Paper Mario é definitivamente uma das franquias spin-off mais famosas do encanador bigodudo da Nintendo. A série é conhecida por misturar mecânicas de RPG com muito humor e embalar tudo isso em um mundo feito totalmente de papel. Agora, Mario retorna em Paper Mario: The Origami King para uma de suas aventuras mais excêntricas e hilárias.
O Showmetech teve acesso a uma cópia pessoal de Paper Mario: The Origami King para o Nintendo Switch e, depois de alguns dias de jogatina intensa nesse mundo de papel e mais de 20 horas brincando com Shy Guys de origami, trazemos uma análise completa do game.
Um baita papelão
Apesar de ser uma franquia charmosa e com uma boa base de fãs, Paper Mario possui uma fórmula um pouco desgastada. Porém, de forma surpreendente, a Nintendo e a Intelligent Systems (desenvolvedora por detrás da série Paper Mario) conseguiram costurar todas as estranhas histórias do Reino do Cogumelo de forma tão perfeita que não serão poucos os momentos em que você irá gargalhar durante as várias horas do game.
A trama não traz nenhuma novidade para aqueles que já conhecem a série ou que são familiarizados com o universo Mario: a Princesa Peach é raptada pelo misterioso Rei Origami, que cobre o Reino do Cogumelo com faixas ameaçadoras. No entanto, a história tem um auxílio cômico de peso nos elementos clássicos da franquia, como o interminável cabo de guerra de Mario e Bowser pela Princesa Peach. Além disso, há uma abundância de referências divertidas à vasta biblioteca de jogos da Nintendo, variando de Yoshi’s Island a Super Metroid.
Porém é uma pena que essa versatilidade na comédia e nas piadas não se aplique também ao sistema de combate. Mesmo que a mecânica de luta do jogo seja muito divertida, ela se torna rapidamente repetitiva e aqueles que procuram por um sucessor de Paper Mario and The Thousand-Year Door (o jogo mais influente da série), podem se decepcionar com The Origami King.
Para quem nunca experimentou um jogo Paper Mario antes, saiba que, da mesma forma que os títulos anteriores, em sua essência é um game com elementos de RPG que coloca Mario e outros personagens para lutar contra inimigos em batalhas por turnos. Além disso, por mais que Mario e seus amigos sejam criaturas feitas de papel em duas dimensões, o jogador irá interagir com um mundo completamente tridimensional, resultando em uma estética maluca mas muito charmosa que rende diversos momentos hilários.
De dobradura em dobradura
The Origami King é um título que introduz uma nova e divertida reviravolta no universo na forma do maligno Rei Olly, que está dobrando os residentes bidimensionais do Reino do Cogumelo em formas de origami — incluindo a Princesa Peach — para transformá-los em escravos irracionais. A trama é simples, como em qualquer game da franquia, mas sua aventura é decorada com tantos momentos loucos e personagens doidos que você ficará envolvido até o final.
Com o castelo da princesa Peach tomado pelo rei Origami, Paper Mario deve libertar o reino desse vilão se aventurando em vários mundos, incluindo um parque de diversões abandonado ao estilo samurai e um deserto aparentemente preso em um ciclo noturno sem fim. Felizmente Mario conta com um saco de confete que ele pode jogar sobre elementos “quebrados” do cenário para consertá-los.
Diferentemente da maioria dos games clássicos de Mario, os personagens conversam muito com Luigi, Bowser e o novo companheiro de Mario, Oliva, muitas vezes pontuando conversas com brincadeiras. Mas certamente quem rouba a cena é o exército de Toads que se escondem em vários pontos do Reino, esperando Mario libertá-los de suas prisões de origami.
Enquanto salvar Toads aumentará a força de uma habilidade especial focada em combate, o principal incentivo para resgatá-los é ter o prazer de ouvir seus diálogos, que além de hilários frequentemente quebram a “quarta parede” e falam direto com o jogador.
Algo que os fãs da série irão estranhar é o novo sistema de batalha baseado em anéis que abandona a velha mecânica de RPG da franquia em favor da resolução de puzzles. Cada encontro de combate começa com um quebra-cabeça onde Mario é encarregado de agrupar inimigos com um número limitado de turnos de mudança de plataforma.
No início da aventura os combates são tão fáceis que beiram o tédio, simplesmente exigindo que você troque o Goomba em forma de origami em uma coluna de quatro para que Mario possa executar uma amarelinha batendo na cabeça ou em uma formação quadrada para sincronizar perfeitamente com o raio de explosão do seu martelo.
No entanto, os puzzles se tornam mais complexos com o passar da história, à medida que variações adicionais de inimigos são introduzidas, como Boos sendo capazes de se tornarem invisíveis para testar suas habilidades de memória e inimigos com imunidade, apresentando resistência ao ataque de salto de Mario.
Junte a isso o conjunto de habilidades de Mario que não se modificam além do estágio do tutorial e a falta de sistema de atualização que proporcione qualquer tipo de progressão e você tem um gameplay de combate que em questão de horas começa a ficar extremamente repetitivo.
Vários personagens secundários ocasionalmente dão uma mãozinha em combate, mas infelizmente não adicionam novas mecânicas, simplesmente causando dano a todos os inimigos que você não derrotou após cada turno. Esta é uma grande oportunidade perdida, principalmente com o conjunto de habilidades potenciais que muitos deles possuem.
Existem muito poucas consequências para erros durante o combate também. Deixar de resolver um quebra-cabeça antes que o cronômetro atinja zero não resulta em um game over, apenas dando aos inimigos de origami a oportunidade de atacar. Em nenhum momento o jogador se sentirá realmente dificuldade no game ou problemas para progredir.
Felizmente, as batalhas contra chefes são mais divertidas, com a Intelligent Systems invertendo o formato para que inimigos colossais fiquem no centro da arena, em vez de Mario. Isso significa que você deve girar várias vezes as plataformas giratórias para navegar até o seu oponente, enquanto esquiva de mísseis e tenta pisar em painéis específicos que concedem dano adicional aos seus ataques. Cada chefe traz uma nova reviravolta à mesa, exigindo que você pense em uma boa estratégia ao invés da força bruta.
Pedra, papel, Mario!
Paper Mario: The Origami King é uma aventura no universo de papel de Mario que se apoia mais em seus diálogos e situações hilárias do que em uma mecânica de jogo interessante. O combate utilizando puzzles foi uma forma interessante de a Intelligent Systems trocar o sistema ao estilo RPG, mas isso acabou sacrificando todo o desafio da jornada. Se você procurar por jogo que não seja no estilo clássico de Mario e queira dar boas risadas, The Origami King é sua escolha perfeita no papel e no mundo dos games!
Você encontra Paper Mario: The Origami King em mídia física na Americanas por R$ 409.
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