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Returnal, jogo do gênero roguelike, aclamado e vencedor de prêmios, estreou em 30 de abril de 2021 exclusivamente para PlayStation 5 e finalmente chega hoje aos PCs. Criado pela Housemarque e publicado pela Sony Interactive Entertainment, o game trabalha com ciclos, onde cada vez que a personagem morre, reinicie sua jornada no planeta, porém sempre com equipamentos e “fases” diferentes. É um looping temporal de onde só sai quem tem sangue nos olhos.
O estilo de jogo, em definição livre, é composto de ciclos de tentativa e erro, onde a cada nova tentativa, causada por um erro, o personagem adquire conhecimento e recursos, mas retorna do início e precisa se adaptar novamente ao ambiente.
Ambientação e história que prendem
A história de Returnal retrata Selene, astronauta que está em uma missão espacial e caiu acidentalmente em um planeta chamado Atropos. Seu traje identifica um sinal emitido lá, e o objetivo dela é encontrá-lo. Ao iniciar sua jornada, Selene se depara com um planeta escuro, úmido e cheio de armadilhas dos aliens que fizeram de lá sua casa. Ela também encontra vestígios de comunicação da civilização que habitava o planeta anteriormente, o que nos deixa curiosos para saber o que aconteceu com aquela “xenocivilização”.
Durante a busca pelo sinal, Selene se depara com diversas ameaças alienígenas e nesses pontos o jogo assume também o estilo bullethell, que traz adrenalina e emoção para a jogatina. Sempre que morre, a personagem principal retorna dentro de sua nave recém caída em Atropos, mas se recordando de tudo o que já viveu no planeta no último ciclo. Durante a jornada se encontram vestígios da sua última “vida” e gravações que ela mesmo já havia feito, que ajudam a nortear os próximos passos no jogo.
Returnal é de dificuldade ímpar e pode render muitas noites em claro para quem quer zerá-lo, já que apenas um ciclo pode durar várias horas, mas também é empolgante, sinistro e divertido na mesma proporção que é longo. O jogo da Sony tem diversas pontas de sua história que precisam ser compreendidas e isso desperta curiosidade e desejo de jogar sem parar. Não é à toa que foi considerado o melhor jogo do ano pelo BAFTA Games Awards 2022.
Jogabilidade de Returnal no PC
Pelos gráficos super realistas e a quantidade de efeitos, cores e texturas presentes em Returnal, é compreensível que consuma uma boa quantidade de recursos do PC e que as configurações precisam ser boas para que o jogo da Sony rode sem problemas. Neste Review foi utilizado um Predator Helios 300, com i7 de 7 geração, 16GB de RAM e vídeo dedicado com uma NVIDIA GeForce GTX 1060.
Nestas configurações o jogo rodou muito bem em qualidade máxima, com pequenos travamentos nas partes mais “pegadas”, onde havia muitos aliens soltando poderes, tiros de todos os lados e movimentação na tela, porém nada que atrapalhou a jogabilidade. Em relação a glitchs ou bugs, ocorreu apenas uma vez, quando a cabeça de um dos alienígenas ficou presa em um portal entre dois “ambientes” e foi possível matá-lo sem que ele me atacasse.
O jogo da Sony possui modos multiplayer e colaborativo de forma online, onde você pode compartilhar seu percurso com outros jogadores. Além disso, é possível jogar Returnal no PC com o teclado e mouse ou com um controle de console. Para quem já está acostumado a jogar no computador o resultado com os periféricos é ótimo e bem intuitivo, não observei travamentos ou lags, mas, particularmente, achei a experiência de utilizar um controle (de PS4) melhor, acredito que mais pela imersão que a vibração do controle proporciona.
Um ponto da jogabilidade que percebi é que havia relatos que no PS5 não havia um menu para pausa e não era possível salvar o progresso caso fosse preciso sair de Returnal, mesmo que não tivesse morrido. No PC há um menu que apresenta, além das opções de configurações de som, imagem e modos online, opções para suspender o jogo, salvando o ciclo.
Em resumo, a jogabilidade no computador é incrível e fluida e apesar dos gráficos e da qualidade de imagem e som, o jogo roda muito bem: todas as características do jogo para PS5 foram adaptadas. É um jogo muito difícil que requer bastante tempo livre, além de atenção a detalhes, alguma habilidade em pontaria e um pouco de sorte, mas certamente não decepciona quem já viu ou jogou o game no PlayStation 5.
Game Design e sonoplastia
Returnal traz um visual quase cinematográfico e muito inspirado na estética futurista e fantástica. A personagem principal, Selene, possui uma característica bem marcante a qual é a heterocromia, ressaltando esta estética. Os aliens que encontramos pelo caminho são detalhados e parecem ter parentesco com a espécie dos Octópodes, apesar de haver diversos tipos diferentes, inclusive voadores, que soltam fogo, etc. Os poderes que eles emanam possuem luz e cores fortes que despertam a atenção para o perigo.
Há também muitas texturas no planeta, que por vezes é uma selva, por vezes são câmaras com estátuas de deuses da civilização que o ocupava, e essas texturas são tão bem renderizadas que nos fazem sentir nojo de alguma gosma e frescor ao visualizar folhas balançando com o vento.
O som é um elemento que influi muito na imersão do jogo e até mesmo instrui o jogador em determinadas cenas. Os barulhos relacionados ao ambiente são bem realistas e em momentos de tensão ou perigo iminente a música fica mais alta e com batidas mais aceleradas, já nos despertando para um estado de atenção.
Há poucas falas no jogo, a maioria são as gravações de Selene, mas é possível compreender muito bem e é possível sentir o que a personagem quer passar pelo seu tom de voz. A Housemarque e Sony fizeram um trabalho impecável no game design. Returnal tem uma sonoplastia incrível e o que eu mais achei interessante é que elementos chamados de amaldiçoados, além de possuírem uma coloração diferente, emanam sons de vozes em sofrimento, deixando até mesmo um item do jogo com aquela sensação sinistra.
Conclusão
O game da Sony entrega qualidade, jogabilidade e uma experiência imersiva incrível, agora para os jogadores de PC. Apesar da dificuldade elevada e da possibilidade de levar muito tempo para conseguir finalizar o jogo, o que pode ser um problema para alguns, o jogo é tão cativante, cheio de suspense e elementos que despertam nossa curiosidade para saber o que vem depois que vai ser muito difícil deixá-lo de lado, sem mencionar a sensação de estar no cinema cocriando um filme do Steven Spilberg.
As features de colaboração e multiplayer tornam a diversão compartilhável com amigos e é um prato cheio para um stream de gameplay cheio de emoção. Definitivamente é um jogo que merece atenção de quem gosta de jogos Roguelike e apreciam um bom suspense misturado com bastante ação e exploração.
Você encontra Returnal para PC na Steam por R$ 249,90.
Confira também o review que fizemos de Returnal para PS5 aqui no Showmetech.
Veja também: REVIEW: Hogwarts Legacy dá nova vida ao mundo mágico
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim
Returnal para PC
Returnal para PC-
Ambientação10/10 Excelente
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Gráficos10/10 Excelente
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Sonoplastia10/10 Excelente
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Jogabilidade9/10 Incrível
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História9/10 Incrível
Pontos Positivos
- Visual cinematográfico
- História imersiva
- Efeitos e sonoplastia impecáveis
- Sem perdas de recursos na adaptação para PC
Pontos Negativos
- Tempo de conclusão
- Não permite escolha de itens ao iniciar o ciclo
- Dificuldade acima da média
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“Dificuldade acima da média”… isso jamais será um ponto negativo..