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Sonic Frontiers chegou. Felizmente a espera acabou e podemos conferir agora tudo o que o título estava prometendo. Inserindo o personagem Sonic e sua turma em um ambiente de mundo aberto, mas ainda trazendo muitos elementos de sucesso da saga, pode-se dizer que a Sega conseguiu reunir tudo o que os fãs esperavam há décadas em um jogo enorme, viciante, desafiador e repleto de detalhes.
Bem-vindo de volta, Sonic!
Vamos direto ao ponto. Sonic Frontiers é um ótimo jogo e que deve ser jogado, seja você um fã de carteirinha da franquia ou um gamer cético quanto às aventuras do ouriço azul. Para os primeiros, a investida é certeira e mais que obrigatória. Já para os mais afastados, vale rever a série de uma maneira mais leve, de forma a aproveitar todas as belezas e qualidades que ela possui. Posto isso, vamos à análise propriamente dita.
As aventuras de Sonic The Hedgehog passaram por muitos momentos de altos e baixos no mundo dos games. Iniciando com a rivalidade Sega x Nintendo na era 16 bits, com uma infinidade de títulos variados do azulão — entre os quais Sonic 1 & 2, Sonic Chaos, Sonic 3D Blast —, entrando no universo em 3D com maestria em jogos de peso — como os da série Adventure na era Dreamcast, muito respeitados pela crítica e pelos fãs à época —, e em títulos portáteis do Game Boy Advance, o ouriço azul da Sega foi, por muito tempo, um personagem importante, descolado e bem respeitado.
Mais à frente, na época do Wii, e com alguns lançamentos mais recentes e com menos brilho, a franquia foi perdendo o mesmo status que havia conquistado quando seus jogos ostentavam rankings perfeitos nas revistas de videogame. Muitos que estão lendo este review e que viveram a época dos consoles da Sega podem concordar que diversos jogos da série Sonic serviam como motivo de compra do videogame exclusivo da japonesa rival da Nintendo.
Não é absurdo comentar hoje que, dado o lançamento de Sonic Frontiers, a franquia finalmente decidiu ousar e se reinventar, mas sem perder a originalidade que a fez ganhar muito sucesso nos seus dias de glória. Ponto para nós, jogadores, que podemos ver novamente a série Sonic The Hedgehog crescer e se posicionar no pedestal de jogo de grande orçamento e citado como um dos melhores títulos AAA do ano de seu lançamento. É, meus amigos, os bons tempos voltaram, e muito felizmente!
The Legend of Sonic: Breath of the Hedgehog!
Após passar por uma introdução, contando um pouco de toda a origem e do desenrolar da história — que, aliás, merece muito destaque e comentaremos mais à frente —, a primeira coisa que percebemos em Sonic Frontiers é o quão diferente é a nossa missão. Logo de cara, constatamos que a primeira fase do jogo não se trata apenas de uma fase, mas sim de um mundo gigantesco, conectado por ilhas, envolto em montanhas, riachos, cachoeiras e florestas no meio de um oceano infinito.
Não bastasse essa inovação surpreendente no novo jogo do Sonic, a Sega impressiona de maneira muito positiva ao colocar, dentro de pequenos monumentos, fases nos moldes tradicionais da franquia. Há, em média, sete delas em quatro das cinco ilhas disponíveis no jogo, que são acessadas ao ativar pequenos portais, um esquema muito parecido com o que vimos em 2017 com o GOTY The Legend of Zelda: Breath of The Wild.
Parte da missão de Sonic em sua nova aventura é explorar o extenso mapa disponível e seus segredos. Contudo, mesmo com a grandiosidade das ilhas, seus chefes colossais e plataformas a mil para ajudar a se locomover, deve-se manter o foco para ajudar os seus amigos que, após a queda enquanto sobrevoavam a região em busca das Esmeraldas Chaos, ficaram presos no Ciberespaço, um universo digital paralelo.
Em toda essa grande Zona Aberta que se compõem as ilhas do jogo, você irá se deparar com muitos trilhos, molas, argolas e tapetes de impulso, entre outros. Algumas passagens aéreas revelam ainda mais do cenário, levando o jogador a regiões antes completamente desconhecidas. A Sega acertou em cheio ao colocar Sonic em um mundão a ser explorado, mas sem abandonar as suas raízes mais marcantes.
Sessão: Cine Sonic
“Mundos entram em rota de colisão” e “em meio à busca por Esmeraldas Chaos, Sonic fica à deriva em uma ilha antiga repleta de criaturas exóticas”. É com essa introdução, presente no enredo oficial de Sonic Frontiers, que somos apresentados à trama de Sonic Frontiers. Nela, terras abandonadas, vilões controlados e descobertas tecnológicas irão nos aprofundar ainda mais na história do jogo.
Após serem sugados para o Ciberespaço, Sonic, Tails e Amy irão partir para uma nova missão de fuga, que será a base para toda a história e desenrolar da trama. No controle de Sonic (o único que não ficou preso neste novo mundo), você irá percorrer a nova fauna que se encontra nas Ilhas Starfall, habitada pelos Kocos e com inimigos que parecem ser administrados por alguma força sombria da região.
As histórias e cenas de CG que se apresentam em Sonic Frontiers remontam o passado da série, com uma narrativa simpática, desenvolvida com base nas relações entre os personagens e os locais, que dá gosto de assistir. Alguns personagens, falas e lembranças, bem como momentos engraçados, irão passar na tela com todo o carisma da série.
É incrível poder ver Amy Rose falando de busca de amores e de Knuckles voltado à detalhes de exploração, símbolos arqueológicos e construção de exércitos. Ainda, alguns flashes de Dr. Egmann (o famoso Dr. Robotnik) também aparecem para dar segmento à trama, com sua nova e fiel (mas questionadora) escudeira, a estranha e misteriosa Sage.
Todos estes elementos inserem o jogador ao ecossistema e ao bioma da região, em uma narrativa que vai se completando e se desenvolvendo ao serem realizadas certas tarefas. Basta completar um desafio e sentar para assistir mais um momento revelador da história ou, então, aguardar por mais uma cena hilária de diálogo entre os personagens.
Sem fronteiras para a diversão
Pode-se dizer que Sonic Frontiers é o novo Adventure da franquia. Há muito tempo que os fãs clamam por um jogo grandioso de Sonic, repleto de ação, aventura e de histórias bem humoradas, tais como faziam os jogos da geração Dreamcast lá atrás. Melhorando controles, inovando em aspectos de gameplay e adicionando muitas novidades, podemos ver aqui um título com total qualidade e respeito, inovando e aproveitando tudo que a série já teve de melhor.
É muito empolgante correr pelos cenários em Sonic Frontiers. A sensação de velocidade e de molas impulsionando o ouriço azul cada vez mais longe é algo que dá muito gosto e se configura como uma das principais atrações do jogo. Nada aqui é travado e tudo flui de maneira brilhante! A partir de agora, podemos ter a certeza de que os jogos da franquia Sonic encontraram, finalmente, uma fórmula que combina demais com a série. Um mundo aberto, gigante, repleto de segredos, mas também com fases menores muito desafiadoras.
O maravilhoso universo de Sonic Frontiers
Agora vamos nos voltar às novidades principais de Sonic Frontiers. Nesta que podemos considerar a “nova fase” da franquia, observamos, além de toda a ação e velocidade, a presença de elementos de RPG, com pontos de habilidade que vão aumentando de acordo com a coleta de certos itens no jogo. É possível ir aumentando os status de Velocidade, Moedas, Força e Defesa, para deixar o personagem mais forte e resistente aos desafios que virão pela frente.
Outra característica interessante apresentada em Sonic Frontiers é a árvore de habilidades. Através dela, são disponibilizados novos movimentos e golpes a Sonic, de acordo com a coleta de pontos de habilidade. Uma das habilidades que se destacam e que podem ser ativadas logo no início é o Cyberloop, um movimento especial que, quando ativado, desbloqueia segredos e itens valiosos para o desenrolar da aventura. Outros movimentos incluem contra ataque, combos mais poderosos, entre outros.
Já no quesito exploração, o jogo brilha ao oferecer ao jogador diversos itens colecionáveis, alguns obtidos facilmente, enquanto outros merecendo um tempo maior para serem conquistados. Os itens mnemônicos — característicos de cada ilha e que servem para estabilizar a frequência dos seus amigos, revelando partes da trama — inserem-se de maneira interessante, dando aquele gás para explorar cada cantinho dos cenários, que, aliás, são muitos.
As Starfall Islands
Sonic Frontiers possui cinco ilhas gigantes em seu ecossistema, as chamadas Starfall Islands, cada uma nomeada de forma a referenciar uma antiga figura da mitologia grega. São elas: Kronos, Ares, Chaos, Rhea e Ouranos. A primeira delas, Kronos, é a maior de todas e se replica, de certa forma, nas duas últimas, Rhea e Ouranos. Essas três ilhas se baseiam em um universo de vegetação e com lindas florestas tropicais, estando presentes muitas construções naturais como montanhas, rios e cachoeiras.
Já a segunda ilha, Ares, é um completo deserto ensolarado, um pouco menor que a ilha anterior, à primeira vista, mas que se revela muito maior ao apresentar áreas ocultas e aéreas, em locais para além dos morros, e acessíveis via desfiladeiros e algumas estruturas de propulsão. A sensação muda completamente aqui em relação à primeira ilha, com surpresas que se revelam muito bem-vindas, entre as quais belos oásis, dunas de areia, solos rochosos, cavernas secretas, entre outras.
Em seguida, temos a terceira ilha chamada Chao Island. Aqui temos um horizonte mais acinzentado, com um cenário construído no céu, por cima de pedras e com nuvens ao redor. Uma imensa área vulcânica que apresenta passagens com lava, fumaças, lagos quentes e que emana alguns chuviscos.
Um detalhe que conecta todas as Starfall Islands é que elas possuem origens ligadas à civilizações antigas, com construções que se assemelham a antigas moradas, ruínas abandonadas e estruturas que usam tecnologias de engrenagem que parecem vir de um passado longínquo.
Outra novidade é que o mundo de Frontiers é vivo e reúne fatores climáticos e temporais, com a passagem do dia e da noite, além de muitos chuviscos. Alguns quebra-cabeças a serem resolvidos durante as missões de exploração, inclusive, utilizam-se destas condições temporais para serem solucionados.
Ciberespaço
Que Sonic Frontiers possui um vasto mundo aberto, repleto de atividades e plataformas a explorar, nós já sabemos. Mas, e as fases tradicionais? Como os estágios que deram cara à série se colocam neste novo jogo? Pois fique tranquilo que elas estão muito bem representadas aqui.
O Ciberespaço do jogo, como é chamado, apresenta fases características dos títulos de sucesso da série, com ambientação em 3D e também aquelas com jogabilidade em 2D. Os desafios das fases vão desde completar a fase com uma certa quantidade de moedas, no menor tempo possível, de modo a chegar no Ranking S e com a coleta de cinco argolas vermelhas dispersas no ambiente. Alguns desses estágios são bem curtos, enquanto outros são maiores, ficando a cargo só jogador repeti-los para obter a melhor pontuação.
A pescaria também é uma novidade e tanto aqui. Além de ser um momento de calmaria, ela pode ser realizada entre um ou outro embate mais agressivo e mesmo após uma descoberta mais complexa. Servindo para relaxar e também no intuito de adquirir peças importantes para a trama (mostrando aqui um personagem especialmente conhecido), pescar em Sonic Frontiers vai muito além de tirar o maior peixe e irá revelar algumas surpresas para os que mais se dedicarem a curtir este momento.
Kocos: os fofos e simpáticos aventureiros
No meio de toda essa fauna e flora, estão os seres que consideramos os habitantes locais, os fofos e simpáticos Kocos. Eles estão espalhados em muitos cantos da região das ilhas e devem ser coletados e levados ao Koco Ancestral para aumentar os níveis de habilidade de Sonic. Outro personagem importante é o Koco Eremita, que também concede poderes a Sonic a partir da coleta de Sementes de Defesa e Sementes de Potência.
Misteriosos por si só, os Kocos fazem parte constante do desenrolar da trama, e seu segredo se revelará aos poucos, com cada classe de habitantes regionais ligados a um determinado enredo. Há uma quantidade quase infinita de pequenos Kocos a serem coletados nas ilhas e eles irão caminhar com você até o encontro com os seres maiores citados para aumento de habilidades.
Encrencas Colossais
Nós já comentamos que Sonic Frontiers mistura elementos de diversos jogos do gênero, mas um que nos chamou bastante a atenção foi a construção dos inimigos e dos embates finais contra os chefões de cada ilha. Os inimigos gigantes à la Shadow of Colossus causam temor, mas também trazem uma qualidade que a série sempre pediu que são os combates épicos e grandiosos. Com segredos e formas específicas de destruí-los, eles darão ao jogador um certo trabalho, mas se consolidam como um passo importante, e suado, a ser completado.
Natureza em ascensão
Agora vamos à parte mais técnica de Sonic Frontiers, por assim dizer. Primeiramente, temos que dar voz à trilha sonora deste novo Sonic, que combina músicas variadas que se interagem com os sons clássicos dos cenários. Há instrumentais mais calmos para momentos de exploração e resolução de puzzles e remixes eletrônicos para as fases do ciberespaço.
Por outro lado, as batalhas contra chefes alternam entre momentos de atenção, com músicas de suspense e que prenunciam algum acontecimento maior, ao passo que as lutas finais das ilhas colocam em cena um som de rock e metal a todo o vapor, uma característica que acompanha muito bem a vestimenta “Super Sonic” de ser.
Quanto aos gráficos do jogo, eles são soberbamente lindos. Pode demorar um pouco no início para se acostumar, mas logo você se verá babando pela obra de arte que se compõem os cenários. Subir na plataforma mais alta e avistar um colorido sem igual, com construções ricas e passagens naturais, com um belo e límpido mar ao fundo, é de tirar o fôlego. As lindas imagens dão o tom em Sonic Frontiers e isso, aliado à já citada ótima trilha sonora e boa jogabilidade, tornam o jogo ainda mais perfeito.
Ainda sobre o aspecto gráfico, cada versão do game recebeu aquela que melhor se adapta ao poderio do seu respectivo console, com certa prioridade à dinâmica de velocidade que o jogo tanto prioriza. Em nosso teste em um PS4 Pro, não tivemos acesso à resolução em 4K — apesar dela não ser recomendada—, mas pudemos ter uma ótima experiência gráfica, com cores, brilhos, iluminação, reflexos e detalhes de animações muito bem representados.
Todos esses detalhes presentes no jogo acabam fazendo-nos, muitas vezes, esquecer que estamos jogando um título de Sonic, por mais contraditório que isso possa parecer. Ao mesmo tempo, o game possui muitas referências aos títulos antigos da série, com elementos que deixarão os jogadores já experientes em casa.
O jogo possui algumas falhas gráficas de câmera e de estruturas que surgem de repente. Nada com o qual não já estivéssemos acostumados com os jogos da série no passado, envoltos sempre em um ou outro probleminha técnico, mas que, neste caso, pouco atrapalha no gameplay, constituindo-se mais como uma escolha feita de modo a dar mais espaço à performance e à velocidade do game.
Sonic Frontiers
Sonic Frontiers é um daqueles jogos há muito tempo esperado pelos fãs, aparecendo sem muito alarde — dado o histórico da franquia — e fazendo jus a todo o hype criado. Com ele, a série se insere em uma nova fase nos jogos do ouriço azul, com um amplo mundo aberto de qualidade e contendo fases tradicionais desafiadoras. O jogo abre um leque extenso para continuações e novas ideias, tudo isso sem deixar de lado as origens que tanto deram fama à marca Sonic.
Sonic Frontiers está disponível para Nintendo Switch, PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series S|X em versões física e digital (versões padrão e deluxe)
Análise realizada com cópia do jogo cedida pela Sega.
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Sonic Frontiers
Sonic Frontiers-
História100/100 Excelente
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Gráficos95/100 Excelente
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Desempenho90/100 Incrível
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Som100/100 Excelente
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Diversão100/100 Excelente
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Replay95/100 Excelente
Prós
- Mundos amplos e ricamente exploráveis
- Grande quantidade de itens colecionáveis
- Fases tradicionais ao melhor estilo "Sonic 3D" na medida certa
- Trilha sonora rica, belíssima e envolvente
- Gráficos artísticos e belíssimos
- Liberdade empolgante de golpes e movimentos
Contras
- Aparecimento repentino de estruturas menores
- Câmera pode atrapalhar em alguns momentos
- Alguns poucos estágios do Ciberespaço não são tão divertidos e acabam se alongando
- Últimas ilhas repetem o bioma da primeira
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