado oficialmente em 25 de outubro de 2024. Ele está disponível para o PlayStation 4 e PlayStation 5, Xbox Series, Xbox One, Nintendo Switch e PC.

E para quem for jogar no PC, abaixo seguem as especificações:

MínimoRecomendados
Sistema OperacionalWindows 10Windows 10
ProcessadorIntel Core i3-2120 ou FX-6300Intel Core i7-3770 ou AMD Ryzen 5 1400
Memória8 GB de RAM12 GB de RAM
DirectXUm adaptador gráfico compatível com D3D10 é necessário para iniciar o aplicativo.Um adaptador gráfico compatível com D3D10 é necessário para iniciar o aplicativo.
Placa de vídeoNVIDIA GeForce GTX 550 Ti de 1GB ou AMD Radeon HD 5770 de 1GBNVIDIA GeForce GTX 780 de 3 GB ou AMD Radeon RX 740 de 4 GB ou Intel Arc A310 de 4 GB
OutrosBaixa: 720p a 30 FPS. CPU: Um processador com suporte ao conjunto de extensões AVX é necessário para iniciar o aplicativo.Alta: 1080p a 60 FPS. CPU: Um processador com suporte ao conjunto de extensões AVX é necessário para iniciar o aplicativo.

Conclusão

Mas afinal, Sonic X Shadow Generations é bom? Esse é um jogo obrigatório para quem gosta do Sonic. Tem boas fases, é divertido e também consegue ser desafiador. A nova campanha de Shadow traz novidades bacanas para o título e faz valer ainda mais o pacote, agora com um desempenho ainda melhor.

O único motivo para eu não recomendar esse jogo é se você não gostar por nada do Sonic e muito menos de games plataforma. Se essas duas coisas se combinarem, nem gaste o seu dinheiro. Agora se pelo menos uma dessas duas coisas fizerem sentido para você, vale a pena você fazer a compra, principalmente a mídia física, cheia de itens e com uma capa reversível lindíssima.

Fala pra gente, já jogou ou pretende jogar o novo game do Sonic? Aproveita e confere também nossas outras reviews de games e produtos aqui no site.

Veja mais

Revisão do texto feita por: Daniel Coutinho em 25/11/2024

REVIEW: Sonic X Shadow Generations

REVIEW: Sonic X Shadow Generations
8 10 0 1
8/10
Total Score
  • Campanha do Sonic
    8/10 Ótimo
  • Campanha do Shadow
    8/10 Ótimo
  • Gameplay
    9/10 Incrível
  • Gráficos
    7/10 Bom

Prós

  • Game design excelente
  • Bons gráficos e direção de arte
  • Trilha sonora marcante

Contras

  • Chefes não memoráveis
  • Personagens secundários podem ser irritantes

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