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Os computadores de mesa estão com os dias contados, seja pela complexidade de montar um, ou mesmo pela falta de portabilidade. Os All-in-One abocanharam este mercado e são realmente mais práticos. Testei o Samsung AIO E5 TV por algumas semanas e me surpreendi com seu desempenho, para um computador que não custa tanto assim.
Os All in One ficaram famosos quando a Apple mostrou ao mundo a linha de iMacs, coisa que aconteceu no final dos anos 90. A ideia era de colocar todo o hardware do gabinete no monitor e, desta forma, economizar espaço. Recentemente os computadores de outras empresas começaram a apostar neste formato, já que ele até permite certa mobilidade. Afinal de contas, com poucos fios, é fácil tirar o computador de uma mesa e levar para a outra.
Design e acabamento
Olhando por fora, o AIO E5 TV parece um computador tradicional. Ele tem todo o acabamento em plástico branco, muito bonito e que me aparenta ser um amante de poeira. Pense que, com um visual que é bastante reflexivo, toda poeira e sujeira ficará visível. De longe.
Mesmo assim, o conjunto agrada ao olhar. A frente do AIO conta com uma tela de 21,5 polegadas, com resolução Full HD e que exibe botões frontais sensíveis ao toque para controlar volume e mudar entre a entrada HDMI, ou o modo PC. Ah, no topo você encontra o sensor de luminosidade, a câmera frontal com resolução HD (720p) e o microfone. Como estamos em um modelo branco, estes detalhes são bem visíveis.
Atrás estão todas as conexões. Há duas portas USB 2.0 e outras duas 3.0, uma porta de rede RJ45, entrada e saída HDMI, junto de entrada para cabo de força e outra para fones de ouvido. Esta última serve também para conectar caixinhas de som, se você preferir um som mais alto e envolvente do que o que existe por aqui. Nas bordas você tem o botão de liga/desliga e uma entrada para cartões SD que suporta os padrões SD, SDHC e SDXC.
O teclado e mouse quebram o visual mais moderno e limpo, mais clean. Eles trabalham em um design mais antigo, com teclas bem altas e uma cara de teclado do começo dos anos 2000. O mouse segue o mesmo padrão, destoando ainda mais o visual do conjunto. Para finalizar, o mouse tem dois pontos negativos: o plástico aparenta ser fino e frágil, além de permitir que a luz emitida para baixo, junto do laser e na cor vermelha, faça com que todo o mouse fique avermelhado quando há pouca luz no entorno. Ele fica, sem exageros, rosado quando você utiliza de noite.
Hardware e desempenho
Por dentro, há um hardware que quase que beira o ótimo poder de fogo. Temos um Core i5 da Intel, 8 GB de memória RAM, HDD de 1 TB e placa gráfica Intel HD Graphics 520. Pode parecer pouco para rodar jogos, e realmente é, mas para o cotidiano de trabalho este conjunto dá e sobra. Ele permitiu até mesmo pequenas edições em Photoshop e algumas aventuras em edição de vídeo.
Em alguns dias estive utilizando o Chrome com, em média, nove abas abertas e, junto dele, o aplicativo do Deezer tocando músicas e o Photoshop aberto no fundo. Durante este tempo o computador não travou, não engasgou e não reclamou de falta de memória RAM. O Windows 10 soube lidar com tudo isso aberto. Lidou muito bem.
Este bom desempenho só não aparece nos segundos seguintes ao boot. Logo que a tela abre, se você pedir para o Windows abrir as configurações do próprio sistema, espere ao menos três segundos. São três segundos entre clicar no ícone de configurações e entrar nas configurações. A parte boa é que é só esperar um pouco depois do boot, coisa de 30 segundos e o desempenho já encaixa no que falei acima.
Jogos? É melhor não abusar
Se você busca um computador All in One para trabalho e alguma diversão com vídeos e filmes, fique tranquilo. Rodei filmes em Full HD, com o Chrome aberto no fundo e não vi qualquer travamento. O mesmo vale para rodar, por exemplo, o Netflix em uma aba e ter algumas outras abertas no fundo.
Porém, se você espera colocar algum game em 3D e mais pesado, nem tente Ou tente e coloque os gráficos para médio, ou mínimo. Coloquei um mais simples, que é o Heroes of the Storm. É uma versão do League of Legends, só que da Blizzard. O game rodou bem, mas na configuração para gráficos em médio para a resolução nativa do computador: Full HD. Até tentei rodar em gráficos no alto, mas a taxa de quadros por segundo caiu.
Resumindo: este é um perfeito computador para quem quer trabalhar, ver um filme, escutar músicas e brincar com algo bem simples. Para tudo isso, ele funciona bem.
TV, mas sem ser TV de fato
Um dos extras que a Samsung deixa claro que existe por aqui é o sintonizador de TV digital. O All in One é capaz de listar canais de TV aberta em sinal analógico ou digital. Para isso ele faz uso de uma antena externa, que não vem na caixa. A sintonia de canais funcionou muito bem, mas me decepcionei com a forma que a TV funciona. Não é uma TV de fato, mas sim um gerenciador de canais e que decodifica o sinal da antena, dentro de um programa pré-instalado no Windows 10.
Há um controle remoto com alguns atalhos e a entrada HDMI serve até para você colocar um console para uma jogatina na tela, mas desde que o computador esteja ligado. Infelizmente não é possível ligar a TV, ou a parte de HDMI apenas para algo externo. Você precisa, obrigatoriamente ligar o computador inteiro para depois mudar a origem do sinal. Neste ponto, a única opção é a entrada HDMI.
Esta limitação faz a parte “TV” do All in One ficar totalmente dependente do Windows 10 funcionando. Não é prático. O controle também não ajuda, já que ele serve apenas para controlar canais e alguns atalhos do próprio All in One, como abrir o navegador ou as configurações do Windows.
Por fim, o All in One conta com alto-falantes internos e que servem bem como um quebra galho. Eles contam com potência de 4 W para cada falante, totalizando 8 W RMS. O som fica focado em médios, deixando os graves mais de lado. Há espaço na carcaça para reverberar o som e criar algo mais grave, mas a Samsung colocou falantes mais simples. A qualidade é aceitável, mas poderia ser melhor.
Vale a pena?
Se você pensar no computador como uma estação de trabalho, que também serve como bom reprodutor de filmes em alta definição e até músicas, vale. Se quer para jogos, esta não é a máquina para você (o All in One não vem com placa gráfica dedicada).
O que me chamou atenção é o preço. Ele está na faixa dos R$ 3 mil, um patamar que ainda não oferece bom desempenho. Este All in One é o oposto disso. Ele vem com bastante memória RAM, muito espaço no HDD e o extra de uma TV digital, por mais que este recurso seja limitado. Serve até como monitor para um Bluray ou console, que também é um pouco limitado.
Se eu pudesse fazer algumas mudanças no pacote, trocaria o mouse e teclado por modelos sem fios. Ou então apenas o visual do mouse, que me desagradou bastante. Se você quiser se aventurar, por sua conta e risco, e colocar um SSD no lugar do HDD, a máquina fica ainda mais parruda. Neste cenário, é fácil ficar com ela por uns quatro ou cinco anos.
Mesmo com o HDD de 1 TB, dá pra manter o computador por este tempo e sem apresentar muitos engasgos. O All in One da Samsung é, de fato, uma surpresa bacana em hardware e visual do conjunto – esquecendo do mouse, claro.
Especificações
- Marca: Samsung
- Modelo: AIO E5 TV
- Processador: Intel Core i5 6200U (2.3 GHz até 2.8 GHz 3 MB L3 Cache)
- Memória RAM: 8 GB DDR3L 1600 MHz
- HD: 1 TB HDD 5.400 rpm
- Placa de vídeo: Intel HD Graphics 520
- Tamanho de tela: 21,5″ e resolução de 1920 x 1080 pixels
- Áudio: Alto-falantes 8 W estéreo (4 W x 2) com Tweeter
- Conectividade: 1 porta para antena coaxial, 1 HDMI, 2 USB 2.0, 2 USB 3.0, 1 fone de ouvido, 1 rede RJ45, 1 leitor de cartões SD. Wi-Fi 802.11ac e Bluetooth 4.1
- Peso: 5,6 kg
- Dimensões: 52,4 x 15,1 x 38,3 cm
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